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(Texto original em inglês extraído da The Encyclopedia of Jewish Myth, Magic and Mysticism, de Rabbi Geoffrey Dennis)
Enoque, do hebraico “Chanokh”, é um dos ancestrais primordiais da humanidade.
Ele foi, significativamente, o sétimo nas primeiras dez gerações de humanos listados em Gênesis.
De acordo com as Escrituras, Enoque era o mais Justo dos antediluvianos e “foi com Deus … e ele não foi, porque Deus o levou”.
A partir dessas informações mínimas, muito é extrapolado.
Enoque aparece como uma figura importante em uma série de obras apócrifas (I Enoque; Jubileus; Livro dos Gigantes).
A ele é atribuída a criação da escrita, da astrologia e do recebimento do calendário solar oelos Anjos, calendário esse que era tão precioso para os sacerdotes que coletaram os Manuscritos do Mar Morto.
Para aqueles sacerdotes, ele era o protótipo de todos os escribas, sábios e sacerdotes (I Enoque 12, 14, 80–82, 106–7; Jubileus 4).
Ele também era um oniromante, isto é, um adivinhador de sonhos (Livro dos Gigantes).
Em alguns lugares, seu papel é tão exaltado que ele funciona como o principal canal do conhecimento divino para os mortais.
Algumas tradições judaicas sustentavam que Enoque ascendeu corporalmente ao céu, onde foi transubstanciado no príncipe angelical Metatron (III Enoque), embora haja pelo menos uma tradição que rejeita essa afirmação (Targum Onkelos de Gênesis 5:24; Gênesis Rabbah 5:24).
Junto com a mudança de nome, seu corpo material é consumido e substituído por um corpo de fogo supremo.
Ele é conhecido por vários títulos e nomes angelicais, incluindo Sar ha-Panim, o Príncipe do Rosto Divino e/ou Bar Enosh, “Filho do Homem”.
Os textos hebraicos sobre Enoque e sua translação angelical incluem Sefer Hechalot, Hechalot Rabbati e Sefer Chanoch.
Os Livros de Enoque
Existem vários livros em grego, hebraico e aramaico associados ao nome de Enoque, como III Enoque, o Livro dos Gigantes e Sefer ha-Razim de Chanoch.
Vários outros livros foram preservados apenas em traduções (eslavo e etíope).
Existem muitas variações entre os textos, e alguns se contradizem, mas o conjunto de elementos que se sobrepõem em diferentes versões é a história do papel terreno de Enoque antes do Dilúvio, sua ascensão ao céu, sua experiência de revelações apocalípticas lá, seu envolvimento nos assuntos dos anjos (caídos), e sua translação em anjo.
Abordaremos agora acerca dos livros existentes que são atribuídos a Enoque:
O Primeiro Livro de Enoque, também conhecido como I Enoque:
Este livro existe apenas em duas traduções variantes, grega e etíope.
O original hebraico não existe mais, embora tenhamos encontrado fragmentos hebraicos/aramaicos entre os Manuscritos do Mar Morto.
A tradução etíope é um apocalipse dividido em cinco livros: o Livro dos Vigilantes, o Livro das Similitudes, o Livro do Curso dos Luminares Celestiais, o Livro dos Sonhos e a Epístola de Enoque.
O livro de I Enoque Inclui a lenda dos anjo caídos, visões de sonhos, visões do julgamento final e outras parafernálias e refugos literários
A versão grega de I Enoque compartilha alguns textos e tem apenas um terço do tamanho da versão etíope.
O Segundo Livro de Enoque, também conhecido como II Enoque:
II Enoque é uma obra pseudoepigráfica judaica, provavelmente escrita no Egito, do século I EC.
Apenas manuscritos eslavos antigos (em duas versões) sobreviveram até hoje.
Este livro bastante enigmático também é um apocalipse, revelando o funcionamento do céu, do inferno e do fim do mundo.
O livro é um dos primeiros a expor os sete céus e a dar uma descrição detalhada dos prazeres do Paraíso (e o primeiro a associar a vida após a morte celestial ao Éden) para os mortos justos.
O Terceiro Livro de Enoque, também conhecido como III Enoque:
III Enoque também é conhecido como Sefer ha-Hechalot, Sefer Chanoch ou “o Enoque Hebraico”, este livro descreve o processo de ascensão mística.
Ao contrário dos primeiros livros de Enoque, que refletem mais puramente uma espiritualidade sacerdotal, esta obra também está claramente enraizada no judaísmo rabínico.
Um Sábio Sacerdote talmúdico, Rabi Ishmael ben Elisha ha-Kohen, é a figura central, e o trabalho é provavelmente um produto dos místicos merkavá.
III Enoque foi agrupado com os outros livros enoqueanos anteriores principalmente porque Rabi Ismael encontra Enoque no céu, em sua forma angélica de Metatron.
Este texto narra a ascensão mística de Rabi Ismael aos sete céus e seus encontros lá com seres angélicos.
Ele detalha os passos da angelificação e transubstanciação de Enoque.
Inclui uma descrição do guf ha-briyot, o Tesouro das Almas e a transmigração das almas.
O Quarto Livro de Enoque, também conhecido como IV Enoque:
IV Enoque é uma obra aramaica fragmentária encontrada entre os Manuscritos do Mar Morto, que inclui muitas partes de outros livros enoquianos e pode de fato ser a versão mais antiga dessas obras que temos agora.
O Livro dos Gigantes também pode pertencer à biblioteca Enoqueana.
Traduzido e adaptado do inglês para o português por Ícaro Aron Soares.
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