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Os fundamentos ou crenças básicas da Umbanda são:
1. Monoteísmo: crença em um único Deus cujo nome, dependendo da Tenda ou Terreiro pode ser chamado de Olorum, como no Candomblé, Zambi ou mesmo Tupã…
2. Crença na vida após a morte e na reencarnação regida, orientada pela lei do carma, lei da retribuição ou, ainda lei de causa-efeito.
3. Crença em uma hierarquia espiritual organizada em Falanges. Alguns umbandistas especificam que cada falante é composta de 400 mil espíritos, entre estes, desempenhando a função de guias mensageiros, conselheiros e curandeiros [ou médicos]. Contando todas as falanges, 33 delas, seriam, então, cerca de 13 milhões e 200 mil Espíritos para atender a menos de um milhão de brasileiros adeptos declarados mais um número impreciso de consulentes eventuais que procuram as Tendas/Terreiros em situações de desespero, buscando solução para problemas amorosos, financeiros e de saúde. Todavia, a Umbanda, tem adeptos em outros países, principalmente na África e em Portugal. Fontes umbandistas estimam 70 milhões os “fiéis” em todo o mundo [o que parece um cálculo exagerado].
4. Prática e incentivo da mediunidade, ou seja, na comunicação com espíritos desencarnados que, supostamente, inspiram os praticantes, através da intuição ou incorporam, tomam o corpo dos vivos-mediuns a fim de interagir no mundo objetivo, físico denso. Há umbandistas que afirmam existir mais 100 modalidades de mediunidade embora apenas se detenham na descrição de meia dúzia: intuição, incorporação [o espírito toma o corpo do medium total ou parcialmente], vidência [ver espíritos], clarividência [oracular, supostamente permite ver passado, presente e futuro], clariaudiência [ouvir vozes, também pode funcionar como oráculo], transporte voluntário ou involuntário [a famosa viagem astral ou o sair do corpo e visitar lugares distantes enquanto o corpo físico permanece em repouso]. * MEDIUM: Latim, significa meio. Plural, mídia.
Além disso, todos os umbandistas asseguram que suas atividades são completamente voltadas para o bem: a caridade, a cura de doenças, o consolo daqueles que perderam entes queridos, a melhoria da Humanidade. Na inauguração daquela primeira tenda, fundada por Zélio Fernandino, o Caboclo das Sete Encruzilhadas definiu: “…atendimento absolutamente gratuito, roupagem branca, simples, sem atabaques nem palmas ritmadas… cânticos baixos e harmoniosos” [LOPES, Manuel. A Historia da Umbanda, 2002. In mLopes eBooks ].
Porém, apesar dessas diretrizes cheias de boas intenções das quais, diz a voz do povo, o inferno está cheio…, os próprios umbandistas reconhecem que as deturpações são freqüentes, até demais, com mediuns charlatães que usam suas faculdades paranormais ou mesmo forjam, encenam tais faculdades, em proveito próprio, desconsiderando da recomendação expressa dos precursores de não aceitar qualquer tipo de remuneração pelos serviços prestados. Também vendem acessórios: “…os mais caros cocares de pena, colares de louça e vidro, para que o adepto e o consulente possa receber seu protetor…” DA MATA E SILVA, W.W. [Mestre Yapacany]. Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda.
por Ligia Cabús
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