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Escrito por Tau Valentin II
Tradução e Organização Tales de Azevedo[1]
PUBLICADO POR DETERMINAÇÃO DE SUA GRAÇA, O PATRIARCA E POR ORDEM DO ALTÍSSIMO SÍNODO
Decreto do Altíssimo Sínodo Gnóstico para a publicação do Catecismo:
O Altíssimo Sínodo Gnóstico, reunido em Paris, o 10º dia do 7º O mês do décimo ano da Restauração da Gnose, decretou: O Catecismo Gnóstico, contendo três partes e precedido por um mandato de Sua Graça, o Patriarca, que deverá será publicado incessantemente e por toda a Escuridão do Kenoma.
Que assim seja, pelos Santos Eons.”
” Por decreto do Altíssimo Sínodo, e pelo o Grande Referendo do Selo, Bispo de Concorezzo e Coadjutor do Bispo de Toulouse, Comandante da Ordem da Pomba do Paráclito” + Paul
Imprimateur:
Tau Valentin
publicado em L’Initiation , setembro de 1893.
Preliminares
Capítulo I – A Confissão De Fé
- – És gnóstico?
- – Sim, eu sou um gnóstico.
- – O que é Gnosis?
- – Gnose é a ciência da iluminação
- – O que você quer dizer com isso?
- – Quero dizer a ciência do Divino, com o Humano e do Natural, da Natureza, do Infinito com o Finito
- – Então, o que é um gnóstico?
- – É alguém que possui a ciência das coisas divinas
- – Esta ciência se opõe à fé?
- – A ciência se opõe à fé cega, mas não à fé que é reflexiva, profunda e racional.
- – Essa definição é contrária aos ensinamentos dos apóstolos?
- – Não, porque Paulo queria que os coríntios crescessem em fé, fala, ciência e boa vontade (2, Coríntios., VIII-7) [Pistei kai logô kai gnôsei kai pasê spoudê] e Pedro acrescenta fé à ciência (2, Pedro, 1-5).
- – O que você conclui disso?
- – Concluo que um verdadeiro gnóstico possui “conhecimento racional e científico das coisas divinas”, ou seja, conhecimento do Absoluto e manifestações do Absoluto.
- – Por favor, recite a profissão de fé?
- – Confesso a doutrina da Emanação e Salvação através da Gnose. [Por Salvação, entendemos emancipação do domínio do Demiurgo e reintegração dentro do Pleroma.]
- – Essa confissão, acompanhada de moral, fornece Salvação?
- – Sim, pela graça dos Santos Eons.
Primeira Parte
Capítulo II – A Origem Ou Simão o Mago
- – Conte-nos sobre as origens da Gnose.
- – Eterna como é a Verdade, a Gnose apareceu no Tempo e no Espaço, em um formato concreto, após a descida astral de Jesus, a Flor do Santíssimo Pleroma.
- – Onde e como?
- – Em Samaria, após a ascensão, através da revelação de Simão Mago.
- – Conte-nos desse grande homem.
- – O Mago de Samaria foi o primeiro doutor da Gnose; seus ensinamentos contêm a semente da magnífica doutrina que é a expressão mais luminosa do Absoluto.
- – Ele criou a Gnose?
- – Não, [pois a Gnose] é a Verdade e, portanto, não foi criada e sim revelada.
- – Então era desconhecida antes dele?
- – Sim, no formato ocidental; mas o Oriente o havia ensinada em seu formato esotérico. Ela é, foi e será a vestimenta mística da Verdade.
- – Onde nasceu o Mago?
- – Em Gitta, Samaria.
- – Qual o nome do revelador?
- – Ele tinha o nome de Grande Virtude de Deus.
- – Por quem ele foi assistido?
- – Por uma mulher sublime, chamada Helena, que ele conheceu em Tyr, arrancando-a de lugares infames e libertando-a da tirania do mal e das conexões com a queda.
- – Simão era um cientista?
- – Sim, ele possuía a ciência de Platão, os dons da oratória e da poesia. Ele conhecia anatomia. Ele descobriu a lei da circulação sanguínea. Finalmente, ele foi um grande teurgista e taumaturgo.
- – Isso é tudo?
- – Ele tinha uma alma simples e correta e uma honestidade incontestável.
- – Qual foi sua conduta em relação aos apóstolos?
- – Já famoso na época das primeiras missões cristãs, ele pediu o batismo ao diácono Felipe, como uma iniciação superior.
- – Como você explica sua conduta em relação a Cefas [Pedro]?
- – Na exigência que ele fez a Pedro de conferir-lhe o Espírito Santo pelas imposições das mãos, ele nunca viu um conflito com seus princípios. Ele não ofereceu dinheiro para comprar o Espírito Santo, como alguns indivíduos mal intencionados afirmaram; mas ele ofereceu o preço legal dos segredos iniciáticos comuns na época. Ele próprio possuía o Espírito em um grau eminente.
- – O que ele disse a Pedro que falou mal dele?
- – Ele oferece a ele estas tocantes palavras de bondade e humildade: “Ore por mim, para que nada do que você me acusa aconteça.”
- – O que Helena era para Simão?
- – Ela era o símbolo da dor, a imagem viva da queda do pensamento na matéria. Ele a amava de uma maneira mais nobre que qualquer homem poderia amar.
- – Helena era digna desse amor?
- – Sim, incontestavelmente, ela era digna disso por sua fé, sua devoção, sua inteligência maravilhosa e seu profundo apego ao revelador.
- – Como o Mago de Samaria morreu?
- – Ninguém sabe exatamente nada sobre sua morte. As fábulas que são contadas sobre sua vida são de origem apócrifa; o que deu origem a essas fábulas é o ódio dos cristãos de mente estreita, bem como o seu dom de levitação.
- – Simão compôs algum trabalho?
- – Sim, ele escreveu Antirrhetica e Apophasis Megale.
Capítulo III – A Doutrina De Simão Magus
- – O que a Gnose de Simão tenta explicar?
- – Tudo: Deus, o homem e o mundo: a trilogia da síntese.
- – O que havia no começo?
- – Fogo. Deus, disse Moisés, é um fogo que tudo consome. Este fogo, muito diferente do fogo elementar que é apenas seu símbolo, tem uma natureza visível e uma natureza misteriosa. Essa natureza oculta e secreta se esconde na aparência. Da mesma forma, essa aparência se oculta no ocultismo. O invisível é visível ao Espírito. Mas as pessoas ignorantes não conseguem distinguir o espírito na forma porque não conhecem as leis da correspondência.
- – Na filosofia idealista, qual seria esse fogo?
- – O Inteligente e o Sensível, Poder e Ação, Ideia e Fala.
- – O que é matéria?
- – É a manifestação externa do fogo primordial.
- – O que é Espírito?
- – É a manifestação interior do fogo primordial.
- – Então o que esse fogo contém?
- – Contém o Absoluto e o Relativo, o Informal e o Formal, o Espírito e a Matéria, o Um e os Muitos, Deus e as emanações de Deus.
- – O que se pode concluir disso?
- – Que este fogo, a causa eterna, se desenvolve por emanação, que eternamente ‘se torna’. Mas, enquanto se desenvolve, é estável, é permanente e permanece. É Aquele que é, Foi e Será, Imutável, Infinito, Absoluto, Substância.
- – Por que ele se desenvolve?
- – Porque, apesar de imutável, não é inerte; o Infinito pode agir, pois é Inteligência e Razão [Pode ser ativo enquanto não estiver atuando, porque sua atividade é potencial ou não manifesta], porque Deus passa do poder para a ação.
- – Desenvolva essa evolução.
- – O pensamento tem uma expressão que é Fala, o Logos (Nota do editor – em francês, a palavra usada é “Verbe”, que significa ‘palavra’, ou seja, ‘Logos’, mas também implica a ação inata mencionada acima. Fogo de Deus também é a mesma palavra para ‘verbo’, por exemplo ‘SER/ESTAR’). Assim, a própria Inteligência nomeia a si prória e ao se nomear age, evolui, emana, se torna. Ao pronunciar um pensamento, essa Inteligência se une aos momentos desse pensamento; liga seus pensamentos um ao outro através da razão. E, assim como de Um vem Dois, já que Um se torna dois por emanação, esse fogo emana por dois, por casal, por Syzygy. E destes dois, um é ativo e o outro passivo; um é masculino e o outro é feminino; um é ‘ele’, o outro é ‘ela’. Essas emanações por casal são chamadas de Sagrados Eons pela Gnose.
- – Nomeie os Eons.
- – Deus emanou seis Eons: Espírito e Pensamento, Voz e Nome, Raciocínio e Reflexão. E Deus estava inteiramente no poder de cada um desses Eons.
- – O que os Eons fizeram?
- – Para alcançar Deus, os Eons emanaram novos seres. A lei divina da analogia exigia assim. Esses casais continuaram, portanto, masculino – feminino, ativo – passivo; é a escada do Ser Supremo que Jacó vislumbrou em sonho enquanto dormia com a cabeça apoiada na pedra sagrada de Beth-El, sob os céus estrelados do deserto. Os Eons ascendem e descem os misteriosos escalões aos pares. Eles formam uma corrente ininterrupta que desenrola seus anéis na anábase [termo grego utilizado na mitologia para se referir a saída do mundo dos mortos] e na catábase [termo grego utilizado na mitologia para se referir a entrada no mundo dos mortos], de Deus para o mundo, do mundo para Deus. São dois, homem e mulher, um casal divino, mulheres anjo, formas associadas, pensamentos unidos; eles compõem a estrutura do Espírito e da Matéria, alcançando Deus nas coisas e trazendo essas coisas de volta a Deus. E a lei que os dirige, os liga, os abaixa e os eleva é o fogo primordial: isso é amor. Tal é o primeiro ou o mundo divino.
* Para responder às várias perguntas de nossos leitores, digamos que o catecismo que publicamos hoje foi recuperado nos trabalhos que Valentin II (Jules Doinel) nos deixou. É um trabalho fragmentário que não poderia constituir um corpo completo de doutrina e sobre o qual há lugar para fazer algumas reservas. [Nota da redação da revista ‘La Gnose’].
Capítulo IV – Continuação Da Doutrina De Simão
- – Conte-nos sobre o mundo intermediário.
- – É povoado por Seis Eons, reflexos dos seis Eons superiores. Eles têm o mesmo nome.
- – Como Simão chama o segundo mundo?
- – Ar incompreensível; o Pai ou a Unidade vive lá. Evolui à medida que o Fogo se desenvolveu no mundo divino. Manifesta-se pelo seu pensamento, Epinoia. Também é chamado de silêncio.
- – O que houve?
- – Epinoia, a Eon femininina que formava par com o Eon Silêncio, emanou os Anjos e os Poderes dos quais procederam o terceiro mundo, aquele em que vivemos. – Esses anjos queriam mantê-lo em cativeiro; daí a queda que requer redenção.
- – De onde vem a humanidade?
- – A humanidade é emanada por um desses anjos, o Demiurgo, o Deus dos judeus e dos cristãos.
- – O que aconteceu com Epinoia?
- – O pensamento, mantido em cativeiro pelos Anjos, foi trazido de volta por seu instinto celestial e ela ansiava cada vez mais pelo Silêncio, o Pai que ela havia deixado. Os Anjos a mantiveram, fazendo-a sofrer. Eles a trancaram na prisão do corpo humano. Foi aí que o exílio divino começou e, assim, ao longo dos séculos, seu doloroso êxodo de transmigrações sucessivas. É a queda do pensamento na matéria; é decadência; é a origem do mal.
- – O que isso trouxe?
- – Para toda decadência, a redenção é necessária. Epinoia reencarna através dos tempos, de mulher para mulher, como uma fragrância que passa de um vaso para outro. Foi assim que Simão conheceu Helena, que era a encarnação do pensamento, chamada Ennoia; ele a amou, a transfigurou, a salvou e aplicou a parábola das ovelhas que foram perdidas e depois encontradas para ela.
- – Resuma isso.
- – Quando Simão salvou Helena da suprema degradação, o Salvador, enviado pelo Pai, desceu ao mundo em uma forma astral e libertou o Pensamento da tirania dos Anjos injustos. Na Judéia, ele é chamado Jesus e o Filho. Em Samaria, ele foi chamado Simão e o Pai. Para raças futuras, ele será o Espírito Santo pelo qual esperamos, a Grande Virtude de Deus, a Mulher que está por vir.
Capítulo V – Basílides
- – Quem é o segundo doutor da Gnose?
- – Foi o sírio Basilides que, por volta do ano 130, ensinou em Alexandria.
- – Condense sua doutrina.
- – Seu primeiro princípio é o do Ser puro, idêntico a ele, a Indeterminada Essência, Espírito e Matéria ao mesmo tempo, potencialidade absoluta.
- – Como ele chama isso?
- – O Pai Inefável. Ele é composto por três filiações: Ogdóade, Hebdomade, Hílico ou Matéria.
- – O que é o Ogdóade?
- – É o mundo divino, governado pelo supremo Arconte.
- – O que é o Hebdomade?
- – É o mundo intermediário, governado pelo segundo arconte.
- – O que é o Hílico?
- – É a região escura onde reina o caos.
- – Como chamamos a combinação desses três mundos?
- – Abraxas. É uma série sucessiva de 365 mundos ou céus. [Obtém-se precisamente o número 365 adicionando os valores numéricos das letras gregas que formam a palavra Abraxas ou Abrasax]
- – Explique evolução e involução?
- – Deus, tendo se espalhado por toda a multiplicidade, finalmente se recupera e traz tudo de volta com Ele para a Unidade. O homem é o ponto de interrupção entre os dois movimentos.
- – Como a redenção é alcançada nos três mundos?
- – No mundo divino, Protos Christos, filho do arconte superior, salva os Eons. No mundo intermediário, Deuteros Christos salva os Espíritos. No Hílico o Christos terrestre, filho de Eon Myriam, salva os homens.
- – De que natureza Jesus é composto?
- – De um corpo astral retirado do Hílico, de uma psique retirada do mundo intermediário, de um νους ou Espírito recebido do Mundo do divino.
- – Lembre-se das grandes palavras de Basilides.
- – “Jesus foi o primeiro fruto da distinção de essências; Ele é o modelo de um verdadeiro gnóstico, porque nos salva nos iluminando. ”
Capítulo VI – Valentino
- – Quem foi Valentino?
- – O terceiro e maior doutor da Gnose, sucessor de Simão Magus no trono patriarcal, o Pai e o ancestral de nossa Assembleia, o mais harmonioso e mais eloquente dos Mestres.
- – O que você tem a dizer sobre ele?
- – Sua doutrina, que é nossa, será desenvolvida mais adiante. Falaremos apenas do homem e de sua influência.
- – Conte-nos sobre o homem.
- – Santo Epifânio, adversário de Valentino, nos conta que ele nasceu no Egito no Nome sob o nome de Phténotite e que ele frequentou as escolas de Alexandria, onde aprendeu a metafísica platônica.
- – Que testemunhos dele existem pelos Padres da igreja?
- – São Jerônimo o chamou de “o muito estudioso”; o autor do Diálogo contra os marcionismo o viu como uma mente superior5; Tertuliano elogiou seu profundo conhecimento das teorias do grande Platão; Clemente de Alexandria o combateu como um adversário perigoso e poderoso.
- – Em que período viveu Valentino?
- – O estudioso Amélineau, cujo aprendizado prestou muitos serviços à Gnose, estabeleceu que nosso famoso doutor e pai vieram a Roma entre os anos 135 e 141 da era cristã. Ele teria cerca de quarenta anos na época; e ele morreu por volta dos 70 anos, cheio de graça, virtude e sabedoria.
- – Onde morreu Valentino?
- – Na ilha de Chipre, entre os anos 160 e 170.
- – Onde Valentino ensinou?
- – Ele ensinou em Alexandria, Roma e em todo o Egito.
- – O que Valentino disse?
- – Ele disse que era um discípulo de Theodas, ele próprio um discípulo do apóstolo Paulo, e que ele tirou sua doutrina dos ensinamentos esotéricos legados por Jesus aos seus apóstolos.
- – Quais trabalhos Valentin deixou?
- – As Cartas a Agathopodus, das quais possuímos um fragmento, homilias, um Discurso sobre Amizade, salmos e uma dissertação sobre a origem do mal, da qual Orígenes preservou uma passagem eloquente. Seu trabalho principal foi intitulado: Sophia.
- – O que os autores falavam de Valentino?
- – Santo Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano, Filastrio, Teodoreto, o livro ‘Philosophumena’ e Santo Epifânio.
- – Cite algumas passagens do nosso Mestre.
- – “Deus era amor; mas o amor sem um amado [amor sem objetivo] não é mais amor. Por isso ele emanou o objeto a ser amado. Esta passagem magnífica contém o germe da doutrina gnóstica por excelência: emanação.
- – Continue.
- – “No não criado, todas as coisas coexistem. No que é gerado, ‘é o feminino que fornece a substância; é o masculino que ‘dá forma à substância’. ”
- – Continue.
- – “O homem psíquico é em parte um tolo, porque está sob ‘o poder do Demiurgo’”.
- – Nos dá a passagem magnífica reproduzida por Clemente de Alexandria em seu trabalho Stromata [Miscelâneas]?
- – “Existe apenas um Ser bom, cujo poder se manifesta através de Seu único filho. O coração, de fato, é o palácio de um grande número de espíritos impuros. O coração é uma pousada profanada, suja por viajantes sujos. Estes são demônios. Mas quando o Pai, que é Bom, se digna a visitar, o coração é santificado; é iluminado pela clareza do Pleroma; brilha como uma estrela. Feliz é aquele que possui um coração assim! Ele verá Deus.
- – Continue.
- – “Após a criação do homem, o Logos colocou uma semente angelical em sua alma. Esta semente espiritual, colocada na alma por Jesus, a Flor do Pleroma, impede que ela seja aniquilada. ”
- – O que você pode concluir disso?
- – Que os hílicos perecerão totalmente: é imortalidade condicional.
- – Recite para nós uma passagem de uma homilia de Valentino para seus discípulos?
- – Você é imortal desde o começo (απ′αβχης).
Vocês são os filhos da Vida Eterna. Se você quisesse que a morte espalhasse seu império sobre você, seria destruí-la e aboli-la, fazendo-a morrer em você e por você. Você dissolve o mundo e não é dissolvido por ele. Você domina todas as criaturas e corrupção.
- – A quem essa passagem se aplica?
- – Aplica-se aos Pneumáticos e aos Eleitos.
- – Como Valentino chamava de Gnose?
- – O mistério escondido por séculos. Para rasgar o véu e revelar esse mistério, Jesus nasceu da Virgem Maria.
- – Que felicidade Valentino promete aos Pneumáticos?
- – “Eles serão colocados no mundo do Senhor, o Ogdoade. A festa do casamento do cordeiro ocorrerá lá. Eles receberão anjos como cônjuges, e seu amor será eterno. ”
- – Termine recitando a bela passagem de Valentino sobre o mal para nós.
- – “Não consigo encontrar forças para dizer que Deus é o autor e o criador do mal. Quem pode ter tais pensamentos sobre ele? Ele é bom, e nada de mal está nele. Ele quer que aqueles que aspiram subir a Ele sejam bons como Ele. O mal era inerente ao Hílicos quando não era criado nem formado, mas confundido no caos. ”
Capítulo VII – As Escolas Gnósticas
- – Existem outras escolas gnósticas?
- – Sim.
- – Nomeie as principais escolas.
- – As escolas de Menandro, o samaritano, Saturnino de Antioquia, Carpócrates e Marcellina, Marcion, Bardesanes, o sírio e, finalmente, a escola de Justino e os ramos da escola de Naasenes ou Ofitas.
- – Que tema geral une todas essas escolas?
- – É a grande doutrina da emanação.
- – Os valentinianos censuram essas escolas?
- – Não, ele os admira e os venera como aspectos diferentes da mesma verdade.
- – Então são todos os irmãos gnósticos?
- – Sim, todos os gnósticos são irmãos, todos admitem os mesmos dogmas fundamentais e confessam os Santos Eons.
- – E você, o que você é?
- – Eu sou Gnóstico Valentiniano. Tenho o Pleroma como meu Pai, Christos como meu Salvador, Simão e Valentino como doutores, Helena e Sophia para apoio moral, e espero o advento de Nossa Senhora Pneuma Hagion, a eterna Feminina.
- – Recite a oração valentiniana.
- – Beati vos, Aeones, Vera vita vividi, Vos Emanationes, Pleromatis lucidi, Adeste, Visiones, Stolis albis candidi..
[Ó Vós Abençoados Éons, Animados pela Vida Verdadeira, Ó Vós Emanações, O Pleroma enche-te de Luz, Vinde, Vossas Visões Sagradas, Brilhando em Vestes Brancas.]
- – Recite a oração angélica.
- – Ave candidum Lilium fulgidi semperque tranquilli Pleromatis, Rosaque praefulgida coelicae amoenitatis, de qua nasci et de cujus lacte pasci Jesus, Flos Aeonum, voluit, divinis infusionibus animos nostros pasce. Amen.
[Salve, lírio branco brilhante do Pleroma sempre cintilante e tranquilo, e sempre brilhante Rosa de deleite celestial, de quem nasce e de cujo leite é nutrido Jesus, a Flor dos Éons, que desejava que nossas almas fossem nutridas e regadas pela tua divindade. Amém]
- – Recite a oração do Pneuma Hagion.
- – Rorate, coeli, desuper et nubes pluant Justam. Rorate, coeli, desuper et nubes pluant Pulchram. Rorate, coeli, desuper et nubes pluant Bonam.
[Desça sobre nós o teu orvalho, e que a justiça chova das nuvens no céu lá em cima. Desça o nosso orvalho sobre nós, e que a Beleza chova das nuvens no céu acima. Desça sobre nós o teu orvalho, e que a bondade chova das nuvens no céu acima.]
- – Que igreja você confessa?
- – A Santa Assembléia Gnóstica dirigida pelo Espírito Santo que é feminino, governada por Sua Graça, o Patriarca e pelo Altíssimo Sínodo dos Bispos e Sofias.
Segunda Parte – Valentino II.
Da Doutrina
Devemos lembrar aqui que este catecismo é apenas uma obra fragmentada e que estamos apenas publicando como o documento é intitulado. A segunda parte, contendo a exposição da Doutrina, iniciada por S.G. Paul, bispo de Concorezzo, permanece incompleta; as publicações daqui em diante são os poucos capítulos que foram escritos. Quanto à terceira parte, que tinha que ser sobre a Igreja, ela nunca foi iniciada. Pensamos que seria preferível deixar esse catecismo no estado em que o encontramos, em vez de completá-lo, porque nosso pensamento não poderia ter sido a continuação exata dos primeiros autores. [(Nota da revista ‘La Gnose’). Os capítulos a seguir são obra de Paul Sédir (Yvon Le Loup). (NDE)]
Capítulo VIII – Ogdóade
- – A precisão, o nível elevado e a pureza de suas respostas despertaram meu interesse e provocaram minha admiração. Uma vez investigador, tornei-me um discípulo; uma vez examinador, me tornei um ouvinte respeitoso. Ó Iniciado, espero de você a luz que iluminará, se você desejar me iluminar.
- – Nunca a santíssima Gnose será recusada aos filhos de Seth. Dirija a atenção do seu coração para mim; imponha silêncio sobre as vozes em sua mente; escute com a alma; abandone-se a mim como uma criança nos braços de sua mãe; Éons misericordiosos deem a este indigno ministro Força e Bondade. Aguardo suas perguntas.
- – O que havia no começo?
- – No começo, nada dormia. É o silêncio; É o abismo [Parece que há uma inversão aqui: Bythos, o Abismo, é masculino, e Sigè, Silêncio, é feminino; mas isso depende do ponto de vista considerado.]. É o imperecível, sem ação, sem começo, sem fim; sozinho, onipresente; imperceptível, indefinido: esse é o começo.
- – Desenvolva, ora, essas ideias.
- – É inexprimível; é o que está dentro e acima do conhecimento, do buscador do conhecimento e até da capacidade de conhecer. Dorme levemente do lado de fora do espectador, do espetáculo e da vista; está, no entanto, neles; não possui atributos. Está em suas manifestações; está fora deles; é o motor imóvel; não conhece nem prazer nem dor, mas os produz. Está no centro; é o infinito; é o zero. É o silêncio e o abismo.
- – O que contém essa essência primordial (Proarchê)?
- – Fogo e Luz.
- – O que você quer dizer com Fogo?
- – Fogo. É o centro que se desenrola na circunferência; é uma geração dura e austera e, ao mesmo tempo, uma atração extremamente seca e abrasadora. É a eterna fome e sede do abismo. É mudo e não possui a vida verdadeira, porque, enquanto irradia e absorve ao mesmo tempo, não consegue encontrar sua expansão, exceto no segundo princípio, que é a Luz.
- – O que você quer dizer com Luz?
- – É a manifestação absoluta da vida. É produzido pela radiante exaltação do Fogo que conseguiu dominar sua força atrativa. É a fonte da água viva do Amor impenetrável, a matriz eterna de onde procede toda a geração. O fogo e a luz existem por toda a eternidade e permanecem distintos mesmo enquanto se contêm.
- – O que você está chamando de ‘Eons’?
- – Eons são os poderes criativos da Essência Primordial. Essas são as forças de equilíbrio emanadas do Proponente [ Propator ].
- – Como são gerados os Eons?
- – Os Eons são gerados pela individualização das faculdades do abismo. Em torno desses pontos centrais, eles se constituem por meio de suas próprias habilidades, de receber constantemente, sempre de maneira igual, o impulso superior e transmitir, de acordo com a mesma norma harmoniosa, esse impulso aos mundos inferiores.
- – Como os Eons emanam do abismo?
- – Por syzygies ou casais. Os Eons femininos produzem as substâncias que são, ao mesmo tempo, não formadas pelos Eons masculinos.
- – Então, quais são as virtudes particulares dos Eons?
- – As virtudes dos Eons são perpetuidade e imortalidade; porque a essência deles é sempre ser como eles mesmos.
- – Qual é a ordem de sua emanação?
- – No princípio, emanam do inefável Silêncio: o Abismo e o Pensamento – Bythos e Ennoïa -; então Espírito e Verdade – Noûs e Alêtheïa-; este sublime quaternário manifestado na Palavra e na Vida – Logos e Zôé -; em Homem e Assembléia – Anthrôpos and Ekklêsia – 7.
- – Você pode me revelar a natureza desses seres?
- – Eu não posso; seu espírito ainda está fraco demais para suportar essa luz brilhante; e as palavras do homem expressam mal as relações absolutas desses poderes. Ore para que os Eons iluminem os olhos de sua alma no silêncio da contemplação. Se sua oração é sincera o suficiente e seu desejo grande o suficiente, eles responderão a você.
Capítulo IX – A Década
- – Os Eons que você nomeou, são os únicos que existem?
- – Não; eles formam, no Santíssimo Pleroma, apenas o Ogdoade, a primeira diátese do absoluto.
- – Como a hierarquia dos Eons continua?
- – Na década e na Dodécada.
- – O que é a década?
- – A Década é a reunião de cinco Syzygieses emanados pela Palavra e Vida em ação de graças ao Proponente.
- – Quais são os Eons das quais a Década é composta?
- – São eles: Bythos (o Profundo) e Mixis (a Mistura); Agératos (Aquele que não envelhece), e Hénôsis (União); Autophyès (Aquilo que existe por si só) e Hêdonè (Prazer); Akinêtos (O que é imóvel), e Synkrasis (a Mistura); Monogénès (o Filho Único) e Makaria (felicidade).
- – O que esses nomes representam?
- – Esses nomes representam os íntimos coletivos, as almas da vida e os raios do abismo. Eles significam os poderes do Logos e do Zôé; eles são uma indicação das habilidades de Sigèe. Você verá, a partir de agora, o brilho deles para se propagar até os confins do Vazio. Eles enchem os três mundos com seus esplendores; neles e por eles vivem todas as criaturas visíveis e invisíveis.
- – Então, quais são as qualidades da Palavra?
- – A Palavra é o Filho Único do Pai. Foi o primeiro no Abismo. “Estava em Deus”, razão pela qual não envelhece; “É Deus”, e é por isso que existe por si só; finalmente, “todas as criaturas são geradas por ele, e nada que foi feito foi feito sem ele”, e é por isso que é imóvel.
- – Explique os poderes da vida.
- – Como a Palavra não se move, ela se manifesta por um movimento; por isso Zôé é Mixis e Synkrasis. No decorrer de seu imenso período, ela reúne opostos enquanto produz, de acordo com a lei da harmonia divina, Prazer e Bem-aventurança.
- – O que significam termos como Prazer e Felicidade?
- – Significam o florescer, a expansão e a plenitude da vida que resulta de todas as ações harmoniosas e recíprocas de dois poderes. O amor de um homem e de uma mulher, quando puro, resulta no invisível pela melodia cantada da batalha de suas almas. É o mesmo em todos os graus da vida … porque “o que está acima é como o que está abaixo, e o que está abaixo é como o que está acima” (mas em sentido inverso).
Capítulo X – Dodécada
- – O que é o Dodécada?
- – O Dodécada é a reunião dos Syzygies emanados de Anthrôpos e Ekklêsia, os últimos nascidos do Ogdóade celestial.
- – De quantas Eons a Dodécada é composto?
- – A Dodécada é composta por doze Eons emanados dois a dois.
- – Quais são esses Eons?
- – São chamados: Paraklêtos (o Consolador) e Pistis (Fé); Patrikos (o paterno) e Elpis (esperança); Mêtrikos (o Maternal) e Agapè (Amor); Aeinoûs (aquilo que é sempre prudente) e Synésis (inteligência); Ekklêsiastikos (Aquilo que une a Assembléia) e Makaridès (alegria perfeita); Thélêtès (Will) e Sophia (Sabedoria).
- – Qual é o papel desses doze Eons?
- – Concluem a realização e enumeração dos Poderes do Pai; eles completam a expressão do Absoluto no Pleroma. Com a década, eles formam o ciclo completo, do qual vêm todas as criaturas, porque eles são 22; e 22 é igual aos 4 que os geraram.
- – Você resumiria tudo o que você acabou de dizer sobre o Pleroma?
- – O Pleroma, de acordo com nosso mestre Valentino, é constituído pelo inefável primeiro Pai e pelas trinta eras que dele emanaram. A Essência Primordial (Proarchè) contém o poder dos quatro atributos que são os quatro primeiros Eons. Estes são manifestos no segundo quaternário do Ogdóade celestial. E dessa Ogdóade emana todos os outros habitantes do Pleroma. Portanto, o Pleroma é o Ser que se opõe ao Kenoma – o Vazio, e desce em sua direção por ordem do primeiro Pai. Agora, conheceremos a continuação dessa involução.
Capítulo XI – As Lágrimas Da Sófia
- – Por favor, exponha os ulteriores desenvolvimentos da Criação.
- – Embora, por natureza, ainda sejam semelhantes a si mesmos, os Eons, por medida da ordem em que sua emanação os distanciava de seu Pai primitivo, queriam, com muito mais intensidade, retornar a Ele e reintegrar-se no Ser Absoluto a partir do qual eles foram gerados.
- – Então o Pleroma foi vítima de um distúrbio interno?
- – Não, o Pleroma não conhecia desordem. O que vocês estão chamando de desordem é apenas a dupla tendência oposta de Emanação e Reintegração.
- – Como o Pleroma não existe mais sozinho, ele teve que produzir alguma catástrofe na luta entre essas duas potências?
- – Com efeito, o desequilíbrio ocorreu assim: à medida que a misteriosa Eogonie se desenvolvia nos esplendores do Empíreo [o lugar mais alto do paraíso, reservado para anjos, deuses e seres abençoados], a força da emanação diminuiu em poder, enquanto o desejo de reintegração aumentou com mais força no coração dos Eons. Chegou um momento em que esse desejo foi levado pelo Poder irradiante: naquele momento, Sophia começou a agir.
- – Dê-me alguns esclarecimentos sobre a natureza da Eon Sophia.
- – Sophia é a extremidade do Pleroma; ela é o corpo do Pleroma; aquilo que a anima, e ela permanece eternamente, gerando todas as criaturas e configurando todas as coisas.
- – Então o que aconteceu?
- – O intenso desejo que Sophia teve de se reintegrar com o silêncio abissal era mais forte que o poder da emanação. Ela conhecia o abismo do Propator; ela discerniu o método de gerar os Eons e queria imitar essa ação divina.
- – O que o desejo de Sophia produziu?
- – Os ardores de Sophia só conseguiram criar um ser sem forma chamado Ektrôma. Os Eons, ao vê-lo, se prostraram aos pés do Pai para implorá-Lo para resgatar Sophia.
- – Quais são os outros nomes de Ektrôma?
- – Enthymêsis ou Sophia-Achamoth.
- – O que a Essência Primordial fez?
- – Ele teve piedade do infeliz Éon e fez com que fosse emanado a partir do segundo Syzygie – Nous e Alêthia – um novo casal, o exemplo perfeito de integridade.
- – Quais eram os poderes desse novo Syzygie?
- – Eles se chamavam Christos e Pneuma Hagion; os princípios de Christos e Nossa Senhora, o Espírito Santo.
- – O que esses Eons fizeram?
- – Eles começaram a separar os puros dos impuros.
- – Como eles procederam?
- – O Pai dos Pais produziu Hôros para esse efeito, o Eon de Fronteiras, o crucial, o participante. Armado com uma espada, ele fica nos limites do Pleroma, e sua implacável vigilância impiedosamente afasta todos os que não poderiam passar.
- – O que Ektrôma se tornou?
- – Isso não aconteceu até que Ektrôma foi aperfeiçoado. Ela recebeu o nome de Ogdoade [Isso não deve ser confundido com a Ogdóade, que abordamos no capítulo VIII ] ou Sophia Exterior. Christos e Pneuma Hagion ascenderam ao Pleroma, onde seu retorno restabeleceu definitivamente a paz e a harmonia do Empíreo.
- – Como os Eons manifestaram sua alegria?
- – Como testemunho do proponente por seu reconhecimento, eles decidiram oferecer a ele um Eon, a imagem perfeita da unidade e harmonia que reinou a partir daquele momento no Pleroma.
- – Quem era esse Eon?
- – Era o Eon Jesus, formado pelas essências mais puras de cada um dos Eons; ele é a coroa das emanações divinas, “a flor do pleroma”, o grande pontífice.
- – O que aconteceu com Sophia?
- – Vendo Christos e Pneuma Hagion deixá-la, a Ogdoade se imaginou abandonada. Ela ofereceu a eles orações e súplicas urgentes, e os Eons do Pleroma, para salvá-la, enviaram até ela o Eon Jesus.
- – O que Jesus fez por Sophia-Achamoth?
- – Ele pacificou suas emoções que eram medo, tristeza, ansiedade e súplica; ele as transmutou em essências plásticas permanentes.
- – Como Jesus transmutou as tristezas de Sophia?
- – Por medo, ele fez a essência psíquica; do luto, a essência da matéria; da ansiedade, a essência dos daimons; e da súplica, ele fez o caminho que leva ao arrependimento e ao poder da essência psíquica. Esse caminho é o Demiurgo ou a essência da mão direita.
- – Essas três essências têm outros nomes?
- – A essência psíquica é chamada de “Lugar Celestial”, o Hebdômada, esse é o lugar do Demiurgo. A essência da matéria também é chamada de hílico ou diabólica, e a essência dos Daimons é chamada de espiritual ou pneumática.
- – O que aconteceu ao lado do Ogdoade?
- – Sophia, agora consolada, foi recolocada com seu noivo Jesus; e eles reproduziram, no Ogdoade, na Jerusalém Celestial, as emanações do Pleroma.
Capítulo XII – O Demiurgo
- – O que é o Demiurgo?
- – O Demiurgo é filho de Sophia, criada por seu movimento em direção a Luz. Ele é o príncipe da essência psíquica, o executor inconsciente das vontades de sua mãe. Ele reina sobre a Hebdômada.
- – Qual é o trabalho do Demiurgo?
- – É a formação do mundo exterior em que vivemos, cujas três essências foram criadas no início pelo medo, tristeza e ansiedade de Sophia.
- – O que o Demiurgo criou?
- – Ele criou todas as criaturas, aquelas que têm a mesma essência que ele, chamadas criaturas da direita, assim como aquelas formadas pela matéria, chamadas criaturas da esquerda.
- – De quem é o Demiurgo a imagem?
- – Ele é a imagem invertida dos Monogénès do Pleroma, porque “o que está em cima é como o que está em baixo, mas em sentido inverso”.
- – Que processo ele usou para criar nosso mundo?
- – Ele primeiro distinguiu as duas essências que estavam misturadas diante dele: hílico e psíquico. Então, ele criou as coisas da esquerda e da direita, leves e pesadas, atraídas para cima ou dirigidas para baixo. Ele incluiu todas as criaturas nos sete mundos dos Hebdômada *.
* Esses sete mundos são governados pelos sete Elohim, dos quais o Demiurgo (Adonaï Tsabaoth ou Senhor do Septenário) é o chefe. Pode-se ver também o Demiurgo como a síntese dos Elohim (Forças naturais), considerados uma entidade coletiva. Novamente, é necessário notar que os sete mundos dos Hebdômada são simbolizados pelas ‘esferas’ dos sete planetas, mas seria absurdo querer identificá-los com os planetas materiais do sistema solar, porque essa é apenas uma analogia simples. Cada um desses sete mundos é na verdade um modo de existência diferente dentro do domínio do Demiurgo.
- – De que elemento todos eles foram retirados?
- – As matérias-primas elaboradas pelo Demiurgo foram as que produziram as emoções de Sophia-Achamoth.
- – Especifique estas matérias.
- – Do medo sentido por Sophia, ele criou todas as substâncias espirituais das criaturas deste mundo; pela tristeza, ele fez tudo o que é ruim sobre a terra; da perplexidade e ansiedade, ele fez os elementos corpóreos.
- – Qual é a gênese dos quatro elementos?
- – O Demiurgo tirou a terra da fixidez da perplexidade; água, das lágrimas de Sophia; ar, da coalescência de sua dor; e, finalmente, o fogo, da causa ou da raiz comum dessas três paixões.
Originalmente publicado na revista L’Initiation, Setembro 1893.
[1] Organizado e Traduzido para o português por Tales de Azevedo (Tau Hanu – artereal.talesaz.com) a partir dos documentos em inglês selecionados e disponibilizados pelo mui rev. Mathieu Ravignat e Tau Apollonius da L’Église Gnostique Apostolique
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