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O Simbolismo do Andrógino na Alquimia

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Andrógino, derivado do grego que significa tanto masculino quanto feminino – homem e mulher, em imagens alquímicas personifica as matérias-primas enxofre e mercúrio (o que queima e o que é volátil), que estão presentes na Pedra Filosofal. E, também usado para representar a totalidade ideal em sua maior elevação.

Os alquimistas tiveram a confirmação para sua teoria de um mundo andrógino ou terra. A observação estabeleceu este fato; nova vida vegetal e animal é trazida pela união dos espermatozoides masculinos e óvulos femininos em animais e polinização em plantas.

Se a observação não fosse suficiente, mais evidências foram oferecidas na mitologia: A unidade andrógina dos (deuses indianos) Shiva e Shakti é retratada na iconografia tântrica como coabitação permanente. De acordo com os Tantras, este princípio feminino veio antes do princípio masculino que reside dentro da divindade.

Além disso, Jung afirma em seu “Mysterium Coniunctionus”, Adão, como o primeiro homem, foi considerado em termos alquímicos como a substância arcana, pois foi definido como sinônimo de “aqua permanens”, em contraste com Eva, que significava terra.

A água é a substância arcana primordial e serve tanto como agente de transformação quanto como substância que é transformada.

Os correlatos de Adão são chumbo e Azoch (Azoth), ambos, como Adão, de natureza hermafrodita. Da mesma forma, Adão foi referido como a pedra porque ele carregou sua Eva invisivelmente escondida em seu corpo. Em outras palavras, os alquimistas reconheceram a condição andrógina da natureza.

A natureza de Adão foi estendida a Cristo. Como Boehme expressou, Cristo era uma “virgem em mente”. Isto porque Cristo, sendo a Palavra de Deus (João 1:1), nasceu de uma virgem; ele não foi criado ou gerado. A virgem é a anima e o conforto da alma. Portanto, Deus a tomou para si como sua esposa. Ela é a expressão da profundidade e infinidade da Divindade.

É por isso que ela é representada como Shakti no hinduísmo e como Sophia no gnosticismo. Ela é a natureza feminina ou princípio do Divino que causa toda a Criação.

Alguns acham que Maria, a Santíssima Virgem, é a manifestação desta natureza/princípio divino feminino no cristianismo, especialmente no catolicismo romano, embora não seja permitido expressar-se como tal.

Como mostrado, Shakti é o princípio feminino da Divindade suprema; como tal, em termos alquímicos, este é o “pneuma”, espírito, “spiritus”, de todas as coisas. Com o espírito, “pneuma”, todas as coisas foram feitas (Gênesis 1:2). É esse espírito, conforme discutido no meu artigo sobre “Alquimia”, que os antigos alquimistas, assim como outros, pensavam que o espírito estava na matéria.

Ao tentar transmutar a matéria, eles reconheceram que sua tarefa era liberar o espírito da velha matéria e reuni-la na nova.

Na era da dominação da Igreja e da ciência este conceito de matéria morreu. No entanto, devido ao atual aumento da espiritualidade, este conceito de espírito na matéria está experimentando um renascimento.

A.G.H.

Referências:

Biedermann, Hans. Dictionary of Symbolism: Cultural Icons and the Meanings Behind Them. (Transl. by James Hulbert). New York. Facts On File, 1992. p. 11.

Jung, C. G. Mysterium Coniunctions. (Transl. by R. F. C. Hull). “The Collected Works of Jung” Vol. 14. Princeton, NJ. Princeton University Press. 1970. pp. 382, 404-405.

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Fonte:

https://www.themystica.com/androgyne/

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.


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