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Pinturas Cabalísticas e Emblemas Sagrados – História da Magia

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Sobre a Igreja Primitiva

A Igreja primitiva, obedecendo ao preceito formal do Salvador, não entregava seus mais santos mistérios às profanações da multidão. Ao batismo e à comunhão só se era recebido por meio de iniciações progressivas. …As imagens eram então menos numerosas e, sobretudo, menos explícitas. Abstinham-se de reproduzir a figura do Salvador; as pinturas das catacumbas são, em sua maior parte, emblemas cabalísticos.

Gnósticos

O nome “gnóstico” nem sempre foi um nome proscrito na Igreja. Os padres …empregaram muitas vezes esta denominação para designar o cristão perfeito …Os falsos gnósticos foram todos rebeldes à ordem hierárquica …quiseram nivelar a ciência, vulgarizando-a …concedendo licença à mística das paixões sensuais em detrimento da sobriedade cristã e da obediência às leis …Produzir êxtases por meios físicos e substituir a santidade pelo sonambulismo, tal foi sempre a tendência das seitas caínicas continuadoras da Magia Negra da Índia. A Igreja devia reprová-las com energia…

Esperando escapar à hierarquia pelo milagre comum …os gnósticos …eram operadores de prodígios, substituindo o culto regular pelos ritos impuros da Magia Negra, fazendo aparecer sangue em vez do vinho eucarístico…

A intrusão da mulher no sacerdócio foi sempre o sonho dos falsos gnósticos porque nivelando assim os sexos, eles introduziam a anarquia na família e punham, para a sociedade, uma pedra de tropeço. O sacerdócio real da mulher é a maternidade e o culto desta religião do lar é o pudor.

Manés – Maniqueísmo

Depois do panteísmo polimorfo dos gnósticos, veio o dualismo de Manés [que] …formulou em dogma religioso a falsa iniciação dos pseudo-magos da Pérsia. O mal, personificado, tornou-se rival de Deus. …[Conceberam] um rei da Luz e um rei das Trevas…[e foi netsa época que começou a institucionalização desta crença] …esta idéia funesta da soberania e ubiqüidade de Satã.

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR:

O maniqueísmo, tal como o gnosticismo e outras correntes doutrinárias religiosas, está relacionado entre os chamados “movimentos heréticos” dos primeiros séculos da Era Cristã. O encontro do Cristianismo com a filosofia neoplatônica em várias “heresias”, ou seitas de perdição, conforme São Pedro e São Paulo; entre elas, a gnose é mais conhecida. Entre os séculos III e IV surgiu o Maniqueísmo, um sistema de pensamento elaborado pelo neoplatonico Mani (ou Manés). Suas influências eram o budismo e o Zoroastrismo. Pregava a existência da dualidade, dois princípios, o bem e o mal. A matéria era essencialmente má. Santo Agostinho chegou a pertencer a esta seita.

Outras heresias proliferaram. O Arianismo, criado por Ário, bispo de Alexandria, que pregava o Cristo criatura, eliminando assim o mistério da divindade coexistente com a natureza humana. O Nestorianismo, heresia de Nestório, negava a Maria a condição de Mãe de Deus. O monofisismo, de Eutiques, negava a natureza humana de Cristo. O pelagianismo, negava o pecado original.

Fonte: ENCICLOPÉDIA BARSA, vol VII – p 186.
São Paulo: Melhoramentos | Britânica Editores, 1966.


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