Este texto foi lambido por 346 almas esse mês
Rubellus Petrinus
CAL DE MARTE
Vertei num copo de vidro Pirex graduado (Beaker) de 500ml, 250ml de espírito de nitro pelo menos a 30º Baumé. Juntai-lhe, pouco a pouco, pirite marcial natural moída grosseiramente à medida que esta se for dissolvendo no espírito de nitro. Esta operação deverá ser feita ao ar livre ou, então, num local bem ventilado, devido à grande quantidade de vapores rutilantes (castanhos) que a reacção emana.
Quando atingir a saturação, isto é, quando não se dissolver mais pirite no espírito de nitro, parai. Filtrai a solução marcial por meio de um funil de vidro, com um tampão de algodão, para um vaso de vidro.
Num frasco de vidro de 1 litro, de boca larga, deitai 500ml de água da fonte e aquecei-a a 40º. Dissolvei nela sal de tártaro (carbonato de potássio) canónico ou carbonato de sódio, até à saturação.
Agora, deitai-lhe lentamente, por fracções sucessivas, a vossa solução marcial, à medida que a efervescência provocada pela reacção for cessando.
Far-se-á um precipitado de cor castanho avermelhado, que irá engrossando à medida que deitardes a solução marcial ácida na alcalina.
Quando verterdes a solução marcial na de carbonato e não houver mais efervescência, então, parai.
Mexei muito bem, com uma vareta de vidro e, depois, deitai o precipitado numa escudela grande de porcelana ou de vidro, acrescentando água fria da torneira até enchê-la. Deixai repousar. O precipitado marcial assentará lentamente no fundo. Agora, por decantação, vertei o excesso de líquido, tendo a cautela de não deixar verter juntamente com a água, o precipitado marcial.
Deitai-lhe, outra vez, água da torneira e mexei muito bem com uma vareta de vidro, para lavar bem o precipitado. Repeti a operação, tantas quantas vezes for necessário, para que a água fique sem acrimónia e límpida e, novamente, por decantação, despejai a água em excesso com cautela, para não derramardes o precipitado marcial.
Chegando a este ponto, colocai a escudela num forno eléctrico ou a gás, em banho de areia, com temperatura moderada, para evaporar o excesso de água.
À medida que a água se for evaporando, o precipitado seca, ficando, depois de seco, cor de ferrugem que, quando reduzido a pó, fica mais claro.
Deitai-o num almofariz de vidro ou de porcelana, moei-o em pó muito fino e passai-o por uma peneira de 60 linhas por centímetro.
Guardai-o num frasco de vidro de boca larga. Esta cal de Marte canónica, muito subtil, é um óxido hidratado que vos servirá para as operações espagíricas com vista à extracção da tintura marcial por meio dos diversos mênstruos.
TINTURA DE MARTE
Procurai nas casas velhas e muito antigas, ou em propriedades rurais, grades de ferro ou portões, que com o decorrer de muitos anos, se oxidaram e tenham pedaços de ferrugem (óxido hidratado) em camadas espessas, que facilmente se desprendem.
Recolhei esse óxido ou cal de Marte e reduzi-o a pó muito fino num pilão de ferro. Depois de bem reduzido a pó, peneirai-o numa peneira de 120 linhas por polegada ou 60 por centímetro e calcinai-o bem numa escudela de barro ou aço inoxidável, num fogão a gás com fogo muito forte.
Esta cal ou óxido de ferro hidratado também pode ser obtida a partir da pirite marcial dissolvida em espírito de nitro, depois precipitada pelo carbonato de potássio e, por fim, calcinada com fogo muito forte.
Deitai 50 g dessa cal natural de Marte bem calcinada num matrás de vidro Pirex de 1 litro, esmerilado com uma rodagem IN29 e vertei por cima 500 ml de espírito de vinagre, a 10º Baumé.
Tapai o matrás com um balão de reencontro de 150 ml, esmerilado IN29 macho.
Colocai o matrás num pequeno forno eléctrico com temperatura controlada. Digeri a 40º. Cada dia, agitai circularmente o matrás para que a matéria assente no fundo se despegue e se dissolva melhor no espírito de vinagre. Passados 10 dias, o espírito de vinagre estará saturado da tintura de Marte, que é de uma bela cor castanho escuro como café.
Destapai o matrás e vertei, por decantação, para outro matrás, todo o espírito tingido. Remetei sobre a matéria outro tanto espírito e deixai digerir por outros 10 dias. Retirai, por decantação, o espírito e juntai-o ao anterior.
Deitai todo o espírito tingido num alambique como o que já foi referido anteriormente. Destilai com calor forte, para fazer sair o espírito de vinagre, o qual, depois de destilado, vos será útil para outras operações ou, então juntai-o a outro da mesma graduação.
Não destileis até à secura, pois correreis o risco de oxidar o vosso sal. Deixai, pelo menos, no fundo da cucúrbita, 100 ml de líquido. Deixai arrefecer. No outro dia, encontrareis na cucúrbita um sal de Marte (acetato) cristalizado em placas.
Vertei o líquido, por decantação, e retirai o vosso sal. Colocai-o dentro de uma cápsula de porcelana, para o secar a um calor que não ultrapasse os 40ºC. Quando estiver seco, deita-o num almofariz de vidro Pirex e moei-o bem em pó fino. Quando executardes esta operação, protegei as vias respiratórias com uma máscara, porque este sal de Marte, se for respirado, provoca tosse. Colocai o almofariz com o pó bem espalhado ao Sol por alguns dias, até que toda a acrimónia se evole, o que reconhecereis pela ausência de cheiro a vinagre.
Ponde este sal num matrás e vertei por cima espírito de vinho a 98%, suficiente para o dissolver. Digeri como anteriormente e, depois, filtrai. Guardai a tintura num frasco de vidro bem fechado ao abrigo da luz.
Esta tintura de Marte ser-vos-á útil em todas as disfunções onde Marte esteja indicado.
Atenção! Todas as tinturas metálicas, mesmo feitas por um artista competente, só deverão ser ministradas em dose homeopática, sob a orientação de um médico da especialidade.
Alimente sua alma com mais:
Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.