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Pai Ogum é a Divindade que está assentada no polo positivo (irradiante) da Linha da Lei. Representa a Ordenação Divina, o Governo da Lei Maior em toda a Criação.
Suas Irradiações contínuas amparam e sustentam aqueles que vivem dentro da Lei e da Ordem Divinas e também socorrem aos que necessitam desse amparo.
Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua vez representa o caminho reto, a retidão de caráter, a honra, a honestidade. Perante a Lei não existe “mais ou menos”, não se pode ser “mais ou menos honesto”: ou se está no caminho reto, respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao próximo, ou não se está. Por isso se diz que os filhos de Ogum são taxativos: não hesitam em “comprar batalhas” para defender os amigos e aqueles que agem com respeito à Lei de Deus e ao próximo, mas se afastam dos que agem com desonestidade e deslealdade.
Ogum é o Senhor dos caminhos e realiza a abertura de caminhos, a ordenação, o afastamento da desordem e do caos, o corte das atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres perante a Lei Divina. A primeira “batalha” que Pai Ogum nos ensina a realizar é vencer os vícios e a desordem interna para que, uma vez equilibrados, possamos atrair situações e relacionamentos ordenados, livres da desordem que nasce do desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina.
Lei e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem viver em obediência às Leis da Criação. O dragão subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que sincretizam com Ogum, representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema, da ganância etc. Vencendo “o dragão”, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações favoráveis, sob o amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação. Sintonizados com a Lei, alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador. Então, os inimigos terão olhos, mãos, pés e armas, mas não conseguirão nos enxergar, não poderão nos tocar e nem nos alcançar ou ferir, como diz um ponto cantado.
Seu primeiro elemento de atuação é o Ar e o 2º. Elemento é o Fogo.
Na Linha pura da Lei Ogum faz par com Iansã, ambos atuando pelo elemento Ar.
Também faz par com Egunitá, a Mãe do Fogo e da Justiça, aqui formando com Ela uma Linha polarizada ou mista Lei/Justiça, pelos elementos Ar/Fogo.
Nos elementos, Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta.
Na Lei, Ogum é o princípio ordenador inquebrantável.
Na Criação Divina, Ogum é a defesa de tudo o que foi criado, é a defesa da vida.
Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo, pois seu magnetismo irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido horário).
Seu Fator Ordenador nos ajuda a vencer nossas trevas e bloqueios interiores (as verdadeiras demandas) e nos protege dos obstáculos externos, quando vivemos de acordo com os ditames da Lei Divina.
Ogum é a Lei, é a via reta. É associado a Marte e ao número 7.
Na Bahia Ogum sincretiza com Santo Antonio de Pádua. Nos demais Estados, em geral é sincretizado com São Jorge e celebrado em 23 de abril.
A respeito do sincretismo de Ogum com São Jorge, FERNANDO FERNANDES, no excelente artigo “Astrologia e Mitos Religiosos”, comenta: “O simbolismo, aliás, não poderia ser mais adequado: São Jorge veste uma armadura de guerra (a proteção necessária para atuar em ambientes inferiores) e monta um cavalo branco (as forças da matéria e o lado animal da personalidade, já purificados – por isso a cor branca – e colocados a serviço de desígnios elevados). Utiliza a lança e a espada (um símbolo do direcionamento da energia) e consegue vencer o dragão (as forças das trevas).”
Em seguida, o referido autor fala sobre características de Ogum na Umbanda e no Candomblé e sua associação ao planeta Marte: ”A espada está ligada ao Orixá de três formas: por ser guerreiro e caçador, Ogum rege as armas em geral; por ser ferreiro, é fabricante de objetos de metal; e, finalmente, é o orixá regente do ferro, matéria-prima para a maioria das armas. Como símbolo, a espada representa a energia mobilizada e direcionada para cortar o avanço do mal. Basta lembrar outra lenda, criada num ambiente bem diferente do que estamos tratando: a história céltica do Rei Artur que, munido da espada mágica Excalibur e sob a orientação de um iniciado, o Mago Merlin, combate as forças malignas acionadas por temíveis feiticeiros. Excalibur é o instrumento do combate da magia branca contra a magia negra. A espada de Ogum tem o mesmo significado.
Cabe observar também que o ferro é o elemento químico essencial para a formação dos glóbulos vermelhos. Da mesma forma como sua carência torna o indivíduo anêmico, a carência da raiz energética de Ogum cria uma espécie de anemia espiritual, ou seja, uma falta de coragem e de disposição para lutar pelo próprio desenvolvimento. É por causa dessa função revitalizadora que Ogum é apresentado nos mitos africanos como o orixá que vem na frente, o pioneiro na tarefa de descer à Terra e acordar os homens. Trata-se, evidentemente, de uma função típica de Áries e Marte.
(…) Ogum muitas vezes é invocado como se fosse uma espécie de guarda-costas celeste, um orixá que, se devidamente agradado, tomará partido em favor do filho de fé e voltará sua fúria contra os inimigos. (…) As concepções mais elaboradas, entretanto, não veem o orixá como um ser a serviço dos interesses do homem, nem disposto a tomar partido em seus conflitos.
Em essência, as lutas de Ogum processam-se dentro da própria alma, que traz simultaneamente o dragão e a serpente das tendências inferiores assim como o germe da Divindade. Invocar Ogum significa ativar as energias vitais que estão adormecidas na alma, despertar a parcela divina presente em cada ser humano e mobilizar a força necessária para avançar.”
Em seguida, ele comenta o ponto cantado que diz: “Cavaleiro supremo/mora dentro da lua /Sua bandeira divina/ é o manto da Virgem pura”, acrescentando: “A lenda de São Jorge, que não tem qualquer origem no culto dos orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua, onde ele estaria em permanente combate com o dragão. É interessante notar que o símbolo da Lua, do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do Crescente, que é formado por dois semicírculos. Enquanto o círculo – o Sol – representa o espírito enquanto instância permanente e perfeita, o semicírculo é a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução, aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda não dominadas. A Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol. Da mesma forma, para tomar de empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a alma que perambula nas experiências de aprendizagem expressa apenas um reflexo provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará de forma pura quando o espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.
Há um ditado do Catolicismo Popular que afirma que Maria é o atalho para Jesus. Da mesma maneira, muitos astrólogos medievais viam a Lua como um caminho para o Sol, assim como, na concepção hinduísta, a vida sob o domínio da emoção e dos sentimentos é a etapa necessária para a vida no plano da criação pura. Voltando aos astrólogos da Idade Média, era comum em textos da época a referência ao mundo sublunar para falar da mutável e inconstante realidade terrena, em contraste com a atemporalidade da perfeição espiritual simbolizada pelo Sol. Em todas as religiões antigas, a Lua e o Sol constituem um casal divino, cujo melhor exemplo é o mito de Ísis e Osíris no Egito. No sincretismo afro-brasileiro, a associação é com Iemanjá e Oxalá, identificados, aliás, com Nossa Senhora e Jesus Cristo. Mas por que razão Ogum, orixá de conotação nitidamente masculina, assim como São Jorge, santo militar e pertencente a um universo dominado pelos homens, surgem tão frequentemente relacionados à Lua e aos orixás femininos das águas, como Iemanjá e Oxum?
Há, pelo menos, duas explicações possíveis: em primeiro lugar, as demandas que Ogum enfrenta pertencem todas ao domínio das paixões inferiores, como o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo.
A Lua, cuja permanente mudança de fases bem representa a instabilidade da alma humana, é o campo de batalha onde os instintos precisam ser vencidos para que brilhe a natureza solar. Em segundo lugar, podemos lembrar o princípio da complementaridade dos opostos: masculino e feminino são polaridades que não podem existir de forma exclusiva, sem a complementaridade do outro polo.
Ogum, que carrega consigo tantas qualidades positivamente masculinas, como a força, a coragem, a energia do fogo e a carga de agressividade necessária para qualquer realização, precisa do tempero da receptividade, da doçura, da paciência e da devoção, atributos femininos dos orixás das águas. Sem esse tempero, o resultado é desequilíbrio.
Os mitos africanos, ao mostrarem um Ogum guerreiro, violento, destruidor e, ao mesmo tempo, incapaz de compreender a alma feminina (ele perde, sucessivamente, suas esposas para Xangô), não estão falando verdadeiramente do orixá, mas de sua manifestação imperfeita e desequilibrada no próprio ser humano. Na medida em que as qualidades precisam ser integradas e harmonizadas, os conflitos míticos entre os orixás dramatizam exatamente a luta por essa integração interior, na busca da totalidade psíquica.
O Ogum do sincretismo afro-brasileiro, que trabalha harmoniosamente associado a Oxum e Iemanjá, como demonstram os pontos, já expressa, pois, uma concepção mais integrativa do que aquela presente nas lendas iorubanas.
O ponto atribui uma característica feminina à bandeira de São Jorge: não é mais o estandarte de guerra, mas o próprio manto da Virgem.
Em todos os pontos em que Ogum aparece associado ao princípio feminino, seja sob a forma da Virgem Maria, de Iemanjá ou de Oxum, o sentido é sempre o da força dirigida pela sabedoria, a energia de luta colocada a serviço da misericórdia. Trata-se de um belo simbolismo que reúne elementos das tradições cristã e iorubana.” (Material extraído do site:www.constelar.com.br/revista/ediçao37/jorge4.htm)
História
No Candomblé, Ogum é o grande general, marechal de todas as lutas, o grande guardião, o pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensivo. É a franqueza, a decisão, a convicção, a certeza. É o empilhamento de metais, a bateria que gera a energia, a pilha. É a própria energia, vibrante, incontrolável, devastador, é a vida em sua plenitude.
Ogum também está presente nas construções, nas edificações, no cimento que vai unir tijolos e construir casas. É a muralha, o obstáculo difícil de ser vencido. É o amianto, o aço, o ferro, a bauxita, o manganês, o carvão mineral, a prata, o ouro maciço, o diamante em estado bruto, o zinco, o cobre, o alumínio, o parafuso, o prego, a mola, a viga, a estrutura, o concreto, a dureza, a firmeza. É também a lapidação, o aparelho cirúrgico, o aparelho dentário, o próprio dente. É o ato de cortar, morder, devorar.
Como Orixá, Ogum é o Senhor do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal.
Ogum é filho de Odudua com Iemanjá e irmão de Exu e Oxóssi. Era um caçador tranquilo, calmo, pacato, bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo, enquanto Oxóssi era mais descansado e contemplativo. Ogum cuidava da caça, dos consertos etc. Mas dentro de seu coração existia um enorme desejo de “ganhar o mundo”.
Num belo dia, ao voltar de uma caçada, viu sua família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogum tomou-se de ira e, sozinho, arrasou os agressores, não deixando um só de pé. Daí por diante, Ogum iniciou Oxóssi nas artes da caça, mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse: – “Sempre que estiveres em perigo, pense em mim. De onde eu estiver, voltarei para defendê-lo”. Em seguida, aproximou-se de Iemanjá e se despediu: – “Mãe, eu preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade”. Partiu e se tornou o maior guerreiro do mundo. Vencia todos os exércitos.
Ogum se tornou a vitória, a força da conquista. Tornou-se Rei de Ifé, quando Odudua (fundador de Ifé) ficou cego. Brigou com reinos vizinhos a Ifé, aumentando cada vez mais o seu reinado. Dominou as cidades de Ará e de Irê, passando a usar o título de Onirê (Rei de Irê).
Ogum é uma das Divindades yorubanas mais conhecidas, cultuadas e temidas. Às vezes, é até mais temido do que Exu, sobre o qual tem total domínio. Sem a permissão e a proteção de Ogum, nenhuma atividade seria proveitosa.
Ogum é o dono do obé (faca). Divindades mais antigas, originárias de países vizinhos, mesmo que assimiladas pelos Nagôs-Yorubás, não aceitavam de bom grado a primazia que Odudua concedeu a Ogum. Dentro desse contexto, essas diferenças deram origem a “conflitos” entre Nanã e Ogum, isto porque Nanã, o mais antigo Orixá da Nação de Daomé, não aceita o comando de Ogum. Por isso, nenhum animal oferecido a Nanã poderia ser cortado com o obé (faca) de metal, e sim com o de madeira.
A principal insígnia de Ogum é a espada, que Ele empunha com ar marcial quando, manifestado, dança no Candomblé. Nesta dança, ao deparar com outro Orixá que também esteja empunhando uma espada, Ogum trança armas com ele e as lâminas se entrechocam, ritmadas (o que está relacionado com o que é conhecido como pírrica, ou seja, a dança militar na qual seus executantes apresentam-se armados).
As armas mágicas de Ogum são a espada de São Jorge e a lança de Ogum, liliáceas da África Equatorial, aclimatadas no Brasil. O nome espada de São Jorge se deve à forma da folha carnosa, que lembra uma larga e longa lâmina de arma branca, com dois gumes e o ápice acuminado. Costuma ser plantada em vasos, jardineiras ou canteiros, em residências ou à entrada de casas comerciais, como espada capaz de defender dos malefícios. Nos terreiros, a espada de São Jorge é brandida como veículo de passes ou para afastar os maus espíritos. É uma das plantas usadas em banhos de proteção. Serve para sinais cabalísticos traçados no ar, durante consultas ou cerimônias; é usada inclusive na sagração dos noviços (como acontecia com os reis e cavaleiros medievais).
Na lança de Ogum, conforme o próprio nome indica, a folha carnosa é cilíndrica e pontiaguda, como uma lança. Suas atribuições rituais e poderes mágicos têm semelhança com os da espada de São Jorge.
Outra planta ligada a Ogum é o dendê ou dendezeiro, uma palmeira africana aclimatada no Brasil. Ogum é representado pelas franjas de folhas desfiadas dessa palmeira: o mariwó. Além de insígnia do Orixá, o mariwó é também proteção e defesa: dependurado sobre portas e janelas ou à entrada dos caminhos, afasta bruxedos e influências maléficas.
Na Bahia, Ogum é sincretizado com Santo Antônio, capitão do exército brasileiro. Sua espada e seu uniforme de gala como capitão, doados por uma beata, foram conservados pelos Franciscanos da Bahia, segundo Pierre Verger, que na Igreja fotografou o sabre e o fardamento do Santo. Santo Antônio, que “sentou praça” no Forte da Barra em fins do século XVI, como simples soldado, foi promovido a capitão em 1705 e a major durante a última guerra mundial. Debret atribuiu ao Santo casamenteiro o posto mais elevado da hierarquia militar, como “marechal dos exércitos do rei e comandante das Ordens de Cristo, na Bahia.”
LENDAS
Ogum e o número sete
Ogum é único. Mas em Irê costuma-se dizer que Ele é composto de sete partes: “Ógún méjeje lóòde Iré”, uma alusão às sete aldeias que existiram em volta de Irê, hoje desaparecidas. Por isso o número 7 é associado a Ogum, que é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de 7, 14 ou 21, pendurados numa haste horizontal também de ferro, tais como: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades.
Sobre as 7 partes de Ogum existem muitas lendas. Duas são mais conhecidas e o relacionam com Oyá (Iansã).
A primeira lenda conta que Ogum preparou-se para ir à guerra. Oyá, sua esposa, também guerreira, quis acompanhá-lo, mas Ogum proibiu-a. Muito astuta e não querendo deixar de guerrear ao lado do marido, Oyá vestiu uma das roupas dele, prendeu os cabelos por baixo de um capacete e seguiu-o.
A luta foi muito grande. Ogum estava quase a perdê-la, quando Oyá levantou sua espada, lutou por ele e venceu a batalha. Então Ogum quis saber quem era o garboso guerreiro. E Oyá, muito orgulhosa, tirou o capacete e soltou os cabelos.
Ogum reconheceu a esposa, mas por orgulho não quis admitir ter sido salvo por uma mulher e levantou sua espada para matá-la. Oyá, ao mesmo tempo, também levantou a sua para defender-se. As espadas tocaram-se no ar. Travaram então uma grande luta, na qual Ogum cortou Oyá em nove (partes) e Oyá cortou Ogum em sete.
A segunda lenda sobre os 7 Oguns, também relacionada a Oyá, conta que Ela era a companheira de Ogum e o ajudava no trabalho de forjar o ferro. Todo dia Oyá carregava seus instrumentos e ia para a oficina, onde manejava o fole para ativar o fogo da forja.
Por essa ajuda, Ogum ofereceu a Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma que ele possuía e que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove, se por ela fossem tocados no decorrer de uma briga.
Xangô gostava de sentar-se próximo, a fim de apreciar Ogum bater o ferro, e de vez em quando lançava olhares a Oyá, que também olhava para Xangô. Os cabelos de Xangô eram trançados com búzios, como os de uma mulher, Ele usava brincos, colares e pulseiras. Sua beleza e seu poder fascinavam Oyá, que nada disso via em Ogum. Um dia, Oyá fugiu com Xangô. Ogum perseguiu-os. Encontrou-os, brandiu sua vara mágica. Oyá fez o mesmo. Eles se tocaram ao mesmo tempo. Assim, Ogum foi dividido em sete e Oyá em nove, recebendo o nome de Ogum Méjeje (sete), enquanto Oyá recebeu o nome de Yámessan (nove).
Ogum vai morar na lua. Ogum torna-se um Orixá.
Outra lenda conta que quando Ogum conquistou o reino de Irê, deu o trono para seu filho e partiu em busca de novas batalhas. Anos depois, ele voltou. Mas chegou no dia de uma festa religiosa em que todos deviam guardar silêncio. Sentindo sede, quis beber, mas o vinho havia sido todo usado no ritual religioso; pediu comida e ninguém lhe respondeu, por causa da proibição religiosa.
Pensando que o desprezavam, Ogum puxou a espada e matou todo mundo. Quando terminou a cerimônia religiosa, o filho veio ao encontro de Ogum, prestou-lhe todas as homenagens e ofereceu-lhe um banquete. Os habitantes de Irê, já libertos do voto de silêncio, começaram a cantar louvores a Ogum, dizendo: “Ogum jé ojá” (Ogum come cachorro); o que lhe valeu o nome de Ogunjá. Então Ogum soube do motivo daquele silêncio e lamentou seus atos violentos. Lançou sua espada no ar e subiu com ela para o Orum, indo habitar a lua. Outros contam que Ogum baixou a ponta da sua espada em direção ao solo e desapareceu terra adentro, com um barulho assustador, tornando-se então um Orixá.
Porém, antes de desaparecer, Ogum pronunciou algumas palavras. E se alguém pronunciar essas mesmas palavras durante uma batalha, Ogum vem e guerreia por essa pessoa. Mas tais palavras não podem ser usadas em outras circunstâncias: se Ogum não encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que as pronunciou que Ele se lançará.
Ogum e Exu
Uma lenda conta que Ogum foi o segundo filho de Iemanjá e que era muito ligado a Exu, seu irmão mais velho. Os dois eram muito aventureiros e brincalhões, estavam sempre fazendo estripulias. Quando Exu foi expulso de casa pelos pais, Ogum ficou muito zangado e resolveu acompanhar o irmão. Foi atrás dele e por muito tempo os dois correram mundo juntos. Exu, o mais esperto, resolvia para onde iriam; e Ogum, o mais forte e guerreiro, ia vencendo todas as dificuldades do caminho.
É por isso que Ogum sempre surge nos cultos logo depois de Exu, pois honrar seu irmão preferido é a melhor forma de agradá-lo. E enquanto Exu é o dono das encruzilhadas, Ogum governa a reta dos caminhos.
Divindades associadas:
Da cultura grega- Ares (que é o Marte romano), deus da guerra e pai de diversos heróis
Da cultura hindu- Indra, Vayu, Ganesha ou Ganapati (Senhor dos Exércitos), Kalki, Kartikeya ou Skanda, Twachtri
Da cultura nórdica- Odim (o maior de todos os guerreiros)
Da cultura celta- Lugh (guerreiro que parece montado em seu cavalo com uma lança mágica na mão)
Da cultura sumeriana- Zababa, Ninrud
Da cultura síria- Reshef
Da cultura chinesa- Liu Pei (guerreiro, Divindade da honra e do dever), Kwan Kun (Senhor das artes marciais e protetor da Divindade Kwan Yin
Da cultura japonesa- Maristin (Divindade da guerra, em cuja honra é realizado anualmente um simulacro de combate)
Da cultura asteca- Huitzilopochti (Divindade do sol e da guerra)
(Fonte: O livro “Deus, “deuses”, Divindades e Anjos”, Alexandre Cumino, Ed. Madras.)
As Características Dos Filhos De Ogum
Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, consequentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.
Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas.
Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.
São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e ideias. Arrependem-se quando veem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas ideias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.
As pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca “falam por trás” de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.
Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.
A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.
Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.
É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.
Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.
Cozinha ritualística
Cará com Dendê e Mel
Lave um inhame em sete águas (sete vezes), depois coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Com uma faca (obé), bem afiado, corte-o na vertical. Na banda do lado esquerdo se passa dendê e na do lado direito mel.
Paliteiro de Ogum
Cozinhe um Cará com casca e tudo. Coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Espete palitos de Mariô por toda a superfície. Pode regar com dendê ou mel.
Feijão Mulatinho
Cozinhe o feijão mulatinho (ou cavalo) e tempere-o com cebola refogada no dendê, coloque em um alguidar e enfeite com 7 camarões fritos no dendê.
Feijão para Ogum
Ingredientes: 500g de feijão cavalo, 1 cebola, 1 vidro de dendê, 7 camarões grandes. Preparo: Cozinhe ligeiramente o feijão e tempere-o com cebola refogada no dendê. Coloque em um alguidar forrado com folhas de louro e enfeite com os camarões passados no dendê.
Vatapá de Ogum
Ingredientes: Azeite de dendê; 2 cocos; 500 g de camarão seco; 500 g de camarão fresco; 500 g de garoupa (ou outro peixe em postas); 250 g de amendoim torrado (ou, se preferir, 100 g de castanha de caju torrada); 12 pães pequenos amolecidos em água; 2 cebolas grandes; 2 dentes de alho . Preparo: Tire o coco da casca. Lave, rale, aqueça em banho-maria, então esprema num guardanapo o leite puro extraído.
Junte ao bagaço do coco dois copos de água quente e esprema novamente. Repita o processo mais uma vez, cuidando de deixar separados os leites (deixar em vasilhames separados o primeiro leite do coco, o segundo e o terceiro). Bata no liquidificador ou triture 2 cebolas grandes, 2 dentes de alho e o camarão seco. Depois triture o pão amolecido. Cozinhe o peixe e o camarão frescos com pouco tempero, sem tomate. Refogue o amendoim, a cebola, o alho e o camarão seco. Depois junte o pão. E vá então juntando o segundo leite, depois o terceiro, enquanto for preciso, até dar consistência. Também se pode juntar um pouco da água onde foram cozidos o peixe e o camarão, se for preciso. Quando estiver tudo quase cozido, junte o leite puro, ou seja, o “primeiro leite tirado do coco, depois o peixe em lascas e o camarão fresco. Ao colocar o pão, tempere com sal e não pare de mexer, para não embolar. Junte azeite de dendê em quantidade suficiente. (A consistência deve ser para comer com garfo.) Sirva com angu de arroz, conforme a receita a seguir:
Angu de arroz
Desmanche um punhado de farinha de arroz em leite de coco frio. Tempere com sal e leve ao fogo para cozinhar, sem parar de mexer. Quando estiver cozido, pode juntar o leite de coco puro, fervendo por mais um ou dois minutos. Despeje em forma molhada, deixe esfriar e desenforme num prato. Este angu é o acompanhamento correto do vatapá.
Peixe de água salgada assado e recheado com amendoins inteiros e crus e com um punhado de grãos de milho previamente aferventados. Servir sobre folhas de louro fresco. Enfeitar com tiras de coco, fatias de manga espada e rodelas de rabanete.
Inhame assado e rodeado de feijão fradinho levemente torrado. Servir sobre folhas de manga ou de louro fresco.
Farofa de feijão (fradinho, branco, ou feijão cavalo).
Cozinhar ligeiramente o feijão com água e sal, tendo o cuidado de conservar os grãos inteiros. Escorrer e reservar. Numa panela à parte, derreter um pouco de toucinho (banha de porco) com rodelas de cebola. Quando a cebola começar a dourar, joga-se um punhado de farinha de mandioca para torrar e por ultimo o feijão, misturando tudo. Servir sobre um punhado de ervas (quebra demanda, louro, guiné, folhas de manga etc.) e enfeitar com pimentas dedo de moça.
Costela de boi assada com fatias de inhame ou de batata. Oferendar sobre ervas frescas (pode ser num alguidar forrado com as ervas), rodear com farinha de mandioca e com um punhado de pipoca feita no dendê.
Farofa de inhame–
Assar ou cozinhar um inhame grande e fatiá-lo em sete partes. Misturar um punhado de farinha de milho amarela. Regar com mel. Oferendar sobre um maço de ervas frescas (ver as ervas do Orixá). Pode-se enfeitar com cravos vermelhos (flor) ou então com 21 cravos da Índia (a especiaria).
Mingau forte
Ingredientes: 7 camarões frescos; 2 copos de água de coco verde (ou de leite de coco); 1 inhame pequeno cozido e amassado; um pouquinho de farinha de mandioca e um punhado de amendoins inteiros e crus. Preparo: Lavar os camarões, passar num suco de limão e cozinhar ligeiramente na água (ou leite) de coco. Retirar os camarões do caldo que ficou e reservar. Levar o caldo ao fogo bem baixo, acrescentar a o inhame já amassado e a farinha, mexendo por minutos, para engrossar. Fora do fogo, misturar os camarões, com cuidado para não quebrarem. Oferendar sobre ervas frescas e enfeitar com os amendoins.
Oferenda para Ogum
– Cerveja branca, cravos vermelhos, uva rubi, figo, manga espada, velas branca, vermelha e azul escuro, tudo depositado em um campo aberto, pois seu ponto de força são todos os caminhos abertos.
Onde oferendar: Num campo, caminho ou encruzilhada.
Quando Firmar para Ogum
Para abertura de caminhos, situações de perigo, ordenando e direcionando quando se sentir sem rumo, cortando e anulando magias negativas, nos trazendo potência, força de seguir em frente e proteção em todos os sentidos.
Firmeza para Ogum
3 pedras de granada pequenas, 1 pedaço de ferro, uma vela de 7 dias azul escuro, sendo feita desta forma – as pedras dispostas em triângulo, no centro a vela de 7 dias azul escura e do lado da vela o pedaço de ferro, embaixo da vela seu nome ou foto e você montará esta firmeza no seu congá ou no solo.
Amaci de Ogum
Água de rio com folhas de pinheiro maceradas e curtidas por sete dias.
Alguns Caboclos de Ogum: Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Ubirajara Peito de Aço (e Linha de Caboclos Peito de Aço), Timbiri, Humaitá, Tira-Teima, Araguari, Sete Espadas (Oxalá/Ogum), Sete Lanças (Oxalá/Ogum), Sete Escudos (Oxalá/Ogum), Arariboia, Jupiara, Guerreiro, Quebra Pedras (Ogum/Oxum), Pedra Azul (Oxalá/Ogum), Rompe Terras (Ogum/Omolu), Arranca Toco (Ogum/Omolu), Quebra Toco (Ogum/Omolu), Pena Azul (Oxóssi/Ogum).
Alguns Exus de Ogum: Tranca Ruas, Sete Facas (Oxalá/Ogum), Sete Espadas (Oxalá/Ogum), 7 Ferraduras (Oxalá/Ogum), Exu Ferrolho (Ogum/Oxum), Exu 7 Correntes (Oxalá/Ogum/Oxum), Exu Trinca Ferro (Omolu/Ogum), Exu do Ferro, Exu Corta Fogo (Ogum/Xangô), Exu Pé de Ferro, Exu Garra de Ferro
TRONO | Masculino da Lei |
Linha/Sentido | Lei |
Atributo | Lei/Ordenação |
Campo de atuação | Lei e Justiça |
Fator | Potencializador (fator puro) e Ordenador (fator misto) |
Essência | Eólica |
Elementos | Primeiro elemento: Ar
Segundo elemento: Fogo. |
Polariza com | Iansã (par puro na Linha da Lei, pelo elemento Ar) e com Egunitá (par misto na Linha da Justiça, elementos Ar/Fogo) |
Cor | Azul escuro, vermelho, prateado. |
Fio de Contas | Contas de cristal ou de porcelana vermelhas e brancas ou vermelhas e azuis escuras alternadas |
Ferramentas | Lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades. |
Ervas | Espada de São Jorge, quebra-demanda, romã, aroeira, assa-peixe, abre caminho, babosa, mangueira (folhas), peregum verde (ou dracena), eucalipto, gengibre, goiabeira, guiné, dandá, folhas de pitanga (cf. Adriano Camargo). Outras: Cana do brejo, babosa, losna, tanchagem ou tansagem, açoita-cavalo (ou ivitinga ou iritinga), açucena rajada (ou cebola cencém), arnica, cabeluda (ou bacuíca), cana de macaco, canjerana (ou pau-santo), carqueja, dragoeiro (ou sangue de dragão), erva-tostão, guanxuma, grumixameira, guarabu (ou pau-roxo), helicônia, jabuticaba (a entrecasca), jambo amarelo, jambo encarnado, limão bravo, óleo pardo, pau d’água, piri-piri, poincétia, porangaba, São Gonçalinho, vassourinha de igreja, lança de São Jorge, quitoco, mariô (ou mariwô), coroa de Ogum, canela de macaco, erva grossa, parietária, nutamba, alfavaquinha, bredo, cipó chumbo, pata de vaca, comigo ninguém pode, cinco folhas, macaé, folhas de jurubeba. |
Símbolos | Espada, lança, escudo |
Ponto na Natureza | Os caminhos, campos e as encruzilhadas. |
Flores | Cravo vermelho, rosa vermelha, antúrio vermelho. |
Essências | Cravo, benjoim |
Pedras | Granada, hematita, magnetita, rubi, sodalita. Dia indicado para a consagração: 5ª-feira. Hora indicada: 06 horas |
Minério | Ferro- Dia indicado para consagração: 4ª-feira- Hora indicada: 10 horas. |
Planeta | Marte |
Dia da semana | 3ª-feira |
Saúde | Glândula tireóide, garganta, ouvidos, pescoço, voz, maxilares, tubos branquiais, traqueia, parte superior dos pulmões, braços, esôfago. No aspecto emocional, diz respeito à nossa capacidade de comunicar e expressar a nossa vontade (saber dizer “sim” e “não”) e de nos colocarmos perante a sociedade. |
Chacra | Laríngeo ou da garganta. |
Saudação | Ogum-Yê!
Patacori Ogum! |
Bebida | Vinho tinto, cerveja branca, vinho tinto licoroso, água de rio, água mineral |
Animais | Cachorro, galo vermelho, serpente |
Comidas | Maçã, graviola, carambola, limão, romã, melão, melancia, manga espada, banana, pitomba, siriguela, uva vermelha, uva verde, abacate, abio, lima da pérsia, cereja, ameixa vermelha, milho, coco, morango, marmelo, cana-de-açúcar, laranja ácida, caqui, inhame, feijão cavalo, feijão fradinho, feijão branco, farinha de milho, farinha de mandioca, fava, rabanete, abobrinha. |
Número | 7 |
Data Comemorativa | 23 de abril |
Sincretismo | São Jorge. Na Bahia é também sincretizado com Santo Antonio de Pádua. |
Incompatibilidades | Quiabo |
Qualidades | Ògún Meje – O mais velho de todos, a raiz dos outros. Aspecto do Orixá que lembra sua conquista da sétima aldeia, chamada Ire (Meje Ire), onde deixou o filho Adahunsi em seu lugar.
Ògún Je Ajá ou Ogúnjá – Nome que deriva de sua preferência em receber cães como oferenda. Um mito liga-o a Oxaguiã e a Iemanjá quanto à sua origem e como ele ajudou Oxalá. É um Ògún particularmente combativo. Veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha Ogúnté. Ògún Ajàká – É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, que em princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. É um tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso. Ògún Meme – Veste-se de verde e usa contas verdes, como Ogunjá, mas de um tom diferente. Ògún Wori ou Warri– É um Ògún dado à feitiçaria, ligado ao màriwò, aos antepassados. Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário, espírito dogmático. Ògún Oniré – É o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Irê (Oni = senhor; Irê = aldeia; o dono de Iré). É um Ògún antigo, que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro impulsivo, é o cortador de cabeças, ligado à morte e aos antepassados; impaciente, arrebatado, não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente. Ògún Olode – Destaca a sua condição de chefe dos caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico. Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, é um guia seguro. Seu temperamento solitário assemelha-se ao de Oxóssi. Ògún Popo – O nome de Ògún quando foi à terra dos Jeje. Há vários nomes de Ògún em alusão a cidades onde houve o seu culto (Ògún Ondo, Ògún Ekiti etc.). O Orixá possui vários nomes na África e no Brasil e com isso ganha as suas particularidades |
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Fonte:
https://umbandaedeus.blogspot.com/2014/05/ogum-ogum-pai-ogum-e-divindade-que-esta.html?view=sidebar
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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