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por Don Webb*
*Don Webb foi o Alto Sacerdote a frente do Temple of Set (Templo de Set) entre os anos de 1996 e 2002
“Os Limites da Minha Linguagem São os Limites do Meu Mundo”
– Ludwig Wittgenstein
Eu sou o Magus* da Palavra Xeper (pronuncia-se Kéfer), uma transliteração da língua inglesa que expressa uma palavra egípcia que é escrita como um escaravelho estilizado e que significa “Eu Tenho Vindo a Ser”. Esta Palavra é o Aeon de Set e é a forma atual da Palavra Eterna do Príncipe das Trevas. Conhecer esta Palavra é saber que a responsabilidade final pela evolução de sua psique está em suas próprias mãos. É a Palavra de liberdade, êxtase, responsabilidade amedrontadora e é a raiz de toda magia.
Um Aeon é um mundo. Como seres humanos, estamos hoje familiarizados com muitos “mundos”. Podemos falar sobre o “mundo de Thomas Jefferson” ou o “mundo de Newton”. Os mundos mágicos são criados por palavras – pelo poder verbal da humanidade para expressar um princípio divino – por meio das quais o efeito daquela declaração no universo objetivo ocasiona a criação do mundo. A Palavra serve como um portal para a mente que busca entrar no mundo que ela define, e o efeito de “Proferir a Palavra” fará com que muitos mundos sejam reconfigurados a fim de ouvi-la. O Aeon de Set é criado pela palavra “Xeper”. Xeper é um verbo egípcio que significa “Eu Tenho Criado a Mim Mesmo”. Xeper é a experiência de uma psique individual tornando-se consciente de sua própria existência e decidindo expandir e desenvolver essa existência por meio de suas próprias ações. O Xeper é experimentado por qualquer pessoa que tenha decidido buscar o seu próprio desenvolvimento.
Xeper, uma palavra satânica?
A consciência de Xeper geralmente começa com um momento de rebelião contra o status quo espiritual. Nesse sentido, Xeper é uma palavra “satânica”, e a condição que levou ao seu ressurgimento nesta Terra começou pela obra da chamada Church of Satan (Igreja de Satan). Mas suas propriedades transcendem e são até, de certa forma, opostas a essa matriz. É da natureza da Autocriação que ela continuamente Recrie sua matriz no universo objetivo para que o universo subjetivo possa evoluir e se expandir. Para experimentar aquele momento de Xeper, de autodivindade emergente, deve-se amar duas coisas com todo o coração. O primeiro deles é a Liberdade, porque somente na Liberdade alguém pode dar os passos (mesmo que inicialmente apenas mentalmente) que criam e limitam o Ser. A segunda coisa que se deve amar é a Sabedoria. Isso não é a mesma coisa que informação; esta é uma compreensão transformadora daquelas coisas dentro de nós e além de nós que determinam quem somos.
Os símbolos de Xeper são o escaravelho e o sol nascente. O besouro é um símbolo de autoconfiança e trabalho árduo. O besouro passa por estágios muito diferentes, do ovo à larva, da pupa ao besouro. Cada etapa tem sua própria Obra, uma forma particular de reunir energia e materiais e formas particulares de transformá-los. Ele sente sua própria evolução e trabalha em direção a ela – embora o ímpeto dessa evolução mude sua própria forma radicalmente – levando-o no momento apropriado para mundos desconhecidos e novos modos de ser. O sol nascente simboliza a forma como o mundo é percebido. Ao contrário dos seguidores da religião convencional que possuem guias que explicam o mundo, o buscador do Xeper está procurando uma intensificação de seu próprio Ser para que o mundo possa se tornar inteligível em sua própria luz. Neste universo tenebroso não há luzes, exceto para aquelas que você cria com seu trabalho árduo, sua rebelião espiritual e pela busca dos mistérios de sua própria escolha. Quando essa luz amanhece, ela, por sua própria natureza, não apenas lhe dará momentos de clareza sobre as coisas em sua vida mais próximas de você, mas também lhe mostrará novos horizontes – horizontes que somente você poderá explorar. Este segredo era conhecido simbolicamente pelos egípcios – eles identificaram seu deus Khepri, o deus Auto-criado com Hrumachis, o deus do Horizonte. Este segredo também foi conhecido (em um nível metafísico) por Aleister Crowley, que previu que o Aeon de Hrumachis superaria o de Hórus.
Set, o deus egípcio das trevas, é a origem divina da Palavra. Seu nome significa basicamente o “Separador” ou “Isolador” (representando a inteligência individual isolada do cosmos). Seus principais inimigos são os deuses da Estagnação e da Inconsciência. O primeiro deles é Osíris, a própria Morte. O assassinato de Osíris por Set tem um significado duplo para o buscador de Xeper. Em primeiro lugar, isso representa a destruição de antigos padrões de pensamento; o destronamento daqueles deuses internos que herdamos da sociedade. (Ao morrer Osiris leva conhecimento de agricultura e civilização ao então selvagem Duat (Mundo dos mortos), ou seja, Set transforma a própria morte ao resignificá-la). Em um segundo nível, este foi o ato pelo qual Set, o único de todos os deuses do antigo Egito, tornou-se imortal. O Caminho da Mão Esquerda é uma missão para se tornar uma Essência imortal, potente e poderosa.
O outro inimigo de Set (A Insconsciência) é o demônio do caos irracional, Apep. Diz-se que Set mata esta criatura todas as noites, pouco antes do amanhecer. Isso simboliza a superação das dúvidas e ilusões de si mesmo, a superação dos momentos de maior desespero e estupidez e não permitir ser embalado pela negligência do sono provocado pelos poderosos motores de controle da humanidade. Set enfrenta (em um nível divino) este isolamento do universo para que então ele possa dizer, “Xeper” = “Eu Tenho Vindo a Ser.” Cada uma dessas rupturas – a ruptura com o passado morto (matando Osíris) e a ruptura com o presente confuso (matando Apep) – é feita em prol de um futuro autodeterminado. Um dos títulos do culto de Set, Set-Heh, significa “Deus do Futuro Infinito”.
(A reconhecidamente longa batalha entre Set e Hórus também é esclarecedora. HarWer, a forma mais antiga de Hórus representa o Mundo Objetivo e as leis naturais com sua rigidez e natureza cíclica. Set entra em conflito com ela ao derrotar a estagnação (Osiris). Como chefe da rebelião contra a inércia do mundo, o fora da lei da legislação cósmica. Ele toma a espada da mão da natureza e com ela a subjuga para que seja feita sua vontade. Ele arranca o olho da Hórus e assim se apropria dos olhos da natureza, com seu semêm faz nascer Thoth, o conhecimento do mundo.”)
Set não recebe ajuda de outros deuses em suas duas missões, nem ajuda aqueles que buscam emular essas missões em um nível humano. Aqueles que lutam (como Set) com o princípio de Xeper já são sua Essência. Suas ações são essencialmente as mesmas. Aqueles que desejam o convívio de suas missões e compartilhamento de seus conhecimentos procuram a principal ferramenta de Set em Seu Aeon: o Templo de Set. É o ambiente mais concentrado para o estudo de Xeper, tanto como substantivo quanto como verbo. O Xeper não pode ser estudado como uma ideia intelectual abstrata, deve ser experimentado. Podemos ler sobre Justiça, e podemos esperar por ela, mas para realmente Conhecer a Justiça, você deve trazê-la à existência. Pode-se ler sobre o Xeper, como seu interesse em coisas secretas o levou a fazer. Mas você pode esperar por isso ou você pode buscar a autotransformação solitária que fará com que você a experimente. O Templo de Set representa uma concentração do Aeon; como o próprio Set, ele não responde às orações e, por seu próprio Ser, oferecerá desafios para aqueles que buscam a Palavra de Xeper. É a personificação do “Amanhecer Esmeralda” imaginado pela Fraternitas Saturni. Não somos necessariamente uma ordem “satânica”, a não ser que entendamos que para que a Iniciação no Caminho da Mão Esquerda seja eficaz a aqueles que acabaram de começar o trabalho nesse caminho, o aspecto antinomiano da obra precisa ser cumprido de alguma forma . O imaginário das Artes Negras atendem essa necessidade para muitos, mas também pode ser limitante na medida que sejam dominados por ela. Nosso predecessor foi pego por essa armadilha, e esperamos que, explorando as manifestações do princípio de Xeper em muitas culturas e épocas e em nossas próprias criações, tenhamos hoje horizontes muito maiores. Imagens diabólicas são úteis apenas em um sentido antinomiano culturalmente limitado; passando isso, representa apenas uma nova estagnação a ser descartada.
Xeper enquanto verbo
Xeper enquanto verbo egípcio, pode ter várias formas dependendo de do número, tempo, voz e gênero. Um verbo pode ser do tipo “estativo”. Conhecemos esse tempo verbal e a pessoa do verbo Xeper pela frase “Xepera Xeper Xeperu” (ver abaixo). Sua conjugação é a primeira pessoa do estativo. Não existe essa forma verbal em inglês. Refere-se a um evento passado que modifica um estado atual. Temos a primeira pessoa, é claro; isso significa que ‘eu’ fiz isso.
A tradução adequada do verbo Xeper seria “Eu tenho vindo a Ser”. Agora, existem algumas implicações disso que nós no Templo ainda não consideramos. Em primeiro lugar, o verbo se refere a um momento que ACONTECEU que explica porque estamos aqui. Quando você escreve, fala ou pensa a palavra “Xeper”, você está falando sobre algo que aconteceu. Você não está falando sobre algo que está acontecendo no momento do ato da fala. O Xeper NÃO é um processo contínuo. É uma série de eventos, cuja presença sentimos seja por meio da razão, seja por meio de apreensões divinas. Estamos cientes de que algo ocorreu antes para originar o Ser particular que somos agora. Estamos cientes de que, seja qual for o maior potencial de formação de algo, não temos esse potencial neste momento. Em suma, estamos cientes de que houve um momento em que agimos como deuses. Fizemos algo divino – tivemos alguma experiência culminante – fizemos algumas escolhas que mudaram nossa vida – e isso produziu as criaturas que somos hoje. Agora, isso produz duas grandes percepções:
Primeiro, estamos cientes de que temos uma capacidade além daquelas de onde e quando estivermos agora para Limitar e Criar a nós mesmos. Todos os momentos do Xeper limitam e criam nós mesmos – ou para usar as duas ideias ao mesmo tempo, todos os momentos do Xeper nos isolam do Cosmos.
Em segundo lugar, queremos fazer isso novamente. A humanidade deseja o Divino. Em religiões errôneas, esse desejo é um retorno ao Divino de uma forma ou de outra (seja por união, ou por estar na presença divina em algum lugar com muita música de harpa). Bem, isso não funciona – você não pode voltar ao estado em que o Xeper ocorreu pela última vez. Você não pode voltar a um estado divino anterior, assim como não pode dobrar um carvalho de volta a sua semente. Você só pode avançar para outro estado divino. Se você deseja alcançar e experimentar sua divindade, você precisa seguir em frente e não voltar ao começo. Em nossa encarnação terrena, nunca experimentamos plenamente o momento divino; somente por meio da introspecção mágica descobrimos que passamos por eles e, portanto, podemos dizer (com felicidade e terror) “Eu tenho vindo a ser”. No papiro Bremmer-Rhind, essa ideia se reflete no fato de que os primeiros dois filhos de Xepera são Shu (Razão) e Tefnut (Emoções). Por meio dessas duas experiências humanas podemos detectar o divino e, tendo-o detectado, aprender a trabalhar com ele para ter mais experiências divinas.
Agora, a primeira pergunta é: como posso ter mais experiências divinas? O Xeper acontece com todo ser sapiente (note que eu não disse todo ser inteligente, voltarei a esse ponto em um artigo futuro). A maioria dos humanos (e a maioria de nós, na maioria das vezes) tropeça nessas experiências que criariam as condições para que pudessem mais tarde dizer “Xeper” caso tenham um cérebro grande o suficiente para conter o conceito. A experiência pode ser ir a uma farmácia para comprar leite maltado e encontrar a pessoa que se tornará sua esposa nos próximos cinquenta anos. Bem, aquele foi um momento divino; ele limitou e criou sua vida. Um cristão diria que foi a mão de Deus, um hindu invocaria o Karma. Mas sabemos quem fez isso: aquele homem ou mulher que enfrentamos no espelho todos os dias. A coisa assustadora para todos os humanos – e de fato a razão pela qual inventamos a religião em primeiro lugar – é que a maioria das experiências divinas ocorrem às cegas. Portanto, a maioria dos humanos suplica de joelhos a algum conto de fadas para que não lhes de experiências ruins, ou se eles são um pouco mais corajosos, tentam influenciá-los com magia, ou tentam negá-los com uma natureza sem sentido do Cosmos. Mas o Setiano, sabendo que somente por meio de tais experiências pode ele ou ela encontrar a metamorfose que nossa filosofia considera realizável e desejável, busca ativamente essa experiência divina. Eu não posso te dizer onde encontrar a sua. Se você fizesse o que eu fiz, você descobriria principalmente um caminho a não seguir. Isso é devido à natureza individualista de Xeper (lembra? Verbo de primeira pessoa).
Tudo isso diz a você muitas coisas sobre o verbo Xeper. NÃO é algo contínuo. Todos os eventos não o alimentam igualmente. Não está totalmente sob controle consciente; ao contrário, a consciência e a emoção surgem dela; mas podem e devem ser usados para buscar mais. Isso significa que o Xeper NÃO é um simples autodesenvolvimento ou autoaperfeiçoamento, mas que coisas escolhidas racionalmente podem nos colocar no lugar onde o Xeper pode ocorrer. Todos os seres sapientes experimentam o Xeper, mas aqueles que podem nomeá-lo e entender seu propósito têm uma chance muito melhor de alcançá-lo. Os caminhos para isso são absolutamente pessoais, mas algumas de suas propriedades (como ser alimentado / desencadeado por experiências de pico) criam certas funções de grupo facilitadores. Isso o limita – as decisões divinas sempre envolvem uma estrada não tomada. Isso o cria – as decisões divinas sempre levam a muito mais do que pode ser deduzido racionalmente. Quando você pode dizer “Xeper”, você é, de alguma forma, uma pessoa diferente.
Xeper enquanto substantivo
O substantivo “Xeper” – aquilo que chamamos de nosso “Xeper” – era também um substantivo entre os egípcios. Geralmente é traduzido para o inglês como manifestação ou “Aquilo que veio a ser”. O plural do substantivo é Xeperu. Quando falamos sobre nosso “Xeper”, estamos falando sobre uma coisa muito grande, de fato – e normalmente (em nosso modo normal de lesma) pensamos muito pouco nisso. No entanto, quando simplesmente nos tornarmos cientes de Xeper, nossos horizontes mágicos e filosóficos pessoais se expandem muito. Muitos magos no Templo de Set têm orgulho justificável dos itens mágicos que criam. É fácil ver a magia em um colar com pingente que alguém fez. No entanto, como magos, o que fazemos é criar um objeto mágico muito maior, existindo em muitos níveis de realidade. Toda a nossa vida considerada a qualquer momento é um Xeper, uma manifestação. Se você puder pensar em todas as coisas que você já fez – mudanças em seu complexo mente/corpo, seu reconhecimento, sua reputação … todas essas coisas que representam o que você trouxe para esta Terra – como um enorme talismã, então você tem um controle sobre o substantivo Xeper. Muitos de vocês podem ter escrito uma runa para extrair algo – dinheiro ou amor – do Imanifesto. Essa runa é uma versão minúscula do grande talismã que seu Xeper é. A criação do Xeper é o Trabalho pelo qual atraímos o que vamos conseguir nesta vida e a memória divina que teremos desta vida.
Xeper, como substantivo, é a extensão da existência a um outro nível de ser. Essas extensões podem ser um pensamento que você puxou da intuição para um nível consciente mais desenvolvido – o que representaria dois níveis de ser em seu Universo Subjetivo. Essas extensões podem ser o que os outros pensam de você. As extensões são particularidades evidentes em ações que representam um primeiro ou melhor esforço pessoal em alguma coisa. Portanto, se você realmente quer fazer seu Xeper, vença o medo fazendo algo que você achou que não poderia. Ou encontre um mistério e traga-o à superfície do seu entendimento – ou melhor ainda, do entendimento de outras pessoas. Ou crie algo novo (o último seria um exemplo do verbo egípcio para “criar”: S’Xeper). Uma vez que Xeper exista como um substantivo, você pode interagir com o Xeper dos outros – você é afetado (geralmente às cegas) pelo trabalho de magos do passado, pode aprender a arte de Moldar e Buscar seu próprio Xeper primeiro ou você pode trabalhar conscientemente com os produtos do trabalho dos outros. Um excelente exemplo disso seria o Trabalho de Wewelsburg.
Vou deixar você com uma outra palavra para seu tesouro de palavras: o substantivo dual Xeperi. Os substantivos egípcios podem ser singulares (um gato), dual (dois gatos) ou plural (muitos gatos). O substantivo Xeperi pode ser melhor traduzido como sincronicidade, embora a tradução padrão seja milagre. Os egípcios sabiam que o sinal de algo vindo a existir era uma coincidência significativa. Nós também sabemos isso – seja por Shu (razão) (“Quais eram as chances de isso acontecer?”) ou por Tefnut (emoção) (“Senti arrepios na espinha.”). O substantivo Xeperi mostra que duas realidades vieram a ser em manifestações não são contínuas, mas discretas – ações à distância – ou mais simplesmente, mágicas. O Xeperi ocorreu quando dois sistemas discretos ressoam um com o outro. Outra forma de Xeperi é aquele momento de comunicação de informações mágicas sem que palavras sejam necessárias. A forma mais familiar disso é através de nossas interações com o Aeon, e como antes, quanto mais adepto você for em Buscar e Moldar seu próprio Xeper, mais poderá interagir positivamente com o Xeper do Aeon e ajudar a cumprir seu propósito de trazer Xeper ao universo objetivo.
Xepera Xeper Xeperu
Pense nessas coisas. Pense neles até aquele arrepio percorrer sua espinha. Em seguida, deixe isso de lado por um tempo e volte aos seus assuntos. Então, depois da experimentação mais pessoal e individual, você também pode Conhecer e Seguir a Lei: Xepera Xeper Xeperu = “Eu vim ao ser, e pelo processo em que eu venho a ser, o processo de vir a ser é estabelecido.”
Falarei sobre a história da Palavra, e pedirei a todos vocês que pensem nesta Evolução no universo objetivo, e depois na Evolução de seu próprio universo subjetivo: como você, leitor, experimentou o Xeper. Com cada evolução da Palavra, observe como ela não perde o significado, mas cresce em cada teste histórico – assim como Xeper em você cresce conforme você ganha um novo ser.
A fórmula “Xepera Xeper Xeperu” foi rastreada pelos egiptólogos franceses até o Primeiro Período Intermediário da história egípcia. Lá estava uma fórmula de poder para encontrar significado quando o Reinado Divino do Império Antigo, a fonte mais importante de ordem, entrou em colapso. Este foi provavelmente o nascimento do Caminho da Mão Esquerda – a ideia de que o sentido só pode vir do indivíduo. “Xeper” foi a última fortaleza, a mente e o corpo do indivíduo. “Xeper” era a palavra de qualquer pessoa que não deixasse o divino princípio de Isolamento e Evolução falhar.
A segunda aparição foi na época de Ramsés III. A fórmula foi usada para capacitar os viajantes através do deserto. “Xeper” foi uma pedra de toque para aqueles que estendiam a existência alargando as fronteiras. “Xeper” era a palavra do extensor do Egito – da Ordem Conhecida.
A terceira aparição foi no início da tradição hermética. “Xeper” tornou-se a palavra do mago individual em busca de dois tipos de poder: poder para ver através das ilusões deste mundo e o poder para uma vida após a morte coerente. Esses praticantes começaram uma prática mágica que ia além dos objetivos do estado do Egito, Grécia ou Roma.
A quarta aparição – relacionada com a aquisição da língua egípcia de Budge por um sacerdote de Mendes – foi muito diferente. O Caminho da Mão Esquerda estava pronto e funcionando. A palavra funcionava então em uma matriz de sua própria criação. Michael Aquino encontrou esta palavra (expressada em letras romanas e gregas) em uma tradução de sua última aparição. Ele não escreveu o papiro Rhind, assim como seu autor não inventou o feitiço da Recriação Contínua. Mas o enunciado daquela Palavra – em uma matriz condicionada por sua última aparição – produziu um novo acesso à energia e poder além de quaisquer elocuções anteriores. O enunciado de Aquino em 1975 e.v. foi a Enunciação da Palavra do Aeon, definindo o processo que cada ser sapiente deve experimentar para mudar a si mesmo. Xeper é o conceito sobre o qual os ciclos de manifestação são atualizados (nos mundos numenológico e fenomenológico). A atividade real do dinamismo cíclico é gerada pela fórmula de Xepera Xeper Xeperu e minha Remanifestação da Palavra com meu próprio Enunciado de Xeper no Equinócio de Primavera de 1996 e.v. vai elevar e sintonizar a imaginação do mundo para uma compreensão nova e permanente deste princípio.
Minha elocução da palavra segue a tradição de Michael Aquino. Estou proferindo a palavra em uma matriz de seu próprio condicionamento. Os resultados devem ser mais fortes e de maior alcance do que o Enunciado de Michael Aquino – assim como aqueles que me segue estenderão a Palavra ainda mais.
Cada Faraó tentou estender as fronteiras do país mais longe do que seu antecessor. Estou estendendo as possibilidades do Xeper além de Michael Aquino. Minhas realizações serão menores; o momento de ver um Aeon nascer é muito raro. Mas meu trabalho será encontrar e articular mais propriedades do Xeper, para que cada aluno de Artes Negras tenha novos tipos de ferramentas para sua colaboração com Set.
Se eu conseguir estender os limites e fazer ali meu Juramento da Verdade, então serei visto como um Magus bem-sucedido. Se eu falhar, outros proferirão “Xeper”, assim como a humanidade tem feito nos últimos quatro mil anos. É função do Templo manter as conexões da Palavra vivas, para que longos períodos de ignorância não voltem. Na verdade, se falharmos totalmente, é possível que a Palavra não seja ouvida nesta terra novamente.
Para aqueles que desafiam a Magia Negra, que assumem o desafio pessoal único de Xeper, tanto como uma busca espiritual por Auto-deificação e uma exploração psicológica do antinomianismo, eu envio saudações, e o Conhecimento seguro de que quando você pensa em Set, Ele pensa em você.
Xeper.
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