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Por Robson Belli[1]
O personagem do rei Salomão é sempre visto na tradição grimórial, com centenas de livros atribuindo sua autoria ou alguma ligação com o mesmo, portanto é clara a ideia de que há aqui um mito magico e iniciático a respeito da figura do famoso rei bíblico.
Mas o que essa figura ensina para nós, além claro de que o magista grimórial deve buscar em primeiro lugar a sabedoria e a inteligência como virtudes desejáveis, e para além disso as virtudes da Justiça e da fé.
O mito do rei Salomão desempenha um papel crucial na tradição grimórial, não apenas como uma figura histórica, mas como um símbolo profundo de sabedoria e poder mágico. Em um mundo onde a magia é intrinsecamente ligada à busca do conhecimento e do poder oculto, Salomão emerge como um arquétipo inspirador e uma fonte inesgotável de ensinamentos.
Em primeiro lugar, a busca pela sabedoria e inteligência é um pilar fundamental da magia grimórial, refletindo a jornada do próprio Salomão. Ele é frequentemente lembrado por sua sábia decisão de pedir a Deus sabedoria em vez de riqueza ou poder. Essa escolha deve ressoar profundamente com os magistas grimóriais, que compreendem que a verdadeira magia não está apenas nas palavras e rituais, mas na compreensão profunda do universo e de suas leis ocultas.
A sabedoria de Salomão também está intimamente ligada às virtudes da Justiça e da fé. Em muitas histórias e lendas, ele é celebrado por sua capacidade de resolver disputas de maneira justa e equilibrada. Isso não é apenas um lembrete de que a magia deve ser usada com responsabilidade, mas também uma indicação de que a justiça é uma parte intrínseca do poder mágico. A justiça é o equilíbrio que mantém o universo em harmonia, e os magistas grimóriais entendem que trabalhar em harmonia com essas forças é fundamental para o sucesso em suas práticas.
A fé é outro elemento vital no mito de Salomão. Sua fé inabalável em Deus e nas forças superiores é o que lhe concede não apenas sabedoria e poder, mas também controle sobre espíritos e demônios. Para os praticantes da magia grimórial, a fé é a âncora que os conecta ao divino e lhes permite acessar os reinos ocultos. É a crença profunda em suas próprias habilidades e na magia em si que dá vida aos rituais e conjurações.
Além dessas virtudes, o mito de Salomão também abrange a ideia de que a magia grimórial é uma jornada de autodescoberta e autotransformação. Assim como Salomão enfrentou desafios e provações para alcançar seu status como o mago supremo, os magistas grimóriais reconhecem que a prática da magia exige disciplina, dedicação e um constante aprimoramento pessoal.
A figura do rei Salomão também nos ensina sobre a capacidade de prosperar e enriquecer por meio do bom uso de sua incrível inteligência e sabedoria. Em muitas histórias, Salomão é retratado como um governante extremamente próspero e rico, cujo império floresceu não apenas em termos de poder político, mas também em riqueza material. Isso não é coincidência, mas sim um reflexo do seu conhecimento das coisas que realmente dão a alguém poder, para além de suas supostas habilidades magicas que podem ser uma ferramenta para manifestar abundância e prosperidade.
Para os magistas grimóriais que seguem o exemplo de Salomão, a busca pelo enriquecimento não se limita apenas ao aspecto financeiro, mas engloba uma prosperidade mais ampla em todas as áreas da vida. Eles compreendem que a magia pode ser usada para atrair oportunidades, recursos e sucesso em seus empreendimentos, sejam eles materiais, espirituais ou intelectuais.
Assim como Salomão dominou espíritos e demônios para servi-lo, os magistas grimóriais buscam dominar a si mesmos e as forças ocultas que influenciam o mundo à sua volta. Eles acreditam que, ao fazê-lo, podem direcionar essas forças para alcançar seus objetivos e criar uma realidade mais alinhada com seus desejos e aspirações. É uma busca constante por equilíbrio e harmonia, assim como Salomão demonstrou ao governar seu reino com sabedoria e justiça.
No entanto, é importante ressaltar que, para os magistas grimóriais, a busca pelo enriquecimento não deve ser vista como um fim em si mesma. Em vez disso, é um meio para um fim maior: a evolução espiritual e a busca pelo conhecimento profundo do universo. Eles compreendem que o verdadeiro enriquecimento vai além do material e inclui a expansão da mente, a iluminação espiritual e a contribuição para o bem-estar do seu meio.
Em última análise, seguir o exemplo do rei Salomão na tradição grimórial é tambem sobre buscar poder e riqueza, mas também sobre buscar um equilíbrio entre os aspectos materiais e espirituais da vida. É uma jornada em direção à sabedoria, justiça, fé e prosperidade, onde a magia é a ferramenta que permite aos praticantes moldar seu destino de acordo com sua vontade e visão. Como Salomão, os magistas grimóriais buscam não apenas conquistar o mundo, mas também enriquecer suas almas no processo, tornando-se verdadeiros mestres da magia e da vida.
O mito do rei Salomão é muito mais do que apenas uma história bíblica; é um tesouro de simbolismo e ensinamentos para os magistas grimóriais. Ele nos lembra da importância da busca pela sabedoria, da prática ética da magia, da necessidade de manter a justiça em nossos atos e da fé como um pilar fundamental. Ao seguir os passos de Salomão, os magistas grimóriais buscam não apenas poder mágico, mas também a iluminação espiritual e o entendimento mais profundo do universo oculto que os rodeia. Salomão é, e sempre será, um farol de inspiração para todos aqueles que embarcam na jornada mágica.
Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.
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