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Hipótese de Sekhmet: Onde Estão os Hippies Quando Precisamos Deles

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Bem vindos ao passado

Em 1610, logo após observar o sol através de seu recém inventado telescópio, Galileu Galilei fez as primeiras observações européias sobre as manchas solares. Desde 1749, as médias mensais dos números de manchas solares tiradas nos mostram que o número de manchas visíveis na superfície do sol aumenta e diminui em ciclos de aproximadamente 11 anos.

Bem vindos ao presente.

Não precisamos de uma bola de cristal para saber que algo vem acontecendo com a cultura jovem ocidental desde os embalos dos anos 1960. Antes deste período os jovens tinham que obedecer a 3 regras básicas:

1- Ficar de boca fechada;
2- Obedecer cegamente a líderes religiosos e governamentais;
3- Adotar uma aparência extremamente discreta e nacionalista (caso já imagine suásticas troque esse adjetivo por “patriótica”)

A partir da metade da década de 1960 houve uma espécie de reviravolta, a cultura jovem passou a rejeitar a grande massa, valores antiquados e se viam como parte de uma nova comunidade global. Algumas pessoas cultas, como o sociólogo Marshall McLuhan, sugeriram que isso aconteceu porque essa juventude foi criada, desde o nascimento, pelos aparelhos de televisão. Na década anterior, os distantes anos 1950, os adolescentes encontraram liberdade e uma forma de se rebelar ouvindo rock ‘n’ roll, mas vamos encarar, assim que Elvis se alistou no exército ele deixou claro que a cultura que estava representando ainda estava sob a tutela do governo patriarcal. E então surgiu a geração Beat, mas para a sociedade de forma geral, esse sempre foi um movimento quase que exclusivamente underground.

Outros movimentos surgiram e desapareceram como os Mods e os motoqueiros Rockers londrinos mas foi apenas em 1967 que o primeiro arquétipo global de uma natureza forte e atávica emergiu da cena Beat underground.

Esse arquétipo foi o da Criança Flor, ou como ficou mundialmente conhecido: o Hippie. Danças como o Monkey Jive eram um guia visual que mostrava de maneira clara a mutação do puro e cru rock ‘n’ roll para um tipo de ânimo baseado na psicodelia gentil. Diferente de outros movimentos jovens do passado a cultura Hippie tranformou completamente a sociedade ocidental, anunciando uma era de alegria, otimismo e expensão da mente.

Onze anos depois do surgimento, ou emersão se preferir, social das Crianças Flor surgiu a próxima corrente atavística jovem, o Punk explodiu no mainstream social em 1977. A espansão da mente da última parte da década de 1960 foi substituída por um sentimento de contração da mente, separatismo e  um ódio e apatia destrutivos, tudo isso celebrado de forma muito divertida e prazeirosa. O prazer de compartilhar a mente foi substituído pela repulsão súbita de cuspir a mente. Algumas pessoas, como John Peel, se referiram a esse novo movimento como uma possível reação contra os Hippies, os anti-corpos sociais para sanar a doença do paz e amor; outras afirmaram que o Punk era a polaridade inversa que complementava a doçura e gentileza das Crianças Flor, algo que seria não apenas natural, mas obrigatório aparecer como forma de equilíbrio.

Visualmente o espírito do tempo foi encapsulado por um tipo diferente de dança, o “ataque epilético”. Adolescentes se jogavam no chão e convulsionavam em espasmos acompanhando o ritmo da música. As pessoas que testemunhavam isso sentiam estar presenciando algo que ia muito além de uma simples modinha ou movimento. A postura do “luto de morte” – onde a pessoa se encolhia de maneira convulsiva – havia substituído a postura sexual e extática dos Hippies. Essa mudança possuia similaridades com os sentimentos expressos em nível pessoal quando defrontados com os extremos emocionais da vida. Quando nos apaixonamos nós erradiamos uma grande quantidade de alegria e otimismo e sentimos alegria em compartilhar isso com o resto do mundo, quando nós somos afligidos pela perda de um ente querido, tendemos a nos encurvar quando nos sentamos, ou nos enrolar como fetos e ficar chorando, deitados. O sentido de tempo celebrado por cada uma dessas culturas jovens também se relacionava com o espírito sentido na esfera pessoal: eterno, relaxado, expansivo quando apaixonado; acelerado, comprimido quando aflito ou quando nos deparamos com nossa morte evidente.

Assim como a cultura Punk começou a se desenvolver de forma cada vez mais acelerada, o gentil e suave Reggae fou complementado com o surgimento do Rap nervoso (desenvolvido de forma pioneira pela retórica rápida e esbaforida de Muhammad Ali), que curiosamente também desenvolveu de forma separada uma versão do “ataque epilético” junto com o break, uma dança constritiva e espiralada. Assim que a cultura Punk-Rap estava a pleno vapor, algumas pessoas começaram a levantar algumas questões, a maior delas sendo: poderia haver alguma razão por trás dessa ação combinada e recíproca de jovens celebrando um otimismo dócil, expansivo e construtivo, e então celebrarem o pessimismo a contração e a destruição?

Muitos tentaram responder isso de maneira sociológica, cultural, criativa, evolutiva. Mas nenhuma das respostas foi muito interessante, isso até Peter Carroll decidir se dedicar um pouco à questão. Carroll sugeriu que esse afluente cultural global estava se tornando receptivo, e assim influenciado, pelo ciclo de 11-22 anos de nosso astro local. Para muitos isso foi como ver no meio de uma festa de aniversário infantil um velho tio bêbado e um velho professor italiano se beijarem de maneira não tão púdica – um acontecimento óbvio, mas dificil de ser digerido, por mais aberta que seja sua mente.

Peter Carroll sugeriu que o movimento psicodélico que surgiu na segunda parte da década de 1960 aconteceu junto com o pico de atividade de manchas solares, que também ocorreu na segunda metade dos anos 1960. A celebração complementar de pessimismo ocorreu onze anos depois, a partir de 1977. Deste padrão Peter deduziu que conforme nos aproximássemos de outro pico de atividade solar, no fim de 1989, um novo ânimo, ou estado de espírito iria se expressar de forma social em 1988. Essas previsões foram feitas no início da década de 1980 em seu livro Psychonaut, muitos antigos Hippies leram o livro de Carroll e se pegaram aguardando maravilhados… enquanto muitos céticos apenas torceram o nariz e aguardaram por quase dez anos, preparados para rir de todos e preencher o mundo com suas teorias cínicas sobre como o mundo realmente funciona. Quem de fato acreditaria que o ciclo de manchas solares teria algo a ver com o comportamente cultural e musical dos mamíferos deste planeta? É de se admirar que depois de Newton, Darwin, Freud e outros as pessoas ainda dêem atenção a esse tipo de propaganda pseudo científica.

É claro que na vida nem tudo acontece como esperamos que aconteça e mesmo idéias que se baseiam em fatos aparentemente sólidos acabam indo por água abaixo, e foi isso o que aconteceu quando em 1988 a cultura Rave emergiu do underground. O novo movimento jovem chegou mesmo a desenvolver sua própria droga: Ecstasy, a primeira droga desenvolvida de natureza empática. E junto com essa nova leva jovem o slogam Paz e Amor estava de volta, exatamente como Carroll havia predito.

Se fôssemos extrapolar a premissa de Carroll, poderíamos esperar então uma nova celebração saudável de pessimismo e contração da mente para o ano de 1999. E de fato esta complementação surgiu, mas permaneceu underground. O que teria acontecido?

O novo ícone cultural revolucionário surgiu com a combinação do movimento NU Metal, que fundia influências do grunge e do metal alternativo com o rap e os vários subgêneros do heavy metal, e que começava a deixar o underground e a despontar em grandes festivais como o Ozzyfest, e da estética cultural e filosófica exposta no filme Matrix. Grant Morrison apontou que a nova juventude desejava absorver a cultura do filme, com seu imperialismo, sobretudos e visão niilista de que toda a liberdade existente hoje é apenas uma forma de controle vindo de “poderes ocultos” e assim não é uma liberdade real, mas poucos artistas e ícones da mídia quiseram participar desse movimento. Muitos não entenderam o porquê disso, já que outras culturas emergentes do passado não precisaram desse suporte da mídia para se desenvolverem, quando não haviam artistas elas criavam os próprios artistas.

Desta vez, a nova onde cultural veio carregada com uma dose extra de violência e o sentimento de morte foi muito mais extremo. Apenas vinte dias após o lançamento do filme Matrix nos EUA ocorreu o massacre na escola de Columbine. O crime logo foi associado com video games violentos, bandas de música pesada e particularmente ligada ao filme Matrix, a mídia inclusive afirmou que os dois estudantes responsáveis pelo crime estavam ligados a um grupo local auto denominado a Máfia do Sobretudo. A estética mostrada no filme passou a ser combatida por pais e professores, e muitos jovens, abalados pelo acontecimento não resistiram.

Além disso, dois anos após o lançamento do filme houve o ataque de 11 de Setembro nos EUA. O uso de aviões civis para se derrubar o World Trade Center, além de outros alvos fez com que a cultura global passasse não apenas a evitar, mas a combater qualquer forma cultural que exaltasse a morte e a violência criando uma guerra mundial ao terror, fosse qual fosse a forma de terror, impedindo o surgimento de um novo arquétipo cultural jovem.

Esses fatos fizeram com que muitos observadores culturais concluissem que a próxima onda cultural ainda estava para acontecer. Outros concluíram que essas mudanças culturais, ainda que influenciadas pelos ciclos de manchas solares começavam a ser também influenciadas pela mídia global que estava surgindo.

Considerando que o ciclo solar pode causar disturbios visuais, de rádio e até metereológicos, é possível que ele cause também influências de padrões sociais de natureza global. Mas se formos de fato buscar evidências que apoiem esta visão exótica, nós teríamos que buscar não só por padrões que atinjam seu ápice a cada 11 e 22 anos como também padrões que invertam de polaridade a cada 11 anos.

Que bom seria se as intensificações de caos social dentro da cultura jovem não possuíssem esse valor periódico.

Bem, deixemos de papo e vamos à prática. Um estudo dos ciclos solares no site de clima espacial da NASA nos oferecem os dados para criarmos a seguinte tabela de co-relações entre a atividade solar e os movimentos culturais:

Maio de 1967 – Cultura Hippie decola, um ano antes da máxima solar.

Janeiro de 1977 – Cultura Punk decola dois anos e meio antes da máxima solar.

Maio de 1988 –  Cultura Rave decola um ano antes da máxima solar.

1999 – Cultura de força hostil lúdica emerge (Nu Metal, Matrix, etc) logo antes da máxima. Mas curiosamente não surge um novo arquétipo jovem.

(As datas usadas são aproximações de quando os movimentos underground atingiram o mainstream da mentalidade contemporânea principalmente via as ruas, a imprensa sensacionalista e a televisão.)

Bem, agora é a hora de pararmos de simplesmente olhar par aa tomada e enfiar o dedo molhado nela par aver o que acontece.

Logo de cara os números parecem promissores, mas o primiro tropeço acontece quando olhamos o que o sol estava fazendo em janeiro de 1977. Nesta data o que aconteceu é que o sol estava em um período de atividade mínima e de repente ele resolveu, do nada, mudar para uma máxima solar no curto espaço de dois anos e meio. Não houve, então, uma máxima solar quando a cultura Punk foi sensacionallizada pelos tabloides.

Se combinarmos isso com o fato de a próxima cultura jovem ter perdido completamente a hora, aproximadamente 12 anos, começamos a sentir um cheiro estranho de peixe largado no sol quando paramos para pensar na hipótese da Cultura Jovem Solar. Afinal, sejamos francos, quem de fato acreditaria que o sol e as manchas solares poderiam influenciar que tipo de música irá surgir na terra?

Bem vamos olhar novamente para a foto de Peter Carroll e Galileu Galilei se beijando. Manchas solares são definidas como “regiões relativamente frias na fotosfera solar que aparecem como áreas escuras. Essas áreas contém campos magnéticos intensos que fornecem energia para as explosões solares. Manchas solares aparecem em grupos”.

Logo, estamos falando de magnetismo, magnetismo da pesada. Mas como esse magnetismo afetaria a cultura jovem? Bem, esse magnetismo poderia causar mudanças na eletrofisiologia do cérebro, afetar nossos neuro transmissores (o que afetaria nossa percepção de motivação/prazer e dor); o magnetismo poderia causar um decréscimo na memória, causar um défict de atenção maior e de quebra causar reações mais lentas no cérebro de crianças na escola, afetando o grau e a qualidade do aprendizado da lavagem cerebral que pagamos para essas instituições fazerem em nossas crianças 5 dias por semana, cinco horas por dia.

Então podemos dizer que os estilos psicodélicos, punk, raver e nu metal foram o resultado de doses massissas de magnetismo solar em cérebros jovens? Bem vamos trabalhar com outro gráfico e uma idéia divertida.

Sendo completamente raso, sem me aprofundar e tratando o assunto de maneira genérica o bastante para quase esbarrar na heresia, acho seguro dividir o comportamento, ou estado de espírito, do ser humano comum em quatro tipos. Imagine um círculo, cortado ao meio por uma linha horizontal e então novamente por uma linha vertical e… espere, deixe que eu faço isso pra você:

Os diferentes tipos de estado de espírito podem ser divididos em dois grupos, e cada um desses grupos em mais dois grupos menores influenciados pela personalidade geral das pessoas. Vejamos:

– Amigável – Delicado
– Hostil – Delicado
– Amigável – Força
– Hostil – Força

Entenda Delicado e Força da seguinte forma:

Delicado = passivo, sossegado
Força = ativo, energético

Assim, temos duas novas tabelas para adicionar ao nosso problema solar:

Tabela 1 = Evolução Cultural

1967 – 1976 -> Hippie
1977 – 1987 -> Punk
1988 – 1999 -> Rave
2000 – 2011 -> ?

Vamos entender essa interrogação como a falta de um arquétipo tão poderoso quanto o das outras 3 culturas anteriores. Podemos colocar o Nu Metal ai? Sim, mas estamos trabalhando com a possibilidade da carga criativa/energética/magnética ter se dissipado e o movimento ter começado forte e morrido alguns anos depois.

Tabela 2 = Desenvolvimento dos 4 tipos de estado de espírito

Amigável/Delicado -> Adiquirido aproximadamente entre 0 e 1 ano;
Hostil/Delicado -> Adiquirido aproximadamente entre 1 e 2.1 anos;
Amigável/Força -> Adiquirido aproximadamente entre 2.2 e 4 anos;
Hostil/Força -> Adiquirido aproximadamente entre 4 e 5.8 anos;

Para aqueles que não estão familiarizados com essas diferentes fases do desenvolvimento humano aguardem um artigo mais completo, por hora, basta saber que cada estado de espírito é a incorporação de um comportamento no desenvolvimento da criança e não uma única forma de comportamento. Ou seja, quando você nasce e é um bebê quando chora recebe um peito e você dita a rotina da família. Quando cresce impõe limites para você, primeiro de forma sutil, já não te alimentam sempre que quer e sim nas horas certas; ainda trocam suas frladas sempre que você se suja, mas você começa a ser incorporado na rotina, além disso não deixam você ir para onde quiser para não rolar uma escada engatinhando, ou não despencar da cama. Na fase seguinte, você já foi incorporado na rotina, mas está aprendendo as coisas, um novo universo se abre para você, que já caminha e já é parte da família; ainda trocam suas fraldas, mas você tem mais liberdade do que antes já que pode ir para onde quiser. Na quarta fase você já entende a diferença de sim e não, e os ‘não’ começam a chegar. Agora não querem mais trocar suas fraldas, estão te ensinando a ir ao banheiro, agora você entrou na hierarquia da família e tem chefes para obedecer.

Vamos fingir que o sol não existe, tire Galileu e vamos ficar apenas com Carroll.

Analisando os diferentes tipos, ou personalidades, das culturas jovens, ligadas à música que surgia, e comparando-os com os estágios do desenvolvimento humano temos novamente um padrão interessante surgindo. Uma experiência divertidas é tocar os diferentes tipos de músicas em festas de aniversários de crianças que ainda não fizeram 5 anos e observar a reação dos pimpolhos. Não, não vou descrever aqui as reações, eu disse que isso é uma experiência divertida, então a realize e se divirta. Para apenas de ler e tente aprender algo na prática.

Voltando ao assunto, temos então um quadro interessante. Se as mudanças são causadas pelo sol ou não, elas possuem um paralelo com o desenvolvimento da programação que tranforma um bebê em alguém que irá passar a maior parte da vida longe da família, dos amantes e dos filhos, trancado em algum lugar lutando por cada vez mais papel colorido com númeors impressos distribuídos pelo governo e guardados em bancos que tentam fugir do tédio lendo coisas na internet.

Assim, como podemos prever o próximo movimento cultural jovem? Se levarmos em conta que o do início deste século simplesmente se evaporou, qual seria o movimento cultural/musical que irá se tornar o avatar a partir de 2011?

Merda. Estamos em 2011!

O último grande arquétipo cultural aceito por nossos pesquisadores, foi a cultura Rave, enquadrada como Amigável-Força. A que se seguiria seria Hostil-Força, mas alunos se mataram, o World Trade Center agora é uma praça e não mais prédios. O Nu Metal trazia um aspecto hostil e energético, mas ele não se tornou um arquétipo. A nova onda energética que deve estar acontecendo este ano ou ano que vem (alarmistas de 2012, comecem a sorrir) deve adotar a postura Hostil-Força ou será que veremos um próximo pulo evolutivo?

Estilos como Stormer (pense nos storm troopers de Starwars), Valkie (pense em Wagner) ou Panzer (aqueles belos tanques alemães) estão sendo sussurrados por aqueles que gostam de falar de coisas como nanotecnologia usada para implantar propaganda corporativa em sonhos, assim sempre que você sonhar que está com sede vai se ver bebendo uma coca-cola.

Caso de fato tenhamos perdido o ônibus dormindo e tenhamos uma nova cultura jovem hostil agressiva podemos esperar algo como o inferno vindo para a terra. Ela provavelmente será demonizada pelos fundamentalistas religiosos, pela imprensa de tabloides e por uma série de DJ’s que perderam os empregos nos últimos anos por teram saído de moda. E claro, com cada cultura uma nova droga. Se antes o Ecstasy era a droga do amor, esperemos o surgimento de uma nova droga que trabalhe com um aspecto violento agressivo.

A idéia divertida mencionada acima é uma forma de tentar entender: se de fato o eletromagnetismo do sol pode influenciar nossa cultura jovem, nossa “nova onda”, o que poderia ter bloqueado a última, de 2000, e que poderia continuar fazendo com que nossa criatividade simplesmente brochasse eternamente? Que fontes de eletromagnetismo nós teríamos ao nosso redor constantemente o tempo todo?

Em 1888 Hitler foi o pioneiro na transmissão de códigos pelo ar. Claro que não era exatamente pelo ar, afinal qualquer pessoa que grite está transmitindo códigos pelo ar, mas estou falando do tipo de transmissão que acabou dando origem ao rádio transmissor. Bem, logo todo mundo decidiu que precisavam mandar informações de forma rápida. Em 1914 aconteceu a primeira ligação telefonica trans oceânica. Em 1947 os laboratórios Bell, nos Estados Unidos, pegaram a invenção de uma atriz hollywoodiana, Hedwig Kiesler (conhecida também por Hedy Lamaar) e desenvolveu em cima dela – da invenção não da atriz – um sistema telefônico de alta capacidade inteligado por diversas antenas espalhadas por ai, cada antena recebeu o nome de célula porque isso era bacana pra caralho e fazia o trabalho parecer coisa de ficção científica. Assim nascia a telefonia celular. O primeiro celular foi desenvolvido pela Ericsson, que ainda nem imaginava que temrinaria na cama com a Sony, em 1956, ele pesava 40 quilos e foi criado para ser instalado em porta malas de carros. A Motorola entrou na dança lançando o seu modelo de celular em 1973, que já pesava 1 quilo e tinha o prático tamanho de um tijolo. Em 1979 o Japão e a Suécia entraram no jogo e os EUA em 1983. Isso, em números, significa que até 1989 existiam 4 milhões de assinantes do serviço móvel em todo o mundo. Em 2009 esse número subiu para 4.600 milhões. Para 2013 se antecipam 6000 milhões.

1947-1956 – desenvolvimento do primeiro celular -> 1967 – 1976 -> Hippie
1979-1989 produção se espalha pelo mundo -> 1977 – 1987 -> Punk
1989 – 2009 – produção em massa de celulares populares -> 1988 – 1999 -> Rave e 2000 – 2011 -> ?

Celulares usam uma energia eletromagnética. Estão cada vez mais populares e mais difundidos. As antigas “células” estão sendo trocadas por satélites que vão recolher e disparar de volta outros feixos de energia eletromagnética. Teria esse magnetismo influenciado o magnetismo solar e o Nu Metal não se desenvolveu? Será que o movimento Emo seria uma mutação causada por nosso eletromagnetismo artificial? Existe eletromagnetismo artificial?

Nós podemos discartar tudo o que foi escrito até agora e simplesment assumir que é muito rasoável dizer que a cultura jovem está caindo em um ciclo por causa da substituição do antigo controle patriarcal-governamental e o substituindo por um controle corporativo-capitalista-
comercial. Pergunta a um jovem o que é o comunismo, ele pode não saber dizer o que é, mas em algum ponto da história o Mac Donald’s lutou contra ele e venceu. Isso se torna claro na cada vez mais alarmante falta de respeito por instituições religiosas e da cada vez mais falha capacidade de controle de diferentes agências governamentias que está culminando com o fim do nacionalismo/patriotismo.

Agora o que dita essas mudanças? Eletromagnetismo? De quando em quando elas ocorrem? Como definimos que ela é um arquétipo? Afinal qualquer pessoa com um mínimo de cérebro já notou duas coisas: o movimento Grunge, por exemplo, sequer foi citado neste ensaio. Porque o sol ou seja lá o que for, apenas afeta o ocidente? E o Japão?

Bem, sendo um bom adorador de gráficos inúteis e tabelas comparativas esdrúxulas, o grunge pode ser classificado como uma mistura do hippie com um punk melancólico, banhado em óleo de motor usado. Seria como vermos um bando de Punks patetas chapados em um verão ensolarado, ou hippies sombrios em um inverno escuro. Assim mesmo essa subcultura poderia ser encaixada como o resultado de duas culturas dinâmicas. Podemos apontar, de maneira óbvia, que um movimento não surge do nada, ele é formado pela interação de culturas prévias se mesclando e se influenciando de forma dinâmica.

Antes que você resolva começar a perguntar sobre Hip Hop e outras coisas, só porque leu acima que uma pessoa inteligente notaria que várias culturas jovens não foram citadas, tenha em mente primeiro que no início o Rap era considerado o ‘Punk Negro’, com certeza o rap possuia aspectos de composição mais trabalhados do que o Punk, não era exatamente um touro bravo, mas um touro bravo com óculos escuros, se é que me entendem. E depois, eu sou branco, acreditem ou não, então qualquer insight que eu possa oferecer sobre isso seria algo falso e artificial visando apenas aumentar os lucros da empresa.

Mas e quanto ao japão e ao oriente médio? Bom, o Japão teve uma sobrecarga de eletromagnetismo e um pais para se reconstruir depois da segunda Guerra. O oriente, bem ou mal, esteve em conflitos que fariam o 11 de Setembro americano parecer uma pegadinha do Mallandro, mas até ai… além de branco eu sou ocidental, não vou nem tentar começar a criar metáforas para uma cultura que o mais perto que chegamos foi Spectreman, Chance Man e cavaleiros do Zodíaco.

E, para isso não virar um pingue-pongue mental, vou deixar claro que esta hipótese trata apenas de tribalismos atávicos nascidos de traços do psicodelismo e psicoesferismo da cultura jovem.

Isso pode descartar então de fato a ligação entre o surgimento desses movimentos com a atividade solar? Ou mesmo indicar um padrão que mimetize o desenvolvimento neural de um bebê em uma criança?

Pense o seguinte: Nu Metal aconteceu, ele pode não ter chegado por aqui, mas da mesma forma que o movimento Hippie inundou os EUA e o movimento Punk inundou a inglaterra e o movimento tecno/rave pareceu começar a inundar o Brasil, ele teve lá seu momento de fama. Paralelo a isso de acordo com Dean Pesnell, o físico solar do Goddard Space Flight Center da NASA, “nada tem acontecido no Sol há algum tempo, pelo menos quando discutimos sobre a presença (ou melhor: ausência) das manchas solares; estamos experimentando um mínimo solar muito profundo”. Assim teríamos uma nova eclosão cultural que se seguiria à Hostil-Força do Nu Metal e que iria para um próximo passo, sem nenhuma influência do Sol e banhada pelo eletromagnetismo de celulares.

Bem, veja o que acontece quando se mescla elementos de hard core “alegre” com elementos emo.

As novas bandas de Rock Colorido continuam sendo motivo de risadas para muitos, ao menos aqui no Brasil, mas… para cada pessoa que sacaneia a #famíliarestart, ou qualquer coisa que o valha, tem centenas que elogiam e fazem juras de amor para eles. E essas bandas estão se multiplicando. Várias dessas bandas estão fazendo turnês pelo nosso país de uma maneira que faria grandes bandas das culturas passadas se assustarem, já que falamos do Restart, eles já viajaram mais de 3.000 quilómetros para realizar show só no mês de março do ano passado. Outras como Hori, Cine, Fake Number, Hevo 84 crescem a cada dia. Isso não significa que você vai gostar do som. Os Hippies não eram muito amigo dos Punks. Os punks não tem críticas boas para os Revaers e Clubbers, esses não tem uma queda especial pelo som Nu Metal, e ninguém, mas ninguém mesmo, gosta dessas bandas de rock colorido, a não ser os milhares cada vez maiores de fãs. Isso pode ser um indicativo do que vai ser a juventude, ou como ela vai se desenvolver nos próximos anos.

Enquanto isso podemos apenas clamar para a Deusa: Precisamos de manchas solares!

por LöN Plo


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Uma resposta em “Hipótese de Sekhmet: Onde Estão os Hippies Quando Precisamos Deles”

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