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Rubellus Petrinus
Existem vários métodos de preparação das tinturas vegetais, mas o mais corrente, é a maceração alcoólica.
As tinturas de plantas medicinais são macerações num líquido, geralmente álcool etílico (espírito de vinho) a 60º.
Há quem prefira fazer as tinturas com plantas secas, a quente, num aparelho apropriado, chamado Soxhlet, o qual permite obter as tinturas em algumas horas. Sempre que seja possível, nós preferimos fazê-las a frio, em maceração alcoólica, com plantas frescas, colhidas na ocasião, por terem mais virtude.
Para maceração, a proporção média entre plantas secas e líquido é, geralmente, de 1:5, ou seja, para preparar 1000 ml de tintura, são necessários 200 g de plantas secas.
Colhei, na época própria, as plantas que vos aprouvera, raízes flores ou frutos, conforme o que for indicado para cada caso, e das quais desejais fazer a tintura.
Se forem raízes, lavai-as muito bem com água e secai-as com um pano de algodão, bem limpo.
Cortai as plantas em pedacinhos ou moei-as numa máquina eléctrica de cozinha. Seguidamente, deitai-as num frasco de vidro, com boca larga e com a capacidade de 1 litro.
As plantas não deverão ultrapassar 3/4 da altura do frasco. Calcai-as ligeiramente. Deitai-lhe, por cima, espírito de vinho, bem rectificado a 60º, de forma que o espírito fique 4 ou 5 cm acima do nível das plantas.
Fechai bem o frasco e deixai macerar durante 10 dias. Se não necessitardes logo da tintura, deixai macerar 20 ou 30 dias. Como as plantas frescas contém água, a graduação do espírito baixará ligeiramente, por isso, será preferível, que o espírito de vinho tenha um pouco mais de 60º.
Decorrido esse tempo, por decantação, vertei a tintura para outro frasco igual. Depois de escorrido o líquido todo, retirai as plantas ainda embebidas em espírito de vinho e colocai-as num pano de algodão bem limpo. Espremei muito bem a tintura que ainda resta nas plantas para um recipiente largo, de forma que as plantas fiquem quase secas.
Deitai esta tintura em cima da outra. Agora, colocai no primeiro frasco um funil de vidro, com um tampão de algodão. Vertei, pouco a pouco, a tintura no funil, à medida que ela for passando. Cerrai bem o frasco que contém a tintura. Retirai os resíduos que ficaram no algodão do funil e juntai-os às plantas.
Secai-as ao Sol. Quando estiverem bem secas, deita-as numa sertã de ferro e incinerai-as. Esta operação deverá ser feita no exterior, pela quantidade de fumo que exala.
Recolhei as cinzas, deitai-as numa pequena escudela de aço inoxidável e colocai-a num fogão a gás, com fogo muito forte.
Deixai-as calcinar muito bem, pelo menos uma hora, ou mais, até ficarem cor de cinza muito clara.
Agora, com as cinzas aindas quentes, lançai-as, por fracções sucessivas dentro da vossa tintura e tapai o frasco. Deixai ficar uma semana, tendo a cautela de agitar o frasco circularmente, uma vez por dia.
Ao fim deste período, filtrai para outro frasco, através de um funil de vidro, com um tampão de algodão.
O resíduo que ficar no funil, voltai a calciná-lo, como anteriormente, e deitai-o, ainda quente, sobre a tintura. Repeti o processo mais uma vez. Na última filtragem, rejeitai o caput que resta no fundo do frasco.
A tintura, agora, será corpulenta e perfumada. Guardai-a num frasco escuro, bem fechado, ao abrigo da luz.
Se quiserdes aumentar o seu valor curativo, tereis de circulá-la num vaso apropriado, chamado vaso de circulação (imagem acima), o que podereis fazer, logo no início, quando deitardes a primeira vez as cinzas na tintura.
Antigamente, os mestres usavam, para este efeito, um vaso muito especial, chamado pelicano. Hoje, infelizmente, não será possível conseguirdes um pelicano, por isso, tereis de usar um circulador composto de um matrás de fundo plano ou Erlenmeyer de 1 litro, com outro de reencontro, esférico de 500 ml, com rodagem macho IN29.
A circulação far-se-á, também, durante uma semana, com calor suave (40- 50º C), num pequeno forno eléctrico, com temperatura controlada.
Mesmo a esta temperatura, o espírito de vinho volatiliza-se e condensa-se no balão superior, voltando a cair em gotas no balão inferior, fazendo, assim, uma circulação. Se a temperatura for demasiada, correreis o risco de, com a pressão interior, fazer saltar o balão superior, com a sua consequente perda. Para o evitar, podereis mandar colocar um tubo capilar no topo do balão de reencontro.
Esta tintura poderá ser tomada em gotas ou, então, em dose homeopática.
Dinamização Homeopática. A dinamização homeopática é mais conhecida que a circulação, porque a homeopatia faz amplo uso dela.
A dinamização não é uma simples dissolução, como dizem alguns mas sim, uma potencialização. Com a dinamização, as potência terapêuticas são, deliberadamente, quase desmaterializadas. A substância material, quanto mais “diluída” é, mais enérgica se torna.
Actualmente, fazem-se dois tipos de dinamização: a decimal e a
centesimal.
Dinamização decimal. Num frasco de vidro, de 100 ml, bem lavado com água destilada, deitai 90 ml de álcool diluído a 30º com água destilada.
Com uma seringa graduada, bem lavada com água destilada, retirai do frasco da tintura mãe (TM), 10 ml e deitai-os no frasco, por cima do álcool a 30º.
Fechai o frasco e fazei, pelo menos, 100 sucessões verticais e enérgicas.
Em vez disso, podereis, também, deitar num frasco mais pequeno, bem lavado, 90 gotas de álcool e 10 de TM. Agitai como anteriormente, pelo menos 100 vezes. Terei, assim, a primeira dinamização ou D1.
Voltai a deitar noutro frasco, bem lavado com água destilada, mais 90 ml de álcool a 30º. Como anteriormente, deitai-lhe 10 ml de D1. Fazei mais 100 sucussões verticais. Terei, agora, uma dinamização D2. Repeti sempre o mesmo processo, até obterdes a dinamização que pretenderdes.
Na dinamização centesimal, o processo é semelhante. Em vez de deitardes 90ml de álcool, deitai 99 e 1 ml de TM ou 99 gotas de álcool e uma de TM. Ao fim da primeira dinamização, tereis um C1 ou CH1 e assim, sucessivamente.
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