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Observações importantes sobre os pentagramas parecem ser necessárias, já que existe uma grande confusão sobre sua utilização e significado. Mas este texto será breve, pois há outros que abordam diferentes aspectos de tal questão pentagramática.
É preciso compreender que não existe um pentagrama positivo e um pentagrama negativo, um pentagrama do bem e um pentagrama do mal, etc. e tal. Tanto um como outro é disposto e usado segundo a perspectiva do operador. Se, por exemplo, desenhado e colocado na soleira da porta com uma ponta voltada para fora, o pentagrama parecerá invertido aos olhos de quem está chegando, de quem está do lado de fora do aposento, e parecerá “de pé” para quem está do lado de dentro. Em um caso tal, onde estará então o pentagrama “do mal” e o pentagrama “do bem”? Percebe-se que esses conceitos dicotômicos e maniqueístas não existem! Quando traçado um caminho “oculto” da esfera de Binah a Chesed e da esfera de Chokmah a Geburah na Árvore cabalística, poder-se-á notar que o desenho forma um pentagrama invertido (e isso na Árvore da Vida “convencional”); na Árvore do Conhecimento, ou da Morte, quer dizer, das Qliphoth, o mesmo também ocorre.
Ambos os pentagramas podem ser utilizados para qualquer propósito. Só depende da Corrente na qual você esteja trabalhando, ou seja, Nox ou Lux, e não do “bem” e do “mal”, pois a ideia estereotipada de que as trevas são o mal e a luz é o bem absoluto é completamente equivocada e ilusória. Por exemplo, os dois pentagramas (o invertido e o “normal”) podem ser usados para invocar as quatro principais forças da Corrente Draconiana, a saber: Lúcifer, Vênus, Samael/Satã e Lilith (entenda-se que esse nomes podem ser substituídos por diversos outros nomes correlatos, com discernimento, é claro). E essas forças não são maléficas, malignas, malévolas, do mal, ou qualquer asneira semelhante, mas sim são forças arquetípicas inerentes à vida e à evolução, são forças da inteligência, da razão, das emoções, do amor, do ódio, das paixões, dos instintos e dos prazeres sensoriais e materiais, tudo o que é necessário à vida, ao aprendizado e à evolução, especialmente a evolução deliberada e por livre vontade. O mal, como as pessoas o categorizam, só existe na mente humana, nada mais. Usar no pescoço ou no anel um pentagrama invertido ou “de pé” não tem qualquer conotação moral ou dogmática com relação ao que é “do mal” ou “do bem”.
Alguns dizem que o pentagrama convencional protege contra magia negra. Isso parece um tanto incoerente, já que a magia não tem cor, não existe magia negra nem magia branca. Tanto o pentagrama convencional como o pentagrama invertido podem banir e resguardar o operador de forças intrusas, perturbadoras e inconvenientes ao trabalho que será empreendido, mas não necessariamente forças más ou malignas, como a maioria das pessoas imagina. Um exemplo da “isenção moral” do pentagrama está no sigilo ou selo de Astaroth, um espírito da Goécia. Seu sigilo é formado por, entre outros símbolos, um pentagrama “convencional” e não por um pentagrama invertido. Outro exemplo de pentagrama ou estrela “de pé” é o signo dos Deuses Mais Antigos mencionados na controversa obra conhecida como Necronomicon. Já o pentagrama invertido é a estrela de Set (Shiva, Samael, etc.), o deus arquetípico primordial representado pela estrela Sírius, o que indica sua relação metafísica com os mais altos níveis de manifestação cósmica e de consciência, muito além da vida comum e corrente. Por outro lado, em nível mais próximo da realidade prosaica do ser hamano, o pentagrama invertido pode ser usado também em trabalhos que visam a objetivos materiais (afinal estamos todos encarnados na matéria, e nem só de espírito é possível se viver neste mundo). Além disso, astronomicamente, um pentagrama invertido é formado no espaço sideral nas conjunções planetárias entre a Terra, Vênus e o Sol (“assim como acima, é abaixo”), demonstrando uma relação “sexual” metafísica em nível astronômico. É claro que isso tudo pode ser “aproveitado” nos trabalhos ritualísticos específicos.
O pentagrama invertido pode ser traçado na direção dos quatro quadrantes, em sentido anti-horário, e os nome são vibrados devidamente e não simplesmente falados de qualquer jeito (cada nome tem sua vibração e pronúncia corretas), com concentração mental e comoção emocional, sentindo a vibração em si. O pentagrama invertido tem seu traçado de acordo com os quatro Elementos também. Quando se faz o pentagrama invertido traçando-o pelo Elemento Terra, o indivíduo estará invocando a força da Terra (e tudo o que ela representa) e daqueles poderes arquetípicos para o seu real Ser encarnado na Terra, fazendo-os se manifestarem em si mesmo e na obra que se tem em vista. Nos trabalhos de Magia Sexual o pentagrama invertido é particularmente usado para invocar a Serpente do Sexo e o Dragão de Sabedoria, além dos objetivos materiais (e o sexo, a princípio, não é realizado material e sensoriamente no plano físico?!).
Portanto, use e abuse dos pentagramas… Mas com conhecimento e discernimento, logicamente.
Adriano Camargo Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, Draconismo, Mão Esquerda e é estudioso de simbologia e mitologia comparadas. É membro de diversas Ordens, possui diversos livros publicados e escreve também para a Revista Universo Maçônico, para o Jornal Madras, para o site Morte Súbita, para o Zine Lucifer Luciferax e para blogs pertinentes.
Fr.’.’.’Adriano Camargo Monteiro
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