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“Pazuzu, Senhor das Febres e Pragas, Anjo Negro dos Quatro Ventos com genitais apodrecendo dos quais uivam dos dentes afiados sobre as cidades atacadas…” – William S. Burroughs, Cities of the Red Night (Cidades da Noite Vermelha)
O mais poderoso demônio do vento das cidades perdidas da Assíria e Babilônia pode ser considerado como a mais malevolente força elemental no mundo da mitologia. Como Pazuzu, esse demônio do Oriente Médio alcançou atenção popular na sensacional novela de William Peter Blatty, The Exorcist (O Exorcista). O filme inspirado nesta novela trouxe o assunto de possessão demoníaca para um contexto popular, mas isso foi deixado mal entendido, para [uma] seqüela atmosférica, The Exorcist II: The Heretic (O Exorcista II: O Herético), dirigido por John Boorman, para representar as forças maléficas de Pazuzu num autentico, contexto mitológico como um varredor do deserto, causador da desolação e praga. Isso foi imaginado efetivamente no filme como um enxame de lacustas, noticiando um apocalipse de fome.
Nesse livro erudito, The Domain of Devils (O Domínio dos Diabos), Eric Marple descreve o demônio do vento como a mais terrível de todas entidades demoníacas, tendo poder para espalhar doenças repugnantes com sua ígnea e seca respiração. O demônio tem “para uma cabeça muitos crânios descarnados de cão”.¹ Representando morte, doença, e como sem carne, morte cerebral, o varredor do deserto, fome. Significativamente, Willian Woods explica na sua “História do Diabo”:… Na Mesopotamêa o demônio chifrudo, Pazuzu, montou no vento e espalhando malária…”² deste modo acentuando [o poder] destrutivo do demônio montado como “senhor de todas as febres e pragas.” Quiçá referindo-se a Pazuzu como o dragão devorador, Typhon, “anjo dos ventos fatais”, equiparado com a doença Typhoide.
Outra representação do demônio do vento pode ser traçada no velho testamento, onde o diabo é descrito como um criatura negra hirsuta, um invasor do deserto das terras perdidas. ³
A idéia de um demônio do vento como criatura do deserto talvez derive da concepção egípcia de Set, o destruidor, o mais antigos dos deuses, o qual foi representado como um estranho cão-como-animal, distinto do varredor “denizen” do deserto, o chacal. Kenneth Grant chamou essa manifestação de Set, [de] Shugal “a simbólica raposa do deserto de Set”, a metade mal da Besta 666″ o número de Shugal [é] 333. A metade má da besta é Choronzon (333), outra criatura pestilenta representando o caos em toda sua latencia ou aspectos manifestados. É dito ter Choronzon conduzido Aleister Crowley a insanidade pela invocação [feita por Crowley] da entidade no deserto do Norte da Africa.5 Representando a malícia do caos e da destruição, Choronzon é provavelmente um dos mais complexos símbolos do ocultismo ocidental.
Interessantíssimo, na explicação sobre Pazuzu na concepção da Besta, nós encontramos seu número 107. Kenneth Grant explica que este número é o número do anjo de Leão , OVAL, o mensageiro da Besta.6 Oval literalmente significa “ovo”, e por essa razão refere-se ao Aeon do “filho”, ou Aeon de Set, no qual está ainda em forma embrionária. Em muitas das teologias antigas do mundo, esse Aeon final é a era da destruição, quando o Mensageiro da Besta, Pazuzu, entregará sua palavra: o uivo do pestilento vento do deserto. Os antigos terão reconhecimento dessa palavra [n]o terrível “grande dragão” : ATEM, de quem o número é 440, isso é também o número do “aniquilador”, “cessar”, “desaparecer”, e, significativamente, “completo”, ao qual deve se referir ao termino do ciclo, como ATEM, é também a deusa da periodicidade, idêntica a terrível deusa hindu, Kali a destruidora. Interessante também notar que 107+333=440. Essa formula pode representar o sopro ultimato do vento da devastação da boca do “grande dragão”, ATEM, a Besta do apocalipse.
No relato dessas concepções para o antigo demônio do vento sudeste do Oriente Médio, nós podemos entender porque esse símbolo foi considerado com tal temor e terror. Como o mais cruelmente destrutivo demônio do panteão das criaturas nefastas, o demônio do vento representa a destruição da vida humana.
Notas:
1.Maple, p.18
2.Cavendish, Richard, The Powers of Evil (Routledge, Kegan & Paul 1975)
3.Grant, Kenneth, Nightside of Eden (Muller 1977)
4.Symonds, John, The Great Beast, p.126-145 (Mayflower 1973)
5.Grant, Kenneth, Outside the Circles of Time p.133, (Muller)
6.Ibid p.247
por: Stephen Sennitt, Tradução Livre: Luiz Marques
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