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por Tiffany (Aurora Sagrada)
Coisas que já ouvi de buscadores da magia que não acreditavam em magia (não eram meus alunos):
– Faço um curso de magia, mas não o pratico e não sei se acredito; apenas continuo pagando.
– Não acredito em magia, mas quero me aproximar da professora do Instagram. Assim, pago pelo curso, mesmo que nossa relação seja apenas comercial. Ainda tenho esperança de que um dia ela me note.
– Estou fazendo um curso de magia, mesmo achando que pode ser tudo uma fraude. Quanto mais faço, menos sei o que realmente funciona para mim.
– Quero ser mago, mas não quero ler grimórios ou estudar.
– Acho que não há problema em criar coisas novas na espiritualidade e ganhar dinheiro com isso, inclusive inventar nomes para entidades. – Afinal, o mundo espiritual é um caos e não possui regras claras.
– Gosto de assistir às aulas de magia, mas não acredito em nada do que é ensinado.
– Você já frequentou um local apenas por frequentar?
Às vezes, buscamos coisas sem saber exatamente o que estamos procurando. Entramos em cursos, fazemos parte de grupos ou seguimos práticas que parecem promissoras, mas, por dentro, ainda há um vazio. A busca por algo maior é comum a todos nós; queremos entender nosso propósito, descobrir algo especial ou talvez conectar-nos com outras pessoas. Mas o que acontece quando essa busca é apenas uma fachada para outras necessidades mais profundas?
Quando alguém se inscreve em um curso de magia sem acreditar, isso pode ser um sintoma de algo mais abrangente: a necessidade de conexão humana. O desejo de ser aceito, de ser parte de algo maior, pode nos levar a situações em que questionamos nossas próprias crenças. Queremos ser incluídos, queremos fazer parte de um grupo, mas, ao mesmo tempo, podemos sentir que algo não está certo.
O desafio é entender se a busca está alinhada com quem realmente somos. Se as motivações estão enraizadas em algo que queremos para nós mesmos ou se estamos tentando preencher um vazio com soluções externas. Ao pagar por um curso no qual não acreditamos, estamos investindo em algo que não nos alimenta verdadeiramente. Vale o esforço?
Quando a autoestima é baixa, o desejo por validação externa é insaciável. Não importa quanto esforço seja feito para agradar, para pertencer ou para ser notado; a sensação de vazio persiste. Pior ainda, quando as pessoas por quem nutrimos admiração não são recíprocas ou são indiferentes, isso pode minar ainda mais a autoconfiança.
O primeiro passo para superar essa dinâmica é reconhecer a própria dignidade e o próprio valor, independentemente da aprovação externa. Todos nós temos algo único a oferecer, mas isso só se revela quando nos permitimos ser autênticos. Se uma pessoa está constantemente buscando aprovação e aceitação de quem não oferece reciprocidade, é preciso questionar o que ela está realmente ganhando com isso.
Uma solução está em desenvolver interesses próprios, investir em atividades que tragam satisfação pessoal e conectar-se com pessoas que ofereçam apoio genuíno. Isso não significa ignorar os outros ou isolar-se, mas sim estabelecer relacionamentos baseados em respeito mútuo e autenticidade.
Quando uma pessoa se reconhece como valiosa por quem ela é, sem precisar se espelhar nos outros, ela começa a construir uma autoestima sólida. É um processo lento, cheio de altos e baixos, mas é nesse caminho que ela pode finalmente deixar de se doar para quem não é recíproco e começar a atrair pessoas que realmente se importam. A jornada para se redescobrir pode ser desafiadora, mas é o único caminho para um relacionamento saudável consigo mesma e com o mundo ao seu redor.
Pode ser um caminho mais longo, mas talvez a resposta esteja dentro de nós mesmos. Antes de buscar respostas em cursos ou gurus, precisamos primeiro nos perguntar o que nos faz sentir completos. O que nos traz alegria, paz e sentido? A espiritualidade, a amizade, o amor e a autenticidade não podem ser comprados ou fingidos; eles vêm de um lugar mais profundo e pessoal.
Se você está participando de algo sem acreditar, talvez seja hora de dar um passo atrás e refletir sobre o que realmente está buscando. É um relacionamento significativo? Um propósito maior? A aceitação? Ao identificar essas necessidades, podemos começar a trilhar um caminho mais autêntico, um caminho que não seja apenas sobre seguir o grupo, mas sim sobre encontrar nossa própria verdade.
No final, todos nós estamos procurando nosso lugar no mundo. Não importa quão confuso ou desafiador seja o processo, a busca pela autenticidade é sempre a escolha mais gratificante. É ela que nos aproxima do que realmente importa e nos ajuda a construir conexões verdadeiras conosco mesmos e com os outros.
Quando uma pessoa carece de personalidade e autoestima, muitas vezes ela procura nos outros uma identidade para si mesma. É como se não houvesse um núcleo sólido, uma essência própria para orientar suas escolhas. E, em busca de sentido, essa pessoa pode acabar se apegando àqueles que parecem seguros, confiantes e carismáticos. Ela segue quem parece ter todas as respostas, mesmo que, por trás dessa fachada de autossuficiência, haja uma completa falta de reciprocidade.
Para essas pessoas, a aprovação dos outros se torna uma moeda de valor inestimável. O sorriso condescendente, a palavra amável ou até mesmo um simples “curtir” em uma rede social podem ser encarados como sinais de que estão no caminho certo. Elas se tornam como espelhos que refletem as personalidades alheias, tentando assimilar características, gostos e valores que acreditam ser mais interessantes do que os seus próprios.
No entanto, viver dessa maneira tem um custo.
Tiffany (Aurora Sagrada) é adepta da Bruxaria Eclética, ocultista, autora, oraculista e professora. Consultas, cursos e Books pelo link: linktr.ee/aurorasagrada
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