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Para Zeena e Orwell
Os participantes são o sacerdote, um assistente, a criança que será glorificada e seus pais. Outros congregantes podem estar presentes por convite dos pais da criança.
Todos os participantes usam robes negros exceto a criança, que veste um manto vermelho escarlate com capuz aberto no rosto. O talismã de Satã é segurado por uma corrente ou fita em volta do pescoço por fora do manto escarlate. A criança fica sentada (ou deitada, se muito nova) na plataforma do altar na frente do símbolo de Satã, na parede oeste da câmara.
Além dos instrumentos padrão da ritualística satânica, são usados dois recipientes; um com terra e outro com água do mar. Não é usado incenso neste rito. O uso de incenso está tão firmemente ligado a práticas religiosas – um aspecto da vida ainda desconhecido pela criança – que estabelecer tal conexão com o ritual satânico na mente da criança seria não-mágico. Embora adultos pareçam precisar disto, crianças não. Se for para haver cheiros dentro da câmara, devem ser aqueles pelos quais a criança tenha mostrado uma reação alegre ou favorável, como chocolate, leite quente, qualquer outra comida preferida ou cheiro do animal de estimação etc.
A música de fundo deve ser escolhida com cuidado, pois crianças pequenas são epicuristas em sua escolha de tons. O autor constatou que os temas “Hall of The Mountain King” de Edvaard Grieg e “Entrance of The Little Fauns” de Gabriel Pierné tocados num ritmo lento e uniforme são ideais.
Neste rito não há linguagem arcaica (vosso, vossos, etc.) devido à possibilidade de confusão para a criança, pois é sensato supor que ela não esteja acostumada a tal verbosidade. Se os pais da criança preferirem uma linguagem arcaica, substituições podem ser feitas.
O sacerdote fica voltado para o altar, seu assistente à sua esquerda, e os pais da criança à sua direita. A cerimônia começa da maneira habitual. O sacerdote lê a Primeira Chave Enoquiana (da Bíblia Satânica) depois prossegue com a glorificação:
SACERDOTE:
Em nome de Satã, Lúcifer, Belial, Leviatã, e todos os demônios com ou sem nome que vagam na escuridão, ouçam-nos, Óh obscuras e sombrias criaturas, espectros distorcidos vislumbrados além do obscuro véu do tempo e da noite infindável. Aproximem-se, nos visitem nesta noite de nova soberania. Dêem as boas vindas a um novo e digno irmão, (nome da criança), criatura de extática e mágica luz. Juntem-se a nós em nossas boas-vindas. Digam conosco: boas-vindas a ti, filho do prazer, doce fruto da paixão e da sombria noite de almíscar, deleite do êxtase. Boas-vindas a ti, feiticeiro, o mais natural e verdadeiro mago. Suas pequeninas mãos tem a força de puxar para baixo a frágil abóboda do espúrio céu, e de seus cacos erigir um monumento à sua própria indulgência. Sua honestidade lhe dá o merecido domínio sobre um mundo cheio de homens covardes.
(O acólito[assistente] entrega uma vela negra acesa ao sacerdote, que passa a chama quatro vezes abaixo dos pés da criança, dizendo:)
SACERDOTE:
Em nome de Satã, nós colocamos teus pés no Caminho da Mão Esquerda. Quatro vezes passaste sobre a chama, para acender luxúria e paixão em seu coração. Que o calor e brilho da chama de Schamballah aqueçam você. Que seus sentimentos e emoções ardam alegre e apaixonadamente, para sua magia funcionar como você quiser. (Nome), nós chamamos você, enquanto seu nome brilha na chama.
(O sacerdote devolve a vela ao acólito, que lhe entrega o sino. O sacerdote toca o sino suavemente em volta da criança, recitando:)
SACERDOTE:
Em nome de Lúcifer, nós tocamos o sino ao seu redor, iluminando o ar com vibrações de tilintante sabedoria. Assim como seus olhos recebem a luz, seus ouvidos irão distinguir a verdade e os lados da vida para encontrar seu lugar. Na noite nós chamamos teu nome: ouça teu mágico nome, Óh (nome).
(O sacerdote devolve o sino ao acólito, que lhe entrega o recipiente com terra. Ele pega uma pequena quantidade de terra e suavemente a esfrega na sola dos pés e palmas da criança, dizendo:)
SACERDOTE:
Em nome de Belial, nós colocamos Seu sinal sobre você, para celebrar e gravar em sua memória de onde você veio; o escuro e úmido Poço com a torrente de virilidade fertilizando a Mãe Terra. Assim sempre foi e será até o fim dos tempos. (Nome), nós chamamos você. Que seu poder também seja eterno, sempre forte como o homem e a terra, pois eles são um contigo.
(O sacerdote devolve o recipiente contendo terra, pega o vaso com água do mar e a esfrega nas mãos e pés da criança, dizendo:)
SACERDOTE:
Em nome de Leviatã, com o grande oceano nós vestimos teu ser com a substância da criação. Que todos os habitantes do abismo das águas sorriam para você, (nome), e ao seu redor nadem amavelmente. Que as ondas do oceano cantem à sua glória, Óh pequeno descendente de herança marítima.
(O sacerdote devolve o vaso ao acólito e, pegando sua espada, coloca sua ponta sobre a testa da criança, dizendo:)
SACERDOTE:
Por todas as imagens criadas pelas fantasias da infância, por todas as criaturas que rastejam e se arrastam no templo dos seres da noite, por todos os suaves sussurros do vento e ruídos da noite; rãs, sapos, ratos, corvos, gatos, cães, morcegos, baleias e todos vocês parentes dos pequeninos como este que está diante de vocês: abençoem ele, sustentem ele, pois ele não precisa de purificação. Pois ele, como todos vocês, é perfeição no que ele é, e esta mente é movida por seu deus, o Senhor do SER, a Toda-Poderosa Manifestação de Satã.
(O sacerdote aponta a espada para o Sigilo de Baphomet. Todos os presentes levantam o braço direito fazendo o Sinal dos Chifres em direção ao altar.)
SACERDOTE:
HAIL, (nome)!
TODOS OS OUTROS:
HAIL, (nome)!
SACERDOTE:
HAIL, SATAN!
TODOS OS OUTROS:
HAIL, SATAN!
(A cerimônia é fechada da maneira habitual.)
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