Leia em 3 minutos.
Este texto foi lambido por 333 almas esse mês
Rubellus Petrinus
Colhei, 5kg ou mais, de Alecrim (Rosmarinus Officinalis) ou de outra planta que vos aprouver e secai-a ao Sol.
Depois de bem seca, incinerai-a sobre uma chapa de ferro. Recolhei as cinzas e colocai-as dentro de uma sertã grande de ferro num fogão a gás.
Calcinai-as com fogo muito forte durante umas horas, remexendo com uma colher de aço inoxidável, para que fiquem bem calcinadas de cor cinza claro.
Num frasco de boca larga de 1 litro, deitai 750ml de água da chuva e lançai-lhe, por fracções sucessivas, as cinzas ainda quentes. Se virdes que a água não é suficiente para lixiviar convenientemente todas as cinzas, acrescentai-a até o conseguirdes. Se um frasco não for suficiente, dividi as cinzas por dois ou três. É necessário que a água fique mais de uma mão travessa acima das cinzas. Mexei bem com uma vareta de vidro e deixai repousar umas horas.
Noutro frasco igual ao anterior, colocai um funil de plástico ou de vidro com um tampão de algodão.
Se as cinzas ficaram calcinadas como manda a Arte, a água da lixiviação será clara e transparente, caso contrário, ficará cor de chá.
Por decantação, deitai a água da lixiviação no funil, e quando tiver escorrido toda, deitai também as cinzas, com uma colher de aço inoxidável. Quando todo o líquido tiver escorrido, vertei em cima das cinzas um pouco de água da chuva para esta arrastar consigo algum sal que tenha ficado ainda nelas.
Deitai o líquido numa cápsula de porcelana grande e coagulai o sal em banho de areia num fogão eléctrico.
Quase no final da coagulação (cristalização), o líquido espesso criará uma película superficial a qual impedirá a evaporação da água.
Por isso, quando a solução chegar a este ponto, recomendamos mexer bem com uma vareta de vidro, para desfazer a capa superficial do sal. O sal coagulado deverá ser tão branco como a neve.
Se não ficar branco, tereis de voltar a calciná-lo numa escudela de aço inoxidável, a fogo muito forte e voltar a dissolvê-lo em água da chuva como anteriormente.
O segredo para extrair o sal branco à primeira vez, é a calcinação das cinzas. Não tenhais pressa em executar esta operação, porque se ficar bem feita, poupar-vos-á muito trabalho.
Conhecemos pessoalmente um artista cuja pretensão e arrogância se sobrepõe à humildade que caracteriza os verdadeiros alquimistas pois, certa ocasião, tivemos oportunidade de lhe mostrar um sal de plantas branco como a neve e coagulado segundo a Arte. Quando lhe dissemos que tinha sido extraído da primeira calcinação, não acreditou, porque ele, a pesar da sua proclamada sabedoria da Arte, nunca o tinha conseguido fazer logo à primeira cristalização.
Quando lhe divulgámos o modus operandi, contestou-nos, que desta maneira, queimávamos o enxofre do sal! Sem comentários, porque esta resposta demonstra uma ignorância crassa da Arte Espagírica.
Este sal fixo é, basicamente, um carbonato de potássio, mas também contém, em pequena quantidade, sais de outros compostos minerais que se acham em dissolução nas plantas e, provavelmente, alguns oligoelementos.
O sal desta planta, servir-vos-á, também, para preparar o primeiro ser da referida planta, depois de lhe terdes extraído o enxofre ou óleo essencial.
Se pretenderdes obter, exclusivamente, carbonato de potássio ou sal de tártaro, como também era conhecido antigamente, então, recomendamos incinerar grande quantidade de vides, de acácia, de fetos ou de carvalho, os quais são ricos em sais de potássio.
Podereis, ainda, calcinar o tártaro bruto dos tonéis de vinho de cujas cinzas, extraireis, pelo mesmo processo aqui descrito, um belo sal de tártaro canónico muito puro.
Guardai este sal num frasco de vidro de boca larga, bem fechado, para evitar que absorva a humidade do ar e se altere. O sal de tártaro bem calcinado é muito deliquescente.
Alimente sua alma com mais:
Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.