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Rubens Saraceni
Inicialmente, o que é magia? Entre tantas interpretações, magia é o ato de evocar poderes e mistérios de Deus e colocá-los em ação. Do mesmo jeito que a ciência evoca os “poderes” da física – que é um mistério da natureza – e os põe em ação através da engenharia. Da teoria elétrica sai a engenharia que fabrica computadores. Analogamente, da teoria divina sai a magia.
Assim, percebemos que a magia, contrariamente à religião, não obriga os seus adeptos a crerem em determinados dogmas para serem aceitos como magos. Ninguém é obrigado a crer na – ou mesmo entender – física para utilizar de seus benefícios : quantos de nós usamos telefones celulares sem sequer saber o que se passa por trás de todo esse mecanismo? E só por causa disso, a física deixaria de funcionar? É claro que não! A física funciona independente de nossa crença ou entendimento. Assim também o é com a magia.
Deste modo, a magia “x” não é rival nem se acha dona da verdade em relação à magia “y”. Apenas abordam conceitos diferentes mas não obrigatoriamente divergentes.
No entanto, a magia trabalha com o íntimo de cada ser, com suas faculdades mentais a saber : fé, ou força de vontade, e moralidade – ou polarização.
Quanto maior a sua fé na magia, mais ela se intensifica.
Quanto maior a sua moralidade, mais ela se polariza.
Talvez me perguntem : “mas você não disse agora há pouco que magia não é religião?” Exatamente! Eu posso ser um mago umbandista, um mago católico (como Eliphas Levi), um mago muçulmano, um mago judeu (os cabalistas) ou até mesmo – pasmem! – um mago ateu. Se bem que os magos ateus são aqueles magos inconscientes de seu próprio poder de realização.
A magia não te obriga a crer, você crê por si mesmo na magia.
Ora, então o que é fé? Fé é a crença ou certeza de que algo agirá conforme suas aspirações mesmo sem ter como provar o fato.
Moralidade, ou polarização, é a tendência a um dos grandes pólos universais : yin ou yang, luz ou trevas, bem ou mal.
Assim temos várias combinações : uma pessoa com muita fé, porém negativa, acaba se tornando um poderoso mago das trevas. Uma pessoa com pouca fé, porém positiva, acaba se tornando um medíocre mago da luz. E por aí vai.
Chegamos então ao divisor de águas, pois o mago de verdade – ou seja, aquele sintonizado com as Forças Supremas – é aquele que utiliza a sua fé poderosa conforme os desígnios da Lei Maior e da Justiça Divina.
O que diz a Lei Maior? “Cada um pode semear o que quiser, mas com certeza colherá os frutos de suas semeaduras, sejam doces ou amargos.”
O que diz a Justiça Divina? “Quem deve paga, quem merece recebe.”
Como não é nosso propósito ensinar a polaridade negativa – pois o mundo já está cheio dela e por causa dela o mundo já está de “saco cheio” – ensinaremos então um pouco da Magia Divina em um outro artigo.
Fonte:
trechos do livro:
Magia Divina das Velas
Autor: Rubens Saraceni
Editora: Madras
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