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Diante de tantos caminhos aos quais a Umbanda segue pelo fato de ser religião que ainda engatinha na senda do firmamento de uma egrégora voltada a manifestação da fé, sendo repassada até pouco tempo na maioria das vezes de forma oral e adaptada segundo a região do país onde se manifesta ou mesmo segundo os interesses próprios de dirigentes que colocam essa energia direcionada ao benefício individual seja para ganhar dinheiro, mostrar poder ou mesmo vampirizar e enganar pessoas; é justo e compreensivo que manifestações da Umbanda enquanto religião anunciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas através da mediunidade de Zélio de Moraes ainda carece de terreiros, casas, tendas ou centros que busquem executar de forma séria e fiel, os objetivos ao qual foi proposta essa nova manifestação de culto.
Quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou essa nova religião, deixou claro que seria:
- Para abrir espaço de manifestação de espíritos considerados “ignorantes e atrasados” pela senda kardecista pelo fato de se apresentarem como Caboclos ou Negros, mesmo que esses tivessem conhecimento, argumento e mensagens importantes a repassar;
- Para trabalhar seguindo a premissa de amor e caridade, ideias essas que manifestam o caminho da mão direita, caminho da manifestação Crística do ser trabalhando através do sacrifício pela humanidade, no sentido de ajuda e doação;
- Para não usar a espiritualidade em benefício próprio e nem como fonte de renda através da exploração da fé alheia, visto que os trabalhos não deveriam ser cobrados e nem devia se excluir qualquer que fosse o necessitado, com a premissa “executa de graça, o que de graça lhe foi dado”;
- Para manifestar a humildade dos guias através dos médiuns, que deveriam seguir o culto de pé no chão, roupa branca, sem vestes ou apetrechos que lhe exibissem a vaidade e soberba sobre os outros, sem um número exagerado de guias no pescoço, exigindo os preceitos de não comer carne, não ter relações sexuais ou ingerir qualquer tipo de substancia ilícita ou entorpecente aos sentidos nos dias de trabalho, para que o corpo ao qual os espíritos com um grau evolutivo e vibração superior ao médium pudesse encontrar ali afinidade energética para se acoplar, manifestar e traduzir sua mensagem de maneira mais fidedigna possível.
Sendo assim, qualquer terreiro, casa, tenda ou centro que abra seus trabalhos usando o nome “Umbanda” para isto e que não siga ao menos estas premissas básicas de conduta expostas pelo guia que anunciou o culto, estão:
- Enganando-se no que diz respeito a ser realmente um culto de Umbanda;
- Enganando os que frequentam o local (médiuns ou consulentes) usando o nome de um culto específico sem atender as premissas que esse culto deve seguir e, portanto, não sendo realmente um culto “umbandista”;
- Enganando a quem quer que seja, usando o nome de um culto específico para manifestar rituais e atendimentos, servindo-se como fonte de energia para tal a baixa magia, magia negativa, magia não direcionada ou mesmo nenhuma forma de magia.
Em relação ao povo de Exu, consideremos antes de mais nada a declaração do próprio Zélio de Moraes em relação ao trabalho proposto para essas entidades segundo a entrevista realizada com ele em novembro de 1970 e publicada pela primeira vez no 38º boletim da Tulef:
Considera o Exú um espírito trabalhador como os outros?
“O trabalho com os Exus requer muito cuidado. É fácil ao mau médium dar manifestação como Exú e ser, na realidade, um espírito atrasado, como acontece, também, na incorporação de Criança. Considero o Exu um espírito que foi despertado das trevas e, progredindo na escala evolutiva, trabalha em benefício dos necessitados.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas ensinava o que Exú é, como na polícia, o soldado. O chefe de polícia não prende o malfeitor; o delegado também não prende. Quem prende é o soldado que executa as ordens dos chefes. E o Exú é um espírito que se prontifica a fazer o bem, porque cada passo que dá em benefício de alguém é mais uma luz que adquire para seu resgate cármico. Atrair o espírito atrasado que estiver obsedando e afastá-lo, é um dos seus trabalhos. E é assim que vai evoluindo. Torna-se, portanto, um auxiliar do Orixá.”
Portanto, se tratando de Umbanda, ou de seu lado oposto que cria o equilibro para a totalidade (Yin/Yang) denominada Quimbanda (não confundir com a Kiumbanda, esfera que serve e trabalha com energias baixas ou negativas) podemos perceber que ao contrário do grande mito que se criou dizendo que a Quimbanda é o lado negro ou mal da Umbanda, essa nada mais é do que a polaridade contrária que trabalha e serve desfazendo trabalhos de baixa magia, servindo-se de guardiões em reabilitação cármica que por possuírem ainda vibrações mais densas em seus espíritos, transitam nas trevas a serviço de resgate, impedimento ou mesmo banimento de outros seres trevosos que buscam transgredir a lei ou invadir portais aos quais os Exus guardiões (que trabalham dentro da Lei Universal) são responsáveis; as verdadeiras encruzilhadas que estão muito longe da crença popular de que são as ruas onde as pessoas normais transitam. As encruzilhadas astrais são as pouco conhecidas Linhas de Ley, pontos específicos do globo mapeados por Pitágoras, onde foram construídas as maiores capitais mundiais, pirâmides, monumentos, etc e tem sua contraparte astral onde o acúmulo energético cria pontos de força e transição entre os mundos.
Para termos uma base realmente sólida sobre a Quimbanda de Lei, ou a Quimbanda que faz par com a polaridade Umbanda, precisamos nos calçar no que é a Umbanda de verdade e em seguida, buscar através dos caminhos da verdadeira Umbanda o que é a Quimbanda. As duas sempre existiram em conjunto a serviço dos necessitados, cada uma com sua particularidade de trabalho, mas trabalhando em parceria, jamais uma contra a outra.
A ideia de que a Quimbanda seria do mal, das trevas, satânica ou qualquer outro conceito que queira coloca-la como uma linha fora da Lei é puramente humana, egoísta e mascarada para justificar atos ilícitos contra quem quer que seja. Esses atos de baixa magia, precisando de uma base espiritual sólida no que se apoiar para ganhar crédito com os menos informados, escolheu os nomes da Umbanda e Quimbanda para se servir, manchando a imagem dos verdadeiros cultos raiz, os quais não trabalham fora da lei, seja por dinheiro, poder ou fama.
Independente da ideia que se tenha, qualquer que seja o indivíduo que não possua informação o suficiente a respeito do assunto deve considerar:
- Umbanda e Quimbanda trabalhando a favor da Lei Universal, existem em conjunto desde a sua criação ou iniciação feita pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, o qual deu instruções claras durante todo o tempo de manifestação na terra a respeito do que é UMBANDA/QUIMBANDA;
- Não há sentido em pensar que Umbanda segue a Lei Maior e a sua contra-parte Quimbanda lutaria contra ela mesma, onde uma realiza trabalhos de magia negativa enquanto a outra desfaz esses tipos de trabalho;
- Por ser a Umbanda uma religião ainda muito nova e pelo número absurdo de charlatões, estelionatários e pessoas egoístas que se julgam “poderosas” através da mediunidade ou espiritualidade; muito do real culto da Umbanda e Quimbanda foram deturpados, modificados e mistificados em benefício próprio de pessoas mal-intencionadas;
- Toda forma de Umbanda ou Quimbanda mista (Umbandomblé, Umbandaime, Umbanda esotérica ou seja lá qual for a banda) se torna uma nova forma de culto, e não uma manifestação do culto raiz. Assim como o café é uma bebida pura e o leite é outra e misturados se forma uma terceira bebida (café com leite), tal qual somente a primeira será o café puro, enquanto as outras serão bebidas diferentes mesmo que usem o café em sua mistura;
- A Umbanda fundiu o que era mais forte e similar dos quatro cultos:
- Candomblé (culto aos Orixás e/ou manifestações de Deus na natureza)
- Espiritismo (codificação kardecista sobre o estudo da manifestação do espírito)
- Cristianismo (calçado no evangelho de Jesus/Yeshua e a mensagem trazida ao planeta)
- Pajelança (cultos indígenas a natureza e manipulação de ervas e elementos para magia)
Porém a Umbanda não é nenhum desses cultos em si mas sim o que de melhor existem neles;
A Umbanda e a Quimbanda não manipulam e nem “convertem” ninguém aos seus cultos, o espirito desce na Umbanda, presta sua ajuda e sobe, não necessitando nem mesmo de agradecimento do ajudado pois a missão e finalidade é somente prestar a ajuda conforme o merecimento do pedinte e não obriga-lo a seguir a religião, fazer pagamentos ou qualquer tipo de favor em troca da ajuda recebida;
Ainda, dentro do culto da Umbanda e Quimbanda, não se obsidia ou vampiriza os consulentes, obrigando-os a fazerem vários trabalhos seguidos, usando de elementos caros ou da melhor qualidade ou mesmo uma infinidade de velas para tal, visto que se a ajuda pedida não é de merecimento do consulente, o trabalho nem mesmo é iniciado. Somente são feitos trabalhos de manipulação de energia quando existe uma NECESSIDADE ESPIRITUAL, pois como os próprios guias e guardiões enfatizam nas consultas “nem tudo é magia, mironga, feitiçaria ou macumba”
A kiumbanda (nome facilmente confundido com quimbanda) é a senda mística onde Kiumbas (entidades atrais que atuam fora da Lei Universal) trabalham seja por incorporação ou não com médiuns e toda sorte de pessoa que consiga invoca-los. Esses seres possuem semelhanças no que diz respeito a mecânica de incorporação ou maneiras de manipular energia (magia), diferenciando o fato de usarem elementos densos, sangue e sacrifícios para trabalhar, não terem limites no que diz respeito ao tipo de pedidos ao qual atendem e sempre necessitarem de pagamentos e alimento de energias para fazer o que lhe pedem;
Finalizando sobre a diferença da Quimbanda para a Kiumbanda, para que qualquer pessoa que não possua conhecimento aprofundado possa saber separar e buscar o que realmente está procurando, deve-se considerar que a Quimbanda de Lei JAMAIS trabalha em qualquer situação onde se interfira no livre-arbítrio de outra pessoa, seja com amarrações amorosas, trancamento de caminhos, trabalhos contra saúde, emprego, dinheiro, família de quem quer que seja. Para isso existe a energia de Xangô, equilíbrio e justiça divina que dá a cada um o que é de seu merecimento, sem que ninguém precise pedir a ele para fazer isso, por essa razão, sempre que um filho de Umbanda necessita de algo relacionado a Xangô ele não pede (pois o Juiz Universal sabe melhor que o réu ou a vítima qual a sentença a dar) apenas entrega a ele o que necessita. Sendo assim o indivíduo deve sempre buscar algo melhor para sua vida através de sua própria conduta e nunca tomar o trono da Justiça para julgar ou desejar nada ao próximo, pois cuidar de seus próprios atos para lapidação já é tarefa que exige tempo e atenção integral.
FC
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