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por Joachim-Ernst Berendt
Não existe cultura que, desde os hindus dos Upanishades até os judeus com seus salmos, passando pelos babilônios e astecas, egípcios, japoneses e sufis, não acredite, teórica e praticamente, que a música é um hino de louvor. A intenção primordial do músico sempre foi homenagear, louvar com alegria e entusiasmo seu deus ou deuses. Desde o início, a música carrega essa energia em todas as ocasiões: no amor e na tristeza, na paixão e na resignação, na raiva e na dor. Ainda hoje, ela sustenta esse princípio. Somente aqueles que precisam do aspecto negativo da arte para se justificar acreditam ser ingênua a pessoa que, no final do século XX, considera que a música é feita para louvar. E não há dúvida de que ela realmente o é nas obras Licht, de Stockhausen; Turangalîla-Symphonie, de Messiaen; A Love Supreme, de Coltrane; Karuna Supreme, de Ali Akbar Khan; e na Sinfonia dos Salmos, de Stravinsky. Os Upanishades afirmam que “os cavalos da carruagem do Sol são formados por canções”. O Sol não percorre os céus sem a música.
O pesquisador de mitos, Marius Schneider, demonstrou que a raiz sânscrita bra significa tanto “crescer” quanto “cantar em louvor”. Essa raiz encontra-se no nome de Brahma, o deus da criação, e no de Brahman, o princípio cósmico. Assim, o universo expande-se através de cantos. Martin Buber nos lembra que as primeiras canções eram de louvor. E Marius Schneider resume: “Deus tem fome de música.”
Schneider, após dedicar sua vida ao estudo das religiões e tradições espirituais dos povos de nosso planeta, concluiu que essa máxima não se aplica apenas aos mitos védicos, mas a todos os mitos de todas as culturas. Para o homem, a verdade é que “o mundo cresce ao som da música.”
Mas que tipo de música? Agora sabemos que a música humana expressa as proporções do cosmos. Cada número não representa um som; cada som tem um valor numérico, e descobrimos que a natureza prefere — muito além das coincidências matemáticas — os números que são ao mesmo tempo sons.
A ideia de que “o mundo é som” não se encontra apenas nos mitos e lendas dos homens: os resultados de pesquisas baseadas em harmonia e outras disciplinas confirmam essa verdade. Encontramos os sons nos genes, na dança dos elétrons, no vento solar, no magnetismo terrestre, no clima e nos cantos das flores e plantas.
De todas as músicas não humanas que encontramos na natureza, uma está muito próxima de nós: o canto dos pássaros. Ele pode ser ouvido na mesma frequência de audição que a nossa música e é tão semelhante que nos referimos a ele como “canto”. Há milhares de anos, músicos se inspiram no canto dos pássaros, não apenas flautistas, mas também compositores de sinfonias e obras para órgão, como Beethoven, em sua Sexta Sinfonia; Messiaen, em muitas de suas composições; Respighi; e Albert Mangelsdorff, em suas improvisações.
Zoólogos e ornitólogos tentam “explicar” a música dos pássaros, como tudo o mais, em termos de evolução. O canto dos pássaros, segundo eles, está relacionado à reprodução e à sobrevivência da espécie. Mas quem tem algum conhecimento sobre biologia sabe que a natureza dispõe de mecanismos muito mais diretos e eficientes para alcançar a sobrevivência e a procriação, mesmo sem música.
O crítico científico Paul Feyerabend afirmou: “Os cientistas postulam aquilo que desejam provar. Quem conhece biólogos sabe disso. Seus postulados fundamentais — quase um trauma — são os mecanismos da evolução. Tudo deve ser explicado a partir disso. Por isso, suas pesquisas ornitológicas ‘provam’ o que eles postulam. É uma prova circular, dentro da qual o pensamento científico se afirma continuamente, excluindo a priori o que eles consideram não científico. Dessa forma, sempre encontram apenas aqueles fatos que já conheciam e que explicam suas teorias. E, uma vez que o biólogo se ocupa, por princípio, apenas com as próprias hipóteses, questões e experiências dentro da sua teoria, ele dificilmente consegue ir além de si mesmo.”
Então, um cientista desse tipo deve achar ridículo e ingênuo quando perguntamos se o canto dos pássaros é um hino de louvor. Mas quem explica esse canto de modo biológico parece um pouco com um cientista que encara a música humana do mesmo modo, o que é bem possível. Podemos imaginar o seguinte: um astronauta, pertencente a outra civilização e distante de nosso planeta, visita a Terra, assiste a um concerto de música — talvez jazz ou rock, em um desses festivais. Ele não se sintoniza muito com a música, mas observa que moças e rapazes se encontram, paqueram, veem e abraçam-se naquela ocasião, indo juntos para casa depois do festival. De volta a seu planeta natal, ele desenvolve uma tese científica: na Terra, a música existe em função da procriação, tem apenas uma função biológica…
Podemos rir disso tudo, mas nossos biólogos fazem exatamente a mesma coisa quando falam sobre a “função puramente biológica” do canto dos pássaros. Os cientistas têm razão — mas sua descoberta não trata do essencial, como tampouco a “descoberta” do extraterrestre apreendeu o essencial da música humana. O que os cientistas comprovaram é que a natureza também utiliza o canto dos pássaros — como, de vez em quando, ocorre com os efeitos da nossa música — para atingir seu objetivo: a procriação. A evolução das espécies busca auxílio em tudo, inclusive na música.
Essa é como a rosa de Angelus Silesius: “Ela floresce porque floresce. Ela não conhece um porquê.” Música soa porque soa. Se isso se aplica às canções humanas, também se estende a qualquer tipo de música, incluindo a dos pássaros.
Se os cientistas têm o direito de basear-se no princípio da evolução, também temos o direito de defender o postulado do canto de louvor — e logo veremos que essa tese nos leva, até no sentido científico, mais longe em nossas conclusões. Os biólogos não conseguem inserir os cantos de louvor em seus conceitos; mas no cosmo daqueles que postulam tais cantos, há lugar também para as descobertas da ciência tradicional. Como esse pensamento científico é restrito, Schopenhauer assim definiu o canto noturno do rouxinol: “Um desperdício artístico incompreensível, derramado sobre um animalzinho inconsciente.”
Diríamos ainda que a música humana e o canto dos pássaros são a manifestação de um princípio que encontramos em todos os cantos da natureza, até mesmo nos sons inaudíveis aos nossos ouvidos. Os zoólogos falam das danças de alegria dos chimpanzés. Eles acreditam que tais manifestações são necessárias para a procriação dessa espécie, mas os macacos também se acasalam antes de ter dançado. É óbvio que essas danças facilitam a procriação, tornando-a mais leve e intensiva. Acontece o mesmo com a dança e música humanas, mas nenhum cientista até hoje conseguiu provar que elas servem apenas para o acasalamento.
A zoóloga Jane van Lawick-Goodall filmou, na reserva de Gombe, na África, durante e depois de uma forte chuva, uma dança frenética dos chimpanzés que, sem sombra de dúvida, não tinha nada a ver com a procriação. Os machos pulavam, se jogavam no chão, rolavam ribanceira abaixo, berrando o tempo todo, como também pode acontecer com pessoas em estado de grande euforia. Não havia uma fêmea sequer por perto. Jane não pôde tirar outra conclusão: os macacos estavam loucos de alegria, festejando a chuva.
Claramente, uma “dança da chuva” não acontece apenas uma vez; obviamente, ela ocorre outras vezes — e não apenas entre os macacos. Os elefantes fazem sua dança trombeteando sem parar e se mexendo com uma leveza espantosa, talvez manifestando dessa forma a sua felicidade. À noite, os ratos cangurus tamborilam o chão com suas fortes patas traseiras num ritmo fascinante, semelhante ao do cerimonial dos tambores dos iorubás. Quando os ritmos iorubás expressam alegria, amor e conexão com a natureza, é óbvio que os mesmos sons expressam iguais emoções no caso dos ratos. Afinal, é o mesmo ritmo, a mesma música — podemos inferir que deve ser a mesma mensagem.
Lobos e coiotes, como Jim Nollman observou e gravou, baleias e golfinhos, segundo pesquisas de John e Antonietta Lilly, cantam com as pessoas. Alguém começa a cantar e eles juntam suas vozes. Nollman e os Lilly fizeram um teste semelhante: quando eles começaram a cantar desafinado, as baleias, coiotes, lobos e golfinhos se calaram. É provável então que eles tivessem os mesmos critérios humanos, mas frequentemente eles reagiam mais depressa, tinham mais sensibilidade e não toleravam cantos desafinados.
Exemplos impressionantes da expressão de dança e música na natureza são as baleias. Seus cantos expressam emoções tão claras que muitas pessoas, ouvindo-as cantar dentro da noite — por exemplo, no Point Lobos, no norte da Califórnia (EUA), ou numa das ilhas da Terra Nova (Canadá) —, acreditaram que se tratava de um canto humano: “A gente fica triste, ouvindo-as cantar. A gente tem vontade de chorar.” Há músicos que usaram os cantos das baleias em suas próprias composições e improvisações.
Os sons da música das baleias são mais diferenciados na escala e mais intensos que a linguagem humana. Os mais complicados são os sons das falsas orcas. É claro também que os zoólogos acreditam que as baleias, com sua música, se preparam para o acasalamento e, além disso, que elas cantam para poder orientar-se através do eco. Mas, para essas duas finalidades, os sons não precisam ser tão complicados e diferenciados. E alguns zoólogos mais jovens da Califórnia os consideram um “abono extra da natureza” que não pode ser explicado através da biologia e da evolução.
A sensibilidade ao som e ao ritmo é mostrada nas baleias também nos seus movimentos. Elas nadam num compasso de três tempos: com um “um” enfatizado as baleias emergem do mar, e durante um “dois, três” elas mergulham de novo abaixo da superfície. Do mesmo modo, mergulham com o “um” do próximo compasso, nadando por baixo da água durante os próximos “dois, três” e emergindo novamente no próximo “um”, e assim por diante. É como se fosse o ritmo de uma valsa que as faz movimentar-se para baixo e para cima, verticalmente durante o “um” e horizontalmente durante o “dois, três”. Assim, as baleias nadam distâncias enormes — por exemplo, todos os anos elas cobrem a distância de 16.000 km entre o Alasca e a Baixa Califórnia, no México, mais a viagem de volta.
Carl Gustav Jung conta, em seu livro Reflexões Sobre a Essência da Psique, que os membros de uma tribo da África equatorial, próximo à montanha de Elgon, saíam de suas cabanas ao nascer do Sol, as mãos à frente das bocas, cuspindo ou soprando dentro da palma da mão. Depois eles levantavam os braços, com as palmas viradas para o Sol. Jung perguntou-lhes o que significava aquilo, mas não conseguiram dar-lhe uma explicação. Eles sempre fizeram desse modo, tendo aprendido com seus pais e estes, dos pais deles. O pajé, perguntado, também não soube explicar, assegurando apenas que seu avô tinha sabido.
Era simplesmente uma tradição: fazia-se sempre assim ao nascer do Sol. Os pais aprenderam com seus pais, assim como os elefantes e os pássaros cantantes, as abelhas nas suas cerimônias de bodas, as formigas, os peixes e centenas de criaturas que apresentam fenômenos semelhantes.
Nenhum desses fenômenos é necessário para preservar a espécie, mas oferece um espaço no qual a procriação pode ser diferenciada, mais rica, leve, alegre e solta — porque a música, a dança também o são. Elas diferenciam os ambientes da procriação. Destes, o mais diferenciado de todos é o que chamamos amor. É este o objetivo da diferenciação — e não sabemos com quem e onde ela o atinge. Com os seres humanos, ela sempre o consegue? Sabemos que não. Como saber então que apenas em nossa espécie é esta sua meta? É possível que exista uma escala, mas também tem sentido aceitar que essa música, dança, essas manifestações de felicidade — todas as diferenciações da alegria de viver — tenham o mesmo fundamento. É óbvio que os movimentos complicadíssimos e variados, as linhas, as curvas que os mosquitos desenham no ar não são menos desenvolvidos e talvez até bem mais difíceis de executar do que uma coreografia do Balé da Cidade de Nova York. E pode ser também que a linearidade maravilhosa, muito harmoniosa, de certas danças executadas por determinadas espécies de peixes seja mais densa e bem mais complexa que as linhas de uma fuga de Bach.
A dança está em tudo — até mesmo nas dimensões da ameba —, e até os físicos da teoria quântica já usam a expressão “dança” para se referir ao comportamento das partículas do núcleo atômico. É possível que essa seja a dança primordial, a qual condiciona e modela todas as outras danças — e o equivalente acústico da dança, a música — da natureza e do cosmos.
As partículas dançam e o mesmo acontece com tudo dentro do universo: a dança de Shiva, na qual o cosmos sempre se recria e se renova, crescendo sempre — no sentido da sílaba primordial bra, significando crescer e cantar em louvor. E os dois sentidos reunidos são o princípio do cosmos: Brahman.
É óbvio há algum tempo que as ideias do canto de louvor e do amor — para agradar aos biólogos, a procriação — não são contrárias. A última é uma ideia evolucionista, mas as duas têm a ver com a evolução: o desenvolvimento não apenas no sentido biológico, mas também no de Teilhard de Chardin: “Louvar é amar.” Originalmente, em termos linguísticos, existia apenas uma palavra para exprimir os dois conceitos. Amar e louvar eram, então, a mesma coisa.
Nas tradições tântrica e javanesa antigas, existe uma “escada de amor”. Aprende-se que, quando uma mulher ama um homem, ela ama — nesse único homem — todos os homens. E quando um homem ama uma mulher, ele ama — nessa única mulher — todas as mulheres. E quando ela ama todos os homens e ele todas as mulheres, eles amam todos os seres humanos. E quando amam todos os seres humanos, amam todos os seres e o “ser”. Amam o Ser, amam a força criativa e a energia do universo, que muitos chamam de Deus. Eles amam. Ponto final. Quem eles amam em particular é apenas uma questão de fixação, do destino individual de cada um.
Nos degraus da “escada de amor”, a palavra “amor” pode ser substituída — sem perder nada do seu sentido — por “louvar”. Não somos seres separados do resto da natureza, e isso é demonstrado nesse ensinamento. A antropologia do século passado aceitou que o ser humano se destaca do animal porque é capaz de fazer ferramentas. No entanto, observou-se que macacos também fazem ferramentas simples. Mais tarde surgiu a ideia de que o homem é diferente dos animais porque sabe falar. Porém, agora sabemos que a informação contida em meia hora do canto das baleias é muito mais rica que toda a “Odisseia” de Homero. Além disso, as baleias desenvolveram dialetos em sua linguagem original — como os dialetos humanos —, mas sutilmente diferenciados.
Convergência de Inteligências
Huizinga introduziu a ideia do homo ludens, o homem que brinca. Mas peixes, mosquitos, macacos, gatos e ratos também brincam. Hegel disse: “O ser humano é o ser criativo na sua fenomenologia do espírito”, mas hoje sabemos que todo o universo cria. Os racionalistas pensavam que o homem era o único ser inteligente, sem compreender que isso quer dizer muito pouco.
Atualmente, torna-se cada vez mais difícil diferenciar a inteligência humana da do computador, e já foram escritos grossos livros para provar a diferença. O pensamento de que apenas os seres humanos podem pensar era uma ideia aceita por todos nós. Contudo, em 1984, uma firma farmacêutica publicou o artigo “Bactérias podem pensar?”, enriquecido com material farto provando que, realmente, as bactérias pensam. Segundo Richard Fester, os pesquisadores behavioristas atualmente consideram que suas cobaias — mamíferos, aves — têm muito mais inteligência e capacidade de aprendizagem do que se atribuía há 20 anos ao homem paleolítico.
Então, o que sobra? Nada nos separa. Existem apenas graduações, desvios graduais, flutuações e oscilações entre nós e o universo. Não somos seres separados do todo.
A escada nos leva adiante. Não é possível que ela pare conosco. Ela nos leva para baixo e para cima — ao macro e ao microcosmo, ao universo. A escada se manifesta no acontecer harmonioso, já existente desde Pitágoras, mas nunca tão abrangente como em nossos tempos, mesmo que mostrando uma parte de um todo ainda não descoberto.
E, quanto mais os cientistas e evolucionistas se voltarem em direção oposta ao pensamento mecanicista e materialista, tanto mais eles se abrirão aos padrões musicais e rítmicos do universo. Porque, quanto mais a ciência se abre também para a parte direita do cérebro, utilizando as duas partes cientificamente, tanto mais cedo ela começará a descobrir princípios anteriormente considerados antiestéticos e, por isso, sem valor.
Música, Dança e Harmonia Oculta
Já podemos constatar, sem sombra de dúvidas, que o canto e a dança das baleias, as ondas de canto que os pássaros espalham todos os dias ao seu redor, o trombetear triunfante dos elefantes, os padrões e curvas desenhados por peixes em águas tropicais — tudo isso são modelos, emanações de um comportamento básico do cosmos que se tornaram audíveis e visíveis. Vemos tal manifestação na dança dos prótons, no martelar dos pulsares, que estão a milhões de anos-luz da Terra, trovejando no universo, perturbando nossos microfones. Por todos os lados encontramos esses modelos: nas ondas do mar, nos desenhos das ostras e corais, nas sinfonias dos homens, em toda a música e toda a dança. Música e dança estão em toda a parte, como amor e louvor. Por todos os lados constatamos, como Blake: “Energia é delícia.” E como disse Heráclito: “A harmonia oculta é mais poderosa que a harmonia revelada.”
Os poetas falam da comemoração da vida, o festival da vida. Essa comemoração não é apenas um atributo da vida, um aspecto: é a própria vida.
Mas onde ficam as discórdias, as dissonâncias? Porque percebemos diariamente que a vida é também odiar, vomitar, sentir medo, raiva, presenciar assassinato, guerra, doença, velhice, miséria, fome, dor, morte — tudo isso no sentido usado por Heráclito: aquilo que é revelado. E, opondo a revelação ao oculto, ele esclareceu: “O oculto é mais poderoso que o revelado.” Quer dizer então que também a dissonância contém harmonia? As pesquisas feitas pelos cibernéticos já revelaram que o caos não existe. O que nos parece caos também é ordem, mas não conseguimos percebê-la como tal.
Se a escala temperada é a única verdadeira e natural na música, então todos os sons pertencem a ela. Apenas que os sons que nos parecem harmoniosos vêm primeiro, parecem-nos mais próximos. Mas, depois, surgem os menos harmoniosos, que se encontram mais longe. Os poucos que os alcançaram “revelaram” a harmonia oculta. Eles agora sabem que tudo é harmonia. É verdade que aquela com a qual estamos acostumados é mais óbvia; mas, por outro lado, a harmonia oculta é mais poderosa.
“Sua voz fica inaudível”, diz o Salmo 19. O salmista se resigna? Heráclito é mais forte. Ele exige que a harmonia inaudível seja audível; revelá-la é a nossa tarefa. O que é revelado não satisfaz. Devemos descobrir harmonia onde não a percebemos — ou melhor, ouvirmos, sentirmos, cheirarmos, onde ela ainda está oculta.
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