Categorias
Alta Magia

Faz diferença a ordem de leitura dos Grimórios?

Leia em 2 minutos.

Este texto foi lambido por 542 almas esse mês

Por Robson Belli

Teoricamente essa pergunta, não faria sentido, afinal, cada grimório costuma ser considerado, por definição, um sistema fechado em si mesmo. Seria bastante equivocado afirmar isso na realidade; contudo, todos sabem que os magos, tanto de hoje quanto do passado, especialmente os mais relevantes e abastados, eram colecionadores de livros. Trithemius, um dos pais da biblioteconomia, e John Dee, que indiscutivelmente possuía uma das maiores bibliotecas da Inglaterra, quiçá da Europa em seu tempo, são exemplos claros dessa tradição.

Portanto, um verdadeiro aspirante a mago não se prende a uma única obra; ele geralmente estuda extensivamente diversas fontes. Isso não é diferente em relação aos grimórios, pois existem dezenas de versões destes. O que os medievais tinham à disposição é apenas uma parte do quadro, uma vez que livros ensinando metodicamente a realização de magia são uma novidade relativa. Isso se deve à evolução da tradição, tornando-se mais didática para preservar e transmitir conhecimento após o fim da perseguição ativa e perigosa da igreja. Na modernidade, a magia passou a ser considerada apenas uma superstição do passado obscurantista.

Assim, este artigo pretende ser um guia (não definitivo e muito menos exaustivo) para aqueles que iniciam sua jornada mágica no mundo dos grimórios. A pergunta que frequentemente fica sem resposta é: por onde devo começar?

A verdade é que não há um caminho pavimentado; a escolha normalmente é feita com base nos grimórios disponíveis. Contudo, nos dias atuais, já temos muitos grimórios acessíveis a preços módicos. Neste contexto moderno, torna-se válida essa avaliação e esse tipo de indicação.

Alguns livros são melhores e mais didáticos que outros. Recomendo dois livros: Ars Notoria e Arbatel. Ars Notoria é recomendado por motivos simples; é um grimório cuja magia visa ajudar o mago a se instruir como magista melhor. Ele proporciona boa memória (fundamental), instrução sobre o Trivium (habilidades em gramática, lógica e retórica) e aborda temas como astronomia, teologia, geometria e música, essenciais para o magista. Quanto ao Arbatel, recomendo-o como um primeiro sistema por ser limpo, simples, relativamente seguro e bastante efetivo, sem a necessidade de apetrechos caros e extravagantes, como um jarro de bronze, selos em ouro e um cinto de couro de leão, como na goécia.

Se a pessoa deseja algo mais sofisticado, um grimório antigo de Pietro de Abbano, como o Lucidarium Artis Nigromantice, pode ser recomendado. Esse grimório ensina a lançar adequadamente um círculo mágico e difere do Heptameron por conter o sistema completo de evocação angelical dos sete arcanjos. Para aqueles que desejam adentrar mais profundamente o mundo da magia cerimonial, várias versões das clavículas de Salomão são recomendadas, sendo uma ótima mescla com o Lemegeton uma variação chamada a chave do conhecimento do Lord Sommers.

Essas são algumas recomendações iniciais. Se deseja saber mais, procure-me em nosso grupo do Telegram de magia tradicional; posso fornecer mais dicas por lá! Até mais!


Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.

Deixe um comentário


Apoie. Faça parte do Problema.