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Papus
Os escritores que se ocuparam do Martinismo, sobre tudo os clérigos, confundiram muitas vezes com uma má fé voluntária o Martinismo com a Franco-Maçonaria. O Martinismo, não exigindo nenhum juramento de obediência passiva de seus membros e não lhes impondo nenhum dogma (muito menos o dogma materialista ou clerical) deixa-lhes inteiramente livres em suas ações; ele é independente da Franco-Maçonaria como ordem, tal como é praticada atualmente na França.
Como toda a ordem de iluminados, o Martinismo dá acesso, em algumas reuniões, a Franco-Maçons instruídos (sobretudo a membros do Rito Escocês) quando possuem pelo menos o grau 18 (Rosa-Cruz); mas essas relações limitam-se a uma simples questão de delicadeza. Os Martinistas contemporâneos não agem de maneira diversa nas mesmas circunstâncias, como agiram seus antepassados dos Conventos de Gaules e de Wilhemsbadt.
Portanto o nome cabalístico do Cristo e o reconhecimento do Verbo Criador na mente, em todos os seus atos, o Martinismo só pode manter relações com potências maçônicas que trabalhem segundo a constituição dos Rosa-Cruzes Iluminados, que fundaram a Franco-Maçonaria. todo rito que subtrai Deus de suas pranchas e transforma, sem referências tradicionais, o simbolismo que lhe confiaram, não existe mais para os Martinistas, assim como também para todos os iniciados de um centro real e sério.
Eis porque o Grande Oriente da França, que está distanciado da verdadeira e universal Franco-Maçonaria, não deve ser confundido com o Martinismo, como os clérigos procuram fazer. Isso nos induz a expor a situação atual dos diferentes ritos da Franco-Maçonaria francesa, traçando sua história.
A Franco-Maçonaria compreende, na França, três Ritos:
1º – O Grande Oriente da França, o mais potente, na França, pelo número de lojas e de membros, rito materialista e ateu pelo espírito e pela ação, causa real da decadência momentânea de nosso País;
2º – O Rito Escocês, dividido em duas seções:
a) O Supremo Conselho e suas Lojas, que admite os Altos Graus Maçônicos;
b) A Grande Loja Simbólica Escocesa, Federação de Antigas Lojas Escocesas, que não admite Altos Graus.
Em 1897, um acordo estabelecido entre essas duas seções deu nascimento à Grande Loja da França. Caráter desse rito: espiritualismo eclético. É por este rito que a França liga-se aos ritos de outros países.
3º – O Rito de Misraim, decadente, caiu no ridículo por não ter nem vinte membros para constituir suas lojas, seu capítulo e seu areópago.
Retomemos rapidamente a história de cada rito:
A FRANCO-MAÇONARIA DESDE SUA CRIAÇÃO ATÉ 1789
O GRANDE ORIENTE E SUAS ORIGENS
O Grande Oriente da França nasceu de uma insurreição de alguns de seus membros contra as constituições e a hierarquia tradicionais da Franco-Maçonaria. Algumas linhas de explicação são aqui necessárias.
A Franco-Maçonaria foi fundada na Inglaterra por homens que faziam parte de uma das potentes fraternidades secretas do Ocidente: a Confraria dos Rosa-Cruzes. Esses homens, sobretudo Ashmole, tiveram a idéia de criar um centro de propaganda onde pudessem formar, sem que se soubesse abertamente, membros instruídos para a Rosa-Cruz. Assim, as primeiras lojas maçônicas foram mistas e compostas por obreiros reais e por obreiros da inteligência (livres maçons). Os primeiros trabalhos de Ashomole datam de 1646; mas foi somente em 1717 que a Grande Loja de Londres foi constituída. Foi essa Loja quem forneceu as cartas regulares às Lojas francesas de Dunkerque (1721), Paris (1725), Bordeaux (1732) etc…
As lojas de Paris multiplicaram-se rapidamente, nomearam um Grão-Mestre para a França, o Duque D’Antin (1738 a 1743), sob influência do qual foi idealizada e publicada a Enciclopédia, como veremos adiante. Eis a origem real da revolução realizada inicialmente no plano intelectual, passando após ao plano formal.
Em 1743, o Conde de Clermont sucedeu ao Duque d’Antin como Grão-Mestre e tomou a direção da Grande Loja Inglesa da França. Esse conde de Clermont, muito negligente para ocupar-se seriamente dessa sociedade, nomeou substituto um mestre de dança, Lacorne, indivíduo intrigante e de costumes deploráveis. Esse Lacorne fez entrar nas lojas grande quantidade de indivíduos de sua espécie, o que originou a cisão entre a loja constituída por Lacorne (Grande Loja Lacorne) e os antigos membros que formavam a Grande Loja da França (1756).
Após uma tentativa de reconciliação entre as duas facções rivais (1758), o escândalo tornou-se tão grande que a polícia interveio e fechou as lojas de Paris.
Lacorne e seus adeptos aproveitando-se desse acontecimento, obtiveram o apoio do Duque de Luxemburgo (15 de junho de 1761). (29) Fortes por esse apoio, conseguiram entrar na Grande Loja de onde tinham sido banidos. Fizeram nomear uma comissão de controle, cujos membros foram previamente comprados. Ao mesmo tempo, os irmãos do Rito Templário (Conselho dos Imperadores) associaram-se em segredo às intrigas dos comissários e, em 24 de dezembro de 1772, um verdadeiro golpe de estado maçônico foi dado pela supressão da inamovibilidade dos presidentes das Lojas e pelo estabelecimento do regime representativo. Revoltados vitoriosos fundaram, desse modo, o Grande Oriente da França. Um maçon contemporâneo pode escrever: “Não é demais dizer que a revolução maçônica de 1773 foi a precursora e o estopim da Revolução de 1789”.(30)
O que se faz necessário enfatizar é a ação secreta dos irmãos do Rito Templário. Foram eles os verdadeiros fomentadores das revoluções; os demais não passaram de dóceis agentes. Assim, o leitor poderá compreender nossa afirmação: O Grande Oriente nasceu de uma insurreição. Retornemos sobre dois pontos: a) A Enciclopédia (Revolução Intelectual); b) A História do Grande Oriente de 1773 a 1789.
A ENCICLOPÉDIA
Dissemos que os fatos sobre os quais os historiadores baseiam-se foram, na maioria dos casos, conseqüência de ações ocultas. Ora, pensamos que a revolução não seria possível se esforços consideráveis não tivessem sido feitos precedentemente, para orientar em um novo caminho a intelectualidade da França. É agindo sobre os espíritos cultivados, criadores da opinião, que se prepara a revolução social. Iremos encontrar, agora, uma prova decisiva sobre esse fato.
Em 25 de junho de 1740, o Duque D’Antin, Grão-Mestre da Franco-Maçonaria da França, pronunciou um importante discurso no qual anunciou o grande projeto em curso, como demonstra a seguinte citação:
“Todos os Grão-Mestres da Alemanha, Inglaterra, Itália e de outros lugares, exortam todos os sábios e artesãos da confraternidade a se unirem para fornecer os materiais de um dicionário universal das artes liberais e das ciências úteis, exceto teologia e política. Já se começou a obra em Londres; e pela reunião de nossos confrades, poder-se-á conduzi-la à perfeição em poucos anos”.
Amiable e Colfavru, em seus estudos sobre a Franco-Maçonaria no séc. XVIII, compreenderam perfeitamente a importância desse projeto, pois, após terem falado da Enciclopédia Inglesa de Chambers (Londres 1728), acrescentam:
“Bem mais prodigiosa foi a obra publicada na França, contendo 28 volumes in-fólio, sendo 17 com texto de 11 com gravuras, aos quais foram acrescentados, em seguida, cinco volumes suplementares, obra cujo autor principal foi Diderot, secundado por uma plêiade de escritores de elite. Mas não lhe bastava ter colaboradores para a boa execução de sua obra; foi-lhe necessário potentes protetores. Como poderia ter sido protegido sem a Franco-Maçonaria?
“Além disso, as datas aqui são demonstrativas: O Duque D’Antin pronunciou seu discurso em 1740; sabe-se que, desde 1741 Diderot preparava sua grande empresa. O privilégio indispensável à publicação foi obtido em 1745. O primeiro volume da Enciclopédia apareceu em 1751”.
Assim a revolução já se manifestava em duas etapas: a) Revolução Intelectual, originada da Enciclopédia, com apoio da Franco-Maçonaria Francesa, sob a alta impulsão do Duque D’Antin (1740); b) Revolução Oculta nas lojas, promovida em grande parte pelos membros do Rito Templário e executado por um grupo de Franco-Maçons expulsos, depois anistiados do Duque de Luxemburgo (1773) e presidência do Duque de Chartres.
A revolução patente na sociedade, isto é, a aplicação à sociedade das constituições das lojas não tardou. Retomemos a história do Grande Oriente no ponto onde a deixamos. Uma vez constituída, a nova potência maçônica apelou a todas as lojas para ratificar a nomeação do Duque de Chartres como Grão-Mestre.
Ao mesmo tempo (1774), o Grande Oriente instalava-se no antigo noviciado dos Jesuítas, à rua do Pot-de-Fer, procedendo à expulsão das ovelhas sarnentas. Centro e quatro lojas aderiram ao novo estado de coisas; mais tarde, 195 (1776); finalmente, em 1789 havia 629 lojas em atividade.
Mas uma foto, em nossa opinião considerável, produziu-se em 1786. Os capítulos do Tiro Templário tornaram-se oficialmente aliados ao Grande Oriente, chegando a fundir-se com ele. Vimos como os irmãos desse rito ajudaram na revolta de onde nasceu o Grande Oriente. Passemos a resumir, agora, a história do Rito Templário.
O RITO TEMPLÁRIO E O ESCOCISMO
A Franco-Maçonaria, como vimos, foi estabelecida na Inglaterra por membros da Fraternidade dos Rosa-Cruzes, desejosos de constituir um centro de propaganda e recrutamento para sua ordem. A Franco-Maçonaria Inglesa possuía somente três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Em razão disso, a Franco-Maçonaria Francesa e o Grande Oriente, seu ramo principal, eram formados por membros possuidores apenas dos três primeiros graus. Mas, logo determinados homens pretenderam ter recebido uma iniciação superior, de acorde com os mistérios da fraternidade dos Rosa-Cruzes. Os ritos criaram-se concedendo graus superiores ao grau de Mestre, chamados altos graus.
O espírito dos ritos dos graus superiores, assim criados, era naturalmente diferente daquele da maçonaria propriamente dita. Foi assim que RAMSAY instituiu o Sistema Escocês, cuja base era política e cujo ensinamento tendia a fazer de cada irmão um vingador da Ordem do Templo. (31) Eis porque demos o nome de Rito Templário a essa criação de RAMSAY.
As reuniões dos irmãos detentores de altos graus passaram a denominar-se não mais lojas, mas capítulos. Os principais capítulos estabelecidos na França foram:
1º – O Capítulo de Clermont (Paris 1752), de onde saiu o Barão de Hunt, criador da alta maçonaria alemã ou iluminismo alemão;
2º – Após o capítulo de clermont, nasceu o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente (Paris, 1758), do qual certos membros, separando-se de seus irmãos, formaram:
3º – Os Cavaleiros do Oriente (Paris, 1763), cada uma dessas potências expedia cartas de lojas e os principais irmãos (Tshoudy, Boileau, etc. ) criaram ritos especiais no interior da França.
Em 1782, o Conselho dos Imperadores e os Cavalheiros do Oriente uniram-se para formar o Grande Capítulo Geral da França, cujos principais membros tinham ajudado na constituição do Grande Oriente por suas intrigas. Assim, também vemos em 1786, esses irmãos realizarem a fusão do Grande Capítulo Geral da França. Qual foi o resultado dessa fusão? Os membros do Grande Capítulo, bem disciplinados, perseguindo um objetivo preciso e sendo inteligentes, puderam dispor do número fornecido pelo Grande Oriente.
Compreende-se agora a gênese maçônica da Revolução Francesa. A maior parte dos historiadores confunde esses membros do Rito Templário, verdadeiros inspiradores da revolução, (32) com os Martinistas.
A FRANCO MAÇONARIA DE 1789 A 1898
HISTÓRICO
Seguimos a história do Grande Oriente e do Rito Templário até 1789; continuemo-la até nossos dias.
a) Grande Oriente – O Grande Oriente possui a tradição mais ou menos integral dos três primeiros graus e após 1786, detém igualmente a tradição dos graus templários e de outros graus formando a Maçonaria de perfeição com 25 graus, analisada a seguir. Um grande colégio de ritos foi encarregado de conservar essa tradição que permitia realizar os maçons saídos do Grande Oriente com os do resto do universo.
Em 1804, um acordo foi estabelecido, durante alguns meses, que concedia ao Grande Oriente o poder de conferir os graus 31, 32, 33 por intermédio do Rito Escocês, do qual falaremos adiante.
Mas sob pretexto de livrar a Franco-Maçonaria das superstições e dos erros do passado, os membros do Grande Oriente, instigados pelos deputados das Lojas do interior, cada qual mais ignorante do valor dos símbolos, transformaram ao gosto da multidão eleitoral o legado que lhes tinham confiado e tornaram-se um centro de política ativa, professando abertamente o materialismo e o ateísmo.
Em 1885, a transformação estendeu-se ao Colégio dos Ritos, ainda depositário de um resto de tradição. O elo que unia a maior parte dos maçons franceses ao resto do universo foi definitivamente rompido.
No momento em que tinha maior necessidade de estender sua influência ao exterior, exercer uma vigilância efetiva na ação das potências estrangeiras no interior dos centros maçônicos de outros países, a França estava excluída da comunidade maçônica internacional por culpa do Grande Oriente. Por ocasião da Exposição Universal de Chicago, quando o presidente do novo Conselho dos Ritos (o mais alto oficial do Grande Oriente) apresentou-se à porta das Lojas americanas, foi colocado na rua como um vulgar profano, como na realidade ele era, para os verdadeiros maçons.
Eis o teor de tão grave ato cometido em 1885:
“Por decreto promulgado em 9 de novembro de 1885, o Grande Oriente da França, conforme decisão tomada em 31 de outubro último pela Assembléia Geral da Lojas Simbólicas da Obediência, ordena a dissolução do Grande Colégio do Ritos e encarrega o Conselho da Ordem de velar por sua reconstituição”. O grande chanceler protestou da seguinte maneira, mas em vão: “Vós me enviastes uma ampliação do decreto da Assembléia Geral das Lojas Simbólicas, com data de 31 de outubro último (1885), pronunciando a dissolução do Soberano Conselho dos Grandes Inspetores Gerais do Rito Escocês Antigo e Aceito, que sob o título de Grande Colégio dos Ritos, constitui, no seio do Grande Oriente da França, o Supremo Conselho para a França e Colônias Francesas”.
“Esta decisão, que sob pretexto de reorganização, derrubou todos os princípios e todas as tradições da Franco-Maçonaria Universal, é absolutamente ilegal pela incompetência de todos aqueles que a tomaram”.
FERDEUIL
(Grande Chanceler do Grande Conselho dos Ritos)
Todos os esforços possíveis foram feitos no Grande Oriente para ocultar aos irmãos que entravem na Ordem a maneira pela qual os membros desse rito são julgados no exterior e tomou-se o cuidado de dizer-lhes que não seriam recebidos em nenhuma parte uma vez saídos da França ou de qualquer uma de suas colônias. As grandes palavras de razão, superstição esmagada, princípios de liberdade, etc., substituem as tradições da Maçonaria Universal. Esses grandes simplórios ficam ainda bem lisonjeados quando um maçom de origem estrangeira vem, como visitante, verificar se a separação da França e do resto do mundo ainda continua. Recebe-se o visitante com grandes honras, mas este, retornando, esforçar-se-á em colocar na rua o venerável da loja francesa, se ousar apresentar-se, por seu turno, a uma reunião em seu país.
Assim, o Grande Oriente está destinado a desaparecer, mesmo com sua prosperidade aparente, se não retornar rapidamente a uma melhor compreensão dos interesses reais do País.
Terminaremos esta exposição, citando algumas palavras de Albert Pike: “O Grande Oriente da França esteve sempre nas mãos dos três “I”: Ignorantes, Imbecis e Intrigantes”.(33)
O ESCOCISMO
Em 1786, o Rito Templário fundiu-se com o Grande Oriente. Esse Rito Templário era composto de 25 graus; deixando de lado seu objetivo de vingança política, era de fato um rito de perfeição, onde os maçons ordinários foram levados a conhecer alguns ensinamentos concernentes à tradição cabalística dos Templários.
Ora, em 1761, isto é, antes da fusão com o Grande Oriente, o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente tinha dado a um judeu denominado Morin os poderes necessários para estabelecer o sistema templário na América, para onde esse tal Morin deslocou-se.
Quando Morin chegou ao seu destino, apressou-se em dar o 25º grau a muitos de seus camaradas, os quais em comum acordo com ele, iniciaram por sua vez inúmeros cristãos em 1797.
Quando os novos iniciados sentiram-se suficientemente fortes colocaram seu iniciador na rua e, separando-se dele, acrescentaram 8 graus herméticos aos 25 já existentes, o elevou o número de graus do sistema escocês a 33. Foi assim que fundaram em Charleston, em 1801, um Supremo Conselho que deveria, em seguida, conquistar uma grande influência. Por que esse número de 33 graus? Um antigo maçom, possuidor desse grau, Rosen, disse que esse número representa o grau de latitude de Charleston, e isso pode ser maliciosamente verdadeiro; pois, como veremos, o número de graus pouco importa, desde que o sistema maçônico seja realmente sintético.
A relação dos presidentes do Rito Escocês da América, desde seu nascimento, é a seguinte:
Conta-se entre nomes Grasse-Tilly. Foi ele quem retornou à Europa em 1804, trazendo o sistema de 33 graus, com o poder de constituir areópagos. Foi precedido de alguns meses por outro iniciado direto de Morin, um tal de Hacquet, cuja tentativa não gerou nada imediato.
Grasse-Tilly e os irmãos que tinha iniciado fizeram um acordo com o Grande Oriente em 1804; esse tratado foi rompido por comum acordo em 6 de setembro de 1805. Sublinhamos esse “comum acordo” e enviamos o leitor a Ragon (ortod. Maç., p.313) para os detalhes que provam em oposição ao que diz Rosen em seu livro (Satã e Cia.), que não houve histórias de dinheiro nesse negócio.
O que se infere de tudo isso, é que os pretensos graus maçônicos dados por Frederico da Prússia são de invenção de Bailache, em colaboração com Grasse-Tilly.
Entre 1806 e 1811, o Supremo Conselho fundado por Grasse-Tilly só expedia os mais altos graus, 31º, 32º e 33º, deixando ao cargo do Grande Oriente a expedição dos demais. Em 1811, o Supremo Conselho declara-se independente. Em 1815, De Grasse-Tilly retornou dos “Pontons” ingleses e fundou um novo Supremo Conselho. O antigo Supremo Conselho colocou Grasse-Tilly em julgamento e o condenou. Mas o novo Supremo Conselho, presidido pelo Duque Decaze, tomou uma tal importância que em 1820 o antigo uniu-se a ele e em 1821 foi constituído o Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito para a França e suas Colônias.
Em 1875 teve lugar em Lausana um convento importantíssimo dos diversos Supremos Conselhos Escoceses. Em 1879, algumas lojas escocesas de Paris separam-se do Supremo Conselho, protestando contra a existência dos altos graus e fundaram a Grande Loja Simbólica Escocesa, que se tornou mais tarde muito potente.
Durante esse tempo, os negócios do Supremo Conselho iam mal e a penúria de fundos tornou-se tal que em 1897 o Supremo Conselho teve que ceder um pouco e entender-se com as lojas rebeldes. Segundo esse entendimento, o Supremo Conselho passou à Grande Loja Simbólica todas as suas lojas e guardou somente os capítulos e areópagos. Assim se constituiu a Grande Loja da França, que cometeu logo um grave erro com a supressão da menção do Grande Arquiteto em suas pranchas o que permitiu cortar o fraco elo de ligação que ainda unia a França ao estrangeiro.
O RITO DE MISRAIM
O que podemos dizer do último rito que nos resta falar, o Rito de Misraim? Eis como Clavel relata sua fundação:
“Foi em 1805 que vários irmãos de costumes desacreditados, não podendo ser admitidos na composição do Supremo Conselho Escocês, fundado nesse mesmo ano em Milão, imaginaram o regime misraimita. Um irmão, Lechangeur, foi encarregado de recolher elementos, classificá-los, coordená-los e redigir um projeto de estatutos gerais. No início, os postulantes só podiam chegar ao 87º grau. Os três outros, que completavam o sistema, foram reservados aos Superiores Incógnitos, os nomes desses graus foram ocultados aos irmãos dos graus inferiores. Foi com essa organização que o Rito de Misraim espalhou-se no reino da Itália e Nápoles. Ele foi adotado sobretudo por um capítulo da Rosa-Cruz, chamado “La Concorde” que tinha sua sede nos Abruzzes. Na parte inferior de um diploma expedido em 1811 pelo capítulo ao irmão B. Clavel, comissário das guerras, figura a assinatura de um dos chefes do rito, o irmão Marc Bedarride, que na época só tinha o grau 77º. Os irmãos Lechangeur, Joly e Bedarride trouxeram para a França, em 1814, o Misraimismo”. (34)
Após 1814, o rito se enfraqueceu rapidamente. Atualmente possui em Paris no máximo vinte membros, constituindo sua única loja, seu capítulo e seu areópago; estando praticamente excluído da Maçonaria Universal.
GRANDE ORIENTE E ESCOCISMO
É muito curioso ver os que transformam completamente o depósito de tradições e de símbolos, que lhes foram confiados, desconhecerem os caracteres da grande fraternidade universal da Franco-Maçonaria ao ponto de se tornarem indignos de todas as iniciações da terra. É curioso, repito, ver os descendentes de Lacorne tomar grande ares de dignidade para solicitar aos irmãos do Rito Escocês seus arquivos e sua Filiação.
Através de Grasse-Tilly, Francken e Morin, os maçons escoceses ligam-se diretamente a Ramsay e aos templários. Eles tem, pelo menos, o mérito de não haverem subvertido em demasia sua tradição, apesar dos defeitos. Enquanto o Grande Oriente, tendo abandonado em 1773 suas constituições originais e destruído em 1885 seu Grande Colégio de Ritos, para transformá-lo em uma praça parlamentar, só tem da Franco-Maçonaria o nome e está condenado a desaparecer bruscamente, desde que os franceses do Rito Escocês tenham a coragem de se recuperar, de deixar de lado as questões de dinheiro e de reconstituir uma Maçonaria Nacional espiritualista, solidamente ligada ao resto do Universo.
Mas, admitamos que esse fato não se produza. Vamos supor que os procedimentos daqueles que sonham em isolar definitivamente a França, mãe, para Morin, de todos os Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito atuais, vencessem, e que a iniciadora pareça definitivamente morta para aqueles que foram iniciados por ela. Alguém iria acreditar que a lenda de Hiram não se tornaria uma viva realidade? Que os Iluminados não tornariam a criar aquilo que já fora feito anteriormente por eles?
Veríamos nascer uma nova forma maçônica adaptada à nossa época e baseada nos mesmos princípios pelos quais foi gerada outrora. Em breve essa criação seria suficientemente forte para impor-se em todos os lugares, sem pergaminho, sem árvore genealógica, bastando uma ordem do Invisível a um dos Superiores Incógnitos que velam sempre dentro de um plano ou de outro. E os restos das velhas e anteriores criações afundar-se-iam rapidamente, se fosse necessário. Pois, além de sua filiação templária, cujo objetivo sempre foi perigoso para a tolerância de um Martinista, o Rito Escocês conquistou o direito de grande naturalização, por suas próprias forças e pelo seu caráter verdadeiramente internacional.
Enquanto que um maçom do Grande Oriente não poderá entrar em nenhuma loja fora da França ou de suas Colônias, o maçom escocês será fraternalmente recebido dentro da jurisdição dos vinte e sete Supremos Conselhos, originados de Charleston. O quadro a seguir mostra essa filiação para os principais Supremos Conselhos.
Da mesma forma, se os Iluminados julgarem necessário reconstruir um centro já existente para o estudo e a prática do simbolismo, em vez de criar um novo centro, será ao Escocismo que dariam essa função, de preferência, pois é o único rito capaz de tirar a Maçonaria francesa do ateísmo e do baixo materialismo, onde poderá perder-se definitivamente.
OS GRAUS MAÇÔNICOS, CONSTITUIÇÃO PROGRESSIVA DOS 33 GRAUS DO ESCOCISMO
Não basta conhecer o resumo histórico dos diferentes ritos; é necessário que aprofundemos seu conhecimento (reservando a uma obra posterior um estudo completo e detalhado do simbolismo maçônico), para fornecer aos que se interessam pela Maçonaria ou pelo Iluminismo uma idéia acerca do caráter real dos ritos, sob o ponto de vista da tradição.
Antes de começar, devemos alertar os leitores em relação aos estudos clericais. Já falamos da tendência desses últimos em confundir o Iluminismo com a Maçonaria. Partindo – os escritores ligados ao clericalismo misturam à análise dos ritos maçônicos interpolações e reflexões pessoais as mais grosseiras. Sob aparência de análise imparcial, lançam de vez em quando um pequeno comentário destinado a desviar o leitor confiante. Agindo assim, desempenham seu papel, que conhecemos por experiência pessoal. Eles foram dignos de experimentar o gênio literário de Léo Taxil, que deles zombou com tanta habilidade, mas que foi injuriado, guardando contudo integralmente suas idéias sobre o papel secreto do Ocultismo de nossa época.
Iremos analisar as transformações do ritual, dando uma olhada geral sobre sua evolução histórica. O primeiro ritual maçônico que unificou os maçons espiritualistas aos da matéria foi composto pelos Irmãos Iluminados da Rosa-Cruz. Entre os mais conhecidos temos Roberto Fludd e Elias Ashmole.(35)
A CHAVE DOS GRAUS SIMBÓLICOS
A – APRENDIZ
Os três primeiros graus foram estabelecidos sobre o ciclo quaternário aplicado ao número dez, isto é, sobre a quadratura hermética do circulo universal. O grau de Aprendiz deveria desvelar, ensinar e tornar a velar o primeiro quarto do círculo; o grau de Companheiro o segundo quarto e o grau de Mestre os dois últimos e o centro. O significado atribuído pelo revelador a cada grau deriva diretamente do simbolismo total do círculo e de sua adaptação particular.
A adaptação do círculo relaciona-se com o movimento da terra sobre si mesma. O primeiro quarto do círculo descreverá simbolicamente a saída da noite, das seis horas da manhã às nove horas; o segundo quarto do círculo a ascensão de nove horas ao meio-dia e os dois últimos quartos a descida em direção da noite, ou do meio-dia à noite. Neste caso, o Aprendiz será o homem da manhã, o sol que se eleva; o Companheiro, o homem do meio-dia ou sol pleno; o Mestre, o homem do sol que se põe.
Se a adaptação do círculo se relaciona com a marcha (aparente) do Sol durante o ano, os quartos de círculo corresponderão às estações e representarão, respectivamente, a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno. O Aprendiz será, então, a semente que desabrocha; o Companheiro, a planta que floresce; o Mestre, a planta que frutifica e o fruto que cai da árvore para gerar novas plantas ao liberar as sementes que contém.
Cada uma dessas adaptações pode ser aplicada ao mundo físico, ao mundo moral e ao mundo espiritual. Compreende-se, assim, como verdadeiros Iluminados poderiam conduzir à luz da Verdade, em direção da “Luz que ilumina todo o homem que vem ao mundo”, em direção do Verbo Divino vivo, os profanos chamados à Iniciação. Mas, para isso, era absolutamente necessário que a chave fundamental e hermética dos graus e de sua adaptação fosse conservada por uma universalidade oculta. Tal foi o papel que se reservaram os Rosa-Cruzes e os iniciados judeu-cristãos. Eles possuíram sempre essas chaves que os escritores maçônicos só perceberam as adaptações; o presente trabalho, ainda que muito resumido, abrirá a esse respeito os olhos daqueles que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Que os outros nos insultem e nos acusem de adorar o diabo ou de servir aos Jesuítas; nós os deixaremos dizer o que quiserem e balançaremos os ombros.
Do ponto de vista alquímico, os três primeiros graus representam a preparação da Obra: os trabalhos do Aprendiz figuram os trabalhos materiais, os do Companheiro representam a busca do verdadeiro fogo filosófico e os do Mestre correspondem à colocação do mercúrio filosófico no Atanor e à produção da cor preta, de onde devem sair as cores brilhantes. É necessário não compreender as idéias e os trabalhos dos Rosa-Cruzes hermetistas, para não ver que os verdadeiros ocultistas estabeleceram seu plano iniciático segundo as regras estritas da adaptação de princípios e que a vingança de um pretendente excluído somente jogará um papel bem secundário nessa história toda.
Vindo do mundo profano, o Aprendiz aí retornará mais tarde como Mestre, após ter adquirido a iniciação. Assim é figurado o caduceu hermético que dá a chave real minado, pois dividiu sua iniciação pelo quarto de círculo. Não se pode passar de um plano a outro sem atravessar o reino que indica ao futuro iniciado a Câmara de Reflexões e seus símbolos.
O iniciado nada pode começar sozinho, sob pena de graves acidentes, devendo cercar-se de guias visíveis, experientes, como ensinam os discursos e as interrogações que ouvirá após sua entrada em loja. Mas os ensinamentos orais não teriam nenhum valor sem a experiência pessoal: tal é o objetivo das viagens e das provas dos diferentes graus.
B – COMPANHEIRO
O aprendiz cresce sem mudar de plano, passa dos trabalhos materiais aos trabalhos relacionados com as forças astrais; aprende a manejar os instrumentos que permitem transformar a matéria sob o efeito das forças físicas, manejadas pela inteligência; conscientiza-se de que além das forças físicas, existem forças de ordem mais elevada, figuradas pelo brilho da estrela flamejante: são as forças astrais que lhe permitem pressentir pelo símbolo da estrela flamejante. O aprendiz, tornando-se Companheiro, é instruído sobre a história da Tradição, em relação a seus primeiros elementos.
C – MESTRE
O companheiro ao tornar-se Mestre prepara-se para mudar de plano. Passará novamente pelo reino da obscuridade e da morte; mas desta vez passará sozinho, sem necessidade de guia. Fará de modo consciente o que fez inconscientemente na Câmara de Reflexões. Mas, antes disso, receberá a chave dos três graus e de suas relações, oculta na história de Hiram e de seus três assassinos.
Como já demonstramos, (36) a adaptação solar da lenda de Hiram não passa da adaptação de um princípio bem mais geral: o giro do círculo no quaternário, com suas duas fases de evolução e de involução. É preciso lembrar que o iniciado não vai somente ouvir essa lenda: vai vivê-la tornando-se o personagem principal de sua reprodução.
Aqui aparece um procedimento notável, colocado em prática por Ashmole, quando compôs esse grau em 1649 (os de Aprendiz e de Companheiro foram criados, respectivamente, em 1646 e em 1648). Para revelar ao iniciado a história da tradição, de maneira efetiva, seu iniciador fará que revisa essa lenda. Essa será a chave dos graus superiores e de seu ritual. Esta constatação deverá estar sempre presente quando for preciso reformular os rituais, adaptando-os às novas épocas, sem distanciá-los de seu princípio de constituição.
CONTRIBUIÇÃO DOS GRAUS TEMPLÁRIOS, RAMSAY
Para evitar toda obscuridade, e enumeração fastidiosa, acompanhemos a evolução histórica dos graus maçônicos. Aos três graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre, Ramsay acrescentou em 1738, três novos graus denominados Escocês, Noviço e Cavaleiro do Templo.
Esses graus são exclusivamente Templários e tem por objetivo fazer o recipiendário reviver: 1º o nascimento e a constituição da Ordem do Templo, que continua o Templo de Salomão; 2º a destruição exterior e a conservação secreta da Ordem; 3º a vingança contra os autores da destruição. Esta é a chave dos três graus adaptados à lenda de Hiram, religando o Templo de Jerusalém à Ordem de Jacobus Burgundus de Molay.
Os maçons desejosos de conquistar os graus superiores deveriam instruir-se no Ocultismo e nos primeiros elementos de Cabala. Assim, o Noviço (denominado mais tarde A Arca Real) deveria aprender os seguintes nomes Divinos:
Iod (Principium) ….
Iah (Deus) ….
Iaô (Existens) ….
Ehieh (Sum, ero) ….
Eliah (Fortis) ….
Iahib (Concedens) ….
Adonai (Domini) ….
Elchanan (Misericors Deus) ….
Iobel (Jubilans) ….
Induziam-lhe, ao mesmo tempo, a estudar as relações das letras e dos números, bem como os primeiros elementos do simbolismo das formas. No grau de Escocês (denominado mais tarde Grande Escocês), acrescentavam-se outros estudos mais aprofundados sobre as correspondências na natureza. O quadro abaixo, referente às relações entre pedras e nomes Divinos, indicará os primeiros elementos desses estudos.
PEDRAS NOME DIVINO GRAVADO SIGNIFICADO
Sardônica MELEK (Rex)
Topázio GOMEL Retribuens
Esmeralda ADAR Magnificus
Carbúnculo IOAH Deus Fortis
Safira HAIN Fons
Diamante ELCHAI Deus Vivens
Sincura ELOHIM Dii (Sin, os Deuses)
Ágata EL Fortis
Ametista IAOH IA
Crisólito ISCHLJOB Pater Excelsus
Ónix ADONAI Domini
Berilo IEVE (Sum Qui Sum)
A iniciação nesses dois graus desenvolvia a união entre o Templo de Salomão e os Templários; ela se desenvolvia em lugares subterrâneos para demonstrar o estado em que a Ordem ficou. Era no grau de Cavalheiro do Templo (transformado mais tarde, parcialmente, no Kadosch) que o recipiendário era realmente consagrado vingador da Ordem do Templo. Transformava-se a iniciação em guerra política à qual os Martinistas nunca aderiram.
A frase seguinte, gravada no túmulo simbólico de Jacques de Molay, indicava que os procedimentos adotados para atingir o pórtico da segunda morte eram conhecidos dos que pertenciam a esse grau: “Aquele que vencer os temores da morte sairá do seio da terra e terá o direito de ser iniciado nos grandes mistérios”. O detalhe da iniciação Kadosch, com suas quatro câmaras, a Negra, onde presidia o Grão-Mestre dos Templários, a Branca, onde reinava Zoroastro, a Azul, onde dominava o chefe do tribunal da Santa Vema (37) e a Vermelha, onde Frederico dirigia os trabalhos, indica que esse grau é o resumo de todas as vinganças e a materialização sobre a terra desse terrível livro de sangue, que se abre demasiadamente seguido no Invisível, quando Deus permite aos inferiores se manifestarem.
Esse grau sempre foi reprovado pelos Martinistas, que preferem a oração à vingança política, e que desejam ser soldados leais do Cristo, que disse: “Aquele que ferir com a espada, morrerá pela espada”.
O Rito Templário compreendia, não somente esses quatro graus de Ramsay, mas ainda oito graus que Rosen, em seu livro Satã Desmascarado (com o qual deve ter colaborado algum bom clérigo, pois o autor é bastante instruído, para ter dito as ingenuidades contidas nessa obra), une sem razão, em nosso ponto de vista, aos graus escoceses do 19º ao 28º:
1º Aprendiz ou Iniciado;
2º Companheiro ou Iniciado do Interior;
3º Adepto;
4º Adepto do Oriente;
5º Adepto da Águia Negra de São João;
6º Adepto Perfeito do Pelicano;
7º Escudeiro;
8º Cavaleiro de Guarda da Torre Interior.
4.3 O RITO DA PERFEIÇÃO
A – ANÁLISE DE SEUS GRAUS
Foi a esses graus templários que a constituição do Rito de Perfeição (1758) acrescentou o complemento do sistema maçônico inteiro, assim constituído:
1º Uma seção histórica e moral, na qual o recipiendário revive a história do primeiro Templo de Jerusalém, de sua construção à sua destruição; em seguida, participa da descoberta do Verbo que, encarnando-se, dará nascimento ao Cristianismo e à Nova Jerusalém, da qual o recipiendário torna-se Cavaleiro. Analogicamente, essa seção histórica permitia profundas dissertações morais sobre a Queda e a Reintegração natural do ser humano.
2º Uma seção hermética, consagrada ao desenvolvimento das faculdades anímicas do ser humano, cujas cerimônias iniciáticas reproduziam as fases do desdobramento astral e das adaptações alquímicas. Esta seção estava inserida em apenas dois graus do Rito de Perfeição: o Príncipe Adepto e o Príncipe do Segredo Real.
3º A essas duas seções acrescentava-se, como dissemos, a seção Templária.
Analisemos rapidamente os 25 graus do Rito de Perfeição, para esclarecer ainda mais a classificação precedente. Do 4º ao 15º graus, o Presidente da loja representa Salomão, um de seus ajudantes ou um de seus vassalos. Ocupa-se da construção do Templo, da vingança de Hiram ou de sua substituição.
É essa idéia de vingança que faz Rosen acreditar que os graus de Eleitos relacionavam-se com a Santa Vema; (38) é um erro que um iluminado não teria cometido. A Santa Vema foi uma adaptação germânica dos vingadores pitagóricos, que imitavam os vingadores de Osíris, como compreendeu muito bem o autor do Thuiller do Escocismo. Entretanto, Aulnaye não passou dos pequenos mistérios e não viu na iniciação senão o aspecto naturalista e o plano sexual, como fazem hoje em dia os clérigos. A citação seguinte irá nos esclarecer melhor a esse respeito:
“Se o terceiro grau da Maçonaria, o de Mestre, nos oferece o quadro da morte de Hiram, dito o Arquiteto do Templo, ou, antes a de Osiris, de Pan, de Thammuz, Grande Arquiteto da Natureza, com o Primeiro Eleito ecoa o primeiro grito de vingança, aquele que Horus efetuou contra os assassinos de seu pai, Júpiter contra Saturno, etc. Esse grande e permanente sistema de vingança, que se encontrava mais ou menos expresso em um grande número de graus, notadamente no de kadosh, remonta aos tempos mais longínquos. Independentemente da interpretação que se possa dar as operações da Natureza, que apresentam uma série de combates e de reações entre o princípio gerador e o princípio destruidor, ele pertence sobretudo à teocracia, o mais antigo sistema de Governo. Seguindo as diferentes circunstâncias onde são encontrados os fundadores das diferentes sociedades secretas e seguindo o espírito particular que os animava, estabeleceram a aplicação dessa vingança a esta ou àquela lenda, a este ou aquele fato histórico; a partir disso, tem-se a diferença dos ritos; mas os princípios fundamentais são sempre os mesmos”. (39)
No 17º grau (Cavaleiro do Oriente e do Ocidente), chegamos à tomada de Jerusalém pelos Romanos e à destruição do Templo. A seguir, encontramos o grau verdadeiramente cristão da Maçonaria, o 18º, ao qual os Rosa-Cruzes deram o nome de sua Ordem e onde ocultaram a parte mais pura da Tradição. Os materialistas, confusos, dizem que esse grau é criação dos Jesuítas, e estes, comovidos por verem a Cruz e o Cristo Glorioso dentro de um Templo Maçônico, dirão que esse grau é uma criação de Satã. Como observamos, há de tudo para todos os gostos.
O grau da Rosa-Cruz Maçônica é a tradução física dos mistérios que conduzem ao título de Irmão Iluminado da Rosa-Cruz, que não pertence à Franco-Maçonaria, mas à sua criadora, a Sociedade dos Iluminados. Um Rosa-Cruz Maçom, quando conhece bem seu grau, pode ser considerado como um Aprendiz Iluminado e possui todos os elementos de um alto desenvolvimento espiritual, como veremos na análise desse grau.
B – A ROSA-CRUZ MAÇÔNICA
A iniciação no grau Rosa-Cruz maçônico exige quatro câmaras: a Verde, a Preta, a Astral e a Vermelha, que se reduzem na prática a três, pela supressão da primeira.
O Tema do grau refere-se à Palavra Perdida, necessária à reconstrução do Templo. O recipiendário a descobre; é o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo: INRI. Graças a essa palavra, atravessa a região astral em sua seção inferior ou infernal e eleva-se à Câmara da Purificação cristã e da Reintegração. Do ponto de vista alquímico, representa: a criação da pedra na cor vermelha, pela descoberta das forças astrais; a saída da cabeça do corvo e a passagem à fênix ou ao pelicano. Do ponto de vista moral, representa o nascimento, no homem, da centelha do Verbo Divino, que se encontra encarcerada no interior de sua alma, pelo exercício da oração, da caridade, do sacrifício e da submissão ao Cristo.
Experimentai explicar isso a um mercador de vinho, cabo eleitoral e dignatário do Grande Oriente, ou a um R. P. Jesuíta. O primeiro irá substituir a Fé, Esperança e Caridade por sua preciosa divisa “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”… ou a morte; e o segundo desejará encontrar anagramas que transformem o nome de Cristo no nome do Príncipe deste mundo, pois não admite que se possa compreender o Cristo sem passar pelos que pensam ser o único clero Divino sobre a terra. Para o clérigo, tudo não passa de “Gnosticismo”, pois emprega sempre esse nome para designar aquilo que não compreende.
Retomemos a análise da iniciação nesse grau. A Câmara Verde Lembra a primeira evolução do recipiendário nos graus simbólicos. A Câmara Preta vai abrir-lhe as portas da segunda morte, indicando uma mudança de plano. Ela é pintada de preto, com lágrimas de prata.
A destruição do Primeiro Templo é representada pelas colunas quebradas e pelos instrumentos esparramados pelo solo. Somente três colunas permanecem em pé e podemos ler: Fé, a Sudoeste; Esperança, a Sudeste; e Caridade, a Noroeste. A Leste, encontra-se um dos símbolos mais profundos: uma cruz com uma rosa na interseção de seus braços, símbolo da criação pelo homem de seu ser espiritual. Além desse símbolo, disposto sobre a mesa coberta com uma toalha preta, encontram-se os instrumentos da construção material: o compasso, o esquadro e o triângulo.
Essa mesa está colocada diante de uma grande cortina que, abrindo-se, mostrará o Cristo crucificado, iluminado por dois círios em cera de cor solar. É lá que o recipiendário reencontrará a “Palavra Perdida”, após ter criado em si próprio a Fé, através do trabalho pessoal, e a Caridade, que lhe abrirá as grandes portas da Esperança e da Imortalidade. Essa imortalidade será adquirida imediatamente à certeza simbólica, pois com o rosto coberto por um véu negro penetrará, com a ajuda daqueles que o precederam na Câmara que chamamos Astral, denominada comumente infernal.
Esclarecemos, contentando igualmente ao Sr. Antonini, (40) que o inferno dos católicos é denominado “Plano Astral Inferior” pelos ocultistas.
Para se chegar às regiões celestes, é necessário atravessar o plano astral e vencer, pela pureza moral e pela elevação espiritual, as larvas e os seres que povoam essa região do Invisível. O céu envia a seus eleitos os guias necessários para atravessar esta região. O autor de “Pistis-Sofia” (41) dá-nos informações interessantíssimas sobre esse assunto. Mas os ocultistas colocam as larvas e os demônios nos seus devidos lugares e não os adoram, reservando suas orações ao Cristo ou à Virgem. É absolutamente necessário triunfar dos demônios para se alcançar o plano celeste. Não se pode triunfar nesse aspecto a não ser seguindo os preceitos evangélicos, segundo o método do Ocidente; ou seguindo a revelação dos mestres no Oriente. Todo homem de bem, seja Cristão, Muçulmano ou Budista, alcançará o Céu quando segue a palavra de Deus; e todo criminoso, seja Papa, Padre Católico, Judeu, Protestante, ou um simples leigo de uma religião qualquer, entrará em contato com os seres do Plano Astral, até o momento da dissolução de suas cascas, a menos que a piedade Divina apague os clichês dos seus pecados. Eis porque Dante viu vários Papas no Inferno.
Esta câmara astral é formada por material transparente em cada canto, onde se encontra um esqueleto para indicar que a morte é a única porta de entrada ou saída desta câmara. Sobre o material transparente, pintam-se larvas e seres astrais quaisquer, que o recipiendário perceberá levantando o véu que cobre sua cabeça. Ele chega, enfim, à Câmara Vermelha, iluminada por 33 luzes.
No Oriente, sob um dossel, o recipiendário deparasse com um admirável símbolo. No alto, uma estrela flamejante portando a letra c (Schin) invertida, para indicar a encarnação do Verbo Divino na natureza humana. Embaixo, vê-se um sepulcro aberto e vazio para mostrar que o Cristo triunfou da morte, indicando, assim, o caminho a todos aqueles que quiserem segui-lo.
É também nesta direção que fica o estandarte do capítulo sobre o qual é gravado o Pelicano, em pé sobre o seu ninho, alimentando seus sete filhos com o próprio sangue, que verte ao furar o peito com o bico. Este Pelicano porta no peito a Rosa-Cruz. Este é o símbolo do verdadeiro cavaleiro do Cristo, representação da ação incessante da luz Divina que faz reviver mesmo aqueles que cometem atrocidades em seu nome, como o sol que ilumina os bons e os maus, espalhados sobre as sete regiões planetárias de seu sistema.
As inscrições das colunas, Infinidade e Imortalidade, caracterizam a transformação espiritual das virtudes ao iluminar a Câmara Negra. Esta iniciação apoia-se em quinze pontos de instrução, que transformam sucessivamente e recipiendário em Cavaleiro de Heredom, Cavaleiro da Guarda da Torre e Rosa-Cruz. Essas instruções referem-se aos seguintes pontos: 1º Mestrado; 2º números 9, 7, 5, e 3; 3º pedra angular; 4º mistérios da arca e da imortalidade (Enoque e Elias); 5º as montanhas da salvação, o Moria (42) e o Calvário, em todos os planos; 6º o Atanor hermético (43); 7º as virtudes morais nascidas do esforço espiritual; 8º a resistência às paixões (guarda da Torre); 9º o simbolismo astral; 10º o simbolismo geral; 11º o simbolismo dos números; 12º a Jerusalém Cristã e o novo Templo Universal; 13º as três luzes cristãs: Jesus, Maria e José; 14º a Palavra Perdida; 15º Consumatum est.
Observamos, finalmente, que os iluminados haviam transmitido à Maçonaria, neste grau, seu sistema de redução cabalística dos nomes em suas consoantes e os cinco pontos, figurando a aprendizagem do Iluminismo.
Os graus seguintes: 19º, Grande Pontífice; 20, Grande Patriarca; 21, Grão-Mestre da chave, 22, Príncipe do Líbano, continuam a colocar em ação a tradição histórica. O último grau, Príncipe do Líbano, tornou-se o Cavaleiro do Real Machado do Escocismo. Ele começa a série dos verdadeiros graus herméticos, consagrados ao desenvolvimento das faculdades espirituais. (44)
O tema iniciático desses graus herméticos relaciona-se com a parte da vida em que Salomão dedicou-se ao estudo da Magia e da Alquimia. Vemos Salomão submetido às provas da segunda morte, abandonando os ídolos pelo verdadeiro Deus e retornando à verdadeira fé pela Ciência. Trata-se da retomada sobre um outro plano da alegoria histórica dos graus precedentes. Na Maçonaria de Perfeição, os graus herméticos estavam inseridos nos seguintes graus: 22, Príncipe do Líbano; 23, Príncipe Adepto e 25, Príncipe do Segredo Real.
Encontramos no grau de Príncipe Adepto, tornado 28º do Rito Escocês, Cavaleiro do Sol, os estudos teóricos sérios que formam a base de toda prática real.
Estudaremos detalhadamente esta seção, em função do Escocismo e das modificações que esse rito introduziu nos graus herméticos. Como vemos, o Rito de Perfeição continha todo o sistema maçônico. As transformações recebidas limitam-se apenas ao desenvolvimento dos graus já existentes no “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”. Passemos ao Escocismo, enumerando antes as seguintes classes que englobam os graus desse rito, como segue:
1ª classe – 1,2,3;
2ª classe – 4,5,6,8 e 8;
3ª classe – 9,10 e 11;
4ª classe – 12, 13 e 14;
5ª classe – 15, 16, 17, 18 e 19;
6ª classe – 20, 21 e 22;
7ª classe – 23, 24 e 25.
Maiores detalhes podem ser obtidos no quadro geral dos ritos, apresentados no fim deste capítulo.
C – ESCOCISMO, RAZÃO DE SER DE SEUS NOVE GRAUS, ILUMINISMO,
REINTEGRAÇÃO E HERMETISMO
Chegamos ao Escocismo propriamente dito, isto é, ao desenvolvimento dos últimos graus do Rito de Perfeição. Como dissemos, os mistérios do desdobramento consciente do ser humano, que se convencionou denominar saída consciente do corpo astral, e que caracterizava o batismo nos templos antigos, foram desenvolvidos para constituírem os graus escoceses, acrescidos pelo Supremo Conselho de Charleston, cerca de 1802, ao sistema levado por Morin.
Não é justo, pois, ver nesses graus apenas coisas superficiais e inúteis. Eles terminam a progressão do aperfeiçoamento do ser humano, ao lhe dar a chave do desenvolvimento das faculdades supra-humanas, pelo menos para uso na vida atual. Denominamos chave, pois na iniciação não pode dar outra coisa.
O que importa, agora, se essas luzes forem dadas a homens que não irão ver nelas senão um simbolismo ridículo; ou que ceguem os clérigos que procurarão nesse simbolismo somente phalos e ctéis, segundo seu louvável hábito; pois essas pessoas possuem um cérebro desse feitio, que não vêem senão isso em todos os lugares, com uma diabo qualquer como chefe de orquestra. Coitados!
A iniciação vai retraçar as diversas fases da travessia consciente dos planos astrais, com seus perigos, seus obstáculos e seu coroamento, que é o de vencer o círculo do inferno astral para elevar-se, se a alma for digna, às diversas regiões celestes. O tema representará, como dissemos, o recipiendário sob a figura de Salomão ocultista, dirigindo Hiram e participando ativamente das operações.
O grau 22, Cavaleiro do Machado Real, relacionasse às preparações materiais das operações, figuradas pelas copas dos cedros sobre o Monte Líbano e pelo machado consagrado.
O 23º grau, chefe do Tabernáculo, relaciona-se com as indicações concernentes ao plano em que se vai operar, isto é, a natureza astral. A sala é perfeitamente circular, iluminada por sete luzes principais e 49 (=13, número da passagem pelo astral) luzes acessórias. A palavra sagrada IEVE e a palavra de passe é o nome do Anjo do Fogo que deverá vir assistir ao operador no início dos operadores que invocam as forças inferiores do astral, pensando progredir mais rapidamente por esses meios. Podem, com isso, perder a comunicação com o Céu e ser enganados pelo demônio. Esse erro é figurado pelos ídolos que Salomão sacrificou. O recipiendário deve sair triunfante desse primeiro contato com a região astral.
A seguir, aborda o plano onde estão gravados os clichês astrais. Vê a palavra de Deus, os doze mandamentos e os evangelhos, escritos sobre o livro eterno; executa então a primeira viagem em Deus (palavra de passe do 24º grau). É lá que atinge o plano de êxtase onde se encontrava Moisés quando viu se iluminar a sarça ardente. Tendo passado pelo plano astral, aborda o plano Divino, obtendo, assim, a primeira manifestação da harmonia celeste (25º grau). O recipiendário possui a cruz como sinal, a palavra sagrada é Moisés, a palavra de passe é INRI, indicando a união dos dois Testamentos. As correntes que envolvem o recipiendário indicam o peso da matéria e das cascas, que paralisam a ação do Espírito no plano Divino; a serpente de bronze, enroscada em volta da cruz, indica a dominação do plano astral (a serpente) pelo homem regenerado pelo Cristo (a cruz). Os clérigos, para seu grande pesar, não conseguiram ver o diabo nesse grau. Aqui geralmente passam em silêncio.
Seguindo sua evolução no plano Invisível, o recipiendário aborda os diversos planos da região celeste (26º grau, Escocês Trinitário ou Príncipe da Misericórdia). Passará pelo primeiro, segundo e terceiro céus; no lugar dos demônios do plano astral, entrará em contato com os silfos e os recebedores celestes. Nesta parte, ouve-se os cacarejos irônicos dos ignorantes quando se ocupam desse grau, e os alegres comentários dos clérigos. Mas continuemos. O recipiendário recebe asas como marca de sua ascensão ao plano Divino. O catecismo contém estas frases características:
P.: Sois Mestre Escocês Trinitário?
R.: Eu vi a Grande Luz e sou, como vós, Perfeito pela Tríplice Aliança do sangue de Jesus Cristo, do qual portamos a marca.
P.: Qual é essa Tríplice Aliança?
R.: Aquela que o Eterno fez com Abraão pela circuncisão; aquela que fez com seu povo no deserto, pela intermediação de Moisés; e aquela que fez com os homens pela morte e paixão de Jesus Cristo, seu filho Bem-Amado.
No grau seguinte (27º), Grande Comendador do Templo, o recipiendário é admitido na Corte Celeste. A jóia contém as letras hebraicas v u v h, isto é INRI. O sinal consiste em formar uma cruz sobre a testa do irmão que interroga.
Chegamos ao grau que englobava primitivamente todos os precedentes: o grau do Cavaleiro do Sol (28º), o antigo Príncipe Adepto do Rito de Perfeição. Esse grau simbolizava a reintegração do Espírito no Adão-Kadmon, quando julgado digno por Deus. O recipiendário é transportado no espaço intra-zodiacal, onde encontrava-se o homem antes da Queda; toma conhecimento dos sete Anjos planetários que presidem, depois da Queda, os destinos das sete regiões (o recipiendário encontra-se supostamente no Sol). Tomará conhecimento das forças emanadas de seu centro. Eis as correspondências ensinadas nesse grau, cuja palavra de passe, eminentemente alquímica, é Stibium:
MICHAEL …… Pauper Dei …… Saturno
GABRIEL …… Fortitudo Dei …… Júpiter
OURIEL …… Ignis Dei …… Marte
ZERACHIEL …… Oriens …… Sol
CHAMALIEL …… Indulgentia Dei ……Vênus
RAPHAEL …… Medicina Dei …… Mercúrio
TSAPHIEL …… Absconditus Dei …… Lua
O 29º grau (Grande Escocês de Santo André) é essencialmente alquímico. O adepto retorna à terra após sua ascensão ao mundo espíritos e será capaz de realizar a Grande Obra. A esse grau acrescenta-se, como palavra sagrada, um grito de vingança. Isso demonstra que se misturaram alguns pontos do Rito Templário com o ensinamento hermético.
PALAVRAS DE PASSE DO 29º GRAU
Ardarel ……………… anjo do Fogo
Casmaran ……………… anjo do Ar
Talliud ……………… anjo da Água
Furlac ……………… anjo da Terra
Entre os graus administrativos, 31º, 32º e 33º, assinalaremos sobretudo o 32º, o antigo 25º do Rito de Perfeição, denominado Príncipe do Segredo Real. É necessário abandonar o falso Frederico (45) desse grau, como também aquele do 21º grau (Noachita), que é uma reconstituição simplesmente histórica da Santa Vema. O que nos interessa é a figura desse grau, “o selo” onde se veêm cinco raios de luz, englobando um círculo e inscritos em outro círculo, enclausurado em um triângulo que é, por seu turno, inscrito num pentágono. Esse conjunto reproduz a análise da Esfinge, Touro, Leão, Águia (com duas cabeças) e o coração inflamado e alado. O conjunto aparece sustentado pela pedra cúbica. Em volta do selo encontram-se os locais de trabalho, figurando os centros de realização maçônica.
O 33º grau é, em parte, o desenvolvimento alquímico do Príncipe do Segredo Real e, em parte, uma composição da figura de Frederico que não nos interessa. Constitui o grau administrativo dos centros maçônicos, que pode ligar-se a um iluminismo qualquer.
RESUMO GERAL E RECAPITULAÇÃO DOS GRAUS MAÇÔNICOS
A rápida revisão efetuada em torno da hierarquia dos graus maçônicos mostra-nos que constituem uma progressão real e harmônica, na qual se constatam poucas irregularidades, como os graus noachitas, compostos fora da ação dos fundadores do sistema maçônico.
Esses graus simbólicos contêm, em síntese, todo o sistema. Entretanto, os altos graus desenvolvem harmonicamente essa síntese, inicialmente sob o ponto de vista histórico, passando em revista o povo judeu, o Cristianismo, o Tribunal Secreto, as Ordens de Cavalaria e os Templários.
Esse sistema seria incompleto sem o coroamento verdadeiramente oculto, abrindo ao iniciado novos horizontes sobre a salvação do ser humano, pela oração, pelo devotamento (18º) e pela caridade, que conduzem às provas da segunda morte e à percepção do plano Divino, após ter triunfado das tentações infernais do plano astral. Os Iluminados deram pessoalmente à sua obra todos seus desenvolvimentos; e saberão restaurá-la caso acabe no baixo materialismo e no ateísmo. O quadro seguinte resume o significado geral dos diferentes graus:
GRAUS SIMBÓLICOS História Sintética do Homem
(1º, 2º e 3º)
GRAUS HISTÓRICOS Construção do Templo de Jerusalém.
(4º ao 22º) Cativeiro.
Libertação.
Queda de Jerusalém e Destruição do Templo.
O Cristianismo (18º).
Nova Jerusalém.
GRAUS TEMPLÁRIOS Tribunal Secreto.
(13º, 14º, 21º e 30º) Cavaleiros e Templários.
GRAUS HERMÉTICOS Primeiras provas do Adeptado.
(22º ao 33º) O Adepto toma contato com a Serpente Astral.
Desdobramento.
O Adepto triunfa da Serpente Astral e eleva-se
em direção ao Plano Divino.
Triunfo Hermético.
Reint. e retorno consciente ao plano físico.
A evolução progressiva dos graus é apresentada como segue:
1º – Três graus simbólicos;
2º – Três altos graus templários de Ramsay, que devem ser colocados em frente dos números 13, 14 e 30;
3º – Constituição dos graus históricos; desenvolvimento da história de Salomão e da construção do Templo de Jerusalém, 4º ao 15º; destruição do Templo e reconstituição da Nova Jerusalém pelo Cristianismo, 15º ao 22º;
4º – Coroamento dos graus históricos pelos graus do Hermetismo, abrindo uma porta ao Iluminismo Cristão, 22º ao 25º.
Tal é o resumo do Rito de Perfeição. Aos vinte e cinco graus do Rito de Perfeição, o Supremo Conselho de Charleston acrescentou os seguintes graus: o Chefe do Tabernáculo (23º), o Príncipe da Misericórdia (24º), o Cavaleiro da Serpente de Bronze (25º), o Comendador do Templo (26º), o Cavaleiro do Sol (27º). O Príncipe do Segredo Real ocupa os graus 28º, 29º, 30º, 31º e 32º; o Kadosch, o 28º grau e o Soberano Grande Inspetor Geral, o 33º e último grau.
Após a chegada de Grasse-Tilly a Paris, nova modificação foi adotada, que ainda rege o Escocismo. Essa transformação, em suas grandes linhas, é a seguinte: o Príncipe da Misericórdia (24º) tornou-se o Príncipe do Tabernáculo; o Comendador do Templo tornou-se o Príncipe do Tabernáculo; o Comendador do Templo tornou-se o Escocês Trinitário (26º); o Cavaleiro do Sol tornou-se o 28º grau, sendo substituído pelo Grande Comendador do Templo; o 29º grau foi o Grande Escocês de Santo André e o Kadosch (antigo 24º do Rito de Perfeição e 28º do de Charleston) tornou-se definitivamente o 30º grau.
O 31º grau tornou-se o Grande Inspetor; o Príncipe Adepto constituiu o 32º e o Soberano Grande Inspetor Geral o 33º, o último grau do sistema escocês. Enfim, um grau Noachita, o 21º substituiu em todos os lugares o Grão-Mestre da Chave do Rito de Perfeição.
DOS SÍMBOLOS E DE SUA TRADUÇÃO
Uma palavra relativa à tradução dos símbolos, em todas as suas adaptações, torna-se necessária. Um símbolo é uma imagem material de um princípio ao qual se liga por analogia. O símbolo exprime toda escala analógica das correspondências de sua classe, das mais elevadas às mais inferiores. É assim que um rude sectário poderá dizer que uma bandeira não passa de um pano colorido, carnavalesco neste caso, materializa e avilta a idéia tão bela e pura da representação simbólica da pátria. Esse procedimento de difamação, que consiste em atribuir aos símbolos correspondências analógicas triviais, é usado com satisfação pelos escritores clericais ao analisarem os símbolos maçônicos.
O princípio criador ativo e o princípio gerador passivo, simbolizados na Igreja Católica pela ação do Pai e do Filho, têm como correspondência sexual inferior o phallus e o Cteis. Dessa maneira, os clérigos não deixam de relatar a seus leitores que todo simbolismo maçônico, ou toda tradição iniciática dos Iluminados, resume-se na representação desses órgãos. Trata-se de ignorância ou má fé; em todo caso, a melhor solução é ignorar tais procedimentos. O que diriam os clérigos, se fizéssemos o mesmo, afirmando-lhes que o hissope (47) é uma imagem do phallus fecundador e que a água benta representa a emissão da substância geradora; a mesma coisa poder-se-ia dizer do bastão utilizado pelos bispos, enquanto os cálices usados nas igrejas representam cteis! O que diriam os homens instruídos acerca dessas analogias grosseiras e inadequadas? Diriam que seria dar provas de um singular estado de espírito bem vizinho da caduquice. Assim, nos parece necessário lembrar os escritores católicos da necessidade de estudarem um pouco mais aquilo que se entende por correspondência analógicas e de não considerarem os símbolos, mesmo maçônicos, sob esse aspecto grosseiro; pois podem ouvir as mesmas críticas, fato incorreto, tanto de um lado como de outro.
Apresentaremos algumas referências acerca do simbolismo das cores, empregado nas tapeçarias; em seguida, falaremos da palavra sagrada, que tomamos emprestado a Aulnaye.
O branco é consagrado à Divindade; o preto, a Hiram e ao Cristo; (48) o preto também se encontra nos graus de Mestre, Eleito, Kadosch e Rosa-Cruz. O verde, emblema da Vida e da Esperança é a cor de Zorobabel; eis por que esta é a cor do Mestre Perfeito e do Cavaleiro do Oriente. O vermelho pertence a Moisés, mas mais a Abraão; por esse motivo, é a cor especial do Escocês. Finalmente, o azul, símbolo da morada celeste, é a cor do Sublime Escocês; relaciona-se, entre os Patriarcas, com Adão, criado na inocência e à imagem de Deus, habitando o Jardim do Éden. (49)
Como Símbolo da Palavra Primitiva, Jeovah pertence especialmente ao antigo Mestre ou Mestre Perfeito; como a Palavra Reencontrada, pertence ao verdadeiro Escocês, consagrador do sacerdote de Jehovah, ou da Antiga Lei, por oposição à nova. Encontra-se particularmente no Machado Real, no Escocês de Perfeição, no Mestre ad Vitam, o Perfeito Eleito, o Eleito Supremo, os Escoceses da Prússia, de Montpellier, do Interior do Templo, etc. (50)
GRITO DE ALARME
Foi após ter havido um erro capital que a Franco-Maçonaria francesa atraída em sua ignorância pelos agentes estrangeiros, deixou-se levar pelos combates políticos; foi mostrado à Franco-Maçonaria o espectro do clericalismo, como se mostra a capa vermelha ao touro; foram exaltadas as tendências materialistas de seus membros, sob pretexto de fazerem “espíritos livres” e “homens de razão”. Assim, do anticlericalismo ao ateísmo não havia mais senão um passo, cuja distância foi eliminada pelos ingênuos. De que servia falar do “Grande Arquiteto do Universo” que deveria ser ainda algum produto “da Ignorância e da Superstição”. De que serviam todos os símbolos, “vãs recordações de uma época de escravidão e obscurantismo” ? Dessa forma, devido à existência de todo esse materialismo e “racionalismo”, o Grande Arquiteto do Universo foi abolido das pranchas e dos diplomas; os símbolos foram reduzidos à inteligência dos bêbados de bares, encarregados de explicá-los.
O plano do estrangeiro era assim realizado. Esses “homens livres”, esses “seres de razão brilhante e esclarecida”, foram apresentados ao resto do mundo como pessoas pérfidas e homens suficientemente vis por desprezarem o Grande Arquiteto. Em seguida, em todas as lojas do Universo, a palavra de ordem passou como relâmpago e as portas foram fechadas imediatamente, sob o nariz dos “livres pensadores franceses”, indignados por encontrarem em todo lugar “maçons ainda ligados aos erros do passado”.
Os espertalhões franceses deixaram-se levar como crianças. Suas relações com as lojas maçônicas do resto do Universo foram cortadas, em sua grande maioria. Entretanto, restava eliminar definitivamente todos os liames, lançando o que restava do Rito Escocês na senda. Advinda a fuga dos caixas, arruinou inteiramente o Supremo Conselho Escocês, que colocou suas lojas sob a tutela da “Grande Loja Simbólica Escocesa”, o produto da revolta, constituindo assim a Grande Loja da França. Esta, dirigida sempre em segredo pelas intrigas, apressou-se em abolir o nome do Grande Arquiteto, menção que ligava ainda alguns franceses ao estrangeiro.
Nada mais restou, senão alguns capítulos escoceses e raros areópagos, capazes de manter o elo com a Maçonaria Universal. Entretanto, há quem trabalhe arduamente para desfazer este último liame. Mas o Invisível vigia. Foram os Iluminados que criaram a Maçonaria e que escolheram a França como centro superior no Visível, como é no Invisível; serão também eles que salvarão ainda uma vez mais os cegos e os surdos.
Que os membros do Supremo Conselho Escocês, ao lerem estas linhas, possam refletir um pouco e sair um momento da atmosfera estreita das querelas de pessoas e das questões de dinheiro. A salvação da obra paciente se seus antepassados está em suas mãos; nosso papel deve limitar-se no lançamento do grito de alarme. Ademais, sabem disso e nada temos a lhes ensinar a esse respeito. Podemos ter plena e inteira confiança em sua clarividência e patriotismo.
CONCLUSÃO
Em resumo, os diversos representantes contemporâneos do Iluminismo, do qual a Ordem Martinista forma o ramo francês e cristão, deparam-se com os seguintes centros:
1º – Os centros clericais, que consideram os Martinistas como Franco-Maçons e perigosos satanistas. Esforços inusitados foram feitos no sentido de esclarecer os clérigos, como outros grupos, do caráter real do Martinismo. Esses esforços serviram para produzir ainda mais injúrias contra aqueles que, semelhantes a exploradores, lançaram-se nos centros clericais para tentar esclarecê-los sobre as mistificações de que foram vítimas e de que serão novamente.
2º – Os ritos Franco-Maçons divididos em três grupos:
A – Os materialistas ateus do Grande Oriente da França, exilados do resto do Universo e que irão desaparecer por ocasião da próxima revolução. Fora da França, o Grande Oriente não tem nenhuma força e seus oficiais foram colocados na rua, como criados, por quase todas as lojas estrangeiras.
B – Os doze membros parisienses do Rito de Misraim, desvitalizado e que destina-se a desaparecer em pouco tempo, se não se reestruturar ou se não se fusionar com algum outro rito. Fora de Paris, o Rito de Misraim praticamente não existe; em Paris, sua presença é igualmente sem expressão.
C – O Rito Escocês que acabamos de justificar a filiação e os graus, o único capaz de salvar a tradição maçônica, se os chefes continuarem a manter a energia necessária. Entretanto, aniquilado por problemas de dinheiro, esse rito não pode dar à sua propaganda todos os esforços necessários.
Diante desses diversos grupos, o Martinismo manifesta suas tendências absolutamente independentes, sempre pronto a dar seu apoio a todos os que quiserem salvar ou reatar sua tradição. Veremos que esse apoio não é de se desdenhar.
Os Iluminados conquistaram, por sua coesão, um tal lugar ao Sol, que podem, se Deus permitir que continuem em sua marcha ascendente, reconstituir os estudos simbólicos uma vez abandonados na França, ou dar seu apoio aos poderes regulares que quiserem reconstituir esses estudos.
Como se resume atualmente a potência efetiva da Ordem Martinista? Em primeiro lugar, por suas revistas, traduzidas em quase todas as línguas. Na França, possuímos uma edição mensal de cem páginas, uma edição semanal de oito páginas, formato in-4º, e um caso de necessidade. Em segundo lugar, pelos Delegados em todos os países da Europa e da América, pelos iniciadores Livres e pelas lojas espalhadas em todo o mundo. Em terceiro lugar, pelas alianças com todos os centros de Iluminismo e de idealismo, realizadas ou em fase de execução. Finalmente, pelo desprezo ao dinheiro, pelo voto de pobreza, que permitiu à Ordem resistir a muitas tormentas.
Não existe nenhum outro rito, na França, que possa justificar tal raio de ação e que possua veículos tão potentes de propaganda. Não existe nenhuma organização capaz de agir sem intermediários nos demais países. Tudo isso foi construído à luz do dia, sem juramentos, nem sociedades secretas, através de seus jornais e autores. Tão séria é a organização Martinista que não se ocupa de política nem de religião, tanto na França como no exterior, uma vez que seus estatutos proíbem terminantemente essas atividades.
Essa organização pode expandir-se ainda mais ou cair na sombra e no silêncio de uma hora a outra, se esse for o desejo do Invisível. Esta é uma característica das Ordens de Iluminados. Se a primeira hipótese prevalecer, se a marcha ascendente da Ordem continuar, após ter conquistado todos os recantos da Europa, é de se esperar a chegada de polêmicas e de ataques ainda mais violentos, de calúnias ainda de maior dimensão, de esforços ainda mais diretos visando as pessoas. Mas o que importa! Apoiamo-nos apenas na resistência. Cada calúnia representa uma vitória posterior. Acusados de ser demônios por uns, clérigos por outros, magos negros ou alienados pela multidão, permaneceremos simplesmente Cavaleiros ferventes do Cristo, inimigos da violência e da vingança; sinarquistas convictos, opostos a toda anarquia de cima ou de baixo, em uma palavra: permaneceremos Martinistas como foram nossos gloriosos antepassados, Martinez de Pasqually, Louis Claude de Saint-Martin e Jean Baptiste Willermoz.
notas
29 – Veja RAGON. Ortodoxia Maçônica, p. 56.
30 – AMIABLE e COLFAVRU, Op. Cit.
31 – Em 19 de março de 1314, Jacques de Molay, Grão-Mestre da Ordem do Templo, foi queimado numa pequena Ilha do Sena, em Paris, por ordem do rei da França, Philippe, o Belo, com o consentimento do Papa Clemente V. A Ordem do Templo foi exteriormente destruída e seus bens confiscados pelo rei da França. A Ordem, no entanto, permaneceu oculta, sendo continuada na Escócia sob a direção do Cavalheiro D’Aumout. Este, segundo S. de Guaita, teria constituído as bases da Franco-Maçonaria e continuado a iniciação oculta, que mais tarde tomou o nome de fraternidade Rosa-Cruz. (N.T.)
32 – Alguns autores pretendem que o internamento de Luis XVI, no Templo, foi decidido pelos irmãos do Rito Templário.
33 – Carta de Albert Pike ao Visconde de Jonquière.
34 – CLAVEL. Histoire Pittoresque de la Franc-Maçonnerie.
35 – Citemos, entre os demais Rosa-Cruzes que contribuíram com a nova criação: Desaguliers, Jacques Anderson, G. Payne, King, Calvat, Lumden, Madden e Elliot.
36 – PAPUS. Traité Méthodique de Science Occulte. Paris: Dangles, 2 vol. (Análise da lenda de Hiran).
37 – A Santa Vema foi uma sociedade secreta criada por Carlos Magno, Rei da França, imperador do Ocidente, no ano de 772, para combater a feitiçaria. Surgiu na Westfália, espalhando-se mais tarde por toda a Europa Central, famosa pela instauração do Tribunal dos Franco Juizes, que executou o Duque Frederico de Brunswick. Para maiores, veja GUAITA, S. No Umbral do Mistério. (N.T.)
38 – Satan Démasqué.
39 – DE L’AULNAYE. Thuilleur Général. p. 58 (nota de rodapé).
40 – Autor do livro A Doutrina do Mal.
41 – Obra Gnóstica atribuída a Valentino (Século II). Veja a publicação em língua portuguesa efetuada pela Editora Francisco Alves, Coleção Arcano, 1983. (N.T.)
42 – Lugar onde, segundo a mitologia grega, a Deusa Atena bate-se com Poseidon, o Deus do Mar e da navegação. (N.T.)
43 – Fornalha do Alquimista. (N.T.)
44 – Ver os estudos do Dr. Blitz sobre esse grau na revista L’Initiation.
45 – Papus fala aqui do Duque Frederico de Brunswick, executado por membros da Santa Vema, por ter recusado atender a uma citação dos Franco-Juízes. Veja Guaita, S. No Umbral do Mistério. Porto Alegre: Grafosul, 1979, p. 34.
46 – Magistrado militar antigo. (N.T.)
47 – Utensílio utilizado nas igrejas, para espalhar a água benta. (N.T.)
48 – Em nosso entendimento, o preto indica particularmente a passagem de um plano a outro, representando a morte, seguindo-se da ressurreição. É por essa razão que essa cor é consagrada ao Cristo e ao simbólico Hiram. Os Leitores que desejarem estudar seriamente o Simbolismo, são convidados a tomar conhecimento do excelente trabalho de Emile Soldi-Colbert de Beaulieu sobre A Língua Sagrada. É um dos raros autores contemporâneos que tem visto claro dentro do caos constituído pelo Simbolismo.
49 – Thuilleur, p. 73 (nota de rodapé).
50 – Thuilleur, p. 89 (nota de rodapé).
Fonte: “Martinésisme, Willermosisme, Martinisme et Franco-Maçonnerie”
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