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Quem assistiu ao filme Guerra nas Estrelas, viu a imagem da princesa Lela projetada tridimensionalmente pelo robô. Essa imagem, incrivelmente real, é um holograma. Basicamente, o filme de um holograma é cheio de borrões, que lembram os círculos formados por pedras atiradas num lago. Contudo, quando a imagem é projetada, sai aquele prodígio tecnológico.
O importante é que vários cientistas começam a acreditar que o próprio universo, e tudo que ele contém, não passam de hologramas de outro nível de realidade ainda desconhecido. Os autores desta idéia são David Bohm e Karl Pribram. Entretanto, o que nos oferece este modelo? Bem, o mais importante é uma mudança de enfoque: não é o cérebro que cria a consciência, mas a consciência que cria o cérebro.
Além disso, o filme do holograma, sendo cortado ao meio, cada parte vai oferecer a visão do objeto por inteiro. Corte-se em mais duas e acontece o mesmo. Várias pesquisas científicas provam que o modelo do holograma adapta-se perfeitamente a nós. Se for removida uma parte “qualquer” do nosso cérebro, a memória continua a mesma, porque ela não está localizada num setor específico, mas o preenche por inteiro. O mesmo acontece com outras partes do corpo, como os nervos ópticos. Se eliminada uma parte, também a visão permanece por inteira. É a característica do “todo em cada parte”, que, misticamente, explica também o modelo do macrocosmos no microcosmos e vice-versa. Na verdade, não passamos de hologramas de outro nível de realidade.
O UNIVERSO É UM HOLOGRAMA DA CONSCIÊNCIA CÓSMICA!
O modelo também explica as experiências no limiar da morte, as experiências arquetípicas, os sonhos lúcidos, as sincronicidades, a telepatia, a levitação e todas as experiências paranormais.
Diz Michael Talbot[1] que “A idéia de que a consciência e a vida (e na verdade todas as coisas) são conjuntos envolvidos por todo o universo tem um reverso igualmente deslumbrante. Assim como toda parte de um holograma contem a imagem do todo, cada porção do universo envolve o todo. Isto quer dizer que, se soubéssemos como ter acesso a isto, poderíamos encontrar a galáxia Andromeda na unha do polegar de nossa mão esquerda.”
Quem assistiu ao filme Matrix, pôde perceber três níveis de realidade. O primeiro acarretada pela interação neurovegetativa das pessoas dormindo, sob o controle das máquinas. O segundo, por Neo, o protagonista, ao despertar, tomando ciência da verdadeira realidade: da guerra entre os humanos sobreviventes e as máquinas. O terceiro, também por Neo, no final da película, quando combate o programa sensiente e percebe que toda a realidade do sonho não passa de uma espécie de codificação superelaborada e, assim, consegue desfazê-la.
Em outras palavras, “na ordem implícita, como no próprio cérebro, a imaginação e a realidade na verdade são indistingüíveis e portanto não deveria ser nenhuma surpresa para nós que as imagens mentais possam conseqüentemente se manifestar como realidades no corpo físico. Achterberg descobriu que os efeitos fisiológicos produzidos por meio do uso da imaginação não só são poderosos como também podem ser extremamente específicos”[2]. Esse assunto é de importância capital, porque pode ser usado magicamente, não apenas de modo terapêutico, mas também com outros objetivos.
Magicamente, a arquitetura da convicção consiste no fortalecimento da crença através de uma vontade inabalável, consolidada por um modelo estruturalmente concebido de forma o mais perfeita possível e aliado a uma carga emocional induzida de forma intensa. A mente não perceberá a distinção entre realidade e fantasia, porque o trabalho tornou-se o mais vívido e profundo possível. Neste aspecto, é possível mudar o holograma da realidade presente. Diz Walt Whitman: “Uma vasta semelhança conecta tudo” e Yogananda esclarece que “O mundo e nada mais do que um sonho objetivado e tudo aquilo em que sua poderosa mente acredita com intensidade, instantaneamente acontece”.
Outro aspecto é a semelhança entre a mente e o quanta. Diz Talbot que “Talvez o mais surpreendente de tudo é que há provas contundentes de que a única vez em que os quanta se manifestam como partículas e quando estamos olhando para eles. Por exemplo, descobertas experimentais sugerem que, quando um elétron não está sendo visto, é sempre uma onda”. Mais adiante, continua: “Quando semelhante a partícula, a consciência pareceria estar localizada em nossa cabeça, mas quando semelhante a onda, a consciência, como todos os fenômenos de onda, também poderia produzir efeitos de influência à distância. Eles acreditam que um desses efeitos de influência à distância é a PK.” Esta é uma chave muito importante. Se você deseja intensamente algo que está sendo bloqueado por algum elemento estranho, desconhecido, pode alcançar o objetivo, buscando algo de importância semelhante. Por exemplo, na meditação, o objetivo é feito em cima de um mantra, quando, na realidade, o que você quer são insights.
Um enfoque interessante acerca da consciência. Há inúmeros estudos sobre a aura, mas, em essência, somos vazio. Isto revela a impossibilidade de destruição completa do nosso ser. Como o vazio pode ser destruído? Todavia o vazio não é um nada, ele é repleto de consciência/energia. Este é um dos maiores segredos do universo. É também a razão por que muitos buscadores abandonam sua senda. O vazio do ser é algo imensamente apavorante, afasta quase todos, quiçá a maior sombra a ser aceita, trabalhada e desvelada pelo ser humano. Diga-se de passagem, a mais perigosa também, associada à loucura e a morte, bem como, por outro lado, ao fator transpessoal.
Seja o sonho, a imaginação, o cotidiano ou o que seja, uma das maiores verdades é que a realidade e um constructio da consciência. O satanista realiza a sua busca sabendo que os limites entre o subjetivo e o objetivo, entre o interior e o exterior, são apenas aparentes, uma simples questão didática. Na realidade, não há limite algum, o homem está além de quaisquer limites. O homem é o seu próprio deus.
[1] Extraído do livro O Universo Holográfico, deste autor.
[2] Idem.
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