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CAPETA MAIORAL:
No centro da hierarquia da Quimbanda está o Maioral, figura controversa cujos mistérios muitas vezes não são revelados a quem está fora do culto. Enquanto todos os espíritos da Quimbanda reverenciam Nzambi o criador, é o Maioral que é o Chefe da Quimbanda e a raiz celeste ígnea do culto. Enquanto muitos atribuem demônios e diabos à figura do Maioral e de fato há uma grande confusão sobre quem é exatamente o Maioral, o que fica claro é que o Maioral é o fogo divino que rege o culto. Portanto, São Miguel arcanjo é o Maioral da Quimbanda.
O arcanjo Miguel foi adotado junto com muitos outros santos na cosmologia do Congo durante a colonização dos portugueses onde sua natureza ígnea era familiar aos povos de língua bantu e ele assumiu o papel de primeiro filho de Nsambi. De fato, pode-se dizer que a raiz do Maioral na Quimbanda é o nkisi Aluvaia (conhecido também como Bombojila) fundido com São Miguel em um único lampejo de espírito.
Isso faz do Maioral a força solar associada à necromancia e à encruzilhada. Este é o fogo do criador brilhando como um fogo divino primordial encontrado nos céus.
EXU REI:
Exu Rei é então o reflexo do fogo celestial do Maioral encontrado na Terra. Em termos de hierarquia se o Maioral é suserano do criador segurando seu fogo nos céus, então Exu Rei é o senhor da guerra do Maioral e, portanto, o Deus da Terra que traz o fogo contido no Maioral para a criação. Ele é a ponte entre o céu e a terra e como tal o poder coroado de todo Exu.
O que se vê em Exu Rei é o fogo infernal do ctônico que encontra seu impulso e está contido dentro dos fogos divinos do Maioral. A relação entre o Maioral e o Exu Rei é um dos mistérios mais profundos da Quimbanda e pode ser comparada a uma relação semelhante encontrada entre os Bakongos do Congo; aquela entre Kadiempembe e Nzambi.
Sob essa luz, Exu Rei é na verdade um título ou ofício e não um Exu específico. Geralmente é comum encontrar um dos três Exu preenchendo esse papel: Exu Lúcifer (também conhecido como Exu Sete Liras), Exu Mor, ou Exu Rei das Sete Encruzilhadas. Cada um desses três representa diferentes manifestações do fogo do Maioral e pode assumir o papel de Exu Rei que varia de casa para casa.
Na Casa da Quimbanda, por exemplo, Exu Mor é o Exu Rei da casa sob Nzambi e O Maioral. Então sob Exu Rei está o Exu pessoal do indivíduo, ou no caso de uma casa ou terreiro o Exu do Tata. O Exu pessoal é, portanto, o Rei Exu de sua vida. Isso cria uma dinâmica única na hierarquia que reflete a singularidade do destino e da personalidade individual.
O Maioral e o Exu Rei formam o núcleo da hierarquia que toma forma na Quimbanda e são os fogos coroados que dão poder a Exu.
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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