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A primeira contradição diz respeito à Bíblia ser um livro inspirado ou não por Deus. Em Timóteo II 3:16, “toda Escritura é divinamente inspirada”, mas em Coríntios I 7:6, Paulo nega a dita inspiração quando declara que “o que eu digo, não o digo segundo o Senhor, mas como por loucura, nesta confiança de gloriar-me”.
Em Gênesis 6:4, “havia naqueles dias gigantes na terra”, ou seja antes do dilúvio. Apenas Noé, sua família e os animais sobreviveram, conforme Gênesis 7:13,23. Então como é possível que, em Números 3:33, após o dilúvio, os gigantes continuassem existindo?
Em relação à alimentação, Deus fala a Noé, em Gênesis 9:3-4, que “Tudo o que se move e vive será para vosso mantimento. Assim como vos dei as ervas verdes, tudo os dou agora. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis”. Assim, qualquer animal morto pode ser comido. Não obstante, em Deuteronômio 14:7-20, Deus descreve inúmeros tipos de animais que não podem ser comidos. Quanto à língua, em Gênesis 11:1, “a terra toda tinha uma só língua”, mas antes disso, em 10:5, cada nação tinha a sua própria língua: “Por estes foram repartidas as ilhas em diversas nações nas sus terras, cada qual segundo a sua língua”.
Em Lamentações 3:33, Deus afirma que não aflige de bom grado aos filhos dos homens, mas basta dar uma revisada no capítulo anterior e pode-se perceber os incontáveis genocídios praticados com a ajuda de/sob o nome de Deus. Em Êxodo 6:2-3, Deus diz que “eu sou o Senhor. Apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso, mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui conhecido”. Contudo, em Gênesis 4: 26, já era conhecido, pois “foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”. Deus determina, em Êxodo 20:4, que “não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do eu há em cima nos céus”, entretanto, pouco depois, em 25:18, manda que se faça “dois querubins de ouro batido nas duas extremidades do propiciatório”.
Em relação ao assassinato, em Os Dez Mandamentos (Êxodo 20:13), está “não matarás”, mas em Números 31:7, ele muda de idéia: “Pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moisés, e mataram todos os homens.” Do mesmo modo, em Êxodo 20:15, há o “não furtarás”, mas, em 3:21-22, manda despojar os egípcios. Em 20:16, assere-se o “não dirás falso testemunho contra o teu próximo”, entretanto, em Reis I 22:22, Deus permite a mentira.
Em Levítico 19:15, Deus fala que “com justiça julgarás o teu próximo”; em Mateus 7:1, “não julgueis para não serdes julgados”. Afinal, julga- se com justiça, ou não julga ninguém?
Deus jamais se arrepende, pois, em Samuel I 15:29, “aquele que é a Glória de Israel não mente nem se arrepende”; não obstante, em Gênese 6:6, “arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra”; em Êxodo 32:14, “arrependeu do mal que dissera havia de fazer ao seu povo”; em Samuel I 15:11,35 de “haver posto a Saul como um rei”; e em Jonas 3:10, do “mal que tinha dito lhes faria”.
Em Números 23:19, “deus não é homem para que minta”, entrementes, em Reis I 22:20-30 e Crônicas 18:19-22, envia deliberadamente um “espírito” mentiroso para a boca dos profetas, em Tessalonicenses II 2:11-12 “Deus lhes envia a operação de erro, para que creiam na mentira” e, em Ezequiel 14-9, Deus engana os profetas.
De acordo com Números 33:39,41, Arão morreu no monte Hor. Após o seu falecimento, os israelitas partiram para Zalmona e, em seguida, para Punom. Por outro lado, em Deuteronômio 10:6-7, Arão faleceu em Moserá e depois os israelitas rumaram para Gudgodá e, após, para Jotbatá.
Em Deuteronômio 6:5 e Mateus 22:37, a imposição é de amar a Deus; já em Deuteronômio 6:13 e Pedro I 2:17, é necessário temer a Deus. Deuteronômio 10:4 declara que “o senhor escreveu nas tábuas, conforme a primeira Escritura, os dez mandamentos”; de modo contrário, em Êxodo, 34:27-28, Deus manda Moisés escrevê-los.
De conformidade com Josué 8:28, a cidade de Ai foi queimada e reduzida a um “perpétuo monte de ruínas”, mas a referida cidade sobrevive em Neemias 7:32. Igualmente, em Josué 10:38-39, os habitantes de Dabir são completamente destruídos, mas depois, em 15:15, ainda estão vivos.
Em Samuel I 15:7-8,20 os amalequitas são destruídos totalmente por Saul; em 27:8, ainda são combatidos por Davi; e, em Crônicas I 4:42- 43, os amalequitas são novamente mortos. De acordo com Samuel I 16:10-11, Jessé teve, além dos sete filhos, o mais jovem, Davi. Já em Crônicas I 2:15, Davi foi o sétimo filho.
Saul tentou consultar o Senhor em Samuel I 28:6, mas Crônicas I 10:13-14 nunca “buscou o Senhor”. Da mesma forma, Saul cometeu suicídio em Samuel I 31:4-6 e em Crônicas 10:4- 5, mas é assassinado por um amalequita em Samuel II 1:8-10 e pelos filisteus em Samuel II 21:12.
O texto de Samuel II 8:4 afirma que Davi tomou 1600 cavaleiros de Hadadezer, contudo, em Crônicas I 18:4, passam a ser 7000 cavaleiros.
Em Samuel II 24:9, “havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que puxavam da espada, e os homens de Judá eram quinhentos mil”; em Crônicas I 21:5, “em todo o Israel havia um milhão e cem mil homens que arrancavam da espada, e quatrocentos e setenta mil em Judá”. Em Crônicas I 21:1, Satanás incitou Davi a fazer o censo de Israel e, em Samuel II 24:1, é Deus quem incita Davi.
Em Eclesiastes 1:4, “uma geração vai, e outra vem, mas a terra permanece para sempre; em Pedro II 3:10, a terra perecerá. Deus fala da realização de holocaustos em seu nome a Moisés, em Levítico 1:1-9, mas, em Jeremias 7:22, sentencia: “Pois eu nada disse a vossos pais, no dia em que vos tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos e sacrifícios.”
Quanto ao filho ser castigado pelos pecados do pai, Deuteronômio 24:16 expõe que os filhos não serão mortos pela culpa dos pais, “cada qual morrerá pelo seu pecado”; Ezequiel 18:20 e Crônicas 25:4 comungam idéia semelhante; no entanto, em Êxodo 20:5 e Deuteronômio 5:9, Deus se vinga pela maldade dos pais nos seus filhos até a quarta geração e, em Romanos 5:12, todos os homens passam a ser culpados pelo pecado de Adão.
Mateus 1:16 e Lucas 3:23 se contradizem quanto à genealogia de Jesus. Naquele, Jesus foi filho de José, que, por sua vez, foi filho de Jacó; neste, Jesus foi filho de José, que foi filho de Heli. Em Mateus 1:12, Salatiel foi filho de Jeconias, mas, em Lucas 3:27, foi filho de Neri. O filho de Zorobabel é Resá em Lucas 3:27 e passa a ser Abiúde em Mateus 1:13; em Crônicas I 3:19-20 são citados todos os filhos de Zorobabel, mas nem Resá nem Abiúde estão na lista. Mateus 1;8-9 afirma que Jorão era o pai de Uzias, que era o pai de Jotão, e em Crônicas I 3:11-12, Jorão era pai de Acazias, que, por sua vez, era pai de Joás, que gerou Amazias, que finalmente gerou Jotão. Em Mateus 1:11, Josias era pai de Jeconias e, em Crônicas I 3:15-16, passa a ser avô. Em Mateus 1:12 e Lucas 3:27, Zorobabel é filho de Salatiel e, em Crônicas I 3:17-19, Zorobabel é filho de Pedaías.
Por João 1:18 e João I 4:12, ninguém jamais viu a Deus, mas Jacó viu “a Deus face a face” (Gênesis 32:30), Moisés e os anciões “viram o Deus de Israel” (Êxodo 24:9-11), depois Deus tornou a falar com Moisés “face a face” (Êxodo 33:11 e Deuteronômio 34:10) e, finalmente Ezequiel 1:27-28 descreve a visão de Deus por cima do firmamento.
Em Mateus 4:5-8, o Diabo colocou Jesus sobre o pináculo do templo e depois a um monte muito alto para ver os reinos do mundo. Já em Lucas 4:5-9, é justamente o contrário, primeiro leva a um monte muito alto e depois ao pináculo do templo.
O famoso Sermão da Montanha, em Lucas 6:20- 22, possui quatro beatitudes, mas em Mateus 5:3-11, o número aumenta para nove.
Mateus se tornou discípulo de Jesus, após este acalmar a tempestade (Mateus 8:26, 9:9); em Marcos 2:14,35, o contexto identifica Levi como outro nome para Mateus, e ele se torna discípulo de Jesus antes de o Nazareno ter acalmado a tempestade. Compare, ainda, Lucas 5:27, 8:22.
Mateus 8:5-7 afirma que, entrando Jesus em Cafarnaum, aproximou-se dele um centurião pedindo ajuda para um criado paralítico; Lucas 7:2-3, 6-7 informa que o centurião não se aproximou de Jesus, e sim enviou uns anciões procurá-lo. Jairo, chefe da sinagoga, implorou a Jesus que salvasse a sua filha da morte (Lucas 8:41-42); em Mateus 9:18, implorou para ressuscitá-la, pois já havia morrido. Em Marcos 6:8, Jesus diz aos seus discípulos para usarem sandálias, e em Mateus 10:10 fala para que não as use.
Em João 5:22,27,30, 8:26, Coríntios 5:10 e Atos 10:42, Deus confiou o julgamento do ser humano a Jesus; não obstante, em Coríntios I 6:2 são os santos que hão de julgar o mundo. Em Mateus 20:20-21, a mãe de Tiago e João pediu a Jesus para que eles se sentassem ao seu lado no reino; contudo, são eles mesmos que fazem o pedido em Marcos 10:35-37. Em Mateus 20:29-30, ao sair de Jericó, Jesus encontrou dois homens cegos, mas é apenas um cego em Marcos 10:46-47. Jesus amaldiçoou a figueira depois de sair do templo, conforme Mateus 21:12,19, e foi antes de entrar no templo, conforme Marcos 11:14-15; a figueira secou imediatamente em Mateus 21:19 e somente no dia seguinte em Marcos 11:20.
Jesus dá o seguinte mandamento em João 13:34: “Amai-vos uns aos outros”; já em Lucas 14:26, para ser discípulo de Jesus, é necessário aborrecer toda a sua família.
O galo cantou apenas uma vez e somente após Pedro ter negado Jesus por três vezes (em Lucas 22:54-60 e Mateus 26:69-74); o galo canta após Pedro ter negado Jesus a primeira vez e canta a segunda vez após a terceira negação (Marcos 14:30).
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