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1. Na Parte I, consideramos o esquema geral da Árvore da Vida a estudamos o método pelo qual podemos utilizá-la. Entraremos, agora, no estudo detalhado das Sephiroth individualmente. Esse estudo deve ser necessariamente experimental, pois seria preciso devotar toda uma vida de pesquisas à análise-do significado das correspondências que se estendem nas ramificações infindáveis de cada símbolo associado a cada Sephirah. Mas é preciso iniciar tal estudo, a eis a razão destas minhas tentativas, pois não considero que os capítulos seguintes sejam mais do que isso, embora constituam eles o fruto de dez anos de meditação sobre esse extraordinário símbolo compósito.
2. As Tabelas de Correspondências que encabeçam os capítulos seguintes consistem numa seleção dos símbolos a das idéias principais associados a cada Sephirah, a não pretendem em absoluto ser completas. Elas contêm, no entanto, os símbolos mais significativos, possibilitando ao estudante uma boa compreensão filosófica do assunto a permitindo-lhe experimentar por si mesmo o emprego da Árvore como símbolo de meditação.
3. As referências foram tomadas sobretudo do 777, de Aleister Crowley, que as obteve dos manuscritos de MacGregor Mathers. Este, de acordo com o que pude apurar, já que esse autor não menciona suas fontes, as extraiu das obras do Dr. Dee a de Sir Edward Kelly, além das de Cornelius Agrippa, Raymond Lully a Pietro de Abana, entre os escritores antigos. Entre os modernos, o mesmo material se acha disseminado nas obras de Knorr von Rosenroth, Wynn Westcott, Éliphas Uvi, Sra. Atwood, Mme. Blavatsky, Anna Kingsford, Mabel Collins, Papus (Encausse), St. Martin, Gerald Massey, G. R. S. Mead a muitos outros. É possível que Mathers esteja em dívida para com alguns desses autores; outros podem estar em dívida para com ele. Alguns deles foram realmente membros da Ordem da Aurora Dourada, que ele fundou.
4. Outras fontes de informação são o Golden Bough, de Frazer; as obras de Walks Budge; os escritos dos Drs. Jung a Freud; as traduções do
Dr. Jowett, do grego; os livros da série Sacred Books of lhe East, da Loeb Classical Library, a tradução de Plotino, por Stephen MacKenna; a tradução do Zohar, pela Soncino Press; e, finalmente, essa valiosa fonte de informação que é a Bíblia Sagrada. (É muito, convenhamos, para a discrição ocultistal)
5. Observará o leitor que os símbolos atribuídos a cada Sephirah são classificados numa ordem regular sob os cabeçalhos e, para que compreenda o significado atribuído pelo ocultista às diferentes seções, bem como a utilização que delas faz, cumpre explicar em detalhes o método de classificação adotado.
6. SEÇAO 1. O título atributdo à Sephirah. Seu nome é dado primeiro em hebraico a depois em português, acrescentando-se, entre parênteses, a grafia hebraica. A cuidadosa grafia de todos os nomes próprios utilizados na Cabala é vitalmente importante, devido ao valor numérico que lhe atribuem os cabalistas a devido à utilizaçáo do significado desses números por aqueles que operam os métodos numerológicos. Não sou numeróloga nem matemática e, portanto, não me proponho a comentar sobre o que está fora da esfera de meu conhecimento. Dou simplesmente os dados para a conveniência daqueles que possam apreciar-lhe o significado.
7. SEÇAO 2. A imagem mágica a os simbolos associados a cada Sephirah. A imagem mágica é o retrato mental que o ocultista constrói para representar a Sephirah, a seus detalhes conferem muitos símbolos significativos à meditação. Essas imagens são tão antigas a foram construídas com tal riqueza pela operação mágica que se formam espontaneamente, no mais das vezes, durante a meditação sobre as Sephiroth. No curso de meu próprio tiabalho sobre a Cabala, vi a maior parte delas antes de ter acesso às tabelas em que são referidas. No trabalho prático, o adepto iniciado as edifica com detalhado simbolismo, e a visualização das imagens mágicas em todos os seus detalhes constitui um valiosíssimo exercício oculto. Muitos desses detalhes podem ser obtidos dos relatos que dou de cada Sephirah, mas os leitores que tenham algum conhecimento especializado dos panteões orientais ou clássicos poderão elaborar essas imagens com alguma extensão, cercando-as com toda a parafernália dos deuses atribuídos a cada estação da Árvore; tais imagens podem ser identificadas graças às suas associações astrológicas.
8. SEÇÃO 3. A localização na árvore. Esse ponto lança uma imensa luz sobre toda meditaçáo, pois revela o equiliôrio das forças espirituais que operam na natureza. Por exemplo, as Sephiroth Geburah (Mane) a Chesed ou Gedulah (Júpiter) acham-se em oposição na Árvore. 0 rei guerreiro e o legislador sábio a benigno da paz se equilibram harmoniosamente. Quando
em desequilíbrio, Geburah torna-se crueldade a opressão; a Gedulah, quando em desequilfbrio, passa pelo mal para multiplicar-se.
9. SEÇÃO 4. O texto yetzirático. Consiste na descrição da Esfera (ou Caminho) dada na Sepher Yetzirah, ou Livro das Formações. A tradução que utilizei é a de Wynn Westcott.
10. Essas descrições são extremamente criptológicas, mas produzirão, de tempos em tempos, um lampejo de iluminação, pois contém indubitavelmente a essência da filosofia cabalística.
11. SEÇAO S. Títulos descritivos. Consiste num catálogo dos nomes que foram aplicados às diversas Sephiroth na literatura rabínica. Esses nomes lançam uma grande luz sobre o assunto a são também úteis para o estudante que procura reunir as idéias correlatas de uma Sephirah particular.
12. $EÇAO 6. Os Nomes de Poder atribuídos a cada Sephirah. 0 Nome de Deus representa a forma mais espiritual da força a simboliza o funcionamento dessa força no Reino de Atziluth, o mais elevado dos Quatro Reinos dos cabalistas.
13. Os Nomes arcangélicos representam o funcionamento dessa mesma força em Briah, o Reino da Mente Superior, onde se localizam as idéias arquetípicas.
14. Os coros angélicos correspondem ao Reino de Yetzirah, ou piano astral, a os Chakras Cósmicos são os representantes das diversas forças no Reino de Assiah, o plano material.
15.0 que denomino, em minhas tabelas, de “experiência espiritual atribuída a cada Sephirah” corresponde ao que Crowley chama de “poder mágico”. Embora esta última expressão possa ser corretamente atribuída aos Vinte a Dois Caminhos, ela é equívoca quando se aplica às Sephiroth. Por conseguinte, alterei o termo em relação às Sephiroth, mas o mantive em referência aos Caminhos, pelas razões que transcreveremos em seguida.
16. SEÇÃO 7. As virtudes a os vícios atribuídos às Esferas da Árvore. Indicam as qualidades que necessitamos a fim c:e receber a iniciação do grau correspondente à Sephirah, a conhecer a forma adotada pelas forças em desequilíbrio nessa esfera. Nos graus mais elevados, antes do desenvolvimento da forma, não há o vício correspondente.
17. SEÇAO 8. Correspondência no Microcosmo. 0 microcosmo, que é o homem, corresponde ao macrocosmo Sephirótico, e é importante do ponto de vista da prática, especialmente o da cura espiritual a da Astrologia.
18. SEÇÃO 9. Os quatro naipes do Taró. A correspondência das cartas do Tarô com a Árvore abre imensos campos de valor prático, a forma a base filosófica da arte divinatória.
19. Se o leitor retiver essas explicaçôes, será capaz de seguir as linhas de raciocínio a alusão desenvolvidas na elucidação do simbolismo atribuído a cada Sephirah.
20. É imenso o trabalho a ser feito para correlacionar os diferentes panteões politeístas a as angelologias das fés cristã, hebraica a muçulmana com as classificações da Árvore. Crowley tentou fazê-to experimentalmente, a seu trabalho é, como acredito, original, nada devendo a Mathers. Mas suas implicações não são totalmente claras para mim, a duvido que possa subscrevê-las integralmente. Para realizar satisfatoriamente essa tarefa, cumpre dispor de imensa erudição – erudição que não possuo. Contentar-me-ei, por conseguinte, em tocar os pontos de que tenho conhecimento, desistindo de articular, nas páginas seguintes, uma classificação ordenada da matéria.
21. SEÇÃO 10. As cores luminosas. Destina-se apenas à utilização dos estudantes avançados que possuem as chaves necessárias.
A Cabala Mística – Dion Fortune
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