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Incorporação: porque existem marmoteiros (as)?

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Incorporação. Porque tantas diferenças?

Como o espaço de publicação é limitado, vamos direto ao assunto: Porque existe tanta diferença entre as pessoas que se dispõe incorporar um espírito?

Quando nos direcionamos a um terreiro (independente da banda) esperamos um atendimento espiritual com pessoas incorporadas, ou seja, que estão compartilhando seus corpos físico, astral, mental e carnal com um segundo espírito. Esse falará através do corpo (chamado por algumas Tradições de “cavalo”, “burro”, etc.) e aconselhará, realizará ritualísticas, enfim, fará o que puder ser feito ao (a) solicitante. Até esse ponto está tudo perfeito, mas é exatamente aqui que começam os grandes problemas estruturais da maioria das Tradições que adotam a incorporação como pilar sustentatório.

Já recebemos milhares de indagações sobre o assunto, mas falar sobre esse tema gera uma polêmica tão grande, que as vezes se torna desnecessário, todavia, como não temos receio de polêmicas, principalmente pelo fato de estarmos muito bem amparados pelos espíritos e pela ciência da Quimbanda, vamos esclarecer alguns fundamentos.

Incorporar é o ato de ceder PARCIALMENTE parte do espaço ocupado pelo seu corpo astral para que outro corpo compartilhe. Se não houver um deslocamento do nosso corpo, não haverá incorporação (incorporar- integrar, se juntar, uma fusão parcial). Nossos corpos são rodeados por um escudo energético, algo que existe para proteger as camadas internas, os vórtices de energia e a própria integridade da chama eterna. Para ocorrer a incorporação, a energia que compõe esse escudo deve ser trabalhada para que aceite a presença intrusa até que se torne familiar. Esse é o resumo do trabalho de desenvolvimento.

Diante tal cenário, fica fácil de detectar pessoas que trabalham corretamente essas relações. Existem adeptos (as) que conseguem desenvolver corretamente esse compartilhamento e outros não. Nesse exato ponto abrem-se algumas variantes nocivas às pessoas: o animismo – ocorre quando o corpo tem uma incorporação fraca e passa manipular as palavras do espírito, coloca-lo na sua régua moral. A mistificação – quando o corpo finge estar incorporado (porque já aprendeu que as pessoas gostam e acreditam em arquétipos e isso facilita a comunicação), o mentalismo (mais estruturada, quase imperceptível aos leigos, pois se trata de uma técnica da psicologia aplicada dentro dos terreiros para engrandecer o ego de certos corpos) que pode ser usado para aumentar o animismo ou dar mais brilho à mistificação e por fim as doenças psíquicas reais, onde o corpo incorpora suas duplas ou triplas personalidades acrescidas de arquétipos.

Incorporar é muito difícil, afinal, toda vez que cedemos o corpo em compartilhamento para a entrada de um segundo parte da nossa energia (e isso inclui a saúde física e mental) é comprometida. Por esse motivo grande parte das pessoas já se deparou com uma incorporação teatral, desconexa, polida demais, sem energia alguma, em cenários regados a bebidas alcoólicas, fumo, batuque (que oculta as péssimas incorporações, afinal, os espíritos estão mais preocupados com os passinhos do que com o trabalho em si) e muita alegria (o que cria um cenário de “deixa pra lá”).

A Corrente 49 entende que incorporar é um longo processo que exige testes. Usamos técnicas que ensinam os (as) adeptos (as) dominarem os fluxos e irem aprendendo ceder mais espaço dentro do corpo físico para que, paulatinamente, alcance um estado de semiconsciência e inconsciência. Para nós, a viagem do plano dos mortos para os vivos e o acoplamento em um corpo é uma honraria e deve ser tratada com todo zelo. Erros existem em todas as bandas, até porque são grupos formados por encarnados limitados, mas tudo que estiver ao alcance dos condutores (as) para sanar essas doenças deve ser feito com muita dedicação. As técnicas são primordiais, pois sem elas os adeptos (as) estariam a mercê apenas de suas construções mentais.

Por falhas catastróficas nasceu o termo “marmoteiro (a)” que significa o mentiroso (a) compulsivo. Assim como o “bequeiro (a)” que é a pessoa sem os graus recebidos legitimamente que decide abrir uma casa sem fundamentos plenos.

Se desejar aprender conosco, em breve estaremos aptos a lhe ensinar. Para nós, quanto mais legitimidade existir em um espírito, mais forte se orna o verbo de uma casa.


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