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Nenhum símbolo inspirou mais os alquimistas do Renascimento do que a rosa. A flor é um dos símbolos fundamentais da alquimia e tornou-se a base filosófica dos Rosacruzes, movimento alquímico que floresceu no século XVII. Tão importante era para os alquimistas que dezenas de manuscritos são chamados de Rosarium, latim para Roseiral ou Jardim de Rosas, e todos tratam da relação alquímica entre o Rei e a Rainha.
A rosa é muito mais significativa, muito mais antiga e mais profundamente enraizada no subconsciente humano do que a maioria das pessoas acredita. Na Europa, fósseis de rosas de 35 milhões de anos foram encontrados, e os arqueólogos desenterraram coroas de rosas petrificadas das mais antigas tumbas egípcias. Para entender o fascínio dos alquimistas pela rosa, vamos dar uma olhada mais profunda em seu complicado simbolismo.
A rosa é um símbolo paradoxal de pureza e paixão, perfeição celestial e desejo terreno, vida e morte. Originalmente um símbolo de alegria, a rosa mais tarde indicava segredo e silêncio, mas agora é comumente associada ao amor romântico. Em geral, a cor da rosa denota seu significado:
◆ As rosas vermelhas são símbolos de paixão, amor com alma, criatividade profunda e alta energia pessoal.
◆ Rosas brancas simbolizam pureza, inocência, aceitação e amor incondicional.
◆ Rosas pretas ou murchas indicam que o amor acabou ou acabou, assim como desastre iminente, depressão ou morte.
◆ Rosas cor-de-rosa representam gentileza, gratidão e amizade amorosa ou solidária.
◆ Rosas amarelas significam compaixão, sociabilidade, conversas fluidas, confiança e segurança.
◆ As rosas alaranjadas carregam sentimentos de entusiasmo, fascínio e otimismo.
◆ Rosas azuis ou roxas indicam desejo espiritual, meditação e a promessa de um mundo perfeito.
◆ Rosas douradas ou douradas transmitem a ideia de perfeição pessoal, conclusão da Grande Obra ou invocação de poderes divinos.
Em termos alquímicos, a rosa dourada significa um casamento bem-sucedido entre opostos para produzir o Menino Dourado, e a rosa em geral é um símbolo da operação de conjunção, o casamento místico dos opostos. A rosa representa a regeneração de essências purificadas e sua ressurreição em um novo composto ou corpo. A rosa branca está associada à Rainha Branca da alquimia e representa o princípio feminino, receptivo e contrativo da alma lunar. A rosa vermelha está associada ao Rei Vermelho e é considerado como um princípio masculino, ativo e expansivo do espírito solar. “A cor rosa vermelha”, disse o psicólogo Carl Jung, “está relacionada com o aqua permanens, água eterna ou sangue da alma, que são extraídos da Primeira Matéria”.
A união das rosas brancas e vermelhas (de alma e espírito) simboliza o nascimento do Filho do Filósofo. Além disso, as rosas brancas estavam ligadas à Fase Branca da obra e à Pedra Branca da Multiplicação, enquanto a rosa vermelha estava associada à Fase Vermelha e à Pedra Vermelha da Projeção.
Nos desenhos alquímicos, o jardim de rosas é um símbolo do espaço sagrado e pode significar uma câmara de meditação (Oratorium) em um laboratório, um tabernáculo sagrado, um altar, um local sagrado na natureza ou o próprio paraíso. Em todos esses casos, o jardim de rosas é a câmara nupcial mística, o lugar do casamento místico. “O mistério brilha no canteiro de rosas e o segredo está escondido na rosa”, escreveu o alquimista persa do século XII Farid Attar.
Na alquimia cristã, a rosa e o rosário tornaram-se símbolos da união entre Deus e os seres humanos. Cenas de Maria em um jardim de rosas ou sob um caramanchão de rosas ou diante de uma tapeçaria de rosas reforçam essa ideia. Na arte da Idade Média, Maria é quase sempre mostrada segurando uma rosa, o que indica que seu poder vem do amor divino.
Na alquimia espiritual, a única rosa representa o centro místico de uma pessoa, seu coração. Como símbolo do casamento místico dentro de uma pessoa, a rosa representa um tipo especial de amor no qual uma pessoa se derrete na beleza de outra e a velha identidade é entregue à do amado ou uma identidade superior descoberta dentro de si. O alquimista espiritual sufi Rumi tinha essa ideia em mente quando escreveu: “No trecho mais seco e branco do deserto infinito da dor, perdi minha sanidade e encontrei esta rosa.” Nesse sentido, a rosa é um símbolo de entrega completa e transmutação permanente.
Por causa de sua associação com o funcionamento mais profundo do coração, a rosa passou a simbolizar segredos internos e coisas que não podem ser ditas. A frase latina sub rosa, “sob a rosa”, é usada para indicar escritos ou discussões que devem ser mantidas em segredo. O conceito se originou na tradição medieval de pendurar rosas vermelhas no teto de reuniões de organizações herméticas (como os maçons, rosacruzes ou guildas de alquimia) para indicar que as discussões não deveriam ser compartilhadas com pessoas de fora. Por exemplo, no tratado alquímico do século XV de Sebastian Brant, Ship of Fools, o autor adverte: “O que aqui dizemos, ficará sob as rosas.”
~Denis Wiliam Hauck (excerto do livro Alquimia para leigos)
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