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Alta Magia

A Lei da Ação e Reação

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Dion Fortune (A Doutrina Cósmica)

Tradução: Alberto Feltre

 Ação e reação são iguais e opostas. A equivalência da reação torna-a calculável se a razão da transmissão for conhecida.

Existem sete subplanos num plano, sete planos num Universo do Sétimo Plano Cósmico e sete planos no Cosmos. A transmissão ocorre por meio dos subplanos.

A potência de cada subplano é o quadrado da potência do subplano que está abaixo. Isto, vocês verão, é explicado pelo fato de que duas forças opostas e igualmente equilibradas estabelecem um vórtice que é o átomo original. Quando essas duas forças se encontram, elas se neutralizam e o resultado é um centro de estabilidade que é vazio de força exceto em seus aspectos subjetivos. Observe-se que uma força estática é o aspecto subjetivo de uma força.

Se, em conseqüência, vocês forem capazes de separar as correntes giratórias que formam um átomo original, vocês terão duas potências que serão o equivalente da latência desse átomo. De maneira que, em vez de uma latência atual, vocês têm duas potências. De maneira que o átomo se multiplicou e se transferiu de um plano de manifestação para outro; e, quando uma coisa qualquer é assim multiplicada, ela é transferida para outra dimensão.

Quando, portanto, se diz que a ação e a reação são iguais e opostas, deve-se lembrar de que elas o são no sentido comum em que esses termos são empregados e apenas no plano que está em consideração.

Se, todavia, ocorrerem condições em que a força seja transmutada de um plano inferior para um superior, então a reação está na potência equivalente desse plano. Donde que, quando vocês sublimam uma força, vocês a elevam ao quadrado. Quando vocês degradam uma força, vocês a reduzem à sua raiz quadrada. O termo “degradação” está empregado aqui no seu sentido técnico, como o oposto de sublimação, significando descida à matéria.

No arco involutivo, a degradação era o meio de desenvolvimento. É por isso que no curso das experiências iniciatórias em que a Alma recapitula a evolução, ela tem de conhecer suas profundezas.

Cada átomo de matéria contém os frutos de uma involução. Em conseqüência, vocês verão que, se vocês desintegrarem completamente os átomos de matéria em uma onça de argila, vocês estilhaçarão o mundo em que estão, mas, antes de realizar esse processo mágico, vocês terão, pelo poder de sua vontade, de dissolver a coesão do Cosmos. Portanto, não é por ser antecipado que esse experimento será executado com êxito no futuro imediato.

Cada Centelha Divina, no momento em que ela alcançou o nadir da involução e está pronta para embarcar na trilha da evolução em que ela se revelará caracteristicamente humana, possui potencialidades que vocês compreenderão muito pouco.

Quando a consciência subjetiva é levada do plano de seu funcionamento habitual para o plano próximo superior ela se conforma à lei já enunciada e uma inércia é convertida em dois cineticismos. E freqüente que os centros de consciência do plano inferior sejam capazes de suportar essa força se a conversão for repentina e total. Donde o dito “Não podeis olhar para Meu rosto e continuardes vivos“. Donde também o fato de que, onde uma forma mais ou menos parcial de conversão ocorrer, ela ser apreendida simplesmente como um raio cegante de luz e, quando essa conversão ocorre em sua forma normal, ela é realizada pelo método de adição e não pelo de multiplicação.

Isto quer dizer que, quando a transmutação é realizada de um plano para outro pelo processo de elevação ao quadrado, o resultado pode ser descrito nas palavras da Escritura: “Ele caminhou com Deus e não era“. Quando o processo toma a forma de uma multiplicação muitas vezes repetida, vocês têm o curso comum da Trilha, sendo que cada grau de Iniciação é uma multiplicação. Mas quando vocês têm o processo de adição, vocês têm o curso normal de evolução.

Cada grau de Iniciação pode ser concebido como um raio cegante de luz e por meio desse raio a imagem do sub-plano a que ele pertence é fotografada no subconsciente, donde que a consciência a interpreta a seu bel-prazer.

Se o poder tiver de ser conduzido a um plano, vocês devem ter um grupo que o receba. A forma para uma força levada de um plano a outro é construída pela mente de grupo. Se a força é levada para um segundo plano, vocês devem ter um segundo grau em seu grupo. Vocês, portanto, devem ter um grau para cada plano.

Se, por outro lado, a força for degradada para um plano, ou um subplano, ocorre um processo inteiramente diferente. Sendo a força tornada inerte, o veículo por meio do qual ela funciona é um canal vazio, aberto; nada pode enchê-lo. Isto é a chave para muitas coisas; isto explica a obsessão.

Bem, lembrem-se de que o termo obsessão é usado popularmente de modo inadequado, quando o que se quer dizer tecnicamente com esse termo é “obscurecimento“. O obscurecimento é uma influência controladora exercida por uma entidade sobre outra. A obsessão só ocorre quando a Alma foi precipitada pelo processo da degradação da consciência. O termo “precipitação” é usado porque a analogia é exata.

Quando, em conseqüência, se deve lidar com um verdadeiro caso de obsessão, é necessário não só expulsar a entidade invasora, mas também sublimara alma. Vocês verão uma referência a isto na história do homem de quem o diabo foi expulso e no qual os sete diabos entraram ao encontrar a casa vazia.

A degradação da alma ocorre através de operações dos tipos inferiores de evolução com quem contatos foram estabelecidos; não ocorre como resultado de um ato deliberado de vontade, mas antes como resultado de uma inibição da vontade. Portanto, quando vocês estão lidando com um caso em que a vontade funciona mais a partir do aspecto inibidor do que do aspecto cinético, vocês devem sempre tomar cuidado para que não se estabeleça um puxão para baixo. A vontade inibida é mais perigosa do que a vontade pervertida, porque ela expõe seu possuidor à influência de forças extra-humanas.

Vocês verão, então, que a significação oculta da máxima que afirma que a ação e a reação são iguais tem duas implicações — ação e reação são iguais apenas num plano mas, quando os ocupantes que funcionam no sétimo plano são considerados, eles são apenas iguais e, quando uma ação que ocorre num plano tem sua reação realizada em outro plano, o resultado é uma transmutação de valores. Esses valores já foram explicados a vocês.

Não acreditamos que lhes tenha ocorrido alguma dúvida quando afirmamos que, quando uma força, sendo transmutada de um plano para outro, exerce sua influência sobre o segundo plano e retira sua influência do primeiro, resultará uma alteração do equilíbrio. Isso ocorre na verdade e, portanto, é necessário que o Adepto que realiza essa operação mantenha o equilíbrio adequado de tensões.

Para tanto, ele deve conhecer o método de degradar apropriadamente uma força equivalente. Este é um ponto extremamente importante no ocultismo prático e diz respeito à utilização de aspectos reversos em suas próprias potências compensadoras.

Os Sephiroth, quando revertidos, tornam-se Qliphoth. Eis aí uma chave para muitas coisas, e, em conseqüência, é assim que, em toda operação mágica em que são invocadas grandes potências espirituais, as entidades menores também são empregadas em seus aspectos próprios e, quando aquilo que vocês chamariam de “Mestre” deseja operar no plano físico, ele necessariamente empregará uma entidade de grau de evolução mais inferior do que o seu e será compelido a trabalhar através da Personalidade dessa pessoa. A fim de restaurar o equilíbrio que ele está prestes a deslocar, ele empregará então, metaforicamente falando, essa entidade como o nadir de seu arco. A força que ele transmite será recebida pelo aspecto mais superior dessa entidade e será expressa pelo aspecto mais inferior e mais concreto da Individualidade dessa entidade e a Personalidade será usada para o retorno do plano físico. Isto poderia ser expresso em forma diagramática pela letra Y, cujos dois braços representariam a Individualidade e a Personalidade e a porção basal o canal de expansão e de retração no plano físico. Sobreponham um X ao Y e vocês terão o símbolo das forças expansivas e retratoras, sendo o X formado de dois C de costas viradas um para o outro — o lado esquerdo marcado com uma seta de expansão e o lado direito com uma seta de retração.

Vocês perceberão porque freqüentemente se exige a continência quando as operações da magia prática estão sendo processadas. Devendo o fluxo de retorno ocorrer por meio da Personalidade em seu aspecto mais inferior e mais primitivo, esse aspecto tem de ser mudado para melhor, de maneira que a força de sua expressão pode retornar ao Deus que a ofereceu.

Esta é apenas uma outra maneira de expressar a utilização da sublimação para o propósito de gerar força nos planos superiores. O discípulo que recebe força de seu Mestre num plano mais elevado para o propósito de transmissão ao plano físico deve estar preparado para efetuar a transmissão do acúmulo correspondente de força em sua própria natureza de um plano mais inferior para um mais superior a fim de preservar o equilíbrio necessário, é o abandono dessa operação que causa a muito freqüente sobrecarga dos aspectos mais inferiores do ocultista.


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