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(do livro Trabalhos Práticos de Magia Negra de Antônio de Alva, 1984)
Muitos, mas muitos mesmo, são os “trabalhos” de Quimbanda que podem ser feitos, com a finalidade, primacial, se não única, de unir uma à outra criatura humana. São esses “trabalhos”, a bem da verdade, os mais comumente solicitados e, justo por isso, feitos a cada instante e das mais variadas formas ou modos.
Mencioná-los e mais ainda enunciá-los, seria, antes do mais, fastidioso, além de, praticamente, impossível. Cada entendido (que o seja realmente), cada Guia, cada Preto Velho, cada Caboclo, cada EXU, no fim das contas, tem sempre um tipo desses “trabalhos”, seja para fazer, seja para ensinar.
De nossa parte, é óbvio, sabemos, conhecemos, ensinamos e fazemos mesmo, uma quantidade enorme deles. No entanto, os mais comumente usados por nós, são os que se seguem, ou melhor, os que ensinaremos aqui.
Quebra do Destino
Antes de, propriamente dito, nos referirmos a tais “trabalhos”, oportuno quão necessário se faz que, como advertência, digamos o seguinte:
1) antes de ser feito qualquer “trabalho”, seja ele para amarração ou união, seja lá para o que for, o primeiro cuidado que se deverá ter é “anular toda e qualquer força negativa, toda e qualquer influência negativa, toda e qualquer carga negativa e bem assim todo e qualquer “trabalho” de Quimbanda que, de qualquer forma, tenha sido feito e, portanto, exista contra a pessoa que nos solicita um “trabalho” e, por outro lado, quanto à pessoa a ser pelo mesmo visada. Para isso, aliás, ter-se-á de fazer o seguinte:
Com três velas comuns, brancas, em pé e acesas e diante das mesmas se quebrando uma quarta (esta representa o Anjo de Guarda de quem solicita o “trabalho”), quebrar-se o que, de prejudicial, existe, notando-se que as três velas em pé e acesas deverão formar um triângulo e a que será quebrada deverá ter a chama para o lado esquerdo e o ângulo formado ao ser quebrada, com o vértice voltado para a hipotenusa do triângulo; e
2) a seguir, fortalecer-se o Anjo de Guarda de quem solicita o “trabalho” e amansar (ou “derrubar”) o Anjo de Guarda da pessoa visada;
3) “Salvar” o EXU ou a Entidade outra sob cuja proteção se faça o “trabalho”, seja, apenas e tão-somente, com uma simples vela acesa em sua homenagem.
Para que melhor se entenda o que até aqui se tem dito, passaremos, a seguir, a explicar, em detalhes, o que deverá ser feito, como segue:
Diante da imagem do EXU ou da Entidade sob cuja proteção e força se fizer o “trabalho”, arma-se com três velas brancas, comuns, acesas, um triângulo; à frente do mesmo, pega-se uma quarta vela (também branca, comum, acesa) e quebra-se a mesma, dizendo-se o seguinte: — Assim como estou quebrando esta vela. diante deste triângulo de força mágica universal, estou quebrando, cortando e anulando, toda e qualquer força negativa, toda e qualquer carga negativa, toda e qualquer influência negativa e bem assim todo e qualquer “trabalho” de Magia-Negra ou Quimbanda que porventura exista, tenha sido feito ou venha a ser feito contra fulano(a) (diz-se o nome da pessoa que solicitou o “trabalho”); isto feito, coloca-se a vela quebrada (formará, ao ser quebrada, um ângulo), de modo que o vértice fique voltado para a hipotenusa do triângulo já referido.
Para se fortalecer o Anjo de Guarda de quem solicitou o “trabalho”, acende-se uma vela branca, comum e coloca-se a mesma dentro de um copo em que se tenha posto água e mel de abelha; esta vela deverá ser mergulhada com o pavio comum voltado para cima.
Para se amansar ou derrubar o Anjo de Guarda da pessoa visada pelo “trabalho”, no mesmo copo em que se tenha colocado a vela a que nos referimos linhas atrás, coloca-se uma outra vela branca, comum, também acesa, no entanto, antes de se acender esta outra vela, raspa-se o pé da mesma fazendo-se um outro pavio e, somente depois, é que se acende esta outra vela (acende-se primeiro o pavio comum e, depois, logo a seguir, o pavio que se tiver feito) e coloca-se essa outra vela, ao lado da outra, de cabeça para baixo e mergulha-se no citado copo com água e mel de abelha (esta outra vela é destinada ao Anjo de Guarda da pessoa visada pelo “trabalho”), ao se fazer isso, diz-se o seguinte: — Assim como estou virando esta vela de pernas para o ar, estou virando o Anjo de Guarda de fulano(a). Esta vela, de pernas para o ar, deverá ser colocada ao lado da outra.
Para se Salvar o EXU ou Entidade outra sob cuja proteção e força se fizer o “trabalho”, acende-se uma outra vela branca, comum e oferece-se a mesma ao EXU ou à Entidade, pedindo-se a ELE ou a ELA que aceite o “trabalho” e atenda ao que se quer.
PRIMEIRO “TRABALHO”:
Triângulo do Corte
Material necessário: 3 (três) pacotes de velas brancas, comuns; 2 (dois) copos lisos, brancos, sem qualquer uso; 1 (uma) garrafa pequena, de mel de abelha (euim); 1 (um) punhado de sal grosso; 1 (uma) garrafa pequena de vinagre tinto; 1 (uma) caixa de fósforos; 1 (um) charuto de boa qualidade (para ser ofertado à entidade sob cuja proteção se faz o “trabalho”; 1 (uma) garrafa de cachaça (marafo), no caso de ser o “trabalho” feito sob a proteção de um EXU.
Preparação fluídica, para o “trabalho”: No caso de se ter, em casa, os EXUS ASSENTADOS DEVIDAMENTE, inicialmente se acende uma vela para cada um DELES (isto, aliás, no caso de se fazer o “trabalho” sob a proteção de um EXU); a seguir, diante das imagens dos EXUS, faz-se, no chão, um triângulo com 3 (três) velas brancas, comuns, acesas; diante desse triângulo de velas, quebra-se uma quarta vela e, ao fazê-lo, diz-se, mais ou menos, o seguinte: — Assim como estou quebrando esta vela, diante deste triângulo de força universal, estou quebrando, cortando ou anulando, sob todos os pontos de vista, toda e qualquer força negativa, toda e qualquer carga negativa, toda e qualquer influência negativa e bem assim todo e qualquer “trabalho” de Magia-Negra ou Quimbanda que tenha sido feito, exista ou possa vir a ser feito contra fulano(a) (diz-se, então, o nome da pessoa que nos solicitou o “trabalho”); a vela quebrada deverá ser colocada no chão, com a chama virada para a esquerda de quem faz o “trabalho” e com o ângulo, ou melhor, com o vértice do ângulo, que se formou ao ser quebrada a vela, voltado para a base ou hipotenusa do triângulo formado pelas 3 (três) velas anteriormente acesas. E, com isto, se terá feito a preparação fluídica, para o “trabalho”.
N.B. Esta preparação fluídica também poderá ser feita em uma encruzilhada de EXU e, neste caso, acende-se, antes, uma vela para OGUM, em uma das pernas da encruzilhada para, então e só então, se fazer O restante, isto é, se armar o triângulo de velas acesas e se quebrar a vela diante dele.
Feita, assim, a preparação fluídica, e isto no caso de se estar “trabalhando” (como o fazemos nós), diante dos EXUS ASSENTADOS DEVIDAMENTE, faz-se o que se segue:
1) enche-se um dos copos com água e, sobre a mesma, derrama-se um pouco de mel de abelha (euim), o qual, logicamente, permanecerá na parte de baixo do copo (é óbvio)
2) escreve-se o nome da pessoa que nos solicitou o “trabalho”, em um pedaço de papel branco, sem pauta, dobra-se o mesmo o máximo possível, enrola-se em uma vela branca comum;
3) pega-se uma outra vela branca, comum, raspa-se-lhe o pé de modo a se obter um novo pavio e, em volta da mesma, amarra-se um outro pedaço de papel branco, sem pauta, no qual se tiver escrito o nome da pessoa que se quer unir à pessoa que nos solicitou o “trabalho”;
4) a seguir, acende-se a vela em cuja volta se tenha enrolado o papel com o nome da pessoa que nos solicitou o “trabalho” e coloca-se a mesma, já acesa, no interior do copo que se encheu com água é mel de abelha;
5) logo depois, acende-se a outra vela (aquela que se tenha raspado o pé), primeiramente o pavio normal e, em seguida, o novo pavio (o que se obteve quando se raspou o pé da vela); essa vela deverá ser acesa na luz da primeira vela já acesa;
6) coloca-se então, esta segunda vela, de pernas para o ar e, ao fazê-lo, diz-se mais ou menos, o seguinte: — Assim como estou virando esta vela de pernas para o ar, também estou virando o Anjo de Guarda de fulano(a), (isto é, da pessoa que se quer unir a quem solicitou o “trabalho”) e, com este “trabalho”, assim como estou unindo os Anjos de Guarda de fulano(a) e fulano(a), (isto é, quem solicitou o “trabalho” e a pessoa que se quer unir a quem solicitou o “trabalho”, respectivamente) ;
7) isto feito, pega-se o outro copo, enche-se de água e, por cima, derrama-se um pouco de vinagre tinto, além de se colocar um punhado de sal grosso (casos há em que se deverá, também, colocar um pouco de pólvora (fundanga), pimenta-malagueta espremida ou mesmo de pimenta-da-Costa; são os casos em que se quer afastar pessoas, de qualquer maneira, sobre os quais falaremos oportunamente, no transcurso deste livro);
8) escreve-se o nome (ou nomes) das pessoas que porventura sirvam de empecilho à união que se quer fazer, em um pedaço de papel branco sem pauta e enrola-se esse papel em volta de uma outra vela branca, cujo pé também se raspa;
9) logo a seguir, acende-se essa outra vela, primeiramente no pavio normal e depois no pavio aberto quando se raspou o pé da mesma e coloca-se de pernas para o ar, dentro deste segundo copo, fazendo-o enquanto se diz o seguinte: — Assim como estou virando esta vela de pernas para o ar, também estou virando o Anjo de Guarda de fulano(a) para que, assim, não possa ele fulano(a), de modo algum, prejudicar a união de fulano(a) (diz-se o nome de quem solicitou o “trabalho”) com fulano(a), isto é, a pessoa que se quer unir a quem nos solicitou o “trabalho”;
10) No caso de se ter os EXUS ASSENTADOS, coloca-se os dois copos, após se ter agido como aqui se diz, à frente das imagens DELES e, a ELES, se pede a união que se quer fazer.
Este é um dos mais fáceis e que deverá ser feito antes de qualquer outro, no caso em que se quiser unir uma pessoa a outra. Poder-se-á parar no mesmo, ou seja, não se fazer nenhum outro ou, se O preferirmos, poder-se-á fazer um outro que será o que se segue. Note-se, por oportuno, que o presente “trabalho” poderá ser feito — apenas com o primeiro copo — quando se quiser amansar o Anjo de Guarda de quem quer que seja. Como dissemos logo de início, este como qualquer outro “trabalho”, deverá ser feito após se ter feito a firmação do Anjo de Guarda.
SEGUNDO “TRABALHO”:
Semente do Elo
Material necessário: 4 (quatro) pacotes de velas brancas, comuns; 1 (um) vaso de barro com uns quarenta centímetros, no mínimo, de altura; 1 (cumbuca) de barro (dessas em que comumente se serve feijoada nos restaurantes, com tampa, de barro; 1 (uma) maçã de tamanho médio; 1 (um) pacotinho de terra de cemitério; 2 (dois) quilos de terra escura, de preferência preta; 1 (uma) garrafa de mel de tamanho médio (um quarto de litro); Sementes ou mesmo muda de Lírio-Branco (de preferência) ou de qualquer planta de raiz rasteira; 1/2 (meio) quilo de cimento branco ou gesso branco.
Inicialmente, faz-se a “firmação do Anjo de Guarda” e a “preparação fluídica” do ambiente em que se fizer o “trabalho”. Isto posto, procede-se da seguinte forma:
1) escreve-se o nome da pessoa que nos solicita o “trabalho”, em um pedaço de papel branco, liso, sem pautas, da esquerda, para a direita de baixo para cima e, a seguir, o nome da pessoa que se quiser amarrar, no mesmo pedaço de papel, de cima para baixo, por cima do outro nome já escrito.
2) pega-se a maçã, retira-se a parte em que se encontra o pedúnculo, fazendo-o na forma de um cone.
3) a seguir, coloca-se o papel que se tiver escrito os nomes no buraco (espaço) resultante da retirada do pedaço da maçã em forma de cone, tendo-se, antes, dobrado bem o pedaço de papel e, sobre o mesmo, derrama-se mel de abelha, em profusão;
4) recoloca-se, então o pedaço antes retirado, isto é, por cima do papel com os nomes escritos e, logo coloca-se a maçã dentro da cumbuca de barro e põe-se a tampa, fechando-a (com cimento ou gesso branco);
5) isto feito, coloca-se a cumbuca dentro do vaso de barro, onde antes se terá colocado terra escura, devendo a cumbuca, assim, ficar mais ou menos na profundidade correspondente à metade da altura total do vaso e, por cima dela, coloca-se mais terra escura e despeja-se o pacotinho de terra de cemitério.
(Na mesma página, em seguida, o desenho do vaso com a cumbuca dentro).
6) logo depois, acende-se uma ao lado da outra, duas velas brancas comuns, sendo a da esquerda para o Anjo de Guarda de quem solicita o “trabalho” e, a da direita, para o Anjo de Guarda de quem se quer “amarrar” ou unir à outra.
7) repete-se isso, ou seja, acende-se duas velas de cada vez, nessas condições, durante mais 6 (seis) dias, ou seja, num total de 7 (sete) dias, sempre à mesma hora;
8) finalmente, ou seja, após 7 (sete) dias, planta-se, no vaso assim “trabalhado”, o Lírio-Branco (ou outra planta nas condições antes citadas), estando, desta forma, pronto o “trabalho”. Este deverá ser levado pela pessoa que o solicitou e guardado e tratado, com todo o carinho (é uma plantinha que se quer muito e que, portanto, deverá ser muito bem tratada).
Este “trabalho” é de grande eficiência e, enquanto for conservado como aqui se diz e ensina, fará seu efeito, ou em outras palavras, as pessoas (a que solicita e a que se “amarra” ou une) continuarão unidas. De um modo geral, os efeitos deste “trabalho” se produzem por cerca de 7 (sete) anos.
TERCEIRO “TRABALHO”:
Nó de Casamento
Material necessário: 2 (dois) bonequinhos de pano branco (um macho e uma fêmea); 1 (um) carretel ou retrós (de preferência) de linha branca; 2 (duas) velas de cera, de tamanho médio (uns 0,30mt. — trinta centímetros) de comprimento; 1 (um) copo branco, liso, virgem; 1 (uma) garrafa de mel dz abelha, de um quarto de litro; 1 (uma) agulha virgem, de coser.
Este “trabalho”, na verdade, somente dará os melhores resultados, se for feito após os dois primeiros aqui já ensinados. É ele, poderemos muito bem dizer, um como complemento dos outros. É de muita seriedade e, assim, deverá ser feito exatamente como aqui
ensinamos e, como todos os demais, antes de ser feito, ter-se-á que fazer a “firmação do Anjo de Guarda” de quem solicita, e de quem faz, isto é, executa o “trabalho” e, bem assim, a “preparação fluídica” já por nós ensinada. Somente depois disso é que se deverá fazer o presente “trabalho”. É importante, por outro lado, o se notar o seguinte:
1) parte de quem o executar, deverá ser observado se, de fato, o “trabalho” poderá e mais ainda deverá ser feito ou, em outras palavras, se a pessoa que o solicita tem, na verdade, razões sérias que o justifiquem;
2) o máximo de concentração, tanto por parte de quem executa o “trabalho” como, mais ainda, por parte de quem o solicita e, justamente quem o solicita, durante o tempo em que for ele feito, deverá estar devidamente concentrado e, mais ainda, mentalizando, positivamente, o que deseja, isto é, estando absolutamente convicto do seu resultado positivo e, justo por isso, procurando, em seu próprio pensamento, em sua própria mente, ver (digamos assim), o resultado que deseja.
Eis, portanto, como deverá ser feito ou executado o presente “trabalho” que, na realidade, nada mais é, sob o ponto de vista de Magia-Negra, que um verdadeiro e sólido casamento ou união (“amarração”, se O preferirmos) :
1) inicialmente, toma-se os bonecos de pano branco e faz-se o batismo dos dois (o macho com o nome do homem e a fêmea com o nome da mulher), observando-se que o que deverá ser primeiro batizado será o boneco que represente quem solicita o “trabalho”. (Esse batismo nada mais é do que o feito, seja no Catolicismo, seja na própria Umbanda, seja em que religião for; não há, praticamente, quem não tenha assistido a um batizado e que, justo por isso, não saiba o que é feito nesse particular);
2) isto feito, junta-se os dois bonecos, um de frente para o outro, como se estivessem se abraçando e, portanto, o homem de frente para a mulher;
3) enfia-se a linha do carretel (ou do retrós), na agulha e, na ponta menor, isto é, a que ficará do lado contrário ão em que ficar o carretel (ou o retrós) com o resto da linha, dá-se 5 (cinco) nós bem apertados e, a seguir, no outro lado da linha, dá-se 4 (quatro) nós, também apertados;
4) a seguir, cose-se os dois bonecos, enrolandose-os com a linha ainda existente no carretel (ou no retrós), juntando-se, então, as duas velas de cera acesas (uma é para o Anjo de Guarda de quem solicita o “trabalho” e, a outra, para o Anjo de Guarda da pessoa que deverá ser unida ou “amarrada” a ela), enrolando-se o restante da linha de modo que tanto os bonecos como as velas, fiquem bem amarrados ou unidos (não será necessário se usar toda a linha);
5) em seguida, coloca-se tudo dentro do copo em que já se tiver colocado água e mel de abelha;
6) deixa-se, então, tudo isso, ou em cima de um “peji” (altar) ou diante — como o fazemos nós — das imagens dos EXUS que temos assentados em nossa casa, deixando-se assim ficar por 7 (sete) dias, ocasião em que o “trabalho” deverá ser levado pela pessoa que o tenha solicitado.
Observações importantes:
1) ao se fazer o batizado dos bonecos, dever-se-á, mais ou menos, dizér o seguinte, derramando-se, sobre as cabeças dos mesmos, um pouco de água: — Eu te batizo, com o nome de (diz-se o nome), em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. (Se se preferir, poder-se-á também dizer: — Eu te batizo com o nome de (diz-se o nome), em nome de Olorum (Pai) Oxalá (Filho).e Ifá (Divino Espírito Santo) que, como se sabe, são os noies usados na Umbanda);
2) durante o tempo em que o executante (quem faz o “trabalho”) estiver em ação, deverá (se o quiser), dizer, mais ou menos, o seguinte: — Por este “trabalho”, assim como estou unindo, para a vida e para a morte, esses dois bonecos que representam fulano e
fulana (diz-se os nomes de quem solicita o “trabalho” e de quem se quer unir ou “amarrar”), assim serão unidos, com a GRAÇA DE DEUS e a força da MagiaNegra, os seus corpos físicos ou somáticos, isto é, as suas pessoas físicas.”
QUARTO “TRABALHO”:
Amarras do Caminho
Material necessário: 1 (um) par de meias usado e sem lavar, da pessoa que se quer unir ou “amarrar” à outra; 1 (uma) vela para o Anjo de Guarda de quem solicita o “trabalho” e outra para o Anjo de Guarda da pessoa que se quer unir ou “amarrar”; 1 (um) copo liso, branco, virgem; 1 (uma) garrafa de mel de abelha (das menores).
Embora não seja, a bem da verdade, um “trabalho” muito higiênico (por isso que se trabalha com meias usadas e sem lavar), é, como os demais, de grande eficiência, se e quando feito dentro das regras, ou seja, como a seguir ensinamos:
1) inicialmente, acende-se uma vela branca, .comum, para o Anjo de Guarda de quem solicita o “trabalho” e uma outra, pelo avesso, isto é, depois de se ter raspado o pé, fazendo-se, assim, um novo pavio, colocando-se as duas, uma ao lado da outra, dentro do copo com água e mel de abelha (o copo, com as duas velas, deverá ser colocado em lugar alto, mais ou menos na altura da pessoa que solicita o “trabalho”);
2) isto feito, amarra-se as duas meias, pela boca, uma à outra;
3) finalmente, vai-se, um após outro, dando-se ” (sete) nós, apertados, sendo 4 (quatro) num dos pés da meia e 3 (três) no outro pé e, enquanto isso for feito, quem executar o “trabalho” deverá dizer, mais ou menos, o seguinte: — Com estes 7 (sete) nós, estou “amarrando” fulano e fulana (diz-se o nome de quem solicita o “trabalho” em primeiro lugar), o que faço pelas forças de Magia-Negra (entrega-se então o “trabalho” a quem o solicita e que deverá, em casa ou onde morar, colocar tudo dentro do travesseiro em que dormir).
QUINTO “TRABALHO”:
Vínculo Secreto
Este, mais do que o anterior, é um “trabalho” que, a bem da verdade, não é dos mais higiênicos. Isto porque, para que se o faça, ter-se-á, antes de mais nada, que arranjar material ginecológico das pessoas por ele atingidas, seja de quem o encomenda, seja de quem deve ser unido ou “amarrado”. É, indiscutivelmente, um “trabalho” de grande força e, por isso mesmo, grande eficiência, no entanto, se e quando mal feito, poderá, ao contrário do que se quer e ou deseja, afastar e não unir ou “amarrar” as pessoas.
Material necessário: 1 (uma) garrafa vazia, de litro (preferencialmente), branca, bem limpa; 1 (um) lenço branco virgem (também poderá ser usado um pedaço de pano branco, virgem ou — sendo possível — uma calcinha da mulher que o tenha solicitado, como é mais comum acontecer, isto é, considerando-se que, em sua maior parte, tais “trabalhos” são solicitados por mulheres); 1 (uma) vela branca, comum. N.B. — Além desse material que é o propriamente dito o empregado neste “trabalho”, também deverá ser pedido e usado o material destinado à preparação fluídica e à segurança dos Anjos de Guarda (de quem executa e da pessoa que solicita o “trabalho”).
Para ser feito este “trabalho”, procede-se da seguinte forma:
1) na garrafa branca, lisa, de litro, coloca-se, pelo gargalo, o lenço (o pano ou a calcinha), no seu interior, notando-se (é óbvio) que, no lenço, no pano ou calcinha, deverá haver o material ginecológico do homem e da mulher, juntos, o que deverá ser obtido pela solicitante, logo após a prática do ato sexual, fazendo-o, é claro, de modo a que a pessoa que vai ser “amarrada” nem de longe perceba o que está sendo feito com o seu material
2) isto feito, enterra-se a garrafa, assim trabalhada, na terra do quintal (poderá ser levada pela pessoa solicitante, para ser enterrada no quintal de sua própria residência, o que, na verdade, muito mais força dá ao trabalho”);
3) finalmente, por cima da garrafa enterrada e coberta devidamente com terra, acende-se uma vela branca, comum.
SEXTO “TRABALHO”:
Ritual da Calunga Pequena
Continuando no ensino de “trabalhos” destinados a unir ou “amarrar” duas pessoas, a seguir daremos os detalhes de um, feito em cemitério e que, tanto como os demais, dá, também, ótimos resultados se e quando feito certo.
Material necessário: 1/2 (meio) metro de pan vermelho; 1 (uma) garrafa de cerveja branca, de pra teleira; 1 (uma) vela vermelha ou mesmo branca (co mum); 3 (três) charutos de boa qualidade; 1 (uma; vela das cores preta e vermelha; 1/2 (meio) metro de pano preto; 1/2 (meio) metro de pano vermelho; 3 (uma) garrafa de cachaça (marafo); 1 (uma) vel: das cores preta e branca; 1/2 (meio) metro de panc preto; 1/2 (meio) metro de pano branco; 1 (uma) garrafa de cachaça (além da outra acima); 1 (uma) vela amarela; 1/2 (meio) metro de pano amarelo; 1 (uma) taça de boa qualidade; 1 (uma) garrafa de champanha de boa qualidade; 1 (um) par de cigarrilhas ou um maço de cigarro de filtro, de boa qualidadade; 3 (três) rosas amarelas, sem espinhos (arrancados antes de se as entregar); 1 (uma) vela preta; 7 ou 9 (sete ou nove) dálias brancas; 7 ou 9 (sete ou nove) velas brancas, comuns; 4 (quatro) caixas de fósforos. N.B. — e, também, o material destinado à preparação fluídica e à segurança dos Anjos de Guarda, de quem executa o “trabalho” e de quem o solicita.
Para melhor compreensão dos estimados leitores e dedicados amigos, resolvemos, quanto à feitura do presente “trabalho”, dividi-la em duas partes, a saber:
1) entrada no cemitério, como deverá, de fato, ser feita;
2) realização, propriamente dita, do “trabalho”.
Primeira parte: De um modo geral, infelizmente isto temos observado a cada instante, entra-se em um cemitério como se entra, digamos assim, em um qualquer lugar, sem — até mesmo — o mínimo respeito a tão santo lugar. Muitas pessoas, por sinal, limitamse, ao entrar em um cemitério, a pedir, verbal e ou mentalmente, licença — isto e nada mais; é o que acontece quase sempre, com raríssimas exceções. Daí, logicamente, o não serem obtidos os resultados que se quer e ou deseja. Justamerite para tal evitar, diremos que, para se entrar — corretamente — em um cemitério, quando se vai fazer algum “trabalho” em seu interior, o que se deverá fazer é o seguinte:
1) à direita da porta principal (de entrada) ou, de preferência, à direita do portão de ferro que, comumente, existe em quase todos os cemitérios, ao se chegar, Salva-se OGUM MEGÉ e, ao fazê-lo, despeja-se, no chão, parte do conteúdo de uma garrafa de cerveja branca;
2) a seguir, estende-se, no chão, o pano vermelho e, sobre o mesmo, coloca-se a garrafa dé cerveja, com o resto de líquido no interior; ao lado, coloca-se à vela vermelha, acesa, para OGUM MEG;
3) logo depois, acende-se um charuto e coloca-se o mesmo em cima de uma. caixa de fósforos aberta, com a parte das cabecinhas aparecendo;
4) isto feito, pede-se licença a OGUM MEGÉ, para se “trabalhar” no interior do cemitério (Calunga Pequeno);
5) à esquerda (lado oposto ao em que se tiver feito o pedido de licença a OGUM MEGÊ), inicialmente se derrama, no chão, parte do conteúdo de uma das garrafas de cachaça (marafo), salvando-se o EXU POR- . TEIRA;
6) a seguir, estende-se, no chão, o pano vermelho (o outro pedaço) e, sobre o mesmo, o pano preto;
7) por cima desses panos estendidos, coloca-se a garrafa de cachaça com o resto de líquido no interior e, também, uma caixa de fósforos aberta, em cima da qual se coloca um outro charuto aceso, atravessado; ao lado, acende-se a vela preta-vermelha e, então, pede-se licença, também, ao EXU PORTEIRA, para se “trabalhar” dentro do cemitério;
8) logo em seguida, entra-se no cemitério e, já no interior, no chão e ao lado de uma sepultura que, para nós, achemos bonita, derrama-se, muciamente, um pouco da cnampanha,;
9) em seguida, estende-sé o pano amarelo e, em cima do mesmo, coloca-se a taça que se encherá com champanha (do resto que tiver ficado na garrafa);
10) à frente dessa taça, já cheia de cnampanha, coloca-se as 3 (três) rosas amarelás, cruzadas;
11) a seguir, acende-se uma das cigarrilhas (ou três cigarros) e coloca-se em cima de outra caixa de fósforos aberta, salvando-se, então, INHAÇÃ e pedindose a ELA, licença, também, para se “trabalhar”;
12) logo em seguida, na última sepultura preta, à esquerda do Cruzeiro das Almas (sempre existe essa sepultura nos cemitérios), derrama-se no chão, um pouco de uma outra garrafa de cachaça, salvando-se SÊO JOÃO CAVEIRA (É o Secretário do SÊO OMULÚ e, sem a: sua licença, nada se: consegue de SEO CMULÚU);
13) estende-se, então, no chão, o pano branco e, por cima dele, o pano preto e, em cima desses panos, coloca-se outra caixa de fósforos aberta, sobre a qual se coloca um outro charuto aceso, atravessado, bem como a garrafa de cachaça, com o resto do líquido no interior;
14) ao lado, acende-se a vela preta e branca e, então, pede-se licença ao SÊO JOÃO CAVEIRA, para se “trabalhar”;
15) finalmente, aos pés do Cruzeiro das Almas, acende-se a vela preta, em homenagem ao SÊO OMULU, pedindo-se a ELE, licença para fazer o “trabalho”.
“Segunda parte: Feito o que se ensina na primeira parte, far-se-á, então, o seguinte: |
1) aos pés do Cruzeiro das Almas, arma-se uma cruz com as 7 ou 9 velas brancas, comuns;
2) logo em seguida, na direção do Cruzeiro das Almas para a frente do cemitério, arma-se uma outra cruz, e essa com as 7 ou 9 dálias brancas;
3) finalmente, no chão, aos pés da sétima sepultura, à esquerda e para trás do Cruzeiro das Almas, enterra-se um pedaço de papel branco, no qual se tenha escrito os nomes (da pessoa que pede o “trabalho”, de baixo para cima e, sobre o mesmo, de cima para baixo, o nome da pessoa que se quer unir ou “amarrar” a ela.
Isto feito, agradece-se, antecipadamente, a DEUS, pelo resultado que se obterá no trabalho, vira-se as costas para o Cruzeiro das Almas, depois de se ter dado 2 (três) passos de frente para o mesmo e sai-se do cemitério, confiante.
SÉTIMO “TRABALHO”:
Juramento do Pé Dominador
Por demais fácil, conquanto que eficiente, é o “trabalho” que, a seguir, ensinaremos. Vejamo-lo:
1) em um pedaço de papel branco, liso (sem pauta) escreve-se, de baixo para cima, o nome da pessoa que solicita ou faz o “trabalho” e sobre o mesmo, porém, de cima para baixo, o nome da pessoa que se quer unir ou “amarrar”; os nomes, assim, ficarão cruzados e escritos no sentido das diagonais do pedaço de papel;
2) isto feito, dobra-se o pedaço de papel, com os nomes já escritos e coloca-se na sola do pé esquerdo de quêm solicita o “trabalho” (a própria pessoa poderá colocá-lo) ;
3) todos os dias, pela manhã, tão logo se acorde (abra-se os olhos, vamos dizer) bate-se (a pessoa que solicita o “trabalho”) com o pé no chão, 3 vezes enm raiva e, ao fazê-lo, deverá dizer, mais ou menos, O seguinte: — Fulano(a) (diz-se o nome da pessoa que se quer “amarrar” ou unir e que, com este “trabalho”, será amansada e, desta forma, nenhuma resistência oferecerá) vai ser meu! Queira ou não queira, eu hei de dominá-lo (a), e de possuí-lo(a)! Ele (ela) será como escravo para mim! Somente a minha vontade e não a dele(dela) prevalecerá. (Faz-se isso até que o papel desgrude, quando se deverá repetir o “trabalho”; o papel deverá ser colado na sola do pé esquerdo, com esparadrapo e a pessoa poderá tomar banho e fazer Oo que bem quiser sem que, porém, o tire da sola do pé).
OITAVO “TRABALHO”:
A União das Almas de Cera
Parecido, em’ parte, com o Terceiro “Trabalho” ensinado neste livro, é este outro, justo porque, também este, é feito com bonecos, porém, bonecos de cera. É fambém eficiente e muito fácil para ser feito, como veremos a seguir:
Material necessário: 2 (dois) bonecos, pequenos, de cera (macho e fêmea); 1 (um) vaso de barro de, pelo menos, uns 40 centímetros de altura; 1/2 metro. de fita preta e 1/2 metro de fita vermelha; 2 (dois) quilos de terra escura; 1 (um) litro de mel de abelha; 2 (duas) velas de cera de uns 40 centímetros de altura; N.B. — Também o necessário à preparação fluídica.
Eis, portanto, como deverá ser feito este Oitavo “Trabalho” de únião que, como os demais, também de grande eficiência, se e quando feito corretamente. Vejamo-lo, portanto:
1) inicialmente, pega-se o boneco (o macho) e, como se faz num batismo real, batiza-se o mesmo com o nome do homem (que se quer “amarrar”, se for o caso) e, a seguir, o outro boneco (a fêmea) e, com o mesmo, procede-se de forma idêntica. Para exemplo, ensinamos que, ao serem feitos os batismos dos bonecos, dir-se-á, mais ou menos, o seguinte: — Eu te batizo com o nome de (diz-se o nome da pessoa), em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do Divino Espírito Santo (faz-se o mesmo com o macho e depois com a fêmea);
2) em seguida, depois de assim “batizados”, coloca-se os dois bonecos, um de frente para o outro e amarra-se os mesmos (fitas preta e vermelha);
3) coloca-se os dois bonecos, depois de assim amarrados, dentro do vaso de barro e, por cima, despeja-se todo o conteúdo do litro de mel de abelha;
4) a seguir, enche-se o vaso com a terra escura, como se se estivesse enterrando os mesmos, isto é, os bonecos;
5) finalmente, por cima da terra, acende-se, uma ao lado da outra, as duas velas de cera (uma para O Anjo de Guarda do homem e a outra para o Anjo de Guarda da mulher) e, ao fazê-lo, diz-se mais ou menos o que se segue: — Assim como estou unindo estes dois bonecos, que simbolizam fulano e fulana, por este trabalho de Magia, assim serão unidos, pelo resto de suas vidas nesta Terra, os corpos físicos (as pessoas) que eles representam. Isto eu faço na fé dos Altos Poderes da Magia-Negra.
O vaso com este “trabalho”, obviamente, deverá ser guardado com o maior carinho e amor e, caso se o queira, poder-se-á plantar, no mesmo, uma qualquer planta de raiz rasteira ou curta, a qual deverá ser tratada com o máximo de cuidado e sem se relaxar a respeito.
“NONO “TRABALHO”:
Amarração do Mel
Embora seja, na verdade, mais apropriadamente de amansamento que união ou “amarração”, o presente “trabalho” também é de grande eficiência e por demais fácil de ser feito. Qualquer pessoa, portanto, com os melhores, e mais rápidos resultados, poderá executá-lo. Vejamo-lo:
Material necessário: 1 (um) copo branco, liso, sem qualquer uso, isto é, virgem; 1 (uma) garrafa pequena de mel de abelha; 2 (duas) velas brancas, comuns, Como se faz este “trabalho”:
1) escreve-se o nome da pessoa que solicita o “trabalho”, em um pedaço de papel branco, liso, ou seja, sem pautas e, num outro pedaço idêntico, o nome da pessoa que se quer unir ou “amarrar” a ela;
2) pega-se uma das velas brancas e raspa-se o pé, de modo a se fazer um novo pavio;
3) .pega-se o copo e enche-se o mesmo com água e mel de abelha;
4) a seguir, enrola-se o papel com o nome da pessoa que solicita o “trabalho”, na outra vela branca e, o papel com o nome da pessoa que se quer unir ou “amarrar” a ela, em volta da outra vela, isto é, da vela cujo pé tivermos raspado;
5) acende-se a vela em cuja volta se tenha amar rado o papel com o nome da pessoa que solicita o “tra balho” e mergulha-se a mesma no copo onde já se t: ver colocado água e mel de abelha;
6) isto feito, pega-se a outra vela, isto é, a ve) que tenha o papel com o nome da pessoa que se quit unir ou “amarrar” e acende-se a mesma na luz Cc outra (primeiramente o pavio normal e, em seguid: o pavio que se tiver feito raspando a vela no pé) logo depois, vira-se a vela de pernas para o ar e coloc: se a mesma também dentro do copo, ao lado da outra 7) isto feito, coloca-se o copo, com as duas velas assim acesas, num lugar alto (pelo menos da altura da pessoa que solicita o “trabalho”) e deixa-se ficar, pelo menos durante uns 3 ou 7 dias, sem se mexer nele.
(O desenho abaixo nos dá uma idéia de como deverá ser feito este “trabalho” )
Observações importantes e necessárias: — 1) quando se acender a vela com o nome da pessoa que solicita o “trabalho”, diz-se o seguinte: — Esta vela é para o Anjo de Guarda de fulano(a) e, só depois, é que se a colocará dentro do copo; 2) ao se acender a outra vela, de pernas para o ar e, a seguir, se a colocar também no copo, ao lado da outra, diz-se o seguinte: — Esta vela é para o Anjo de Guarda de fulano (a) (diz-se o nome da pessoa que se quer unir ou amarrar à outra) e, assim como a estou virando de pernas para o ar, também estou virando o Anjo de Guarda de fulano(a) diz-se o nome da pessoa que se quer unir ou “amarrar” à outra) e de tal forma o faço que, doravante, ele não terá vontade própria, será como um escravo de fulano(a) (a pessoa que solicita o “trabalho”) e, por este “trabalho” de união que estou fazendo, assim como estou unindo os Anjos de Guarda de fulano(a) e fulano(a), também serão unidos os seus corpos físicos, ou seja, suas pessoas, num verdadeiro e indissolúvel casamento (ou numa verdadeira e indissolúvel união). N.B. — Normalmente, as velas colocadas dentro do copo com água e mel, deveriam apagar tão logo o fogo atinja o nível da água. No entanto, por este “trabalho”, elas queimarão até que, pela força da MagiaNegra, se misturem e, desta forma, fiquem num único bloco de cera, uma verdadeira crosta dela formada. É quando, na verdade, o “trabalho” dá certo.
Importante: Embora seja um “trabalho” para união ou “amarração”, este poderá ser feito, da mesma forma, apenas para amansar alguém, como por exemplo, um marido que está sendo grosseiro demais e até mesmo agressivo para com a mulher ou coisas outras que tais.
DÉCIMO “TRABALHO”:
Malha do Desejo
Por demais anti-higiênico, na verdade, é este outro “trabalho” de união ou “amarração” que iremos ensinar. Trata-se, a bem da verdade, mais de uma simpatia que, propriamente dito, de um “trabalho”. É feito, como veremos, com meias usadas e não lavadas, isto é, sujas, da pessoa que solicita o “trabalho” ou, tratando-se de mulher que o solicita, com uma calcinha usada e também não lavada, da mesma. É bastante conhecido e feito, por vezes sem conta, especialmente por parte de pessoas menos esclarecidas ou, pelo menos, dz pessoas para quem os fins justificam os meios, de qualquer forma, é claro.
A pessoa que solicita o “trabalho” (ela mesma ou alguém a quem ela solicite), pega um pé, isto é, uma das meias de um par, usada e não lavada e, servindo-se dela, coa um pouco de café. Em outras palavras, como se fosse a meia o coador do café. Isto feito, na primeira oportunidade a se lhe deparar, dá de beber, desse café assim coado, à pessoa que quiser unir ou “amarrar” a ela. O mesmo fará servindo-se de sua calcinha (logicamente se for uma mulher que solicita o “trabalho”)
UNDÉCIMO “TRABALHO”:
Pó de Amarração
Será este, sem qualquer dúvida, um dos mais anti-higiênicos e, além disso, um tanto prenunciador do baixo nível moral de quem o solicitar e, bem assim e bem mais, de quem o fizer. Isto porque, é este “trabalho” feito com os pêlos existentes sobre o “pente” (vulgarmente chamados de “pentelhos”) seja de um homem, seja de uma mulher. Para se o fazer, necessário e suficiente é, apenas, pegar-se um punhado regular dos tais pêlos, torrá-los e, a seguir, com o pó a que ficarão eles reduzidos, dar de beber à pessoa que se quer unir ou “amarrar”. Para isto, depois de torrados, coloca-se o pó deles em café, mate ou seja lá que bebida for que será, na primeira oportunidade favorável, dada de beber a quem se quer unir ou “amarrar”. Tal “trabalho”, como o anterior, bem poderia ser chamado de “Trabalho de gamação” e não, propriamente dito, de união ou “amarração”.
Observações importantes: Repetindo, em parte, o que já dissemos, linhas atrás, faremos, a nossos amigos e leitores, a respeito da feitura dos “trabalhos” que ora ensinamos, as seguintes quão cd observações:
1) antes de ser feito qualquer “trabalho” dos a ensinados, dever-se-á “firmar” ou “segurar” o Anjo de Guarda (de quem faz, de quem solicita o “trabalho”, pelo menos) ;
2) fazer a “preparação fluídica” que ensinamos ao começo do presente livro;
3) se o “trabalho” for feito em uma encruzilhada de EXU, isto é, uma encruzilhada formada pelo cruzamento de duas ruas, antes de se o fazer, propriamente dito, dever-se-á acender, em uma das pernas da encruzilhada, uma vela (vermelha ou mesmo branca) para o Orixá OGUM que, na verdade, é dono das Encruzilhadas; os EXUS, apenas, “moram e ou vivem” nas encruzilhadas, no entanto, não são os seus donos;
4) se o trabalho for feito em um cemitério (no interior do mesmo), antes de se o fazer, dever-se-á agir na conformidade do que ensinamos, neste livro, ao nos referirmos no “Sexto Trabalho” de união ou “amarração”. Já o detalhamos, porém, embora repetindo, para melhor orientação dos nossos estimados amigos e leitores, aqui diremos que, para se entrar num cemitério e, no seu interior, se fazer algum “trabalho”, ter-se-á de fazer o que se segue:
a) à direita da porta principal (de entrada) ou, de preferência, à direita do portão de ferro que, comumente, existe em quase todos os cemitérios, ao se chegar, salva-se OGUM MEGÉÊ e, ao fazê-lo, despeja-se, no chão, parte do conteúdo de uma garrafa de cerveja branca;
b) a seguir, estende-se, no chão, o pano vermelho e. sobre o mesmo, coloca-se a garrafa de cerveja, com o resto do líquido no interior; ao lado, coloca-se a vela vermelha, acesa, para OGUM MEGÉ;
c) logo depois, acende-se um charuto e colocase o mesmo em cima de uma caixa de fósforos aberta, com a parte das cabecinhas aparecendo;
d) isto feito, pede-se licença a OGUM MEGÊ, para se “trabalhar” no interior do cemitério (Calunga Pequeno) ;
e) à esquerda (lado oposto ao em que se tiver feito o pedido de licença a OGUM MEGÉÊ, inicialmente se derrama, no chão, parte do conteúdo de uma garrafa de cachaça (marafo), salvando-se o EXU PORTEIRA;
f) a seguir, estende-se, no chão, um pano vermelho e, sobre o mesmo, um pano preto;
g) por cima desses panos estendidos, coloca-se a garrafa de cachaça com o resto do líquido no interior e, também, uma caixa de fósforos aberta, em cima da qual se coloca um outro charuto aceso, atravessado; ao lado, acende-se a vela preta-vermelha e, então, pede-se licença, também, ao EXU PORTEIRA, para se “trabalhar” dentro do cemitério;
h) logo em seguida, entra-se no cemitério e, já no interior, no chão e ao lado de uma sepultura que, para nós, achamos bonita, derrama-se, inicialmente, um pouco de champanha;
i) em seguida, estende-se o pano amarelo e, em cima do mesmo, coloca-se a taça que se encherá com champanha (do resto que tiver ficado na garrafa);
j) à frente dessa taça, já cheia de champanha, coloca-se 3 (três) rosas amarelas, cruzadas;
k) a seguir, acende-se uma cigarrilha (ou três cigarros) e coloca-se em cima de outra caixa de fósforos aberta, salvando-se, então, INHAÇÃ e pedindo-se a ELA, licença, também, para se “trabalhar”;
l) logo em seguida, na última sepultura preta, à esquerda do Cruzeiro das Almas (sempre existe essa sepultura nos cemitérios), derrama-se, no chão, um pouco de uma outra garrafa de cachaça, salvandose SÊO JOÃO CAVEIRA. (É o Secretário do SÊO OMULÚ e, sem a sua licença, nada se consegue de SÊO OMULÚ);
m) estende-se, então, no chão, um pano branco e, por cima dele, pano preto e, em cima desses panos, coloca-se outra caixa de fósforos, aberta, sobre a qual se coloca outro charuto aceso, atravessado, bem como a garrafa de cachaça, com o resto do líquido no interior;
n) ao lado, acende-se a vela preta e branca e, então, pede-se licença ao SÊO JOÃO CAVEIRA, para se “trabalhar”;
o) finalmente, aos pés do Cruzeiro das Almas, acende-se a vela preta, em homenagem ao SÊO OMULÚ, pedindo-se a ELE, licença para fazer o “trabalho”.
Isto feito e só então, se estará habilitado — digamos assim — para se entrar no cemitério e mais ainda, se fazer qualquer “trabalho” no seu interior, especialmente aos pés do Cruzeiro das Almas.
Cabe, a propósito, o se dizer que “não se confunda alhos com bugalhos”, isto é, que não se faça confusão quanto à maneira ou forma de se entrar num cemitério. O que aqui ensinamos, na verdade, é tão-somente quando se tem de entrar num cemitério, para se fazer, no interior, algum “trabalho”. Isto, contudo, não quer dizer que, apenas para se entrar num cemitério (acompanhando um enterro, por exemplo) se seja obrigado a fazer o que aqui se diz.
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