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por T.Q.M.B.E.P.N
Um estudo L.T.J 49 sobre a Magia das Velas e a inserção desses conceitos na Quimbanda Brasileira.
O mundo moderno faz com que as pessoas se afastem da espiritualidade e marginalizem a sensibilidade de seus espíritos. A Corrente L.T.J 49 não se trata apenas de um Templo/Terreiro, mas de um caminho magistico que resgata a sensibilidade espiritual através do desenvolvimento da intuição, sensibilidade e discernimento espiritual. Todos os textos que publicamos tem como meta acrescentar a todos experiências religiosas reais advindas das práticas realizadas em nossos rituais.
Acender uma vela não é um ato banal. Velas são instrumentos importantíssimos dentro da Quimbanda Brasileira, afinal, são meios físicos de incitação do elemento fogo, que por sua vez, representam as chamas elevadas dos nossos próprios espíritos e a via de libertação dos demais elementos (ar, água e terra), por isso, dentro de todas as ritualísticas, é o primeiro item incitado. Tudo começa quando acendemos a primeira vela. Existe um ponto cantado (por nós) que retrata isso com clareza:
“Apague a luz,
Acende a vela preta
Que a magia vai começar! ”
Exus e Pombagiras são espíritos que se manifestam através do fogo. Vossa Santidade Maioral de Todos os Infernos concedeu força a todos os legionários através das emanações do Sagrado Trono firmado na Primeira Encruzilhada de Fogo.
Apesar da vela ser o instrumento que representa o elemento ígneo, podemos compreendê-la mais profundamente. O fogo que lentamente derrete o corpo de parafina ou gordura animal é uma representação da matéria sendo incinerada para conceder liberdade e direcionamento. Uma vela bem acesa é capaz de absorver, transmutar e controlar tudo que nos rodeia. Essa queima espiritual representa a exaltação da Luz que em nossa Tradição trata-se da Luz de Lúcifer. Como somos constituídos dos mesmos elementos formadores de todo Cosmo, a vela representa exaltação da pureza elemental permitindo a libertação de uma série de entraves. Sempre que uma vela é acesa o elemento fogo destrói todas as barreiras materiais e permite o contato com as forças que estão além-matéria, ou seja, aproxima vivos e mortos.
Uma vela pode ser abrangida como um punhal capaz de rasgar todos os véus que separam os mundos. Ela é perfurante, incisiva e agressiva. Quem direciona seu uso somos nós e nossas intensões e quanto mais focados estivermos, mais poder conseguiremos direcionar nesse momento tão importante. Um simples desvio de atenção faz com que todo trabalho espiritual esteja comprometido, afinal, a vela é o primeiro e mais importante ato e se esse não for feito corretamente, todos os demais serão comprometidos. Em uma oferenda para Exu (por exemplo) se não acendermos a vela convictos e firmes, podemos forrar o chão de oferendas que o intuito não ocorrerá, porém, se acendermos a vela carregados de certezas e foco, a mais simples oferta é capaz de realizar modificações estrondosas na realidade material.
A chama da vela queima no intuito de fortalecer e lidera as demais forças usadas para evocar ou invocar Exus e Pombagiras, pois, trata-se de um SÍMBOLO DA IMORTALIDADE. Dominar o fogo é indispensável em qualquer ato ocultista e esse domínio envolve a explosão, direcionamento energético, controle do medo e o poder de conquista. Dominar o fogo é conquistar a morte, pois o espírito é a chama imortal. O fogo regula nossos corpos purificando ou obscurecendo nossas almas.
Se a vela é um objeto de tamanha importância, sua queima deve ser observada com extremo cuidado. Tudo que realizamos magisticamente deve ser realizado de forma mais consciente possível. Velas são objetos feitos pelos homens e podem ter defeitos, assim, o discernimento é a ‘chave mestra’ para não nos tornarmos fanáticos. Todo conhecimento que passaremos adiante é uma compilação de muitas fontes, mas certamente servirão de base para novas compreensões individuais.
Observando a Vela como um Instrumento Oracular.
Acreditamos que a maioria das pessoas que acendeu ou acende velas constantemente já se deparou com acontecimentos inesperados. Velas com chama dupla, borras que formam imagens, crepitação, velas que apagam indevidamente, enfim, muitos são os sinais que podem ser enviados através de tais instrumentos. Dentro da L.T.J 49 desenvolvemos uma linguagem própria sobre tais acontecimentos, porém, tomamos por base práticas de ceromancia, bem como Oráculo a partir do fogo.
Após limparmos ritualisticamente uma vela e a impregnarmos com o óleo correto acendemos o pavio. A chama pode nos mostrar certos aspectos energéticos que nos circundam nesses momentos. Se o local for desprovido de correntes de ar o fato da vela não acender é um claro sinal de oposição à energia renovadora. Quando isso ocorre o adepto deverá usar tinturas e defumações no local, haja vista ocorre uma disputa espiritual. Lembramos que pavio úmido e ambientes com correntes de ar são situações que impedem o fluxo natural da queima.
A cor de uma chama não influencia tanto, mas tivemos experiências em que velas com chamas ‘azuladas’ são sinais de foco comprometido e de dificuldades na realização dos intentos espirituais. Alguns exotéricos alegam que se trata da aproximação de um ente espiritual poderoso, mas o fogo azul demonstra uma descarga mais intensa que a habitual, a temperatura é mais elevada e muito mais quente. Essa necessidade de esgotamento da fonte energética é um indicativo de desequilíbrio. A cor amarelada tendendo para o vermelho é a mais equilibrada.
Velas que crepitam ou por vezes chegam estalar sinalizam que dentro do objetivo a ser alcançado algumas coisas ainda necessitam serem dissolvidas. A densidade dessas coisas faz com que partes da vela não se transformem em gás. Quando a vela solta muita fumaça é um claro sinal de que um denso escudo está entre o adepto e seu objetivo. Obviamente que devemos analisar a vela e ter plena certeza que não se trata de parafina reciclada, suja e de péssima qualidade antes de chegar a tal conclusão.
Um acontecimento mais raro é a manifestação da chama em forma espiralada. Se não houver corrente de ar, trata-se de uma revelação espiritual fortíssima, a união de matéria (vivos) e espírito (Poderosos Mortos).
Se a chama da vela ergue-se e abaixa-se enquanto está queimando é um indicativo de que o pedido não foi feito com plena convicção. Pare o ritual e foque-se no objetivo. Obviamente que correntes de ar e baixa qualidade da vela também interferem nesse processo.
Se a ponta do pavio está bem vermelha (incandescente) é um sinal de continuidade dinâmica. Isso garante que o intento está sendo bem direcionado. Se a ponta do pavio entortar aumentando a chama da vela é um pedido de que mais velas sejam firmadas no mesmo objetivo. Quando os pavios se dividem formando duas chamas é um sinal de que no mesmo momento que você vibra por algo (objetivo) existe alguém vibrando de forma contrária. Dependendo do pedido realizado, pode ser um sinal de irracionalidade e ilusão (Ex.: Exu me conceda os números da loteria!). Se uma bola se formar na ponta do pavio é um bom sinal, mas ao mesmo tempo mostra que, apesar do caminho estar correto, para o desejo ocorrer deverá se esforçar por mais algum tempo.
O pavio é uma parte importante, mas o corpo da vela (parafina ou gordura animal) também nos mostra muitos aspectos ocultos. Quando a vela entorta é sinal de guerra espiritual e devemos reforçar nossas proteções e ataques (princípio do Bambu). Se a vela racha no meio (literalmente) existem duas explicações: Se for um pedido de proteção ou ruptura de algo mostra que ocorreu/ocorrerá em breve, mas se não for é um sinal de que existem espíritos atacando-o para cortar/romper seus objetivos.
Um dos mais controversos meios de oráculo advém da borra das velas. Quando as velas “choram” (derretem irregularmente) podem significar coisas positivas ou negativas. A máxima de verificar se o ambiente possui corrente de ar e se a vela é confeccionada com parafina de qualidade sempre vigorará. Em um ambiente controlado, o choro da vela pode formar figuras abstratas ou similares às formas convencionais. Não podemos, sob hipótese alguma, deixar uma crendice desmedida tomar nossas mentes ao interpretar tais acontecimentos, porém, não podemos desprezá-los. Existem interpretações consolidadas pelos bruxos (as) que usam a ceromancia e nos apoiamos nelas para nossas próprias interpretações.
Quando a borra das velas forma:
Filetes/espinhos: Pode ser dificuldade, negativa de amor (pedidos sentimentais), disputas.
Forma de colmeia: Boas notícias.
Asas: Prosperidade material, libertação, cura.
Círculos: Alianças prósperas – Círculos unidos por um filete: Algemas/problemas judiciais.
Ampulheta: Paciência, perseverança.
Similar a uma âncora: Estabilidade diante as tempestades ou imobilidade.
Anzol: Pode ser um sinal para ir buscar algo, se esforçar, não deixar nas mãos alheias seu sustento. Se essa forma de anzol estiver com mais filetes simboliza um enrosco, algo que atrapalha a vida.
Aranha: Se for muito nítida é sinal de dinheiro, mas se estiver junto com outras formas confusas trata-se de inimigo armando emboscada.
Árvore: Vida, estabilidade, ancestralidade. Se estiver com o tronco quebrado é sinal de agouro.
Balança: Equilíbrio, julgamento próximo.
Bengala: Ajuda vinda de parente ou conhecido.
Boca: Bem formada – Boas notícias / Deformada: Mentiras, calunias e difamações.
Chifre de Boi: Abundância. Chifre de Bode: Força e virilidade.
Borboleta: Com asas bem feitas boa fase/criatividade – Com asas deformadas: necessidade de atenção.
Cabeça de Bode: Inimigos.
Cachimbo: Reflexão, atenção.
Cachorro: situação de fidelidade, justa amizade.
Cadeado: Aberto: surpresa / fechado = aviso
Cadeira: Grandeza, sucesso e descanso após a batalha.
Pés: Caminhos. Pés cercados de formas irregulares: Caminhos dificultosos.
Cálice: Gravidez, matrimônio ou emoções profundas.
Castelo: Fortuna, prestígio, reconhecimento e ganho inesperado
Cauda/rabo: Estabilidade, equilíbrio.
Cavalo: Força, caminhos e viagem.
Chapéu: Ocultação de intensão.
Charuto: Negócios sendo resolvidos.
Chave: Inteiras: Vitória. Quebradas: Fechamento de caminhos
Círculo:Produtividade, situação resolvida
Cobra: Enrolada: Descanso após guerra. Com a cabeça para o alto: Inimigo descoberto, traição.
Cogumelo: Ilusão, obstáculos profissionais.
Colher: Interferência feminina.
Concha: Momento de se recolher.
Coração:Caso de amor envolvente, alegrias, reflexão sobre relacionamento.Coração rachado: Fim de um amor, traição.
Coroa: Vela recebida pelos Reis/Rainhas da Quimbanda.
Corrente: Enrolada: Inimigos impiedosos. Aberta: Necessidade de ajuda.
Crânio: Presença ancestral. Cuidado, zelo.
Cruz: Necessidade de mais esforço, dinamismo e se rachada ou incompleta são sinais de provações.
Dedo: Relações planetárias, delatores, sentimento de culpa.
Dente: Magia Negra, mágoa, inimigos familiares.
Escada:Progresso.
Escorpião: Natureza imutável, irritação, clamor pela organização.
Espada: Antagonismo.
Espingarda: Defesa de patrimônio, desastre.
Estrela: Inteira: boa sorte a caminho. Quebrada: Inveja.
Faca: Ruptura, traição de alguém próximo, amizade rompida.
Fechadura: Fofoca ou intuição benéfica.
Ferradura: Sucessos nas escolhas.
Flechas: Decisão irreparável. Ataque eminente. Sufoco.
Flor: Inteira: Boa sorte em curto prazo. Quebrada: Morte ou desastre.
Forca: Mentira que está lhe sufocando ou triunfo sobre o inimigo.
Gota: Quando a vela “chora” formando gotas simboliza estado emocional abalado.
Joia: Ostentação desnecessária ou mudança de condição financeira em médio prazo.
Lança: Ataque distante e resultado futuro.
Lua Cheia: Poder magístico, momento certo para certas magias ou narcisismo demasiado.
Lua crescente: Momento oportuno para novos empreendiEnergiamentos/planos bem-sucedidos.
Lua minguante: Fim de relacionamento. Momento de limpeza interior
Lua nova: , novidades, viagens.
Machado: Ruptura, forte ataque e momento de justiça. Com a lâmina em direção à vela simboliza vingança.
Mão: Decisão pessoal.
Moeda: Riqueza, sucesso, conquista, novo trabalho.
Montanha: Conquistas após dura escalada. Cuidado com a ambição.
Ninho: Cuidado com a família/filhos.
Olho: “Olho Gordo”, inveja, ilusão.
Ondas: Riscos com possibilidade de grande vitória.
Ossos: Não espere nada de ninguém.
Ponte: Cuidado por onde anda. Travessia dificultosa. Mudança de carreira.
Quadrado: Estabilidade. Rachado: Cuidado com a fé.
Rato: Querem tomar o que é seu. Inimigo rondando seu espaço.
Rosa: Momento de observar seus atos. Reflexão. Paixão correspondida.
Rosto bonito: Boas influencias. Rosto feio: Rixas, disputas, desavenças.
Sapo: Feitiço, amarração
Tesoura: Corte, ruptura e desentendimentos.
Vela: Concentração, busca espiritual, procurar cura e autoconhecimento. Limites.
Existem outros significados para essas formas, porém, essa lista baseia-se tanto no conhecimento interno da L.T.J 49 quanto os adquiridos através do contato com a ceromancia.
A vela de “7 Dias”, tão popular nos cultos de Exu/Pombagira, também podem nos enviar mensagens sutis ou não. Seguindo o conceito já exposto, algumas formas já foram inseridas em nosso credo. Novamente deixamos explicito: Depende das condições do local (ventilação e excesso de calor) e da qualidade da vela.
Quando a vela queima completamente (inclusive o plástico protetor) é um sinal que ao firmamos a mesma existiam forças contrárias que foram combatidas e rechaçadas. Se a vela apaga com um inseto (barata, moscas varejeiras, besouros, mariposas) é um aviso que energias ruins também foram vencidas. Nesses casos o adepto deverá se banhar com ervas quentes e firmar suas obrigações novamente.
É comum que a vela dure 7 dias, mas quando dura menos é um aviso que o adepto necessita intensificar suas práticas. Na grande maioria das vezes as velas queimam mais rápido pela baixa quantidade de parafina, problemas no pavio e pela própria espessura. Se acendermos duas velas completamente iguais também podemos averiguar que pode ocorrer diferenças. Se trocarmos de marca e continuar o problema trata-se de questão espiritual.
Quando a vela cai e apaga é um aviso que estão tentando lhe derrubar e destruir sua vida. Recomendamos sempre o copo de vela para não ter perigos.
As velas são um mistério que ainda tem muito a ser revelado. Nosso credo; a Quimbanda Brasileira; traçada com Magia Negra, Bruxaria Ibérica, Diabolismo, Luciferianismo, Satanismo, Xamanismo e outros Cultos Ancestrais, aproveita-se de todas as ferramentas para elevar seus adeptos. Que as velas continuem reinando, porém, devemos enxergar por trás dessas formas e assim veremos nossas próprias limitações.
Lembrem-se que:
“Quem não pode com feitiço
Não acende a vela preta!”
Fonte: https://quimbandabrasileira.wixsite.com/ltj49/magiadasvelas
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