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Rafaella Fernandez [1]
Como foi dito nos artigos anteriores sobre as origens do vodu e do conjure, as religiões de matriz afro chegaram ao Novo Mundo devido a diáspora forçada que arrancou pessoas de diversas tribos e regiões para escravizá-las.
Mas com eles veio a tradição oral sobre seus costumes e crenças, que chegando ao novo mundo, ao se deparar com tribos locais, somaram seus conhecimentos agregando elementos diferentes (como a substituição de ervas e raízes não encontradas por itens encontrados localmente). Com a conversão forçada pela igreja católica, santos católicos foram associados ao culto através do sincretismo, como no caso da Umbanda, ou somados a ele (como no caso do Conjure, onde a bíblia segue como um livro praticamente obrigatório).
O conjure nasce no sul dos Estados Unidos, na região de Nova Orleans, sob grande influência do hoodoo e suas práticas, é um culto ancestral. Inicialmente vindo de um povo com escassez de recursos e grande perseguição pelos católicos. Bebendo de fontes como xamanismo, do catolicismo (como supracitado) e também do que havia de “moderno” ali, como o uso de perfumes e óleos essenciais.
Na matéria anterior falamos um pouco sobre o uso das velas no Conjure, suas cores e funções dentro dos ritos.
Sabendo agora qual a cor de vela ideal para o seu rito, é hora de falar sobre diferentes formas de se preparar uma vela para ritos dentro do Conjure.
Vestindo velas
Vestir velas é um termo usado para apontar diversas formas de se envolver a vela em determinados curios, pós e óleos .
Devemos entender que cada erva, casca, raiz e óleo carregam consigo uma correspondência, uma carga energética, seu uso é carregado de significado e tudo aqui possui uma função.
Mas o interessante disso tudo é que se faz totalmente possível a construção de pós e óleos próprios, analisando apenas a função de cada item que irá compor o óleo ou pó.
Vestindo com óleos
O uso de diferentes óleos, tanto preparados quanto óleos essenciais são parte da prática, se tratando do uso de velas, provavelmente todas as receitas que você encontrar vai envolver a unção com pelo menos um óleo (ou uma mistura deles). Tanto a forma de vestir quanto o óleo usado para isso irão variar de acordo com o intento do rito.
Mas sobre a construção e função desses óleos, falaremos depois.
- Untando de baixo para
Usada para ritos onde o desejo é banir uma determinada energia, livrar-se de situações ou pessoas.
- Untando de cima para: Usada para ritos onde se deseja atrair determinada energia, situação ou pessoa.
- Untando com movimento de torção: Usada para ritos de dominação.
- Untando em sentido horário: Usada para ritos onde se deseja atrair determinada energia, situação ou pessoa.
- Untando em sentido anti-horário: Usada para ritos onde o desejo é banir uma determinada energia, livrar-se de situações ou pessoas.
Vestindo com pós.
O uso de pós e a construção dos mesmos vai variar de acordo com o intento do rito (exatamente como os óleos e qualquer outro curio).
Para vestir a vela com pós e ervas basta rolar a vela nos mesmos, de forma que, os itens envolvam completamente a cera da vela.
Esculpindo a vela.
O ítem mais comumente usado para se escrever na vela são alfinetes. Mas também pode-se usar de pregos, lâminas mágicas, espinhos, unhas e até mesmo ossos (sendo os três últimos de uso específico para determinados tipos de ritos). Ao se esculpir determinados símbolos, você estará carregando a vela com aquela energia. Ao se escrever um nome e uma data de nascimento você está carregando a vela com a energia da pessoa cujo nome está na vela, ao se escrever seus desejos você carrega a vela com a energia do seu intento.
Carregando a vela
Carregar a vela é o ato de preencher a vela com algo, através de um furo feito na mesma.
Os itens usados para carregar a vela irão depender do rito e do intento (como cada componente já citado).
- Furo na base: Um furo na base é feito e dentro dele podem ser adicionados:
- Imãs: polo positivo em direção ao pavio para atrair e polo negativo em direção ao pavio para repelir.
- Moedas: para ritos ligados m prosperidade.
- Vínculos (Links): algo relacionado ao alvo do rito como cabelo ou unhas. testemunhos (descrição escrita, em papel branco não pautado, do intento).
- Furo na lateral: Um furo na lateral da vela é feito e o mesmo deverá ser preenchido com ervas e pós, os mesmos irão variar de acordo com o intento.
- Alfinetes de ponta esférica colorida: São usados para gravar as velas como dito anteriormente e também como uma forma de contar os dias de realização do rito com uma mesma vela, a cada dia adicionando um novo alfinete a mesma vela.
Por hoje ficamos por aqui, e semana que vem trarei uma matéria sobre a montagem do altar ritual dentro do Conjure.
Façam parte do problema.
Rafaella Fernandez. Taróloga. Praticante de magia natural e cerimonial. Colaboradora dos projetos Morte Súbita, enochiano.com.br, lemegeton.com.br e trithemius.com.br
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