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O Nitro da Alquimia

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Rubellis Petrinus

O nitro ou Dragão é um sal de potássio actualmente conhecido por nitrato ou azotato de potássio e, antigamente por salitre, nome composto de sal e lithos, que significa sal de pedra.

O nitro encontra-se eflorescente à superfície da terra, em muitas partes do Globo, como no Egipto, na Índia, China, Pérsia, no Ceilão, etc.

Muitas vezes aparece revestindo os muros de algumas grutas abertas nas rochas calcárias e sobre as velhas paredes das partes húmidas e baixas dos edifícios, principalmente das casas onde se recolhem os animais, como, por exemplo, as cavalariças e os currais.

Actualmente, ser-vos-á muito difícil e diremos até impossível conseguí-lo proveniente do seu meio natural, onde é gerado.

Há, no entanto, há uma forma de prepará-lo, usando para o efeito, o nitro comercial revivificado no meio natural que o origina.

Este meio, por incrível que vos pareça, está diariamente ao vosso alcance e, por mais que vos repugne, não vos restará outra alternativa para prepará-lo.

Arranjai uma provisão de, pelo menos, 10 litros da excreção líquida de animais ruminantes ou de vós mesmo e deitai-a em garrafões de plástico de 5 litros. Deixai-a putrefazer o que notareis pelo cheiro nauseabundo que exala.

 

Adquiri um pote de barro poroso que não seja vidrado, isto é, que seja poroso, com a capacidade de, pelo menos, 15 litros. Colocai-o numa cave ou no sótão, ao abrigo da luz solar directa.

Deitai-lhe 10 litros do líquido orgânico putrefacto e, pouco a pouco, 4 kg do nitro comercial, remexendo muito bem com uma vara de madeira, para dissolver o sal o melhor possível. Colocai-lhe, por cima, uma tampa de barro e, por baixo, um prato de plástico, a fim de aparar o líquido que eventualmente escorra.

Passados alguns dias, o sal começará a afluir, por porosidade, na parte externa do pote, em forma de uma camada de penugem, muito fina, que vai engrossando, como podereis observar na fotografia.

Quando virdes que a quantidade de sal é suficiente e tende a desprender-se da parede do pote, retirai-o com um pincel ou com uma espátula de madeira, tendo o cuidado de não fazer soltar as crostas de barro, que eventualmente, se desprendam da parede do pote.

Quando tiverdes cerca de 1 kg de sal, colocai-o num recipiente de aço inoxidável, como por exemplo, uma terrina grande, e deitai-lhe por cima, água da chuva suficiente para o dissolver a frio.

Depois de todo dissolvido, filtrai por meio de um funil grande de plástico, com um tampão de algodão, para um garrafão de plástico de 5 litros.

Vertei, depois, o líquido filtrado para o recipiente de aço inoxidável e colocai-o ao fogo num fogão a gás, tendo o cuidado de não deixar subir a temperatura acima dos 60º.

Quando o líquido estiver reduzido a um terço, aproximadamente, apagai o fogo e colocai o recipiente a repousar uma noite, num local fresco. No dia seguinte, encontrareis no recipiente o vosso sal cristalizado em aglomerados de grandes agulhas, muito belas de se ver, como podereis observar na fotografia respectiva.

 

Retirai o sal com uma colher e repeti o mesmo processo, até terdes esgotado todo o sal.

É muito provável que, na primeira cristalização, o sal não fique completamente branco e puro, por isso, voltai a dissolvê-lo noutra água da chuva e repeti o processo, até que o vosso sal fique branco e transparente. Retirai-o e secai-o à sombra, num pano branco de algodão bem limpo.

Em certas operações, como nas destilações de espíritos, podereis usar outro sal de potássio que, provavelmente, será mais fácil conseguirdes, proveniente do seu meio natural. É o nitrato de sódio oriundo do Chile ou do Perú, que é usado como adubo natural na agricultura. Se puderdes conseguí-lo natural, tereis, apenas, de purificá-lo, dissolvendo-o e cristalizando-o em água da chuva, tal como fizestes com o nitro, mas, se tiverdes dúvida quanto à sua proveniência e qualidade, será preferível utilizardes o nitro revivificado.


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