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Para o ocultista cristão e católico Eliphas Levi, a visita dos Reis Magos ao menino Jesus tem um significado esotérico: a religiosidade baseada em rituais mágicos, antiqüíssima, já corrompida e utilizada de forma abusiva [magia negra] deveria se ocultar aos olhos do mundo, do povo, para dar lugar a uma religiosidade ideológica, caracterizada pela ética e paranormalidade eventual do pensamento e fé cristãos. Uma instituição que cai para dar lugar a outra.
Nos evangelhos apócrifos, os Magos são apresentados com detalhes que não aparecem nos livros canônicos. Os estrangeiros eram reis porque eram magos, ou seja, praticavam a “arte real”; ou seja, Não eram reis no sentido político do termo, porém reis em virtude da magia, que em épocas muito antigas era chamada sanctum regnum, ou santo reino.
Chegaram a Jerusalém acompanhados por uma comitiva de 12 mil homens. Saíram de suas terras de origem porque foram avisados e guiados por um anjo que assumiu a forma de uma estrela – a estrela guia ou estrela de Belém. Foram testemunhar o cumprimento de uma profecia tão antiga quanto Adão que anunciava o nascimento de um rei dos judeus que seria o Salvador do mundo. Os presentes que ofertaram eram símbolos de profundo significado: ouro, representado a realeza da criança; o incenso, sua natureza divina e a mirra* prenunciava a morte pelo bem Humanidade e a imortalidade depois desta vida [um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus – João 19: 39 e 40)].
* MIRRA: resina extraída da árvore do mesmo nome [Commiphora molmol]. É utilizada em medicamentos porque é anticéptica. Entre os egípcios, era usada no processo de mumificação; também pode ser manipulada como incenso em funerais e cremações. Sua fragrância lembra o cheiro da terra.
Escreve Levi, em Dogma e Ritual da Alta Magia:
“A estrela alegórica dos magos outra coisa não é senão o misterioso pentagrama; e estes três reis, filhos de Zoroastro (discípulos), guiados pela estrela flamejante ao berço do Deus microcósmico, seriam suficientes para provar as origens inteiramente cabalísticas e verdadeiramente mágicas do dogma cristão. Um destes reis é branco, outro preto e o terceiro é moreno. O branco oferece ouro, símbolo da vida e da luz; o preto oferece mirra, imagem da morte e da noite; e o moreno apresenta o incenso, emblema do dogma divino, conciliador dos dois princípios (vida e morte); depois voltam ao seu país por um outro caminho, para mostrar que um culto novo é simplesmente um novo caminho para levar a humanidade à religião única, a do ternário sagrado (Santíssima Trindade) e do irradiante pentagrama, um único catolicismo …” [p 275 | 276].
Estes Magos, pertenciam à escola de Zoroastro, Pérsia mas são reconhecidos como proveniente de três continentes: Europa, Ásia e África, os “três mundos” conhecidos na época. Os nomes dos magos também guardam uma simbologia: Gaspar, “Aquele que vai inspecionar”, era um jovem; Belchior, “Meu rei é Luz” um velho e Baltazar, “Deus manifesta o rei”, um coroa na casa dos 40 anos. Atualmente, estes magos são considerados santos e seus supostos restos mortais encontram-se na catedral de Colônia, cidade de Colônia, Alemanha.
por Ligia Cabús
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