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Paulo Jacobina
Karma
A forma com que se aborda o tema Karma varia de acordo com o estado de Consciência na qual o interlocutor se encontra. Para aqueles que estão “engatinhando” no assunto, costuma-se explicar que o Karma é uma lei universal que estabelece que tudo aquilo o que você faz retorna para você. Utilizam-se expressões como “lei de ação e reação”, a “lei cristã da semeadura”, dentre outras, mas todas passam, basicamente, a mesma ideia: a de que o indivíduo, ao realizar uma ação, torna-se o responsável por suas consequências, que retornarão a ele como forma de Justiça Divina (o que muitos se referem a um estado de equilíbrio). Assim, o Karma está associado não só ao ato praticado, mas também às consequências deste ato.
O termo Karma tem origem no sânscrito e significa “ação”, assim, ao se falar de Karma, fala-se de agir e, por isso, torna-se necessário compreender o que é o agir.
Agir é todo ato praticado pelo Eu. Contudo, como o Eu se encontra revestido por infinitos corpos, a sua ação pode ser praticada por qualquer um destes. Por exemplo: ainda que o corpo físico se encontre em estado de aparente falta de movimento, a mente está ativa, assim, o indivíduo, mesmo “parado” fisicamente, está agindo mentalmente e, consequentemente, gerando Karma. Por isso, constata-se que, o Eu está constantemente agindo e, desta forma, gerando Karma.
Ao agir, o Eu causa uma perturbação no Tecido Elementar que reverbera infinitamente por todo o meio.
Essa reverberação se propaga infinitamente até sofrer o efeito de outras reverberações, que podem anulá-la, por estarem fora de fase (possuem a mesma frequência e amplitude, mas defasagem em 180º); ou aumentarem sua amplitude, por intermédio da ressonância, tornando-a perceptível para o Eu. Essa percepção provocada pelo aumento da sua amplitude é o efeito do Karma do indivíduo, a colheita pregada pelo cristão, a reação da física.
Tendo em vista que a reverberação se propaga infinitamente até o seu aniquilamento e que, via de regra, o Eu apenas percebe o aniquilamento decorrente da reverberação, a percepção do aniquilamento pode ocorrer a qualquer momento da jornada do Eu. Assim, em uma encarnação, o Eu pode perceber o aniquilamento de reverberações que tiveram sua origem em ações geradas na própria encarnação ou em outras.
Contudo, por que o Eu “colhe” as consequências do seu Karma se estas se propagam no infinito? O tempo é uma ilusão percebida pelo Eu, que tem o seu estado de Consciência nesta dimensão. O “passado”, o “presente” e o “futuro” acontecem de forma simultânea, fazendo com que a onda de reverberação provocada pelo Karma se desloque pelo infinito, mas mantenha-se conectada em seu ponto de origem, ao Karma propulsado pelo indivíduo. Deste modo, ao dar causa à consequência e assim aniquilar aquela onda, a reverberação “retorna” ao seu “ponto de origem” atingindo o Eu que deflagrou aquele Karma.
Apesar do que muitos acreditam, em função da atuação do Agente Modelador, nenhum Eu é uma ilha e se encontra isolado do mundo no qual está. Todos compartilham do mesmo meio e, por isso, seus Karma geram reverberações passíveis de serem aniquiladas por Karma oriundos dos outros.
Uma vez que o Karma gerado pelo Eu é passível de aniquilação, seja por ressonância, seja por destitui-lo de fase, o Eu pode alcançar um estado de Consciência no qual já aniquilou todo o Karma gerado pelo Eu Inferior e apenas gera Karma passível de impulsionar, por ressonância, o deslocamento dos outros em direção ao Dharma. Ao se encontrar nesse estado de Consciência, o Eu já está afastado do conceito de que ele “está algo” que é desassociado de todas as coisas e, por isso, o seu desejo está em sintonia com a Vontade, fazendo com que as ações manifestadas por intermédio daquele Eu, na verdade, tenham origem no Todo e, assim, todas as consequências daquele agir reverberam em prol de todos.
Atingido este estado de Consciência, o Eu, mesmo que encarne, poderá sofrer efeitos externos decorrentes do Karma gerado por um Eu Inferior, entretanto, por saber que aqueles corpos exteriores são ilusórios, o Eu permanece intocável àquelas consequências.
DHARMA
Dharma é um substantivo em sânscrito que não possui uma tradução literal, mas, por ter dhr como sua raiz verbal, significa aquilo que sustenta algo.
Portanto, o Dharma é aquilo que sustenta a Senda percorrida pelo Eu. É o caminho para o Eu Superior pelo qual o Eu deve percorrer em sua jornada.
Por mais que o destino seja o mesmo para todos — o Eu Superior, estado no qual os indivíduos estão de volta ao seio do Absoluto —, cada Eu possui um caminho próprio a percorrer ao deixar o Eu Inferior e, por isso, cada Eu possui o seu próprio Dharma. Dessa forma, Dharma é o caminho pelo qual o Eu, levado pelo impulso das ondas que convergem para o seio do Absoluto, despe-se do Eu Inferior e revela-se como o Eu Superior.
Esse caminho, por se encontrar em total sintonia com a Vontade, além de não gerar qualquer tipo de atrito ao Eu, o faz fluir naturalmente em direção ao Eu Superior.
Ao fazer uso do Livre-Arbítrio, muita das vezes, o Eu opta por percorrer os caminhos ilusórios que envolvem o Dharma e, por isso, sofre o atrito necessário para ser deslocado, por ressonância, de volta ao Dharma. Tal atrito tem a capacidade de gerar a experiência necessária para que o Eu compreenda que está percorrendo um caminho ilusório e, assim, retorne ao Verdadeiro Caminho, ao Dharma.
Paulo Jacobina mantêm o canal Pedra de Afiar, voltado a filosofia e espiritualidade de uma forma prática e universalis
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