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por T.Q.M.B.E.P.N.
Dentro do território brasileiro existe uma diversidade cultural imensa, fruto da miscigenação, imigração, migração e costumes locais. A Quimbanda, por ser híbrida, não é homogênea em todas as regiões. Uma grande pluralidade de nomes e designações de Exus e Pombagiras são encontrados nas casas de Quimbanda do Brasil e de alguns países da América do Sul que desenvolvem o culto. O regionalismo (mitos, lendas e folclore) nomeia a mesma emanação com nomes diferentes, porém, se tais espíritos forem devidamente analisados e comparados, encontraremos similaridade em atos, trejeitos e forma de atuação magística. Não existe o certo ou errado em tais casos, pois cada local alimenta as emanações de forma particular.
Certo é que cada Casa/Templo/Terreiro de Quimbanda segue o caminho evolutivo determinado por seus dirigentes. Como existem pessoas diferentes, obviamente existem cultos diferentes. Por tal motivo, a Quimbanda acaba se tornando ampla e aberta à alquimia espiritual. Isso não significa que o culto é um “circo de invenções”, tampouco, uma prática irresponsável. A “leitura” e estrutura adotada por cada adepto dirigente recebe influência de todas as práticas que o mesmo adquiriu em sua jornada evolutiva.
Sob a visão dos adeptos mais conservadores, a Quimbanda praticada nos dias atuais destronou muitas características de suas origens pelo fato de adotar métodos e fundamentos que fogem da concepção original, porém, antes de aplaudirmos o mesmo “discurso conservacionista”, devemos entender quatro conceitos primordiais: A Gnose, a Sabedoria, a Evolução e a Prática Religiosa.
Gnose:
Gnose, palavra derivada do grego Γνωσις (gnosis): conhecimento. A palavra é rica em interpretações, porém, podemos sintetizar da seguinte maneira: Gnose é o conhecimento advindo da sensibilidade, da comunhão, das experiências internas que potencializam as “revelações” vindas do próprio astral e retiram do homem a ignorância e a cegueira que o invólucro material (corpo), assim como todas as forças materiais produzem.
Sabedoria:
Sabedoria, palavra derivada do grego Σοφία, (sofia): Pode ser sintetizada como a soma de inteligência, paciência e prudência. Um homem sábio é aquele que executa os atos com total amparo de sua experiência sabendo respeitar opiniões alheias.
Evolução:
A Evolução rege as mudanças e alterações (em amplos sentidos) de uma população no ciclo de gerações. São as transformações ocorridas gradativamente através do tempo.
Prática:
A Prática é o estudo teórico e filosófico dos conteúdos “sagrados” e a execução ritualística, esotérica e exotérica das religiões e cultos.
Os quatro conceitos citados dão amparo ao longo da busca à “Suprema Verdade”. A “Gnose” faz com que cada indivíduo tenha sua própria concepção e individualize seu entendimento, aplicando-o respeitosamente de forma evolutiva e não estagnada. Esse é o conceito primordial de “Exu”, o princípio da existência individualizada, do dinamismo e da construção que, assim como um caracol “Okotó”, simboliza continuidade evolutiva em ritmo regular. Portanto, a Quimbanda, como todas as religiões e cultos, não escapou das chamas evolutivas impostas pela busca interior dos adeptos e dos próprios espíritos.
Nos dias atuais, os vórtices da Quimbanda absorveram muito conhecimento acerca de Magia Cerimonial, Goetia, Demonologia, Magia Draconiana, Cabala, “Luciferianismo”, Mineralogia, Herbologia, dentre inúmeras fontes de conhecimento implícitas em tais segmentos. Isso proporcionou aos espíritos que compõem as Legiões e Reinos da Quimbanda, bem como aos adeptos, um desenvolvimento com maior amplitude na via evolutiva. Sob outro aspecto, os vórtices também se abriram para os seres que desenvolviam suas vias em outras egrégoras. As legiões aumentaram, conhecimentos se fundiram e consequentemente a Quimbanda tornou-se muito mais poderosa e ampla.
Egrégora pode simbolizar a aura de um local onde há reuniões de grupo, como também a aura de um grupo de trabalho persistente e intenso que busca o aprimoramento na criação de forças através de correntes mentais e ritualísticas específicas, realizadas nos templos verdadeiramente espiritualistas e esotéricos. Quando essa egrégora é direcionada erroneamente, as criações psicomentais se transformam em autênticos monstros que passam a perseguir seus próprios criadores, bem como os frequentadores desses templos. A palavra egrégora é derivada do grego “egregorien”, cujo significado resume-se numa energia condensada criada a partir de uma assembleia de pensamentos iguais e capazes de gerar, condensar e alimentar progressivamente uma entidade/força. Como a egrégora acumula a energia de várias frequências, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que incorpore a dos demais.
Sabedores dessa premissa maior, muitos bruxos, bruxas e magos poderosos foram atraídos ao culto da Quimbanda ansiosos em fundir novas fontes energéticas. Tais fusões abriram poderosos portais fazendo que certos vínculos e estereótipos fossem modificados. Hoje, o Exu que trabalha nas linhas de Quimbanda possui fundamentos mais complexos deixando de ser a figura marginalizada e coroando-se “Rei”, conhecedor de Gnoses esotéricas e secretas.
Fonte: https://quimbandabrasileira.wixsite.com/ltj49/conceitos
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