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Magia do Caos

Os Males do Trabalho Honesto – SubGenius, o Livro

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iRev. Tamosauskas

A Igreja de Subgenius, sendo uma religião legal, quase não tem pecados. Quase. O único pecado real nela é não enviar os $30 (preço agosto 2015) para a Igreja pedindo filiação. Ainda assim a maioria dos subgenius não manda. Talvez isso seja assim porque Yetis precisam de tabus para desrespeitar e regras para desobedecer mas, de qualquer forma, se os SubGenius tivessem que eleger um pecado.  Este pecado seria o do trabalho. Em especial o do trabalho honesto.

Ex-fumantes e vegetarianos podem ser bastante chatos com fumantes e ex-vegetarianos… mas quantos deles podem se gabar de realmente manter distância do mais repugnante de todos os costumes – o costume de trabalhar? Pois o trabalho, tal como a Conspiração nos ensinou, é um hábito odioso, na verdade é o pior de todos hábitos, é um vício. Talvez o pior de todos os vícios pois nele a ressaca precede o porre.

A profissão é a prostituição mais antiga do mundo. Mas lembre-se: se você quer “trabalhar” então não é trabalho. Trabalhar, segundo as doutrinas da igreja é a prostituição do espírito. A abolição do Slack. É pior do que vender a alma ao diabo, porque o diabo pelo menos quer que você se divirta antes de arder no inferno, enquanto que hoje em dia você arde no inferno todos os dias para poder depois se divertir temporariamente por míseros 30 dias corridos no ano.

Temos automaticamente pena de quem é obrigado a mendigar ou roubar para se sustentar. Mas por alguma razão achamos nobre quem trabalha por esta exata mesma razão. É verdade também que enquanto esta trabalhando a pessoa se sente normal, aceita, útil e produtiva. Mas quem disse que estas são coisas boas? Em verdade, todas essas palavras são verdadeiros insultos no mundo real, mas entre humanos a Conspiração fez parecerem algo bom. Chame qualquer alienígena evoluido de ‘produtivo’ e você não fará muitos amigos da estratosfera para cima. Dizer “Tenha um bom serviço hoje” é algo como “Tenha uma boa diarréia” em qualquer planeta civilizado fora do sistema solar.

Mas aqui no nosso planeta “Quem não trabalha, tem que passar fome!” Esse slogan é repetido em silêncio todos os dias por uma horda imensa de assalariados que hipocritamente são os primeiros a dizer sim para qualquer boca-livre ou amostra grátis que a Conspiração atire em sua direção. Mas qual a diferença entre dizer que quem não trabalha deve morrer e dizer que “Quem não é homem não pode votar” ou “Índio bom é indio morto”?. A religião do trabalho é a verdadeira religião dominante neste planeta. Seus dogmas são celebrados tanto pela esquerda como pela direita. E a parte mais irônica é que o trabalho é tão mais valorisado quanto mais superflúo prova ser. Por “Bob” deixem aos robõs fazerem o trabalho e nós ficarmos com o salário deles.

Deveriam existir casas de aconselhamento para as pessoas que pensam que PRECISAM TRABALHAR. Eles deveriam ser educados para o fato de que o resto de nós não quer desperdiçar a propria vida e prejudicar a própria saúde com este vicio nojento. As crianças deveriam ser ensinadas nas escolas sobre os perigos do trabalho e que elas podem ser legais sem ceder a pressão do grupo e pasmem, dos próprios famíliares, para “arranjarem um emprego.” Deveriam existir ainda casas de correção com caros tratamentos de choque para curar esse mal.

“Mas e a economia?” chorarão os pinkboys sem lembrar que a esse foi o mesmo argumento usado para defender a escravidão alguns séculos atrás. Eu tenho uma notícia para você funcionário do mês. A escravidão continua, ela foi aperceiçoada e universalisada. Hoje em vez de alimentar e abrigar os escravos, os senhores dão um dinheiro para que eles mesmos façam isso. Não muito dinheiro, de forma a garantir que eles estejam lá no dia seguinte.

E estes mesmos senhores são por sua vez escravos de outros senhores, e assim degrau por degrau até o topo da piramide de escravos, onde no ponto mais alto está uma minoria que por sua vez é escrava do “Mercado”, ou seja, da Conspiração. A economia não é portanto uma boa razão para continuarmos com o trabalho. A economia é o problema.


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