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Por Ómo Orixá, Filha-dos-Rios e Isabel Azevedo.
Yamim é um termo muito utilizado em lendas africanas e contos de candomblé, consequentemente, presente nos cultos de Umbandomblé.
Yamins são representadas em alguns contos por bruxas, em outros por um grande pássaro que devastava tribos e foi derrotado por Oxossi (O Orixá caçador, Orixá corajoso e que não teme a morte). As Yamins são em sua essência a ancestralidade feminina, tal como os homens tem sua ancestralidade masculina representada pelos cultos De Baba Egum. No mais extintivo sentido das interpretações, no mais primitivo sentido da evolução e da palavra.
Yamins regem o ventre, ou seja, quando uma mulher tem problemas de saúde relacionado a menstruação, miomas, ovários, entre outros, pode ser ministrado um Ebó pelo caminho das Yamins para recuperar a saúde, afastar o mau ou desfazer carga demandada A mais reverenciada entre as qualidades destas entidades é a YAMIM OSORONGA (“Mãe toda poderosa”), temos ainda: Yamim Eleye (“mãe pássaro”), Yamim Pupa (“mãe do dendê”), Yamim Odo (“mãe das águas”) , Yamim Aje (“mãe feiticeira”).
Os cultos as Yamins são realizados somente por mulheres (tal como os cultos de Baba Egun são feito apenas por homens) e são lindos, cheio de Asé, mistério, fundamento e energia. Seu culto na verdade estão guardados nos grandes axés pelas Yalorixás (Yamim) e Egum (Babalorixás), que não gostam de falar sobre eles, temendo sua fúria ou o seu acordar, ou ainda, que mãos despreparadas tragam quizila ou consequências negativas no manejo destes seres espirituais.
As Yamins habitam nas raízes das Jaqueiras (Apaoká). São feiticeiras lideradas por Oxum (a Orixá que enganou Exu, a Orixá que tem permissão sobre os búzios). Nas religiões afro-brasileiras de Umbanda Oxum é sincretizada com diversas Nossas Senhoras, na Bahia ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora a esta denominação de Nossa Senhora ora com Nossa Senhora Aparecida.
Sempre representada pelo pássaro, quando pedimos algo a Yamim, usamos dendê, obis e soltamos um eleye (pombo) fazendo os nossos pedidos. Na África existe a tribo das Yamins, suas iniciadas saem mascaradas como verdadeiras bruxas adeptas ao rito. Toda a força de vingança, de fúria, de raiva que uma mulher tem dentro de si é o acordar de sua Yamim (Mesmo que ela não seja filha de Oxum, pois todos nós precisamos da força de todos os Orixás, tal como a inteligência não é algo exclusivo dos filhos de Oxóssi e a Justiça não é algo exclusivo dos filhos de Xangô).
Cuidar das Yamins é indicado para solução de problemas rápidos e de bruxaria (tanto branca como negra), pois elas revertem rapidamente o mal em bem (vice versa), a doença em saúde (vice versa), o desemprego (vice versa), etc. Como tudo se você usa uma energia tão primitiva e ancestral para o mal, as consequências podem ser infinitamente desagradáveis.
YAMIM: A FORÇA DE CADA MULHER:
Yamim representa no polo positivo das mulheres: a intuição, o sexto sentido, os sonhos, a sensibilidade, o amor, a sensualidade, a sedução, o envolvimento, a comunicação, a saúde do ventre, a maternidade, a paixão, a empatia, a determinação, etc.
Já no polo negativo, representa: a raiva, o ódio, os pesadelos, a insensibilidade, a baixa estima, o isolamento, a vingança, a trapaça, a dissimulação, a mentira, doenças do ventre e de órgãos genitais, a amargura, a praga, o olho gordo, a inveja, a sede de destruição, a intimidação, a atração por seres espirituais de baixa magia e magia negra, etc.
YAMIM: A FORÇA NA SAIA DE OXUM:
Dizem as lendas que Oxum carrega as bruxas Yamins na barra se seu vestido e que quando uma Oxum se irrita diante de alguma coisa libera as bruxas para atuação, para fazer o que sabem fazer de melhor: seja o bem ou seja o mau. Na religião de Umbanda, assim como qualquer outra religião, não há bom ou mau, quem determina isso é quem pede. Posso ter uma pessoa maliciosa na igreja como em um terreiro. Posso ter uma pessoa fofoqueira na igreja como em um terreiro. Cada Orixá tem a sua força, a sua regência. À Oxum foi confiado a força da bruxaria, do ocultismo, do búzio, e como tal, ela representando toda a força feminina, traz consigo um pouco deste asé a cada mulher.
HOMENS COM OXUM COMO ORIXÁ DE CABEÇA:
Homens que carregam Oxum como mãe de cabeça acabam tendo toda esta característica e todos os benefícios que Oxum dividiu com as mulheres. Não é a toa, que acabam compartilhando seus arquétipos, características de comportamento, etc. São grandes apreciadores e adeptos de feitiçaria e ocultismo. No Candomblé, mesmo que ele tenha Oxum de cabeça, há muitas casas que não permitem o manuseio de Yamins, tal como mesmo que uma mulher tenha Yansã de cabeça, não é permitido a ela os cultos de Baba Egum.
Isso pode variar de casa para casa, pois no repasse dos fundamentos, alguns pais de santo o fazem como um “telefone sem fio”, uns aumentam um conto, outros diminuem e omitem segredos no repasse e estas atitudes fazem com que tenhamos diversas divergências e variedades no fundamento de como se tratam os guias e mentores em um chão sagrado e em um culto religioso.
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Revisão final: Ícaro Aron Soares.
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