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Outro ponto polêmico entre os Umbandistas é o sacrifício de animais. Não há consenso e as Tendas que não o praticam negam às que o fazem o status de religião chamando-as, pejorativamente de seitas; acusam-nas de ignorância com o mesmo dedo preconceituoso com que foram apontadas em passado recente e ainda são, pelos evangélicos, por exemplo. Os umbandistas derramadores de sangue de aves e quadrúpedes apelam para a Bíblia, citando Abraão, Moisés e até a crucificação para justificar as oferendas hemorrágicas. É o caso do culto Omolokô, descrito em livros como O Sacrifício de Animais nos Cultos Afro-Brasileiros e na Umbanda, de Caio de Omolu.
Aquele autor, argumenta sobre a validade do sacrifício de animais alegando a antiguidade destes rituais recorrendo a exemplos bíblicos, extraídos do Antigo Testamento e dos Evangelhos: “…a santidade do sangue foi enfatizada com vigor… no Novo Testamento, com a imolação do Cordeiro Divino Nosso Senhor Jesus Cristo que derramou o seu sangue para lavar os pecados da face da Terra”
Os que defendem o sacrifício de animais com finalidades mágico-ritualísticas alegando a ancestralidade destas práticas esquecem que magia também evolui. Seguindo o raciocínio de que tudo o que antigo é válido, estaríamos defendendo também o canibalismo! Afinal, os antropófagos não comiam prisioneiros porque “era gostoso meu francês”, mas por acreditarem que tal refeição lhes permitiria absorver as qualidades da vítima.
Argumentam, ainda, os umbandistas que sacrificam bichos, que os animais não possuem uma alma individual, mas apenas, alma-grupo. Uma vez mortos, suas almas seriam absorvidas nesta alma coletiva. A questão, porém, contra o sacrifício de animais em cultos religiosos, não é se o animal tem ou não um espírito individualizado mas o “porquê” do sangue ser tão necessário…
Segundo magistas mais bem informados, cujas obras serviram, e muito, para a configuração dos rituais da Umbanda, o sangue alimenta entidades astrais inferiores, cascões, larvas… Espíritos atormentados, apegados à vida física, vampiros! O sacrifício ou derramamento de sangue de animais nesses ritos atrai estas entidades, que precisam do fluido vital para se manter na esfera terrena, à qual estão apegadas, e servem, pelo interesse no sangue, e também no fumo, no álcool, no sexo promíscuo àqueles que se dizem magos.
Estes “sacerdotes” precisam de intermediários da mais ignóbil extirpe existencial simplesmente porquê não sabem como utilizar, sem tais recursos, o instrumento maior da magia: Pensamento! Não sabem criar formas-pensamento, não sabem condensar nem irradiar a própria energia sem apelar para uma enorme parafernália ritualística, sem evocar tais entidades, habitantes do verdadeiro baixo-astral, que os ajude a manter a mente concentrada e/ou agir sobre a Natureza.
O próprio Caio de Omolu, que escreveu o livrinho destinado a defender o sacrifício de animais, reconhece, no fim do texto: “…acredito que chegará época não muito distante que tanto o sacrifício de animais, como outras práticas ditas ultrapassadas ou primitivas, deixem de existir. Quando este tempo chegar elas serão substituídas por métodos mais avançados ou evoluídos espiritualmente”.
Como último comentário sobre sacrifício de animais, pode-se mencionar o ensinamento de H.P. Blavatsky, a ocultista da Doutrina Secreta, obra à qual os umbandistas sabem muito bem recorrer… quando lhes convém:
“Paracelso escreve que com os vapores do sangue, pode-se evocar qualquer espírito que se deseje ver, posto que, com suas emanações, formar-se-á uma aparição, um corpo visível − mas isso é perfeita feitiçaria e necromancia. Os hierofantes de Baal produziam profundas incisões em seus corpos e, com o próprio sangue, produziam aparições objetivas e tangíveis. …Antigamente as feiticeiras da Tessália, acrescentavam, algumas vezes, ao sangue do célebre cordeiro negro o de um menino, para melhor evocar as sombras.
…Durante os sacrifícios de sangue, que sempre se verificam à noite, os yakuts [da Sibéria] evocam as sombras escuras, ou malvadas, para delas saberem como como hão de conter sua malignidade. O sangue lhes é necessário para isso, porque sem seus vapores, não poderiam aquelas se fazerem visíveis e também seriam, acreditam mais perigosas, pois o sangue, extrairiam das pessoas vivas, por meio da transpiração. Quanto às sombras boas ou luminosas, estas não precisam ser evocadas assim, porque isso desagrada-lhes e porque, quando querem, podem fazer sentir sua presença, sem necessidade de nada”. [BLAVATSKY, Ísis Sem Véu, p162/161]
por Ligia Cabús
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