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Cultos Afro-americanos

Umbanda em uma casca de japuticaba

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Umbanda é uma religião iniciada no Brasil que tem herança africana, europeia e americana. Da África veio o panteão do Candomblé, da europa as influências do Espiritismo Kardecista e da américa os saberes tradicionais indígenas como uso das ervas e pajelança. Sua origem e marcada na manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, por meio do medium Zélio Fernandino de Moraes em 15 de novembro de 1908.

Deus Único e Orixás

A Umbanda é uma religião monoteísta. Ou seja ensina que o Universo é uma emanação de um único Ser Cósmico e Absoluto, Deus Supremo chamado Olorum. Olorum está acima de todas as limitações e necessidades materiais e sua ligação com os seres humanos acontece por suas manifestações, os orixás, assim como a luz mais pura se faz visível por meio das cores.

Orixá é um termo yoruba que designa um ser sobre-humano ou um deus. Existem milhares de orixás, na Umbanda se cultuam principalmente: Omulu, Oxum, Oxalá, Oxóssi, Ogum, Nanã, Iansã, Xangô, Ibeji, sendo Oxalá, o criador dos seres humanos e chefe supremo dos orixás.

  • O Orixá Omulu corresponde a nossa necessidade de compreensão de karma, de regeneração, de evolução, transformações e transmutações kármicas.
  • A Orixá Iemanjá corresponde a nossa necessidade familiar, estrutural de amor fraternal e filial e bens materiais.
  • A Orixá Oxum corresponde a nossa necessidade de equilíbrio emocional, concórdia, amor, complacência e reprodutiva.
  • O Orixá Oxossi corresponde a nossa necessidade de saúde, nutrição, expansão, energia vital, equilíbrio fisiológico.
  • O Orixá Ogum corresponde a nossa necessidade de energia, defesa, prontidão para ação, determinação, tenacidade.

  • O Orixá Xangô corresponde a nossa necessidade de discernimento, justiça, estudo, raciocínio concreto e metódico.

  • A Orixá Iansã corresponde a nossa necessidade de mudança, deslocamentos, transformações materiais, avanços tecnológicos e intelectivos.

Alma e Reencarnação

A alma é uma centelha da consciência divina no Universo. Assim como uma gota de água é uma parte do oceano e de toda a agua, assim é a alma que se manifesta na expressão material uma parte da Alma única no Universo. No ser humano, ela desenvolve a personalidade e a expressão individual.

A força da alma possui potencialmente todos os poderes do principio divino em ação no universo. A função da vida sobre a Terra é proporcionar a oportunidade de desenvolver essas potencialidades na personalidade. Como uma encarnação sobre a Terra pode não ser suficiente, a personalidade deve retornar uma e outra vez para alcançar o desenvolvimento máximo.

Karma

A Umbanda acredita na imortalidade da alma,  na reencarnação e nas leis cármicas. A lei moral é uma das leis básicas do universo. Podemos chamá-la também de principio do Karma, o resultado da causa e do eleito, ou ação e reação. Nada há de vindicativo nesse principio. Ele age impessoalmente como qualquer lei da natureza. Assim como o fruto está contido na semente, também as conseqüèncias são inerentes ao ato. Esse principio guia os destinos dos homens e das nações. O homem que adquire tal compreensão tem o poder de controlar seu próprio destino.

Terreiro

A Umbanda tem como lugar religioso o templo, centro, tenda ou terreiro, o local no qual os umbandistas se encontram em sessões, giras ou cultos para promover atendimentos espirituais por meio da incorporação dos seus guias e entidades para quem os médiuns de incorporação emprestam seus corpos. O altar ou peji trás imagens de orixás, católicas, pretos-velhos, caboclos, baianos, marinheiros e boiadeiros. Vestes, em geral são brancas.

Caridade

Embora os rituais variem, na Umbanda a caridade e o serviço social são uma constante nos centros. A vida tem um propósito. A vida não é desprovida de significação. A felicidade é uma coisa real e é um subproduto do conhecimento, da ação e da vida. O homem pode escolher livremente Ele tem poderes tremendos para o bem e para o mal, que dependem de suas realizações.

Mediunidade

Na umbanda não há incorporação dos Orixás mas sim seus enviados ou representantes, que são espíritos que já encarnaram e que tem cada um o seu próprio karma, história, característica missionária, evolutiva, de personalidade. Alguns tipos de guias incluem: preto velhoscaboclos crianças , exus, boiadeiros marinheirosbaianos orientais mineiros e ciganos.

A manifestação dos guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou “aparelhos”, também chamados de “cavalos”.

O culto nos terreiros geralmente é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta.

As Consultas

 Nas sessões de consulta o consulente terá o atendimento da entidade de acordo com a gira em vigor. As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nessas sessões são o passe e o descarrego. No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. Já o descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso haja um obsessor, o espírito obsidiador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior, caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de uma ou mais entidades para auxiliar na desobsessão.

​As Giras

Nos dias de desenvolvimento há as giras mediúnicas, fechadas, nas quais há estudos e aprimoramento dos novos médiuns.

 Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação e ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.Há também os ogãs que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via do som dos atabaques e das curimbas ou pontos cantados, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira. Há os cambonos que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atender às entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.

 


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