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Analisando as palavras chaves nas estatísticas das buscas que trazem a este blog (http://mictmr.blogspot.com
), já deparei muitas vezes com duas perguntas recorrentes e que merecem um esclarecimento taxativo. Estas perguntas são:
* Negro pode ser maçom?
* Evangélico pode ser maçom?
A resposta é absolutamente simples: SIM! Não há impedimento de espécie alguma que esteja ligado à raça, etnia ou credo. Ao julgar se um candidato é apto para ingressar na Maçonaria, as duas perguntas fundamentais (não as únicas) são: Ele é um homem livre? e Ele é um homem de bons costumes? Ninguém perguntará, com a intenção ou possibilidade de impugnar um candidato, qual é a cor de sua pele ou qual igreja ele freqüenta.
Não possuímos dados estatísticos a respeito do tema, mas as Lojas Maçônicas são freqüentadas por muitos afro-brasileiros e evangélicos.
Para quem desejar mais informações, sugiro a leitura de: O Evangélico e a Maçonaria; e , embora não tenhamos algo semelhante no Brasil, Prince Hall, A Maçonaria dos Negros Americanos, da qual Barack Obama é membro, ambos os textos expostos a seguir.
O Evangélico e a Maçonaria
por Nilson Ribeiro Leite
Quando eu ainda era jovem, estudei em um colégio religioso; e por sinal um excelente educandário. Lá, dentre as muitas orientações que repassavam para os alunos, uma delas era que o evangélico (protestante) não pertencia a Deus, e sim, ao Diabo.
Passados alguns anos, conhecendo melhor o evangelismo, conclui que o evangélico fiel e obediente também pertence a Deus tanto quanto aqueles religiosos. Haja vista, que tive o privilégio de me tornar um evangélico.
Hoje, ouve-se dizer que certas religiões não aprovam os princípios maçônicos e alegam, inclusive, que a Maçonaria é de origem satânica, e que os maçons pertencem ao Demônio.
Infelizmente muitos evangélicos fazem coro com aquelas outras religiões, pregando a mesma coisa, isto é, que a maçonaria é diabólica e que os maçons são de Satã. Certo escritor protestante até já chegou a dizer que o evangélico maçom é um falso crente.
Outros evangélicos vão mais longe. Dizem eles que a Maçonaria promove a idolatria, afirmando que “ela admite um tal de ”São João da Escócia” ou “São João de Jerusalém” como padroeiro, e abre os seus trabalhos em seu nome.”
Realmente a Maçonaria abre seus trabalhos em nome de São João, como padroeiro. Mas os críticos se esquecem de que padroeiro, segundo Aurélio, é o mesmo que patrono. E patrono é aquele que serve de exemplo, que éespelho, modelo ou paradigma. 0 Exército Brasileiro tem o seu patrono, o Duque de Caxias, e nunca se viu nenhum evangélico deixar de seguir a carreira militar por ter o Caxias como patrono. Tem mais, em toda solenidade de formatura, sobretudo, de curso superior, existe alguém como patrono; e jamais soube-se que um evangélico se omitisse em participar daquele ato porque láestivesse a figura de patrono.
Há evangélico anunciando por aí que a Maçonaria é religiosamente sincretista. Não é verdade. Para se ingressar na Maçonaria o candidato necessita, sim, professar uma religião. Com isso o maçom pode e dever pertencer a um segmento religioso. E isso não demonstra sincretismo religioso. Pelo contrário, vem provar que a Maçonaria não é religião mas aceita nos seus quadros a convivência de todos os credos religiosos.
Porém não é somente na Maçonaria que os integrantes de vários credos religiosos se inter-relacionam. Não. Nas repartições públicas ou privadas, nos bancos ou em quaisquer outros órgãos, vamos encontrar funcionários dessas instituições professando as mais diversas crenças. E no entanto, ninguém é discriminado ou escandalizado pelo seu princípio de fé ou crença. Geralmente todos trabalham na mais perfeita harmonia e ordem, relacionando-se muito bem entre si.
A Maçonaria é também censurada por determinados evangélicos quanto aos, segredos maçônicos. Esses crentes dizem que na Igreja Evangélica nada há em oculto, tudo é feito à vista de todos, e as suas reuniões privativas nada têm de secretismo.”
Todavia a Bíblia não diz assim e a prática não confirma tal afirmação. As Sagradas Escrituras, em Mateus – 8:4, registram: “Disse então Jesus ao leproso que havia curado: Olha, não digas a ninguém, mas vai e mostra-te ao sacerdote …”. Ainda em Apocalipse -10:4 está escrito.. “Guarda em segredo as cousas que os sete trovões falaram, e não as escreve”. Há também assuntos tratados no seio das igrejas que não são levados ao conhecimento público da congregação; sobretudo nas chamadas reuniões privativas, as quais, entende-se, são a mesma coisa que secretas.
Portanto as referências ora mencionadas são exemplos de segredo ou sigilo. As primeiras os evangélicos devem conhecer, pois são bíblicas. E as outras, especialmente os líderes, com certeza as praticam em suas reuniões administrativas particulares e privativas.
A maçonaria também é criticada por alguns protestantes pela adoção dos símbolos.
Na realidade existem muitos símbolos maçônicos. Todavia, todos eles têm os seus significados específicos, como a Estrela Radiante, que é o emblema da Divindade; e tantos outros, os quais vão sendo conhecidos de acordo com os graus atingidos pelo maçom.
Por outro lado, no mundo profano também encontram-se vários símbolos, dentre eles, a Bandeira Nacional que é o símbolo da Pátria; a balança no direito, simbolizando a Justiça; e muitos outros.
A Bíblia, por sua vez, mostra também, muitos e muitos símbolos, tais como o arco-íris, símbolo que representa uma aliança entre Deus e os homens, e ainda a beleza, respectivamente (Gênesis – 9:13 e Apocalipse – 4:3), o cavalo, símbolo da força (Apocalipse – 6); o dragão, simbolizando Satanás (Apocalipse – 13). Há inúmeros outros símbolos contidos no Livro Sagrado.
Existem evangélicos afirmando que a Maçonaria é uma Instituição Pagã. Aí há mais um erro por eles cometido. Pois os trabalhos em uma loja maçônica são abertos invocando o auxílio do Supremo Arquiteto do Universo, que é o próprio Deus. E esse Supremo Arquiteto é relatado em Hebreus – 11:3 e 10, e Jeremias – 10:12. Pois em toda abertura dos trabalhos lê-se um texto no Livro da Lei (Bíblia), de conformidade com o grau em que estão sendo realizados os trabalhos.
E tem mais, pode-se afirmar que existe dentro da Maçonaria um respeito muito grande entre os irmãos quanto aos seus princípios ideológicos, culturais e acima de tudo religiosos.
Finalizando, quero testemunhar que há mais de quarenta anos sou evangélico, e tenho plena convicção que, graças a Deus, não sou do Diabo, como antes ouvia afirmar. Outrossim, há aproximadamente quinze anos sou maçom, e me sinto também confiante de que não pertenço a Satanás como muitos afirmam por aí, mas a Deus, o Supremo Arquiteto do Universo.
Portanto, irmãos, o evangélico pode e deve ser um maçom, acima de tudo justo, verdadeiro e eficiente.
A Maçonaria do Negros Americanos: Prince Hall: Uma Maçonaria Desconhecida
por Ven.Irmão William Almeida de Carvalho 33
I – INTRODUÇÃO
A idéia de fazer um trabalho sobre a maçonaria Prince Hall, ou seja a maçonaria dos negros dos EEUU, tem por objetivo informar à comunidade maçônica brasileira sobre uma maçonaria pujante que por longos anos tem sido escamoteada, em termos de informação, ao mundo maçônico brasileiro.
Se o Brasil se propõe a ser uma potência maçônica deve ter o cuidado de se informar sobre o que se passa no resto do mundo e parar de repetir acriticamente o que lhe é ofertado pelos sistemas de divulgação maçônicos internacionais.
O presente trabalho busca trazer à tona a figura histórica e a legenda do primeiro maçom negro dos Estados Unidos, e talvez do Hemisfério Ocidental, chamado Prince Hall, que deu origem à maçonaria dos negros norte-americanos.
Busca, a seguir, relatar as dificuldades da Obediência Prince Hall nos Estado Unidos e a tentativa de formar uma Grande Loja Nacional Prince Hall.
Relata o que denominei de pérolas maçônicas, ou seja as instruções normativas da maçonaria branca em negar reconhecimento à sua congênere negra, num bestialógico digno dos tempos mais obscurantistas da história universal.
Termina propondo um repto para que se estude mais a fundo este importante ramo da maçonaria universal, visto que o Brasil, pela sua população negra não pode viver só da versão do homem branco. Concomitantemente, busca extrair lições estratégicas sobre o que se passa no mundo da alta política.
Como surgiu a idéia de escrever algo sobre a maçonaria Prince Hall? Na minha última viagem a Nova Iorque comprei um pequeno livro sobre a maçonaria Prince Hall[1] que li com grande prazer, pois, no Brasil, sempre que desejei informar-me sobre a maçonaria negra nos Estados Unidos, encontrava uma barreira devido à inexistência de bibliografia apropriada.
O autor, um militar negro chamado Joseph A.Walkes, tornou-se mestre maçom em 1965 na Loja Cecil A.Ellis nº 110, na base militar norte-americana de Karlrude, na Alemanha Ocidental, que trabalhava sob a jurisdição da Grande Loja Prince Hall de Maryland. É, ainda, membro honorário da Loja Militar da Zona do Canal nº 174 no canal do Panamá. Atualmente, pertence aos quadros da Loja Rei Salomão nº 15 de Forte Leonard Wood no Estado de Missouri. Foi editor da revista Masonic Light e, atualmente, edita a revista News Quaterly do Supremo Conselho Unido 33º da Jurisdição Sul (PHA) nos Estados Unidos.
Com este Ir\ negro, informei-me sobre o básico, da ótica negra evidentemente, da maçonaria Prince Hall nos Estados Unidos. O presente trabalho segue, em linhas gerais, as pegadas de Walkes. Aprendi, por exemplo, que ao lado do tronco da maçonaria branca, que ele chama de maçonaria caucasiana, existe um frondoso galho, chamado Prince Hall. Este galho e este tronco estão em constante estado de guerra, surda ou aberta, até os dias de hoje.
Procurei distinguir o fato histórico real da lenda vigente. E, aqui, convém salientar o livro clássico de Grimshaw[2] que, se por um lado foi de importância fundamental em trazer à tona a legenda da figura seminal de Prince Hall, dando uma consciência de luta aos negros maçons norte-americanos, por outro lado, criou uma série de contos de fada sobre o mesmo Prince Hall, dificultando, e muito, a moderna historiografia. Sempre que usar, neste trabalho, a assertiva ‘a tradição afirma tal coisa’, estarei me referindo à versão de Grimshaw.
Neste trabalho, procurei seguir as pegadas dos historiadores clássicos e modernos que se debruçaram sobre a maçonaria Prince Hall, tais como o aludido Grimshaw, Davis, Walkes, Sherman, Wesley, etc.
II – A HISTÓRIA E A LENDA DE PRINCE HALL
Deve-se destacar, na figura de Prince Hall, a parte real, mas menos romântica, resgatada pela moderna pesquisa historiográfica e a lenda, devida, na maioria das vezes, a Grimshaw e que vem sendo alimentada pelo povo maçônico afro-americano. A moderna historiografia estima que Prince Hall nasceu em 1735 em lugar desconhecido. Alguns especulam que teria nascido em Barbados nas Índias Ocidentais, outros que teria sido na África enquanto uma minoria chega a afirmar que o seu local de nascimento seria os Estados Unidos. Documentos analisados mostram que teria exercido várias profissões, tais como: trabalhador braçal, artesão de roupa de couro e fornecedor de alimentos. Outros documentos apresentam-no como líder e eleitor numa pequena comunidade negra em Boston.
A versão tradicional, muito aceita mas de pouca ajuda para a pesquisa científica, afirma que Prince Hall nasceu em Bridgetown, Barbados, nas Índias Ocidentais em 1748, filho de Thomas Hall, um inglês, mercador de couro que teria como esposa uma mulher negra livre, de descendência francesa. Teria vindo para a Nova Inglaterra durante a metade do século XVIII, estabelecendo-se em Boston, na colônia de Massachusetts, onde teria se tornado pastor da Igreja Metodista.
A versão tradicional ainda afirma que Prince Hall teria pertencido às fileiras do Exército Revolucionário e lutado na guerra de independência norte-americana.
Um ponto controverso tem sido a versão de que Prince Hall tenha sido escravo ou não. Sherman afirma que “tive a fortuna de descobrir, na Biblioteca Athenaeum de Boston, uma cópia do documento de alforria, provando que Prince Hall tinha, originalmente, sido escravo na família de um negociante em roupa de couro de Boston chamado William Hall que o alforriou em 1770”.[3] Certos historiadores afro-americanos rejeitam alguns documentos que tentam demostrar ter ele sido escravo da família Hall, como se, em sendo isto verdade, teria sido uma desonra para a figura de Prince Hall. Aqui, convém lembrar o dizer da carta de Mahatma Gandhi ao Ir.´. W.E.B. Dubois em 1929: “Não deixem os 12 milhões de negros [norte-americanos] se envergonharem pelo fato de serem descendentes de escravos. Não há desonra em ter sido escravo. Há desonra em ter sido proprietário de escravos”.[4] A maçonaria Prince Hall nunca negou iniciação a qualquer ex-escravo desde que preenchesse os requisitos mínimos exigidos pela Ordem. A Grande Loja Unida da Inglaterra, após a abolição da escravidão nas Índias Ocidentais pelo Parlamento Britânico em 1º de setembro de 1847, mudou a expressão nascido livre para homem livre como requisito para ingresso nas suas lojas.
A tradição afirma que Prince Hall teria sido iniciado em 6 de março de 1775. E aqui existe uma controvérsia entre a Loja nº 441 e a Loja Africana , sendo que ambas estariam na gênese da maçonaria Prince Hall, com as implicações do reconhecimento pela Grande Loja Unida da Inglaterra e o problema de haver duas Obediências em um mesmo território. O historiador Jeremy Belknap afirma que “tendo uma vez mencionado esta pessoa (Prince Hall), tenho a informar que ele foi um grão-mestre de uma loja de maçons livres, composta na sua totalidade de pretos e conhecida pelo nome de ‘Loja Africana’. Isto teria acontecido em 1775, quando esta cidade foi tomada pelas tropas britânicas, possibilitando a montagem de uma loja e ainiciação de um bom número de negros. Após o estabelecimento da paz, enviou-se a Londres um pedido de reconhecimento, obtendo-se uma carta timbrada pelo duque de Cumberland e assinada pelo conde de Effingham”.[5]
Nelson King, editor da revista Philalethes, afirma que “em 29 de setembro de 1784 uma carta de reconhecimento (warrant) foi outorgada pela primeira Grande Loja da Inglaterra para 15 homens em Boston, Massachusetts (inclusive o Ir\Hall, cujo primeiro nome era Prince), formando a Loja Africana nº 459 no registro inglês. A Loja Africana contribuiu com o Fundo de Caridade inglês até 1797 e permaneceu correspondendo-se com o Grande Secretário até início do século XIX. Os livros de registro da Grande Loja, para tal período, entretanto, são incompletos e não é impossível que a correspondência, entre ambos os lados, apareça como tendo sido ignorada. Após 1802, o contato foi perdido, devido, em grande parte, à interrupção que as guerras napoleônicas causaram sobre os transportes e as comunicações com a América do Norte. Em 1797, a Loja Africana, contrariamente aos termos da carta de reconhecimento e às Constituições de Anderson, às quais estava vinculada, deu autorização a dois grupos de homens para se reunirem como Lojas: i) a Loja Africana nº 459B em Filadélfia na Pensilvânia e ii) a Loja Hiram (sem número) em Providence, Rhode Island. Autorizações continuaram a ser dadas para outras lojas a partir de 1808.
Após a união das duas Grandes Lojas inglesas – antigos e modernos – em 1813 a fusão dos livros de registro omitiu a Loja Africana (assim como muitas outras lojas na Inglaterra e além mar) deixando de haver contato por longos anos. A Loja Africana, contudo, não foi formalmente extinta”.[6]
Gould, em toda sua monumental obra, não chega a citar a figura de Prince Hall, mas num quadro em que lista as lojas nos EEUU reconhecidas pela Grande Loja da Inglaterra entre 1733 e 1789 cita a African Lodge de Massachussets com a data de 1784-86.[7]
Outro historiador chega a afirmar que Prince Hall teria sido iniciado numa loja militar, a Loja nº 441, sob a jurisdição da Grande Loja da Irlanda, ligada a um dos regimentos do exército do General Gage e cujo Venerável Mestre era o Ir.´. J.B.Watt.[8] Esta Loja volante existiu na vizinhança de Boston, estabelecendo-se futuramente em Nova Iorque e participou na formação, segundo a versão da maçonaria Prince Hall, da Primeira Grande Loja Caucasiana. Com a remoção da Loja para Nova Iorque, supõe-se que aquele Ir\J.B.Watt tenha dado uma “permissão” (se escrita, o documento perdeu-se; talvez oral, para que Prince Hall continuasse a funcionar em Boston). Daí talvez a gênese da “Loja Africana”. O que se especula é que essa “permissão” daria a Prince o direito de fazer reunião e de enterrar seus mortos, quando necessário. As atas da “Loja Africana” deixam muito a desejar sobre o que teria acontecido após a partida dos ingleses, sendo que este fato concorre para que a maçonaria branca marginalize a nascente maçonaria Prince Hall. Na época, Prince Hall mandou uma petição ao Grande Mestre Provincial Joseph Warren, pedindo reconhecimento. Entretanto, Warren foi morto na batalha de Bunker Hill antes de poder responder. Convém salientar que, com a morte de Warren, a jurisdição de Massachusetts abateu colunas e não havia autoridade maçônica na região. Em seguida buscou conseguir uma autorização legal e regular que substituísse a precária “permissão” de Watt. Primeiramente, tentou-se o Grande Oriente de França mas o seu intento foi infrutífero. Procurou então contatar a Grande Loja de Londres (modernos) através de duas cartas dirigidas ao Ir\William M. Moody em Londres. Desta vez obteve sucesso, conseguindo finalmente o “warrant” em 20 de setembro de 1784 para a African Lodge nº 459. Essa autorização chegou às mãos de Prince em 29 de abril de 1787 e foi noticiada pelos jornais locais. É um documento de importância vital para a maçonaria Prince Hall, pois é a prova inconteste para fugir da irregularidade que a ela é imputada pela maçonaria branca. Walkes chega a afirmar que “a carta permaneceu nas mãos da Prince Hall Grand Lodge of Massachussets. Em 1869, foi chamuscada num incêndio, sendo, contudo, salva pela ação do P.G.M. Kendall que recuperou o documento. Existe um grande número de maçons Prince Hall que acreditam ter sido o incêndio uma tentativa de a maçonaria caucasiana destruir o mais valioso de todos os documentos da maçonaria Prince Hall. Enquanto esta crença não pode ser provada, o fato alegado mostra a freqüente relação tensa entre a fraternidade Prince Hall e a sua contraparte caucasiana. Mostra também a conexão emocional entre a América Negra e Branca.”[9]
É preciso ter em mente o status colonial do negro norte-americano na época da independência. Não possuíam educação formal, além do mais sofriam restrição legal para adquiri-la e os códigos dos negros legais impediam reuniões ou ajuntamentos com mais de três individuos da raça negra. Os historiadores negros afirmam que os negros estavam na América Colonial mas não eram da América. Eram súditos coloniais dos súditos coloniais da Inglaterra. Não estavam sendo explorados por George III, mas sim por George Washington, pelos maçons e pelos donos de escravos. Os Pais Brancos Fundadores não eram os Pais Negros Fundadores, pois os homens negros viviam uma diferente Declaração de Independência, uma Revolução diferente numa América diferente. A revista maçônica negra – Phylaxis Magazine – editada em Boston comenta em seus editoriais que houve e tem sempre havido duas Américas, uma Branca e outra Negra. Defini-las juntas seria impossível. Medir a maçonaria de cada uma em conjunto, também é praticamente impossível, pois a convenção constitucional branca não foi a convenção constitucional negra, o começo branco não foi o começo negro.
Prince Hall demonstrou a sua combatividade em diversas ocasiões. Em 13 de janeiro de 1777, conjuntamente com outros companheiros de luta – maçons ou não – endereçou uma petição ao legislativo de Massachussets protestando contra a existência da escravidão na Colônia. Documentos demonstram que, novamente, em 27 de fevereiro de 1788, redigiu outra petição protestando contra o seqüestro e subsequente venda como escravos de numerosos negros que foram levados de Boston para um navio em direção às Índias Ocidentais. Estes negros retornaram a Boston depois de detidos pelo governador do Maine que concordou com o pedido de auxílio do governador de Massachusets.
Deixou vários documentos escritos, inclusive um livro de cartas, grande manancial para os historiadores. Prince faleceu em 4 de dezembro de 1807 na glória de ter sido o primeiro americano negro a receber os graus da maçonaria nos EEUU. Sua morte foi noticiada em inúmeros jornais de Boston. Foi enterrado em Copps Hill ao lado de uma de suas esposas.
A maçonaria Prince Hall honra a memória de seu fundador em uma cerimônia pública – Prince Hall Americanism Day – que acontece em setembro numa igreja em Boston. Como os São Joães, Prince Hall é considerado um dos santos fundadores da maçonaria negra nos EEUU. A cada dez anos a Conferência dos Grãos Mestres Prince Hall realiza uma peregrinação à Boston no seu memorial em Copps Hill.
III – A OBEDIÊNCIA
Mackey, dentro da mais pura Doutrina Americana da Exclusiva Jurisdição Territorial, estatui que “por esta razão que uma Grande Loja tem competência para outorgar uma Autorização (Warrant) de Constituição e estabelecer uma Loja num território não-ocupado, por petição, claro, de um requisitado número de maçons. E este direito de outorgar Autorização habitualmente conferido a cada Grande Loja no mundo, e podendo ser exercido por quantas queiram fazê-lo, desde que nenhuma Grande Loja esteja organizada no território. Assim, podem existir dez ou doze Lojas funcionando ao mesmo tempo no mesmo território, e cada uma delas derivando sua existência legal de uma diferente Grande Loja”.[10]
A maçonaria Prince Hall queixa-se de que a maçonaria caucasiana, baseada nestes princípios, sempre sabotou e não reconheceu a criação de uma Grande Loja Prince Hall. Para complicar mais o quadro, a Grande Loja de Massachussets (branca) gaba-se de ser a primeira Grande Loja do Hemisfério Ocidental, datando de 1733 quando Henry Prince foi nomeado Grão Mestre Provincial para a Nova Inglaterra por uma autorização de Lorde Montague na Inglaterra. Essa Grande Loja Provincial foi jurisdicionada pela Grande Loja da Inglaterra até abril de 1769 quando se tornou uma Grande Loja independente. Convém salientar que, com a independência dos EEUU, as diversas Grandes Lojas Provinciais, ligadas à Inglaterra ou à Escócia ou à Irlanda, declararam-se independentes de suas Grandes Lojas Mães.
A tradição da maçonaria Prince Hall afirma que a primeira Grande Loja Africana da América do Norte foi organizada em Boston, Massachussets, em 24 de junho de 1791, tendo Prince Hall como seu primeiro Grão-Mestre. A seguir foram criadas as seguintes Grandes Lojas Prince Hall [11]: 2 – Loja Africana nº 459 de Filadélfia (24/06/1797), 3 – Grande Loja Boyer em Nova Iorque (12/03/1845), 4 – Grande Loja Africana de Maryland (1845), 5 – Grande Loja União no Distrito de Colúmbia (27/03/ 1848), 6 – Grande Loja Prince Hall de Nova Jersey (24/06/1848), 7 – GLPH de Ohio (03/05/1849), 8 – GLPH de Delaware (09/06/1849), 9 – GLPH da Califórnia (19/06/ 1855), 10 – GLPH de Indiana (13/09/1856), 11 – GLPH de Rhode Island (07/10/ 1858), 12 – GLPH de Louisiana (05/01/1863), 13 – GLPH de Michigan (25/04/1866), 14 – GLPH de Virginia (29/10/1865), 15 – GLPH de Kentucky (16/08/1866), 16 – GLPH de Missouri (20/12/1866), 17 – GLPH de Illinois (15/02/1867), 18 – GLPH da Carolina do Sul (junho 1867), 19 – GLPH de Kansas (11/09/1867), 20 – GLPH da Carolina do Norte (01/03/1870), 21 – Grande Loja União da Flórida, Belize e América Central (17/06/1870), 22 – GLPH da Georgia (22/08/1870), 23 – GLPH do Tennessee (31/08/1870), 24 GLPH do Alabama, 25 – Grande Loja Stringer do Mississippi (03/ 07/1875), 26 – GLPH do Arkansas (28/03/ 1873), 27 – GLPH de Connecticut (03/11/ 1873), 28 – GLPH da Província de Ontario (1851), 29 – GLPH do Texas (19/08/ 1875), 30 – GLPH do Colorado (17/01/1876), 31 – GLPH de West Virginia (03/10/ 1877), 32 – GLPH de Iowa (09/08/1882), 33 – GLPH de Oklahoma (15/08/1893), 34 – GLPH de Minnesota (16/08/1894), 35 – GLPH de Washington (13/04/1903), 36 – GLPH de Nebraska (02/08/1919), 37 – GLPH do Arizona (30/05/1920), 38 – GLPH do Novo México (21/09/1921), 39 – GLPH do Wisconsin (28/06/1952), 40 – GLPH das Ilhas Bahamas (1951), 41 – GLPH do Oregon (23/04/ 1960), 42 – GLPH do Alaska (setembro de 1969), 43 – GLPH de Nevada (1980), 44 – Grande Loja dos Antigos Maçons da República da Libéria (setembro de 1967).
As últimas pesquisas historiográficas reformulam, em parte, a tradição da maçonaria Prince Hall. Os fatos indicam que, em 1792, a Grande Loja da Inglaterra, numa revisão de numeração de loja inativas, alterou o número da African Lodge que passou de 459 para 370.
Em 1813 a African Lodge foi retirada dos anais da Grande Loja da Inglaterra por falta de comunicação e pagamento do fundo de caridade. De 1813 a 1824 a Loja Africana de Massachussets quase abateu colunas, reunindo-se pouquíssimas vezes. Em 1824 foi remetida à Grande Loja da Inglaterra uma petição pedindo a renovação de sua Carta Constitutiva, fato que ficou sem resposta até os dias de hoje.
Em 1824 a African Lodge nº 459 (370) experimentou uma revivescência de atividades pois as suas atas se tornaram mais minudentes e constantes. Sob a liderança de um mulato, extremamente habilidoso e agressivo, chamado John Telemachus Hilton, que se tornou seu Venerável Mestre em 1827, começou-se a pensar seriamente na criação de uma Grande Loja que cuidasse dos assuntos da comunidade maçônica negra nos EEUU. Assiste-se, a partir desta data, a um novo pomo de discórdia com a maçonaria branca, sendo que esta alega ser tal criação totalmente irregular para os padrões maçônicos tradicionais, como visto acima.
Assim, em 1827, a African Lodge nº 459 de Boston assumiu o nome de African Grand Lodge nº 459, passando a adotar o título de Prince Hall Grand Lodge somente a partir de 1848. A maçonaria caucasiana teria, a partir de então, novo ponto de discussão: não só a caducidade do “warrant” da Inglaterra como também a auto-proclamação irregular de uma Grande Loja, ainda mais num território (Massachusetts) onde já existia uma Grande Loja (caucasiana evidentemente).
O jornal Boston Daily Advertiser de 26 de junho de 1827 (vide Anexo) publicou, na página 3, uma declaração de independência maçônica, datada de 16 de junho de 1827, assinada pelo Venerável-Mestre, Vigilantes e Secretário. Nesta proclamação pública menciona a carta autorizativa de 29 de setembro de 1784, as dificuldades de comunicação com a Grande Loja de Londres e, o que é mais importante, a declaração de independência de ser tributária ou governada por qualquer Grande Loja dali em diante.
A possessão da Carta de Reconhecimento da Grande Loja da Inglaterra sempre deu a Prince Hall e seus associados uma certa aura de prestígio e de status social entre os negros dos EEUU. Note-se que em 22 de março de 1797 um tal Peter Mantore de Philadelfia endereçou uma carta à African Lodge de Boston requerendo uma “dispensação, um ‘warrant’ para uma Loja Africana”. Nos primórdios do século XIX, uma Loja de Philadelfia, a Loja Harmonia de Providence em Rhode Island e a Loja Boyer em Nova Iorque obtiveram da Loja Africana nº 459 de Boston uma autorização para funcionar.
Para encerrar esta parte obediencial, convém salientar outra peculiaridade da maçonaria Prince Hall nos EEUU: a tentativa de organizar uma Grande Loja Nacional, ou seja uma autoridade central que organizasse a maçonaria negra nos diversos Estados da América do Norte.
Após a Revolução Americana, a maçonaria caucasiana tentou, por diversas vezes, organizar uma Grande Loja Geral, que teria até mesmo George Washington como Grão-Mestre Geral para todo os EEUU. Mackey afirma que “desde que as Grandes Lojas deste país começaram, nos princípios da guerra revolucionária, a abandonar sua dependência das Grandes Lojas da Inglaterra e da Escócia, – ou seja, tão logo emergiram da posição subordinada de Grandes Lojas provinciais e foram compelidas a assumir um caráter soberano e independente, – tentativas, tem sido feitas de tempos em tempos, pelos membros da Arte Real em destruir esta soberania das Grandes Lojas dos Estados Federados, e instituir, em seu lugar, um poder superintendente, para ser constituído seja como um Grão-Mestre da América do Norte seja como Grande Loja Geral dos EEUU. Conduzidos, talvez, pela analogia das colônias unidas sob uma cabeça federal ou, no começo da luta revolucionária, controlada por longos hábitos de dependência das Grandes Lojas-Mães da Europa, a disputa mal tinha começado, quando teve lugar a ruptura de relações políticas entre Inglaterra e América, no momento em que se tentava instituir o cargo de Grão-Mestre dos Estados Unidos, cujo objeto era (do qual dificilmente se pode duvidar) investir George Washington com a reconhecida dignidade”.[12]
Desde 1844 discutia-se nos círculos de Nova Iorque e Boston a necessidade de se criar uma Grande Loja Nacional Prince Hall.
A idéia e o motor da montagem da Grande Loja Nacional ou Compacta da maçonaria Prince Hall foi, mais uma vez, aquele empreendedor visto acima: John Telemachus Hilton. A elite da maçonaria negra, liderada por Hilton, tinha consciência de que a maçonaria Prince Hall era a única organização interestadual fora da igreja numa época de conflitos raciais intermitentes. Estes feudos estaduais, contudo, não se comunicavam nem mantinham um mínimo de vínculo associativo. Assim, no dia de São João Evangelista de 1847 na cidade de Boston, no Estado de Massachussets, os delegados de Boston, Nova Iorque, Providence e Pensilvania criaram a Loja Nacional dos Antigos Maçons de York Livre e Aceitos (Negros) dos Estados Unidos da América, tendo John T. Hilton como seu primeiro Grão-Mestre.
Esta Grande Loja Nacional, desde os primórdios, tornou-se um foco de dissensões e conflitos entre a maçonaria Prince Hall. Por diversas vezes reconheceu outra Grande Loja Prince Hall no mesmo Estado onde já existia uma.
As discussões tomaram um rumo mais quente com a dissensão da Grande Loja de Ohio em 1868. Como as Grandes Lojas Prince Hall dos Estados foram se retirando gradativamente da Grande Loja Nacional, na segunda Convenção Nacional de 4-6 de setembro de 1877 em Chicago, Illinois, resolveram dissolver a Grande Loja Nacional, restaurando, assim, em parte, a soberania das Grandes Lojas Estaduais.
Não se pense, contudo, que a Grande Loja Nacional teria fenecido a partir daí, pois Sherman relata que “os procedimentos normativos impressos da Grande Loja Nacional estão disponíveis para os anos de 1856, 1862, 1865, 1874, 1898, 1909, 1910, 1915 e 1921. Foram examinados pelo Ir.´. Edward R. Cusick, com quem tenho correspondido por um bom período de anos. Ele salientou o fato de que tem havido uma Grande Loja Nacional de maçons de cor operando de 1847 a 1957 e eu sei por correspondência pessoal que ela ainda esta funcionando”.[13] Apresenta ainda no Apêndice D deste seu artigo a relação dos grão-mestres Nacionais de 1847 a 1978.
IV – PÉROLAS MAÇÔNICAS
Neste item busca-se apresentar os procedimentos normativos, do passado e do presente, sobre os negros, na sua maioria, como também alguns sobre índios e amarelos, existentes na maçonaria, coletados pelos pesquisadores Prince Hall. Tais procedimentos servem como indicadores preciosos do grau de conflito racial que age como uma cunha na sociedade norte-americana. Tal fratura, apesar de ter causado uma cruenta guerra civil, ainda mantém um potencial explosivo nos dias de hoje. A tolerância maçônica inter-racial ainda não foi medianamente absorvida pelos maçons dos EEUU. Possam estes procedimentos, chamados ironicamente de pérolas maçônicas, servir de advertência aos maçons de outras plagas sobre os perigos do conflito racial e tomada de consciência sobre o abismo que separa os negros dos brancos na América do Norte. A tolerância maçônica, nos EEUU, se mostra, ainda incapaz de servir como amortecedor entre as duas tribos.
As principais pérolas coletadas são as seguintes:
1) Da Grande Loja de Iowa, Procedimentos Normativos de 1852:
“Exclusão de pessoas da raça negra está de acordo com a lei maçônica e as Antigas Obrigações e Regulamentos”.
2) Grande Loja de Louisiana, decisão do Grão-Mestre, 1924:
“Uma mistura de sangue branco e negro torna um homem inelegível para os graus da maçonaria”.
3) Grande Loja da Carolina do Norte, Constituição, edição de 1915, seção 110, p. 50:
“Um candidato tem que ser um homem branco nascido livre”.
4) Grande Loja do Mississippi, Procedimentos Normativos para 1899, p. 43, e Constituição da Grande Loja, edição de 1914, estatui que:
“Um Maçom que discute Maçonaria com um Negro deve ser expelido da sua Loja”.
5) Grande Loja de Ohio, Procedimentos Normativos para 1857:
“Admissão de pessoas de cor seria inconveniente e tende a estragar a harmonia da fraternidade”.
6) Grande Loja de Idaho, Procedimentos Normativos para 1916, p. 16, decisão de Francis Jenkins, aprovada pelo Comitê de Jurisprudência Maçônica:
“Estatui que um candidato deve ser um homem branco”.
7) Grande Loja da Carolina do Sul, o “Ahiman Rezon”, compilado por Albert G. Mackey, Grande Secretário, afirma:
“…que o candidato deve ser de pais livres brancos.”
8) Grande Loja de Nova Iorque, (a) Procedimentos Normativos para 1851:
“I. Não é adequado iniciar nas nossas Lojas, pessoas da raça Negra; e sua exclusão está de acordo com a lei Maçônica e as Antigas Obrigações e regulamentos, por causa de sua condição social deprimente; a falta geral de inteligência, que os impossibilita, como um corpo, a trabalhar ou adornar a maçonaria; a impropriedade em fazê-los nossos iguais em algum lugar, quando pela sua condição social, e as circunstâncias pela quais cada um quase se liga a eles, não acontecendo o mesmo com outros, por não terem de um maneira geral NASCIDO LIVRES…”
(b) Procedimentos Normativos para 1890:
“Iniciar Negros em Loja pode quebrar a Fraternidade através do país”.
9) Grande Loja de Kentucky
(a) Procedimentos Normativos para 1914, p. 39:
“Um homem possuindo 1/8 a 1/16 graus de sangue Negro não pode ser Maçom”.
(b) Constituição, edição de 1919, p. 28:
“Um candidato tem de ser um homem branco nascido livre”.
(c) Procedimentos Normativos para 1947, p. 139, o Secretário da Loja nº 228 perguntou: “Pode um Católico juntar-se ao Maçons?”. A decisão de Albert C. Hanson, Grão-Mestre, em Opinião nº 45, responde: “Seção 105 do Livro das Constituições determina que um candidato para a iniciação deve ser um homem branco nascido livre, de 21 anos ou mais e de boa folha corrida”.
10) Grande Loja do Texas, Constituições e Leis, 1948, Artigo XV, p. 34:
“Esta Grande Loja não reconhece como legal ou Maçônico qualquer organização de Negros trabalhando sob qualquer Carta de Reconhecimento nos EEUU, sem acatar o organismo que outorgou tal Carta, considerando todas as Lojas de Negros como clandestinas, ilegais e não-Maçônicas, e além do mais, julgam como altamente censurável o procedimento de qualquer Grande Loja nos EEUU que reconheça tais organismos Negros como Lojas Maçônicas”.
11) Grande Loja de Delaware, Procedimentos Normativos para 1867:
Iniciação ou visitação “…de qualquer Negro, mulato ou pessoa de cor nos Estados Unidos é proibido”.
12) Grande Loja de Illinois
(a) Procedimentos Normativos para 1851:
Uma resolução foi adotada proibindo qualquer iniciação ou visitação de um Negro em qualquer Loja.
(b) Procedimentos Normativos para 1852:
“…que esta Grande Loja se opõe totalmente à admissão de Negros ou mulatos nas Loja sob sua jurisdição”.
(c)Procedimentos Normativos para 1899:
“Por esta razão ter Lojas exclusivamente de Negros, poderia ser perigoso para a boa fama de nossa Ordem. E, associá-los em Lojas com irmãos brancos, seria impossível”.
13) Grande Loja do Mississippi
(a) Procedimentos Normativos para 1909:
A um candidato foi negado aumento de salário em sua Loja porque ele tinha sido instruído em seu grau anterior por um Negro.
(b) Procedimentos Normativos para 1914:
Porque ele não sabia que era errado, e assim explicou para a Loja, que tinha visitado uma Loja de Negros por ignorância, um membro da Loja nº 34 foi inocentado de qualquer erro.
Por causa deste perdão, o Grão-Mestre apreendeu a Carta da Loja; determinando que o membro deveria ser punido.
14) Grande Loja de Illinois
(a) Procedimentos Normativos para 1846:
O Venerável Mestre de uma loja foi punido por ter conferido graus a um senhor cuja mãe tinha sido uma índia Cherokee e seu pai um mulato.
(b) Procedimentos Normativos para 1852:
“A Grande Loja de Illinois reprovou um de seus corpos subordinados por ter admitido um índio meio-sangue americano como visitante, e passou uma resolução proibindo, sob severa penalidade, a repetição de tal ofensa”.
(c) Procedimentos Normativos para 1912:
Um Past Master de uma loja, conjuntamente com um ex-Primeiro Vigilante e outro membro assistiram, como carregadores do caixão, ao funeral de um Maçom Negro. O Past Master foi expulso de sua loja e os outros dois, suspensos por um ano.
15) Grande Loja de Nova Iorque, Procedimentos Normativos para 1851:
Uma resolução foi adotada declarando que homens da raça Índia na América eram material impróprio para a Maçonaria.
16) Grande Loja de Indiana, Procedimentos Normativos para 1945:
O Grão-Mestre da Grande Loja recusou-se a permitir a iniciação de um senhor chinês sob o pretexto de que ele não era um cidadão dos EEUU.
17) Grande Loja da Província de Quebec
(a) Procedimentos Normativos para 1923:
Charles McBurney, Grão-Mestre, informou à sua Grande Loja que recusou permissão para um grupo de Negros que desejavam estabelecer uma loja na cidade de Montreal.
(b) Procedimentos Normativos para 1927:
William J. Ewing, Grão-Mestre, recusou permissão para um grupo de Negros para erigir uma loja em Montreal.
18) Grande Loja do Texas
Constituição, edição de 1876: Artigo XXXVI, declarou que todas as lojas de Negros eram clandestinas e ilegais.
19) Grande Loja do Mississippi
(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1899:
Visto que a Grande Loja de Washington tem declarado que se Negros estabelecerem lojas e subseqüentemente uma Grande Loja neste Estado, aqueles não considerarão tal fato como sendo uma invasão deste território Maçônico, a Grande Loja do Mississippi cortou relações fraternais com a Grande Loja de Washington.
(b) Procedimentos Normativos para 1873:
Embora o Grão-Mestre, W.H. Hardy, advertisse sua Grande Loja que em Nova Jersey permitiu a formação de uma loja em Newark, N.J., cujos membros eram brancos e negros, o alto corpo do Mississippi não tomou nenhuma ação neste ano, mas o fez em 1909.
(c) Procedimentos Normativos para 1909:
Durante o mês de agosto de 1908, Edwin J. Martin, Grão-Mestre, descobriu que a Loja Alpha nº 116, trabalhando sob a jurisdição da caucasiana Grande Loja de Nova Jersey na cidade de Newark, funcionava com brancos e negros e visto que o Grão-Mestre de Nova Jersey não renegou a Loja, o Grão-Mestre do Mississippi cortou relações com o alto corpo de Nova Jersey.
20) Grande Loja de Oklahoma
(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1910:
Simpatizando com a ação da Grande Loja do Mississippi, como descrito acima, esta Grande Loja cortou relações com a Grande Loja de Nova Jersey por causa da composição racial da Loja Alpha nº 116, sob a jurisdição da última.
Mais tarde, Oklahoma reatou relações, baseado no entendimento de que todos os maçons de Nova Jersey seriam bem vindos às lojas de Oklahoma, exceto os membros da Loja Alpha nº 116.
(b) Procedimentos Normativos para 14 de fevereiro de 1940:
A Grande Loja de Oklahoma, novamente, descobriu a existência da Loja Alpha nº 116, em Newark, e mais uma vez, cortou relações fraternas com a Grande Loja de Nova Jersey mas que também foram reatadas a partir de 11 de fevereiro de 1942.
21) Loja Arizona em Phoenix, Arizona:
Em 5 de janeiro de 1952, a Associated Press noticiou que o corpo de um soldado negro, morto na Coréia, tinha sido mantido no necrotério da cidade de Phoenix por cinco semanas, visto que o cemitério, propriedade da e operado pela Loja Arizona, não teria permitido que o corpo fosse enterrado a menos que três cartas de requerimento de sepultamento, registradas em cartório, fossem submetidas à consideração se poderia ser enterrado ao lado dos veteranos brancos no cemitério desta loja Maçônica.
E para encerrar, com chave de ouro, uma pérola do general confederado da guerra civil americana e Sob\Gr\Com\do Supr\Cons\Jur\Sul dos EEUU – Albert Pike -, considerado o Platão moderno da maçonaria universal, autor do afamado Morals and Dogma, uma das bíblias do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Seu mais famoso biógrafo e apologista – Duncan – relata que, em 1858, Albert Pike e 11 de seus colaboradores emitiram uma circular conclamando a expulsão dos Negros libertos e mulatos do Arkansas, citando “a preguiça e bestialidade de uma raça degradada”, sua “imoralidade, imundície e indolência” e chamando o negro “tão desprezível e depravado como um animal”.[14]
Walkes afirma que “Albert Pike serviu como Chefe de Justiça da Ku Klux Klan quando era Soberano Grande Comendador. Tendo sido, também, Grande Dragão para o Arkansas”.[15] “Este senhor muitas vezes admitiu como sua opinião que a Maçonaria Prince Hall era tão regular como a sua e, em algumas circunstâncias, mais ainda, mas era incapaz de ultrapassar seu preconceito de cor, como expresso na seguinte linguagem: “Eu tomei minhas obrigações para com homens brancos, não para com Negros. Quando eu tiver que escolher entre Negros como Irmãos ou abandonar a Maçonaria, eu abandonarei a Maçonaria””.[16]
Albert Pike não é estranho ao Grande Oriente do Brasil, pois o arguto Kurt Prober relata que “no correr do ano de 1887 o Grande Oriente do Brasil mandou cunhar uma Medalha em homenagem ao Sob\Gr\Com\Albert Pike do Supr\Cons\Jur\ Sul dos EEUU, que vai aqui ilustrada, pois é quase desconhecida entre nós, e totalmente desconhecida aos colecionadores estrangeiros.
Nenhum documento foi jamais encontrado alusivo a esta medalha, e nenhuma explicação sobre os motivos que teriam induzido o Gr. M. Sob. Com. do GOB\Vieira da Silva, a mandar cunhar esta peça na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, sabendo-se apenas, pelas anotações daquela Repartição, que se cunhou UM EXEMPLAR ÚNICO em OURO, certamente mandado para os EEUU ao Ir\Pike, que ainda no princípio de 1887 estivera seriamente doente, de um ataque de “gota”, que já não mais lhe permitia viajar, a ponto de estar morando com sua filha no prédio do Supremo Conselho de Washington, no que chamava de “THE HOUSE OF THE TEMPLE” (A casa do Templo).
Não há dúvida de ter sido uma homenagem merecida, a prestada a Albert Pike pelo GOB e pelo S.C.BRAS., pois fora ele, que em horas difíceis lhes tinha dado pleno apoio, em diploma de 5.7. de 1869 (em meu arquivo, veja Nota 76, pg. 142) declarando publicamente, que se tinha enganado “reconhecendo o Supr\Cons\(irregular) do Gr. Or. dos Beneditinos”, e indicando para representante do S.C.BRAS. nos EEUU o Ir\ John Quincy Adams Fellows, que foi imediatamente confirmado pelo GOB, e nomeando Pike depois o Ir\Francisco Leão Cohn para seu representante.
O Ir\Albert Pike, nascido na cidade de Boston em 29.12.1809, pode ser considerado, juntamente com George Washington, como um dos maiores maçons da nação americana, de todos os tempos. Era Jornalista, Editor, Advogado além de nas guerras dos Estados do Norte contra o México ocupou o cargo de General.
Foi o único americano, durante os 244 anos de história maçônica daquele país, que mereceu o título de GRÃO MESTRE VITALÍCIO. A sua cultura era quase fenomenal, lendo ele corretamente o Grego, Latim, Sânscrito, Francês e Espanhol, além de falar Alemão, Italiano, Português e diversos dialetos indus. Os seus poemas eram altamente estimados pelo seu contemporâneo Edgar Allan Poe.
Pois foi Albert Pike, que lançou a pedra fundamental para a importância da maçonaria americana, e ao falecer em 2.4.1891, com a idade de 82 anos, recebeu com justiça o cognome de “Patriarca da Maçonaria”.
E foi este personagem, que em 1.7.1884 escreveu a famosa réplica à bula papal de 20.4.1884 de Leão XIII, conhecida pelo nome de Encíclica HUMANUS GENUS, que condenava a Maçonaria com toda a violência. Esta resposta, revista, foi em 1.8.1884 publicada oficialmente pelo Supr\Cons\e Pike foi tão acertado e feliz em suas contra-provas, mostrando a inoportunidade e a sem razão da aludida bula, que desde então o Vaticano não mais tomou atitude tão frontal contra a maçonaria universal através de suas bulas papais, resumindo-se a combater os maçons pela legislação canônica ou outras declarações esporádicas.
Portanto, fora bem justa a homenagem que o GOB e a SCBRAS estavam prestando a Alberto Pike”.[17]
Encerrado este florilégio de pérolas maçônicas, já é hora de tirar algumas conclusões.
V – CONCLUSÃO
O fato estarrecedor que se impõe como conclusão preliminar não é tanto a falta de informação do povo maçônico brasileiro sobre a maçonaria nos EEUU em geral (Pike et caterva) e Prince Hall em particular, mas a desinformação, para não dizer informação seletiva, proporcionada por dois dos nossos maiores maçonólogos: Kurt Prober e Nicola Aslan.
Kurt Prober, por só realçar os aspectos positivos de Albert Pike, como visto acima e Nicola Aslan, por copiar ‘ipsis litteris’ a posição preconceituosa de Mackey[18] com pouca visão crítica, proporcionam uma ótica parcial dos complexos problemas maçônicos. A argumentação básica de Mackey é de que a Loja Africana nunca foi reconhecida pela Grande Loja de Massachusetts (caucasiana), a cujo corpo havia recusado sempre outorgar sua lealdade…
O Brasil maçônico passa hoje, em boa parte devido ao trabalho d’A Trolha, por uma revivescência de estudos maçônicos. Proliferam, no país, as Lojas de Pesquisas Maçônicas. A moda no momento são os ingleses e a Loja de Pesquisas Quatuor Coronati de Londres, fato que não deixa de ser altamente positivo. Se por um lado, estamos saímos, aos poucos, de nosso provincianismo maçônico, por outro, dentre os que sabem inglês, alguns começam a traduzir acriticamente os textos da Quatuor Coronati e difundi-los em escala industrial para um mercado ávido de informações.
Estamos preparando, no momento, uma monografia que talvez intitulemos de “Geopolítica da Maçonaria”, buscando mostrar como as grandes potências utilizam também a maçonaria para a sua estratégia de dominação econômica e cultural.
Não é preciso ser nenhum especialista em geopolítica para perceber que a Grande Loja da Inglaterra reconheceu e deu uma carta patente para Prince Hall e seus epígonos dentro de um contexto de guerra revolucionária, ou seja, procurava, de todos os modos, dividir a elite branca nativa dos Estados Unidos que almejava a independência da nação.
Findel, na sua arguta análise, relata que “no princípio da guerra, diz o Ir\ Barthelmess, os ingleses trataram e não foi em vão, de ganhar para seu partido aos índios e aos negros. Nas listas dos regimentos, encontram-se muitos nomes que levam a designação de black ou negro. Todo o mundo conhece o dano que os índios fizeram à milícia americana. A perspectiva de obter liberdade atraía, principalmente no Sul, os escravos que buscavam reunir-se em massa sob a bandeira do exército inglês e, ao término da guerra, abandonar o país de sua servidão e estabelecer-se em regiões que haviam permanecido sob o domínio da Inglaterra (Nova Escócia, Nova Brunswick e Canadá)”.[19]
Findel conclui seu capítulo intitulado “História Positiva da Franco-maçonaria Americana” com estas palavras que não devem agradar à Mackey e à Grande Loja Unida da Inglaterra: “estas cartas [de Prince Hall] provam não só a falsidade da afirmação que se tem sustentado de que a Grande Loja da Inglaterra tinha retirado sua patente pouco tempo depois de sua expedição, senão que ademais provam que se existe alguma negligência nas relações das duas lojas, deve atribuir-se a falta unicamente à Loja da Inglaterra”.[20]
Possa esta pequena monografia despertar o estudo da maçonaria Prince Hall, que, talvez, tenha mais interesse, como processo de aprendizagem, principalmente para os maçons negros brasileiros, não só pelo seu porte – pelos dados de 1989 seriam mais de 4675 lojas com quase 300.000 membros – como também pelo seu processo de luta num país dividido por uma tremenda luta racial. Sem embargo, o estudo e a reflexão sobre Prince Hall, é de importância vital para que os maçonólogos brasileiros – brancos, pretos, mulatos e tutti quanti – aprendam, neste cipoal de fatos históricos, a trama do poder mundial que, na maioria das vezes, utilizam a maçonaria e os maçons ingênuos, em função dos objetivos estratégicos de poder.
A título de curiosidade e da amenização do rancor da maçonaria caucasiana norte-americana, apresenta-se a seguir a relação, obtida na Internet, das Grandes Lojas que já reconhecem, admitem conviver e permitem inter-visitação com as Lojas Prince Hall: California, Colorado, Connecticut, Idaho, Kansas, Massachusetts, Minnesota, Nebraska, North Dakota, Ohio, Vermont, Washington, Wisconsin e Wyoming. No Canadá, as seguintes Grandes Lojas: Manitoba, New Brunswick, Nova Scotia, Prince Edward Island e Quebec. Desnecessário dizer que Prince Hall (Massachusetts) é reconhecida pelas Grandes Lojas da Inglaterra e da Irlanda. Fato pitoresco e grotesco é que a Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece as Grandes Lojas da Nova Escócia, do Novo Brunswick e do Quebec e um certo número de Grandes Lojas nos EEUU, mas proibiu os seus membros de visitar as Lojas dessas jurisdições visto que tais jurisdições reconheceram Grandes Lojas Prince Hall em vários estados que não o de Massachussetts!
Recentemente o Supremo Conselho do R.E.A.A. dos EE.UU – Jurisdição Norte concordou em manter um reconhecimento mútuo com o Supremo Conselho do R.E.A.A. Prince Hall.
Para se ter uma amostra da longa trajetória do reconhecimento, supondo-se que todas as Grandes Lojas caucasianas desejassem reconhecer todas as Grandes Lojas Prince Hall e vice-versa, haveria a necessidade de 2200 reconhecimentos mútuos, haja vista existirem 51 Grandes Lojas caucasianas “regulares” nos EEUU enquanto que as Grandes Lojas Prince Hall “regulares” somam 43. Quantos anos seriam necessários para que se processasse tal reconhecimento entre as 94 Grandes Lojas? Quem viver, verá.
7 – B I B L I O G R A F I A
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Notas:
——————————————————————————–
[1] WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989.
[2] GRIMSHAW, William Henry, Official History of Freemasonry among the Colored People of North America, Books for Libraries Press, New York, 1971. A primeira edição apareceu em 1903.
[3] SHERMAN, John M., The Negro ‘Nacional’ or ‘Compact’ Grand Lodge, in Ars Quatuor Coronatorum, vol. 92, Anais da Quatuor Coronati Lodge Nº 2076, London, 1979, p. 148.
[4] APTHEKER, Herbert (ed), The Correspondence of W.E.B. DuBois, vol. 1, University of Massachusets Press, 1973, p. 402 in WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p.17.
[5] WESLEY, Charles H., Prince Hall: Life and Legacy, United Supreme Council, A.A.S.R., S.J., P.H.A. & The Afro-American Historical & Cultural Museum, Washington, p. 51 in WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p. 18.
[6]KING, Nelson, Short History of Prince Hall Masonry in PHA Warning Large File, comunicado email INTERNET, 19/04/96.
[7] GOULD, Robert Freke., The History of Freemasonry – Its Antiquities, Symbols, Constitutions, Customs, Etc., III vol., T.C. & E.C. Jack, Grange Publishing Works, Edinburgh, 1887, p.454.
[8]DAVIS, Harry A. , A History of Freemasonry Among Negroes in America, United Supreme Council, A. A.S.R., S.J., P.H.A, 1946, p. 29 in WALKES, JR., Joseph A., opus cit., p.18.
[9] WALKES, JR., Joseph A., opus cit., p.7.
[10] MACKEY, Albert G., Jurisprudence of Freemasonry, Macoy Publishing & Masonic Supply Co., Inc., Richmond, Virginia, 1980, p. 296.
[11] A partir do final do século XIX os antigos nomes das Grandes Lojas passam a se chamar Grande Loja Prince Hall de (nome do Estado), com toda a certeza a idéia foi estimulada pelo livro de Grimshaw que exerceu tremenda influência no mundo maçônico negro, apesar de conter muitas ficções.
[12] MACKEY, Albert Gallatin, Enciclopedia de la Francmasonería, vol. II, Editorial Grijalbo, Mexico, 1981, p.649. Como a tradução espanhola estava confusa optei por traduzir direto do inglês no livro de WALKES, opus cit. p. 74.
[13] SHERMAN, John M., The Negro ‘Nacional’ or ‘Compact’ Grand Lodge, in Ars Quatuor Coronatorum, vol. 92, Anais da Quatuor Coronati Lodge Nº 2076, London, 1979, p. 154.
[14] DUNCAN, Robert Lipscomb, Reluctant General: The Life and Times of Albert Pike, E.P. Dutton and Co., New York, 1961, p. 162.
[15] WALKES, Joseph A., The Ku Klux Klan and Regular Freemasonry, FPS, pp. 3-8 in Phylaxis, vol. VIII, nº 1, 1st Quarter 1982.
[16] WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p. 84.
[17] PROBER, Kurt, História do Supremo Conselho do Grau 33\ do Brasil, vol. I/1832 a 1927, Livraria Kosmos Editora, Rio de Janeiro, 1981, p. 184.
[18] Comparar o verbete NEGROS NA MAÇONARIA de Nicolas Aslan no Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, vol.III, Ed. Artenova, Rio de Janeiro, 1974, p. 730 com o verbete NEGRAS LOGIAS, LAS de MACKEY no Enciclopedia de la Francmasonería, vol.III, Editorial Grijalbo, Mexico, 1981, p.1046.
[19] FINDEL, J.H., Historia General de la Francmasonería in FRAU ABRINES, Lorenzo, Diccionario Enciclopédico de la Masonería, vol.IV, Editorial del Valle de Mexico, México, 1976, p.151.
[20] FINDEL, opus cit., p. 152.
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