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por: Martin Mente Mágicka
Sexo, álcool e vivências extremas também são caminhos budistas para a iluminação. Duvida? Leia até o fim este artigo que eu vou te mostrar.
A sexualidade, o álcool e a carne foram muitas vezes renegados por diversos sectos e tradições canônicas budistas que procuravam um caminho de “pureza, calma e virtude”; ironicamente, estes foram os mesmos que nunca conseguiram se libertar da hieraquia política e busca por benefícios sociais.
Se você é um espiritualista livre, praticante, vê o budismo como uma fonte de riqueza espiritual, e o Dharma como o “caminho de evolução” individual, então você vai se beneficiar imensamente deste estudo.
Para os moralistas que vomitam virtude e se masturbam apenas mentalmente quando se dizem iluminados, se poupem antes de começar, pois aqui trazemos verdades inconvenientes.
Ikkyu: Mestre Zen, santo, poeta, filósofo, músico, calígrafo e libertino
Japão, 1 de Fevereiro de 1394 do calendário ocidental. Nasce Sengikumaru, filho de uma mulher apaixonada por um “nobre” que após descobrir que ela engravidou, a ameaçou, fazendo com que ela tivesse de fugir.
Fontes da época dizem que este nobre era ninguém menos que Komatsu, meu nome japonês, mas eu juro que não tive nada a ver com isso. Se tratava de Go Komatsu, o imperador da época.
Aos cinco anos de idade, devido à situação insustentável de sua mãe solteira, Sengikumaru foi enviado para um monastério da tradição Rinzai de Zen Budismo, portando apenas a roupa do corpo e duas cartas escritas à mão pela mãe. Uma para os monges, outra para ele mesmo quando pudesse ler.
“Abandonar” um filho aos cuidados de um templo era assustadoramente comum naquela época, não apenas no Oriente.
Ele foi criado no templo Ankokuji e recebeu o nome budista de Ikkyū Sōjun, que significa literalmente: “Uma breve pausa (momento) numa verdade.”
É algo interessante como os tempos e as características da relação pais-filhos mudaram. A carta da mãe de Ikkyu, que viria a reencontrá-lo, não demonstrava tristeza ou sentimentos de perda, nem se justificava ou se desculpava, e sim fazia votos de que o filho se tornasse um monge importante, e colocasse seu nome na história.
Aos treze anos, para prosseguir com sua formação budista, ele foi transferido para Kennin-Ji, um monastério-escola em Kyoto, sob os cuidados do mestre zen Botetsu, famoso na região.
Apesar de se destacar no estudo de caligrafia e cultura chinesa (matérias eruditas no Japão), Ikkyu era aquariano, portanto trazia consigo um terrível fogo no loló para mudar qualquer estrutura vigente e um horror à hierarquia e políticas institucionais.
Ele não se adaptava ao templo nem sequer tinha muito respeito por seus professores, que ele via como “praticantes fracos” do verdadeiro Zen. Sendo assim ele foi transferido para outros dois monastérios antes dos vinte anos de idade, e finalmente parou no templo Saikin Ji, onde encontrou um mestre que ele admirava e considerava verdadeiro, chamado Ken O.
Ken O aprofundou Ikkyu aos ensinamentos Zen do grande mestre chinês Lin Ji. Para o grande mestre Lin Ji, o que importa é a independência total do praticante.
Independente de budhas, deidades, doutrinas, regras, ordens religiosas, dogmas, imagens, santos, mantras, o que for… em seus ensinamentos, só se alcança a iluminação e chega-se à budha quando você não precisa mais de nenhum budha.
Lin Ji, um dos grandes mestres chineses do Chan (Zen): Seus ensinamentos de independência total, do ser como único responsável por sua libertação e caminho de si mesmo, influenciou imensamente Ikkyu.
Ken O ensinaria tudo que conhecia, e diversas técnicas de meditação e conceitos filosóficos chave do budismo Zen e da tradição Rinzai para Ikkyu, mas faleceria cedo, para desespero de Ikkyu, já que era o único de seus conhecidos que ele considerava portador do verdadeiro Zen.
De qualquer maneira, Ken O deu lugar para outro mestre, Kaso, que era ainda mais famoso e tinha um grande número de admiradores dentro do templo.
Mestre Kaso após ensinar tudo que sabia para Ikkyu resolveu com toda a cerimônia lhe entregar um diploma com a “licença de total transmissão”, pois ele era um aluno brilhante, e demonstrava sinais de iluminação.
Isso despertou todo o ciúme dos outros alunos, pois nessa época Ikkyu começou a beber, e beber muito, algo extremamente constrangedor e inaceitável para a vida monástica da tradição Rinzai.
Nos sistemas budistas japoneses, esta transmissão total dava também o título de sucessor de linhagem, e viria a ser chamada nas artes marciais e tradições bushido de Menkyo kaiden (免許皆伝) , mas no Zen budismo era conhecida por Inka Shōmei (印可証明), o que não só significa sucessão e completude, mas também reconhecimento de iluminação.
Minha esposa ao ver este pergaminho admitiu que já está me reconhecendo como um buda também, e estou de parabéns; pois o físico já tenho, só falta perder um pouco mais de cabelo.
Para estarrecimento de mestre Kaso, no entanto, Ikkyu se negou a receber a “transmissão”; ele não queria ser um mestre Rinzai, e sim peregrinar pelo Japão praticando o que chamava de “verdadeiro Zen”.
Ele não se encaixava na hierarquia nem nas estruturas rígidas da escola Rinzai, que como todo Zen budismo era, na época, muito ligada à política, a religião dos nobres e eruditos.
Ikkyu se tornou um monge independente e eremita, deixou a barba crescer e tinha um ralo cabelo emaranhado, teve vários alunos, notórios inimigos e seria considerado um iluminado pelos séculos seguintes até hoje, aparecendo em português pela primeira vez, no MMM.
Esta atitude de Ikkyu é a mesma atitude de vários guerreiros eremitas, como por exemplo Miyamoto Musashi. Quando monges ou guerreiros deixavam seu amo ou mestre, e abriam mão de sua linhagem, eram conhecidos como Ronin (andarilho), e muitos viravam eremitas, ascetas, ou criavam sua própria ordem-escola independente.
É por isso que Ronin não é nenhum termo ruim em japonês; Não tem nada a ver com guerreiro sem caminho, como já ouvi dizerem erroneamente no Brasil. A imagem da rebeldia, a falta de uma escola, de um “amo” ou senhor feudal (como tinham os samurais), é que fazia com que a nobreza da época torcesse o nariz para eles.
Seja como for, Ikkyu começou a ficar famoso, mesmo como andarilho. Ele fazia poemas complexos e bonitos misturando budismo, meditação e apologia ao sexo e à paixão. Bebia até altas horas, frequentava bordéis e casas de Geishas, e discursava em qualquer lugar que podia.
Ikkyu acreditava que na sexualidade é onde se pode realmente praticar o Zen, o desapego e o controle mental, e não em isolamento meditando. Ele acreditava que verdadeiro controle mental se dava ao se controlar na paixão, e não em castidade evitativa.
Pregava que o verdadeiro desapego era manter a sanidade, por exemplo, evitando se perder totalmente apaixonado após abraçar uma moça gostosa e cheirosa, e não vomitando virtudes quando sua única opção são outros homens fedorentos e carecas.
“A brisa outonal de uma única noite de paixão, é melhor do que cem mil anos de meditação sentada” – Ikkyū Sōjun (1394-1481)
Não se engane porém ao considerar que Ikkyu era apenas um beberrão tarado. Apesar de suas poesias falarem sobre masturbação, sexo com moças bonitas, e adorar a vagina feminina como a “porta de onde vem todos os budas”, a prática de Ikkyu se assemelha muito com a forma tibetana esotérica de budismo de várias tradições ligadas às Dakinis, como Kurukulla.
Se trata do auto-controle e do auto-conhecimento, estando em contato com o transe e o prazer, de forma à manter sua consciência, compaixão, e não se deixar arrastar por inteiro na tsunami das paixões, algo extremamente difícil, onde a imensa maioria da humanidade se perde miseravelmente.
Lógico que, já naquela época, este tipo de vida e filosofia era escandaloso para muitos budistas e especialmente para as escolas Zen. Ikkyu tinha muitos inimigos como acontece com todo mundo que enfrenta algum sistema já estruturado, algo que ele teve a inteligência de fazer já de fora deste sistema à que havia pertencido.
Ikkyu tinha, mais ainda, gente que o invejava e o difamava, como acontece com qualquer ser humano cuja vida afetiva e sexual pareça mais interessante que a dos miseráveis afetivos à sua volta.
Apesar de todos os “haters”, Ikkyu não dava a menor para eles, afinal de contas era um mestre Zen.
Ikkyu era um metoro. Onde ia causava um barulho enorme. Pessoas queriam segui-lo, alguns diziam que era um “santo” (conceito bem diferente do ocidente), um iluminado. Ele desafiava filósofos e mestres da época com uma retórica perfeita, oratória invejável e amplo conhecimento dos conceitos Zen e da filosofia oriental.
Nascia no Japão o budismo da “fina linha vermelha”, que viria a ficar super famoso no período Edo (duzentos anos depois), e ser cerne da prática do auto-controle da mente desperta.
A fina linha vermelha: Paixão e Sexualidade como Dharma
O Zen da linha vermelha, hoje em dia, tem várias explanações e ganhou releituras diversas ao longo destes mais de seiscentos anos desde Ikkyu.
O fato é que se trata de um veículo (como tudo no budismo) para alterar, vencer e dominar a própria mente, educar a própria mente, já que ela faz parte do todo, e tudo faz parte dela.
A “linha vermelha” ou “fio vermelho”, tem também dupla conotação; Tanto na China quanto no Japão antigos, mulheres que trabalhavam com a própria sexualidade se vestiam de vermelho à fim de serem reconhecidas por aqueles que as buscavam.
Imagem de geisha como uma santa, de Ayana Otake. A artista tem lindas artes de mulheres “generosas” em seu portfolio.
Havia também a tradição de que, mesmo vestidas em outras cores, suas roupas de baixo fossem vermelhas.
A linha vermelha tem a conotação que cobria o corpo de uma nudez que era iminente e cedo ou tarde viria à tona, assim como a Mente Verdadeira, mas também significa a linha vermelha da coluna.
Mais do que uma “postura de meditação”, a linha da coluna, por onde se espalha a energia vital e sexual, é também a linha que mantém a dignidade, é o princípio do corpo e mente humanos. Princípios são limites.
Os princípios são o que dão forma às coisas; sem princípios ou limites, que iniciam e encerram, nada tem forma.
Eu só sei que meu nariz é um nariz pois ele tem ponta de nariz, e se encerra ali. Se meu nariz fosse um osso que se estendesse ao infinito eu não teria um nariz, e não saberia sequer como chamar isso. Tudo que existe, para ter forma tem princípios, que servem para iniciar e terminar alguma coisa.
Este princípio no corpo humano é a fina linha vermelha que trazemos na “coluna” (na nossa estrutura humana particular).
Neste tipo de budismo reconhecemos que nada existe sem a fina linha vermelha, ou princípios, e uma forma de praticar estes princípios é fortalecendo a fina linha vermelha dos princípios da nossa humanidade, uma espécie de dignidade.
Existem várias formas de fazer isso, e para Ikkyu e diversos outros que o seguiram, o treinamento não era sentar e meditar virado para a parede ou se abster de emoções fortes e paixões, mas se atirar no abismo delas, aproveitar ao máximo, e aprender a quando e se necessário renunciar a tudo isto voltando à sua dignidade, ou controlando a mente apaixonada, embriagada, numa forma de satisfação por princípio, já que a mente mesmo nunca estará satisfeita.
Nesta filosofia budista, Samsara é uma consciência, não uma ameaça nem algo à ser renunciado, e sim vivido, treinado, consumido à exaustão ou até a volta à sobriedade, com dignidade e compaixão.
Compaixão por si e pelos demais; Sexualidade sem compaixão é masturbação conjunta. Compaixão que nega totalmente a sexualidade, algo muito humano, é masturbação mental (sim, eu adoro este termo).
Ikkyu dizia que a necessidade de expressar-se sexualmente não é diferente da necessidade de tomar água.
Masturbação física seria uma manutenção tanto quanto urinar e defecar, muitas vezes uma questão até de limpeza para Ikkyu.
Treinar esta fina linha vermelha é algo que se faz no mundo: Entre paixões, sexualidade, desejos etc; Compreendendo a rejeição e a frustração, e também o êxtase de se sentir totalmente aceito sexualmente e rejuvenescido, como dizia Ikkyu sobre transar com alguém desejável.
O próprio jogo de luzes e sombras à que é submetido quem explora este lado da vida destemidamente, as emoções extremas e contraditórias a que se submete por escolha própria, obrigam à uma forma de meditação e auto-consciência, bem como auto-compaixão e compaixão em geral, do contrário se vai às raias da loucura.
Isso é Zen da Linha Vermelha, a forma mais radical de exploração mental. É claro que isso tudo é feito sob a luz de ensinamentos budistas-zen, e alguém que os conheça, como guia; Não simplesmente se atirando nestas emoções apenas para senti-las de qualquer jeito, pois as disrupções mentais que podem advir disso são realmente profundas.
Estes conceitos budistas, no entanto, não eram novos. Sempre existiram de alguma forma em diversos países e culturas diferentes. Ikkyu deu à isso um novo gosto de poesia, filosofia e beleza.
Alguns versos soltos tirados (e adaptados em minha tradução) de textos de Ikkyu:
“Minha vida devotada ao jogo do amor,
Enrolado dos pés à cabeça
Na fina linha vermelha
Sem arrependimentos estou!”
A filha:
”Mesmo dentre várias belezas,
Ela é uma pérola preciosa,
O resultado inevitável do puro amor,
Um mestre Zen não se compara à ela!”
“O discípulos Rinzai não possuem tal,
A mensagem Zen não alcançaram,
O jogo do amor é caminho imortal.
De uma única noite de paixão,
A brisa outonal,
é melhor do que cem mil anos
De sentada meditação”.
“Tem a boca original
Mas não pronuncia palavras,
Envolta em pelos magníficos;
Se perdem por ela totalmente
Todos os seres sencientes,
Mas é ela a porta de todos os budhas,
Dos dez mil mundos diferentes”
Para quem tem interesse nos versos de Ikkyu, que são de uma tradução muito difícil, existem, fora dos livros em japonês, dois em inglês que são razoáveis traduções e leitura bem complicada para quem não está acostumado com inglês erudito: “Ikkyu, Crow with no Mouth” de Stephen Berg, e “Have Once Paused: Poems of Zen Master Ikkyu Sojun” de Sarah Messer.
Adendo: Geishas, Kyabas e Ye Chang Yuan
Eu considero difícil separar espiritualidade de cultura, pois a coisa fica muito “metafísica” e sobrenatural, e apesar de gostar disso também, perde-se um tanto da humanidade e da ligação com o aqui e agora, e isso é sempre perigoso.
Coisas astrais demais, tendem a permanecer ou a se manifestar apenas no atral. É por isso que vou abrir este pequeno adendo para falar das citadas Geishas, hoje chamadas de Kyabas e Ye Chang Yuan, pois elas não são prostitutas e sim um fenômeno cultural sino-japonês (China-Japão).
Sempre presentes no budismo da fina linha vermelha, fizeram parte de algumas paixões de Ikkyu, e eu confesso, das minhas também (pelo menos uma vez), então vale a pena falar sobre elas.
Sim, Ikkyu frequentava ambos os locais, tanto prostíbulos baratos quanto as casas das geishas (que sempre foram mais caras), mas não preciso nem dizer qual ele preferia, até porque sempre se dava bem por ali, apaixonado por alguma delas.
Nestas “casas de Geishas”, que não são prostíbulos, também é possível conseguir sexo, e possivelmente pagando por ele também, depende do local, mas o que se vende nestes locais é o tempo, a diversão e o entretenimento feminino para os homens, com uma moça dedicada à te fazer feliz por algumas horas.
Como se pode ver, isso é milenar. China e Japão são países onde a prostituição “pura” é ilegal e severamente punida, também milenarmente. O tipo mais famoso destas trabalhadoras, que driblou essa legislação foi chamado por muitos anos de Geisha. Hoje em dia são chamadas no Japão de Kyabas, e na China de Ye Chang Yuan.
No entanto, elas agem de forma muito diferente das prostitutas convencionais, e você não pode trata-las como tal, sob risco de ser inclusive punido por isso. Então vale a pena esclarecer:
– Geishas:
Dedicadas ao entretenimento masculino. Cantavam, dançavam, recitavam poemas e liam livros para os homens, enquanto os serviam de sake e outras bebidas, conversavam sobre suas vidas, e eram sempre generosas em comentários, e geralmente muito inteligentes, pois conversavam muito.
Mestras em fazer o homem se sentir bem, conheciam diversos jogos para distração, e proporcionavam momentos de companhia para os homens; as vezes era o mais próximo de uma mulher que um japonês da época poderia chegar, sem ter de se casar com ela.
As casas de Geishas eram um local de cultura, arte “popular”, e muitos homens que não sabiam ler contavam com geishas para “viajar” em mundos diferentes, poesias e personagens da literatura.
Muitos homens se apaixonavam por Geishas, e Ikkyu não foi diferente, se apaixonando por várias moças que trabalhavam desta forma, a mais famosa foi Mori.
Mori, diziam que era quase cega ou enxergava muito pouco, mas cantava muito bem, recitava poesias que conhecia de memória, e era linda. Ikkyu tem várias poesias dedicadas à Mori, misturando sua paixão imensa por ela com o Zen.
Como era trabalhadora, ou o que depois foi conhecido por Geisha e hoje é Kyaba no Japão, provavelmente Mori tinha que dar atenção à outros homens que pagavam, quando estes chegavam antes de Ikkyu e a escolhiam (elas ficam exclusivas para o homem pelo tempo pago).
Ikkyu considerava um imenso exercício Zen tolerar isso sem enlouquecer, nem se alterar, nem abandonar tudo para “fugir” com Mori.
E sim, era possível fazer sexo com estas geishas. Era preciso, no entanto, convencê-las. E depois de convencidas, se ela quisesse, poderia como costume, dar um preço extra para isso.
Todos os homens tentavam conquistar uma geisha e obter seus favores sexuais durante ou após os serviços. Lógico que apenas uma minoria conseguia.
Arte do sec XIX, de Kawanabe Kyōsai. Mostra uma Geisha capaz de seduzir o rei do inferno, Emma Dayo. Quando uma Geisha era muito sedutora, era chamada de Jigoku Dayū (cortesã do inferno). Ikkyu teve uma discípula com esta alcunha.
Kyabas e Ye Changs:
Hoje, comum na China e no Japão, estas moças com este tipo de trabalho são chamadas de Kyaba (Japão) e Ye Chang Yuan (China), as descendentes das Geishas.
Você paga pela companhia delas (não por sexo!), e cada “casa” varia em suas “regras”, costumes e liberalidade das moças. Tem lugares que você paga literalmente apenas para vê-las dançar para você, cantar e te servir de alcool, acender seu cigarro e conversar sobre a pressão do seu trabalho. Isso basta para muitos homens orientais exaustos dos chefes e das esposas, ou de uma solidão irremediável tão comum na parte rica da Ásia.
Em outras casas (as únicas que eu acho válidas, pois é caro), elas tocam você e permitem o toque respeitoso a princípio (depois pode evoluir se ela quiser), seguram a mão, conversam sobre sua vida, e você realmente tem uma chance real de conseguir o que você quer, mas elas dificilmente saem dando beijos nos primeiros minutos. É preciso, na verdade, mais lábia para ficar com uma destas do que com uma moça “comum”.
Isso porque elas são muito acostumadas com caras tentando “pegá-las” todas as noites, e já conhecem todo tipo de “estratégia” e “cantada”. Elas próprias tem várias estratégias, e se você não for direto e muito Zen (literalmente), você pode terminar muito frustrado, e sair de saco cheio e carteira vazia, após ser distraído com jogos, brincadeiras, músicas e danças particulares.
Em algumas casas as moças são bem liberais, e se a que você escolheu gostar de você, lhe dará a oportunidade de conquistar e conseguir mais coisas com ela ali mesmo. Do contrário, ela vai enrolar seu tempo, que parece que voa nestes lugares. Duas horas se tornam vinte minutos.
Não são prostitutas, e caso consiga dar uns amassos ou fazer sexo com uma delas, afinal elas estão lá disponíveis, bebendo e sendo gerenerosas com você, acredite, é também mérito seu e é porque ela quis.
Aqui me refiro às Kyabas e as Ye Chang, e não à prostituição ilegal que também, claro, pode ser encontrada das mais diversas formas, mas que não recomendo, nem aprecio, sinceramente.
Já nestas casas de Geishas, para quem conhece, só de passar na porta as pernas bambeiam, fica tudo mais lento do lado de fora, mas o tempo passa rápido demais do lado de dentro.
É preciso ser fluente, ou ser acompanhado de gente fluente na língua, que conheça o local bem (pois as regras são diferentes em cada casa), e vários destes locais não gostam de estrangeiros. Isso porque muitos já confundiram e “atacaram” as moças como fariam em um prostíbulo barato, sendo imediatamente convidados à se retirar, ou até mesmo obrigados à pagar taxas extras pelo incômodo.
Uma casa de Ye Chang Yuan na China. Agora é só escolher…
Álcool x Budismo:
Ji Gong, o santo beberrão:
Não é só no Japão, e não só Ikkyu que era um monge “contraditório”. Um dos “santos” chineses, reconhecido como uma deidade encarnada era Ji Gong (ou DaoJi), e ele era extremamente contraditório. A diferença é que Ji Gong, diz-se, fazia vários milagres em vida, e o sobrenatural era totalmente normal quando se estava perto dele.
Sempre representado, em diversas tradições e práticas, com roupas de monge, trazendo um leque nas mãos e uma cabaça de álcool na outra.
O leque nas mãos de Ji Gong tem significado. O abanador movimenta o vento, que em chinês é 风(feng), cuja pronúncia parece com Fan (烦, problemas), e por isso o leque é considerado algo que abana as preocupações e problemas para longe.
A cabaça de álcool nem é preciso explicar, ele bebia muito, mas ninguém conseguia expulsar ele do templo, devido aos seus milagres e conhecimento do sagrado. Muitas vezes ele também é representado carregando seus sapatos nas mãos e andando descalço, semelhante a um Louco do Tarot.
Ji Gong era representante da “divina loucura”. Não ligava para nada, respondia muitas vezes perguntas complexas com anedotas ou piadas. Nascido em 22 de Dezembro do ano de 1130 (ocidental-cristão), ou seja, bem antes de Ikkyu, Ji Gong era um estorvo para alguns, e um herói para outros.
Comia carne, desprezava totalmente os votos monásticos, não como Ikkyu, argumentando contra eles de forma categórica e propondo outras práticas, mas sim dando de ombros e rindo das tradições como se fossem piadas de quinta-série.
Morava no templo Jin Ci antes de se tornar um eremita andarilho. É dito que bebia demais e tinha ressacas épicas, que o faziam apagar no chão mesmo, às vezes por dias. Uma vez, encarregado de tomar conta de uma pagoda do templo Jin Ci, bebeu muito e dormiu por quase três dias depois disso.
As velas queimaram a madeira de um dos altares, já que na China o clima é muito seco, e iniciou-se um incêndio. O abade do templo vendo isso o ameaçou de expulsão, o xingando e culpando pelo incêndio. Ji Gong acordou rindo, e dizendo que tinha mais do que madeira suficiente para reconstruir a pagoda.
O abade disse que não havia nada, e quando abriu a dispensa que estava vazia, viu vários cortes de madeiras diferentes que “apareceram” do nada. A madeira parecia não terminar nunca, até acabarem a reforma daquela pagoda do templo, quando de repente, desapareceram da dispensa.
Ji Gong como peregrino andava falando sozinho, bebendo, rindo, curava doentes e fazia milagres por onde passava. Por vezes, para curar alguém seriamente doente, ele esfregava terra embaixo das próprias axilas, rindo, e fazia a pessoa comer (ugh!). É relatado que quem comia ficava curado de qualquer enfermidade.
Ele faleceu em 1209 com 78 anos, sendo reconhecido como uma encarnação de Xiang Long Luohan (降龍羅漢), o domador do dragão, um dos dezoito discípulos do budha Shakyamuni.
Ainda hoje, Ji Gong é um marco cultural na China e todos os países em volta. Ele é conhecido como um mestre Chan (Zen), como uma deidade no Taoísmo, e até mesmo como uma falange de entidades nas práticas Tang Ki (mediúnicas), tendo médiuns que bebem álcool descomunalmente ao incorporarem ele.
No Tang Ki, que são práticas mediúnicas que datam de pelos menos uns dois ou três mil anos antes das práticas brasileiras, Ji Gong incorpora, bebe álcool e passa instruções por meio de “falangeiros” com sua mesma aparência e atitudes.
Adendo:
Não estamos fazendo apologia neste artigo, de maneira alguma, à beber de forma irresponsável ou que cause constrangimento para pessoas que se importam com você, apesar de eu mesmo já tê-lo feito algumas vezes. Que atire a primeira pedra aquele que nunca se fez de bobo.
Beber sem moderação não vai te fazer um espiritualista melhor, mas sim um bobalhão sem auto-controle. Se você não bebe, não comece a beber, e se você bebe descubra a sua dose certa, pois budismo é o caminho do meio (mesmo no excesso).
Eu, brasileiro-escocês mestiço, bebo desde muito cedo (minha primeira garrafa de whisky foi aos quatro anos), mas hoje em dia tenho regras rígidas para isso, só bebendo após o pôr-do-sol, por exemplo, e só tomando drinks fortes na hora (ou após) de minha filha dormir.
Algo que prometi após assustar minha filha neném, bêbado numa tarde de domingo. Isso é uma vergonha, e vergonhas acontecem nas nossas vidas para promover mudanças, decisões, e exercitar a nossa Vontade, pois elas vem sempre acompanhadas do inadmissível.
A “fina linha vermelha” é o que te modera nas suas paixões, e não o que te nega elas, nem muito menos o que te faz se perverter. Por isso é perigosa, e não é para todos.
Para algumas pessoas, o álcool pode fazer bem em doses pequenas, para outras em doses maiores, e pode também ser desde constrangedor até mortal para outras pessoas, em doses pequenas ou grandes.
Cada um tem uma estrutura (uma fina linha vermelha) diferente e você é totalmente responsável pela sua. O que pode ser inofensivo para um, pode destruir a vida de outra pessoa.
Minha esposa tem alergia (intolerância) à álcool, assim como o pai dela. Meu sogro já teve de ser hospitalizado após uma lata de cerveja, e eu já tive que carregar minha esposa para casa mais de uma vez, quando ainda estávamos nos conhecendo, após alguma festa.
Álcool pode ser bom e pode ser totalmente destrutivo. Se você não sabe o que é na sua vida, então explore o significado disso com toda a maturidade e cuidado que você deve a si, pois o ser mais dependente e necessitado de você, é você mesmo (a).
Eu sei que é uma vergonha ter que escrever isso aqui, mas nunca duvide da capacidade de estupidez das pessoas. Como eu não duvido nem da minha, observo a Fina Linha Vermelha, o que te convido a fazer também.
Nyönpa: Sexo, álcool e carne no budismo esotérico tibetano
Nyonpa é um termo tibetano para todo um grupo de Yogis, que, em diferentes épocas seguiram o caminho Vajrayana de forma própria, independente de quaisquer tradições, sectos ou escolas, baseando-se principalmente na espontaneidade e em adquirir sabedoria prática através da “auto libertação”.
Alguns caminhos como a exploração da própria sexualidade, sobriedade e um estilo de vida nômade são características que unem Nyonpas de diferentes épocas. Alguns “santos” tibetanos são famosos por serem Nyonpas, entre eles o mais famoso é Drukpa Kunley, muito venerado no Tibete e entre praticantes Vajrayana do oriente.
O segundo Dalai Lama, Gendun Gyatso também foi um Nyonpa, Thangtong Gyalpo (o louco sagrado e primeiro mestre de teatro do Tibete) e várias mulheres também, já que a maioria das escolas e tradições da época negavam a ordenação e treinamento para o gênero feminino.
Nyonpa era conhecido como “a prática da observância”, baseado em se observar em suas paixões, humores e particularidades. Para isso, muitos se entregavam à sexualidade, relacionamentos, álcool, fumo, qualquer tipo de comida e danças até o transe como uma forma de yoga.
O Nyonpa não deveria tentar aprender o dharma com ninguém, nem com nenhum livro que não fosse as próprias experiências, por isso deveria agir destemidamente às verges da loucura, num estilo de vida radical.
As práticas de Nyonpa se inspiram diretamente dos ensinamentos dos 84 mahasiddhas que inspiraram também o estudo de magia pelos monges tibetanos, iniciando a separação de outras formas de budismo para criar o Vajrayana. Particularmente as três mulheres mestras que faziam parte dos Mahasiddhas eram consideradas Nyonpa.
Entre estas três mulheres estão Mekhala e Kanakhala, que atingiram o domínio de Sidhis ou poderes mágickos com a prática de Vajravarahi, e que, de forma alegórica e esotérica teriam oferecido sua própria cabeça para se tornarem Siddhas.
Oferecer a própria cabeça é obviamente uma alegoria, um símbolo de renúncia da própria sanidade, da própria consciência e razão para alcançar o divino, por isso elas foram inspiração para os Nyonpa, exploradores da própria consciência que não temiam perdê-la para descobrir seus limites.
A deidade Chinnamasta ou Chinnamunda teria se originado do sacrifício de Mekhala e Kanakhala, que após cortarem suas cabeças se tornaram dakinis do reino de Vajrayogini, uma rainha Dakini.
O mais famoso dos Nyonpa, no entanto, e de quem se tem, de fato, registros históricos de existência e que decidiu seguir este caminho foi Drukpa Kunley, conhecido como “o santo das cinco mil amantes”.
Drukpa Kunley é considerado um dos grandes Mahasiddhas tibetanos (que não fazem parte dos 84 mahasiddhas tântricos)
Figura extremamente contraditória, Drukpa Kunley (1455–1529) era um Yogi andarilho, com fama de milagreiro e iluminado. Ele foi o introdutor do culto ao “divino falo” (piroca sagrada), colocando Thangkas (arte tibetana) com pênis desenhados da mesma forma que deidades, em templos e telhados no Butão.
O culto do falo foi introduzido no Butão por Drukpa Kunley, que os pintava principalmente em lugares considerados sagrados. Até hoje, por ali, é frequente que paredes de templos e casas tenham pirus sagrados desenhados de forma “esotérica”.
Fora ter introduzido o falo no Butão, Drukpa Kunley dizia que seu próprio falo era um “trovão de fogo iluminador”, e com essa premissa, é dito que tenha iniciado em seu próprio estilo de budismo mais de cinco mil mulheres através de práticas sexuais (todas com consentimento).
Varias mulheres vinham do Tibete e do Nepal para o Butão, pedindo que Drukpa Kunley as iniciasse em seu budismo, ou que lhes descesse o trovão de fogo. Prefiro não dizer o que acho disso, e respeitar a tradição de Drukpa Kunley, que foi uma figura tão importante e dizem, milagrosa, andarilho pelas regiões de Tibete, Butão e Nepal.
Outro fato sobre isso é que ele era abertamente “namoradeiro”, e considerava sagrado o fato de alguém se relacionar com ele. Pelo menos era sincero e todos sabiam exatamente o que esperar dele, então nunca confunda com atos obscuros e repentinos; Drukpa Kunley era um safado convicto e sem constrangimento.
O fato é que Drukpa Kunley dizia que o celibato era algo totalmente desnecessário e inclusive prejudicial para a iluminação, e era radicalmente contrário à qualquer tipo de condenação da energia sexual e da Vontade Pessoal.
A importância de Drukpa Kunley no Dharma butanês é imensa, mas não só. Crítico voraz do monasticismo e dos caminhos de iluminação restritivos, as histórias dele são fantásticas, e variam desde milagres até episódios de grande humor, que fazem parte do folclore e da tradição tântrica tibetana.
Se você quiser saber mais sobre Drukpa Kunley e suas loucuras bem humoradas, safadezas e budismo (mesmo), deve ler o livro The Divine Madman: The Sublime Life and Songs of Drukpa Kunley (livro maravilhoso), e Tales of a mad Yogi, que são super interessantes e valem a pena ler sem julgamentos, se não para concordar, pelo menos para aprender sobre a cultura budista da época e suas infinitas variações.
Adendo:
As histórias e conceitos Nyonpa são polêmicas para os ocidentais. Na Ásia não dão muita atenção para isso, considerando tudo parte de tradições diferentes. Temos, no entanto, dois tipos extremos de reação de praticantes ocidentais que devemos evitar:
Nyonpa são, muitas vezes, veementemente condenadas por praticantes ocidentais na internet; sentados confortavelmente em suas almofadinhas tibetanas importadas, com acesso ininterrupto ao computador e muito conteúdo mal traduzido para confundir suas mentes, eles riem, condenam e menosprezam tudo que não se enquadra na sua mandala imaginária de iluminação.
Eles não entendem que só no budismo esotérico tibetano já existem tantas teorias, práticas e sectos diferentes e contraditórios entre si, que se colocar um representante ortodoxo de cada uma em um auditório, resultaria num formigueiro humano, ou na versão asiática do Programa do Ratinho.
Nyonpa é um constrangimento para grande parte dos praticantes ocidentais Vajrayana, mas isso não me é estranho, porque a maioria dos mesmos é de homens barbados, que julgam a escola-mestre à que tem acesso como O ÚNICO VAJRAYANA, e estão mais longe de ter a vida sexual que gostariam do que de sair do Samsara, por isso são moralistas.
Sem problema algum com isso. A insatisfação sexual é parte da vida de todo mundo, de todos os gêneros, apesar de ser mais comum em nós homens, em um momento ou vários. Existem soluções para isso, algumas nas entrelinhas deste artigo, outras no de Kurukulla, mas se não ficou claro, eu posso ensinar depois.
O ruim é quando se tenta transformar um problema em virtude, e a natureza em pecado. Pode parecer “transcendental” e sagrado, mas é só frustração e falta de opção disfarçadas, e isso é algo que Ikkyu atacava vorazmente já há 600 anos atrás.
Ikkyu também viveu momentos de frustração sexual e falta de opções, como relatado em algumas poesias, especialmente nesta frase retirada de seu texto “Mestre Dharma do amor”:
“O que com certeza não gosto, é deste longo e amargo outono sem bom sexo!” – Ikkyu Sojun
A fina linha vermelha deveria ser exatamente saber o que gosta e o que não gosta, mas não se desesperar na falta de uma coisa, nem se perverter na presença de outra.
Voltando ao Nyonpa, não é uma prática de todas as escolas esotéricas tibetanas ou Vajrayana, na verdade é até mesmo uma excessão. Na escola em que eu fui iniciado não existe Nyonpa. E tudo bem com isso.
Quem busca verdades absolutas no budismo, já começou a girar na direção errada na roda da evolução. Uma hora a roda para e inverte o fluxo, e mais um vez, está tudo bem com isso.
“Mantenha a companhia daqueles que buscam a verdade e fuja daqueles que a encontraram.” – Vaclav Havel
Outra forma de reação ocidental extrema é de pessoas que se consideram Nyonpa, simplesmente porque vivem de uma forma sem cuidados, compromissos nem responsabilidades pelas consequências de suas ações, como se os grandes Nyonpa fossem meros loucos ou justificadores de ações que ignoram a dignidade pessoal e a compaixão.
Enquanto que, de fato, o estilo dos Nyonpa e diversos “santos” tibetanos é de um caminho de individualidade, e é compatível com o budismo japonês Ikkyu da fina linha vermelha, e as peripécias de Ji Gong com seu alcoolismo desmedido e “divina loucura” na China, é importante se lembrar de que os Nyonpa se tratavam de verdadeiros yogis, e em tempos completamente diferentes dos nossos.
Utilizar a “divina loucura” como desculpa para desrespeitar as pessoas é uma falta de compaixão e de bom senso, que nos dias de hoje pode acarretar desde em solidão aguda até em uns tapas.
Utilizar a sexualidade pessoal, e seu direito total e exclusivo à ela, como uma forma de vício sem consciência ou capacidade de escolha, geralmente acarreta em famílias destruídas, laços afetivos tóxicos e um embrutecimento do afeto, ignorando que o tempo passa para todos.
Os Nyonpa podem e devem servir de exemplo para que você se liberte de dogmas sexuais, morais e veja que isso não tem qualquer serventia no sagrado, ou como diria Ikkyu, no verdadeiro Zen, no verdadeiro caminho.
O que importa, como diria mestre Lin Ji, é o pessoal, é você.
Que estes exemplos jamais sejam utilizados para justificar compulsões ou abusos de qualquer forma, pois isso está longe do caminho daqueles que se julga emular, e como estes exemplos são de formas de budismo radical e avançadas, as consequências de falhar nestes caminhos não demoram a se mostrar em todo seu potencial destrutivo. Esteja ciente.
Posfácio:
Este foi um dos artigos que eu mais curti ao escrever, pois coincidiu com o início dos meus estudos do Zen de Ikkyu, que complementa e justifica muita coisa que vejo no budismo tailandês nos últimos anos, e suas crenças sobre vida mundana e sexualidade.
Confesso que foi desafiador também, veja que quase todo capítulo precisou de um adendo, mas me sinto melhor e mais responsável por isso, já que passo a instrução mas também um pouco de sobriedade para você, nem que seja para que você a perca depois.
Introduzidos neste artigo, Ikkyu faleceu com 88 anos, Ji Gong 79, já Drukpa Kunley, diz-se, viveu até os 115 anos; todos morreram lúcidos e alegres em épocas onde a expectativa de vida era de menos de 50 anos.
Disto se conclui que mesmo em seus estilos de vida bohêmios, ouvir o próprio espírito e satisfazer algumas de suas paixões pode realmente garantir uns anos à mais de saúde.
É também um alerta para nós, e me incluo nisso, já que no momento trabalho demais, e este artigo foi escrito no meio de dois expedientes estressantes de trabalho por dia. Preservar a vida pode ser não segurar, protelar e muito menos negar o que é importante para nós, e me refiro ao tipo mais egoísta de importância.
Nem sempre isso é possível, e saber a hora de renunciar, e quando não renunciar, é uma arte em si mesma, que faz parte da fina linha vermelha, o budismo radical da auto observação.
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