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[HASTINGS, 2003 – p 820]: Na África os povos são tão numerosos quanto as crenças sobre fantasmas. Os Bantos, por exemplo, incluem nações de regiões como Angola, Moçambique, Congo, Gana, Benin, Nigéria, Sudão, da Costa do Marfim etc.. Os Thonga [Não confundir com Tonga, ilha da Polinésia] acreditam que os espíritos habitam grandes vilarejos subterrâneos onde tudo é branco; ali, plantam, colhem, criam gado e tudo têm em abundância. Porém também há outras crenças como aquela segundo a qual a morada do morto é a sepultura ou, ainda, que os espíritos dos ancestrais incorporam-se em árvores sagradas e aparecem para os vivos em forma de cobra.
Os Bagueshu dizem que o espírito permanece sobre a casa fazendo conhecer seus desejos através dos sonhos. Os Awenba falam vagamente que seus amigos tornam-se boas almas em outro mundo mas que os grandes chefes assombram os bosques fechados onde são enterrados e algumas vezes manifestam-se como serpentes píton [em outras tribos, os chefes tornam-se leões e as princesas é que viram serpentes]. Os Ba-Huana acham que o homem possui duas almas: uma, bun, normalmente se extingue com a morte mas, excepcionalmente, pode tomar o corpo de grandes animais; a outra alma, doshi, vagueia no ar, visita seus amigos e atormenta os inimigos.
Entre os Ba-Mbala, os espíritos cujos túmulos são negligenciados causam tormentos ou mesmo a morte dos parentes [ir] responsáveis. Os Hotentotes [Khoinsan, bosquímanos, sudoeste da África] são dos mais apavorados; havendo uma morte na comunidade, abandonam a aldeia na crença de que o fantasma voltará para assombrá-los; somente o feiticeiro poderá tomar as medidas necessárias para exorcizar a alma penada cuja presença é constatada por causa de pancadas, que podem transcender o plano do fantasmagórico convertendo-se em uma surra nos vivos mesmo. Fórmulas mágicas são recitadas e água é jogada na sepultura para “esfriar” o ânimo do defunto.
por Ligia Cabús
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