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Por Ícaro Aron Soares.
Zangbetos são os tradicionais guardiões da noite vodu entre o povo Ogu (ou Egun) do Benin, Togo e Nigéria. Uma instituição tradicional de polícia e segurança, o culto Zangbeto é encarregado de manter a lei e a ordem e garantir a segurança e proteção nas comunidades Ogu. Eles são altamente reverenciados e atuam como uma força policial não oficial, patrulhando as ruas, especialmente à noite, vigiando as pessoas e suas propriedades, rastreando criminosos e apresentando-os à comunidade para punição. Originalmente criado para assustar o inimigo, os Zangbetos vagarão pelas ruas para detectar ladrões e bruxas e para proteger a lei e a ordem.[2]
Relacionando o seu papel cultural fundamental no vigilantismo local e no policiamento comunitário nas sociedades Ogu, o Zangbeto é um termo na linguagem Gun que significa “Homens da Noite” ou “Vigilantes Noturnos”.
Os Zangbetos assumem uma cobertura feita de uma intrincada massa de minúsculos fios de feno, ráfia ou outros materiais filiformes, que às vezes são tingidos em tons muito coloridos. Eles conseguem entrar em transe que, segundo a tradição, permite que seus corpos sejam habitados por espíritos que possuem um conhecimento especial das ações das pessoas. Porém, a lenda dos Ogu conta que não há humanos sob a fantasia, apenas espíritos da noite.
Na cultura Ogu, os Zangbetos são os tradicionais guardas de segurança ou policiais de suas comunidades. Diz-se que eles formam uma sociedade secreta que só pode ser frequentada estritamente por Zangbetos ou por adoradores e devotos do vodu. Considera-se que os Zangbetos possuem habilidades espíritas e mágicas, como engolir lascas de vidro sem causar nenhum dano e assustar até mesmo bruxas. Em transe, diz-se que os Zangbetos evocam um poder que habitou a terra muito antes do aparecimento do homem e fornece uma fonte de sabedoria e continuidade para o povo Ogu.
Festivais elaborados construídos em torno dos Zangbetos são realizados regularmente em diferentes comunidades Ogu em toda a África Ocidental. Os mais populares são os que existem em Porto-Novo, República do Benin e em Ajido, Lagos, Nigéria.[6][7][8] Esses festivais incluem exibições coloridas, performances eletrizantes e magia.
CITAÇÕES:
1. Okunola & Ojo 2013, pp. 199–220.
2. VoA.
3. Okure 2016, pp. 10–30.
4. Hunsu 2011.
5. Butler 2006, p. 32.
6. Images 2020.
7. New York Post/AP 2018.
8. Olukoya 2018.
TRABALHOS CITADOS:
– Butler, Stuart (2006). Benin. Guilford, Connecticut: Bradt Travel Guides, The Globe Pequot Press. ISBN 1-84162-148-X.
– Hunsu, Folashade (2011). Zangbeto: Navigating Between the Spaces of Oral Art, Communal Security and Conflict Mediation in Badagry, Nigeria. S2CID 106403955.
– Images, Yanick Folly/AFP/Getty (12 January 2020). “Benin celebrates west African voodoo – in pictures”. The Guardian. ISSN 0261-3077. Retrieved 21 August 2020.
– Okunola, Rashidi Akanji; Ojo, Matthias Olufemi Dada (12 March 2013). “Zangbeto: The Traditional Way of Policing and Securing the Community among the Ogu (Egun) People in Badagry, Nigeria”. Issues in Ethnology and Anthropology. 8 (1): 199–220. doi:10.21301/eap.v8i1.9. ISSN 2334-8801.
– Okure, Dominic (2016). “Symbolism and Social Control of Zangbeto among the Ogu of Southwestern Nigeria” (PDF). Cultural Anthropology and Ethnosemiotics. 2 (2): 10–30.
– Olukoya, Sam (27 September 2018). “‘Everyone fears the Zangbeto’: Frustrated by crime and corruption, some Nigerians put their faith in voodoo traditions”. National Post. Retrieved 21 August 2020.
– “Voodoo festival shows strength of traditions”. New York Post. Associated Press. 27 September 2018. Retrieved 21 August 2020.
– “Zangbeto: Voodoo Savior of Benin’s Mangroves”. Voice of America. Archived from the original on 5 December 2020. Retrieved 21 August 2020.
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