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Segunda hora: Mediante a dualidade, os peixes do zodíaco louvam a Deus. As serpentes ígneas enrolam-se em torno do caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso.
I
Com fundamento na primeira hora de Apolônio de Tiana, pudemos ver como todas as tensões magnéticas desarmoniosas e incompreendidas e, por conseguinte, desgovernadas que se manifestam no microcosmo, poderão ser conduzidas a uniformidade pelo discipulado gnóstico, como elas, por conseguinte, perdem suas características negativas de maldade e ira e se põem completamente a serviço do candidato aos Mistérios Gnósticos.
II
Cada tensão magnética com que o ser áurico se encontra onerado, foi e é causada por certa ação, por certo ato num período de vida de uma das personalidades que viveram no microcosmo.
Quando todas essas tensões magnéticas – livres de sua maldade e de sua ira e de suas eventuais reações se colocam a serviço dos seres humanos agora viventes, então verifica-se a liberação de imenso tesouro de experiências, de purificação e de conhecimentos, que torna cada candidato mil vezes mais forte que o tornaria o estado de vida comum.
A essa primeira hora ajusta-se a segunda hora, a qual diz: “Mediante a dualidade, os peixes do zodíaco louvam a Deus. As serpentes ígneas enrolam-se em torno do caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso”.
Para poderdes compreender essa segunda hora, precisais ter bem presente o que a primeira hora vos quis dizer, isto é, que mediante orientação inequívoca, estando sobre o Tapete, o candidato consegue o domínio sobre si mesmo, e que pela identificação dos “eus” os demônios no “eu” perdem sua maldade e sua ira.
Agora o candidato não está mais fundamentalmente preso pela vida dialética.
III
Ele está livre para poder trilhar a Senda, e esta liberdade fundamental só é possível mediante a mencionada transformação do demônio no homem, mediante o escapar-se da garra caótica das tensões magnéticas em nós, e pelo seu ordenamento e transformação. Desde que o aluno se tenha libertado dessa garra, ele é diretamente confrontado com o campo de nascimento astral da dialética, em suma, com o grande campo de vida astral da dialética. Pois que a oposição não deve só ser vencida e ultrapassada no próprio microcosmo, mas também no mundo maior, no qual vivem o microcosmo e a personalidade.
Nesse campo de vida sideral, com os seus eões lá dominantes, manifesta-se a força da dualidade. As influências das forças gêmeas da natureza se fazem presentes nesse campo e, em conseqüência disto, tudo na natureza visível e impelido para o seu oposto e, deste modo, o jogo da contínua troca na dialética fica de algum modo esclarecido.
É uma lei natural, e no campo de nascimento sideral ela é absolutamente válida, de modo que, quando se principia com alegria e entusiasmo fica-se, num certo momento, tomado e dominado pelo pessimismo e tristeza. Não é sem razão que isso é assim; pelo contrário, inteiras séries de sintomas no grande jogo das trocas dão para isso motivos abundantes.
Assim se intercambiam continuamente e em todos os aspectos a crença e a descrença, a certeza e a dúvida, a luz e as trevas. E aquele que não venceu o demônio das tensões magnéticas na Primeira Hora, também na Segunda Hora do Nuctemeron não poderá estar em parte alguma!
Ele será completamente subjugado e neutralizado pelas forças do campo sideral. Unicamente aquele que conseguiu uma nova condição e alcança o nascimento da Alma, aquele que, mantendo-se firmemente sobre o Tapete, serenou a tempestade magnética em seu próprio ser, somente esse pode em conseqüência disso, intentar dominar o campo de nascimento sideral. Ele pode fazê-lo, desde que encontre o método pelo qual os opostos da natureza se equilibram e pode, assim, preparar para si mesmo uma passagem harmoniosa, uma passagem através do mar vermelho do nascimento sideral.
Com certeza, já muitas vezes ouvistes falar a respeito do equilíbrio dos opostos, e deveis ter aprendido algo disso em vossa juventude; talvez regressastes para a vossa casa levando notas de primeira ordem em Matemática, mas criar e seguir semelhante caminho matemático na própria vida é, porém, algo bem diferente, e nos coloca diante de grandes e difíceis problemas.
Deixemos que o Nuctemeron, na Segunda Hora do nosso vero discipulado, nos ensine a maneira de podermos resolver esses problemas, ao admitirmos ter atravessado satisfatoriamente a primeira hora.
“Mediante a dualidade, cantam os peixes do zodíaco louvores a Deus”, esta é a primeira fórmula que temos de resolver. Conhecemos naturalmente o símbolo zodiacal “Piscis”, os dois peixes colocados, um ao lado do outro, e ligados por uma cruz. Um dos peixes é o símbolo do Homem divino, o outro peixe é o símbolo do homem preso à natureza. Ambos devem tornar-se um mediante uma Via Crucis. Compreendemos isto como sendo o desabrochar, pela endura, do homem natural no Homem-Alma divino. E uma vez que os dois se tenham tornado um, então isto quer dizer que os opostos se identificaram.
Deste modo possuímos a chave para a passagem através do campo de nascimento sideral. Neste campo arde um fogo, um fogo que chameja fortemente. Conhecêmo-lo como o fogo do desejo, e nele distinguimos três estados: o da atração, o da repulsão e o indefinido. 0 homem encontra-se perfeitamente sintonizado com esse fogo e é uno com ele.
Compreendemos que, justamente pela forte e extremada individualização do homem dialético, o fogo sideral torna-se um inferno flamejante, pois que todas as nossas vidas de desejos se eqüivalem entre si, já que pertencem a esta natureza da morte, mas as nossas vidas de desejos não se harmonizam quanto ao mesmo objetivo.
O fogo que eu atraio e assim vivifico pode ser repelido por vós, ou podeis querer extinguí-lo, ou não tendes interesse por ele. Quando, pois, estamos tão desigualmente, tão diferentemente sintonizados, tornamo-nos um inferno um para o outro.
Queimamo-nos uns aos outros com fogo, apesar de não o desejarmos, e assim atiçamos o geral charco de fogo e assim torna-se compreensível o furiosos andamento do jogo dos opostos. As contínuas transformações são lógicas e explicáveis!
Os homens, pela sua natureza dialética, reciprocamente se atiram ao inferno do fogo sideral e se ligam uns aos outros.
Pelo desejo a discórdia é atraída.
Suponde terdes percebido isso e que todos vós desejais neutralizar o fogo que todos somos responsáveis, que quereis conseguir a equivalência dos opostos e assim abrir uma passagem. Que tendes então a fazer?
Então, vede o simbolismo dos peixes do zodíaco.
Por que e com que são ligados o homem inferior e o Homem divino e a dualidade se transforma em unidade?
Pela Cruz, isto é, pelo Amor Divino, o qual tem o poder de tudo santificar e tudo vencer. É esta, pois, a Força Alma-Espírito, a verdadeira harmonia de vida, a qual unicamente se torna possível pela Via Crucis do Amor.
Estais agora em condições de compreender de que aqui se trata? Suponhamos possuirdes um inimigo. Todo homem tem inimigo, conhecidos ou desconhecidos, querendo-os ou não. Como aparece a inimizade? Ela aparece, deve aparecer da heterogeneidade dos opostos.
Repelis, quereis suprimir; um outro atrai o que é idêntico, ele quer deixar que o incêndio flameje. Imediatamente surge grande conflito, antagonismo no campo dos opostos. Surge logo a guerra! Seguis o mesmo caminho porque viveis na natureza da morte, porque tendes desejos no campo de nascimento sideral.
E assim, os homens prendem-se uns aos outros na dança infernal, na própria condenação. Uma lei natural se cumpre; uma vez estamos no forno e somos torrados, e outra vez estamos fora do forno para torrar e assar a outrem. Apolônio de Tiana procura fazer-nos ver a nossa estupidez e a nossa limitação.
Como é que a dualidade dos peixes (apesar de dualidade) entoa louvores a Deus? Pela Via Crucis do Amor, meu amigo!
Como devemos entendê-lo? Assim: Seja a Primeira Hora do Nuctemeron a nossa base; e suponhamos que estais na calma e na unidade da Primeira Hora. Então sabeis, seja lá como for, que cada desejo que tem a qualidade e a natureza do campo de nascimento sideral, evoca o oposto, gera um oposto e, assim, origina a inimizade e o fogo infernal.
E é também evidente que já não mais alentais esses desejos, já não mais os atiçais em proporções cada vez maiores, e assim, portanto, os neutralizais. Deveis elevar-vos em superior orientação à Vida libertadora da Alma.
Quem o faz, passa são e salvo através de quaisquer profundidades do inferno. Esse encontra a harmonia proveniente da identidade dos opostos.
Quando, no tocante a tudo o que pertence ao campo de nascimento sideral, vos tornastes sem desejos, então cada força sideral que necessitais, devido ao vosso estado biológico, vem a vós sem que provoqueis um antagonismo! Uma outra lei natural considera isso quando afirma:
“Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo o mais se vos dará em acréscimo”.
Suponde que já não mais possuís desejos e estais na Via Crucis do Amor, e aparece um inimigo, isto é, um inimigo natural, visto que, segundo a natureza, cada ser humano da dialética é vosso inimigo. Ele quer queimar-vos com o seu desejo orientado de modo completamente diferente; ele é obrigado a fazê-lo em razão de seu ser, e isto significa que, pela vossa passagem pelo campo de nascimento sideral, quase que diariamente sois confrontados com as farpas inflamadas do grande fogo, e compreendeis que cada homem assim age, assim deve agir, de acordo com o seu estado de ser. Isto está claro para vós.
No entanto, por não possuirdes mais desejos, não podeis mais ser puxados para o fogo, e também não o atiçais para os outros.
Ele, o inimigo, está diante de vós, ele procura, pelo medo ou seja como for, induzir-vos à atividade. Mas a única atividade que agora parte de vós é o grande Amor da Via Crucis das Rosas, o Princípio-Vida do mundo da Alma. E a grande compreensão compassiva do próximo, da situação do próximo.
Para vós já não existe mais nenhum antagonismo. Para vós há somente a fase da Via Crucis, a passagem pelo deserto, pelo campo sideral; estais dirigidos para o Mundo do estado da Alma. E assim prosseguis, amais os vossos inimigos, e todos os antagonismos desaparecem. Encontrastes a grande harmonia. Junto ao vosso estado sideral postou-se o Filho de Deus, a Alma Vivente. Crescestes nos cânticos da Segunda Hora.
“Mediante a dualidade, entoam os peixes do zodíaco louvores a Deus”. E assim, ainda resta indagar:
“As serpentes ígneas enrolam-se no caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso”.
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