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Alta Magia

Trechos Selecionados – História da Magia

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O MAL
O mal é o soluço eterno da humanidade que se contorce e chora, é a risada atroz do mau oprimindo o justo, são as profundezas infernais que se abrem dentro de nós e que em todas as almas cava, por um instante, o gênio da perversidade. O mal moral existe: reina em certos espíritos, encarna-se em certos homens; estes são os demônios. E para aqueles que duvidam da existência do diabo respondemos: tudo o que tem um nome existe; a palavra pode ser proferida em vão, mas em si mesma ela não poderia ser vã e tem sempre um sentido. O Verbo nunca é vazio.

O mal existe; é impossível duvidar disso. Há seres que ciente e voluntariamente fazem o mal. O espírito que anima estes seres e que os excita a fazer o mal é desencaminhado, desviado do bom caminho, lançado como um obstáculo ao bem; é precisamente o que significa a palavra grega diabolos, que traduzimos pela palavra diabo. O mal é falta de integridade no ser.
O mal moral é a mentira em ação como a mentira é o crime das palavras. A injustiça é a essência da mentira; toda mentira é uma injustiça. …A injustiça é a morte do ser moral, como a mentira é o veneno da inteligência. Jesus disse: “O diabo é mentiroso como seu pai”. Quem é o pai do diabo? É o homem; aquele que lhe dá uma existência pessoal, vivendo segundo suas inspirações; o homem que se faz diabo é o pai do mau espírito encarnado.” p 28 – 29

LUZ ASTRAL

A luz astral é um agente misto, um agente natural e divino, corporal e espiritual, um mediador plástico universal, um receptáculo comum das vibrações do movimento e das imagens da forma, um fluido e uma força que se pode denominar imaginação da natureza. …A luz astral magnetiza, aquece, atrai, repele, vivifica, destrói, coagula, separa, quebra, reúne todas as coisas sob a impulsão das vontades poderosas. Deusa criou no primeiro dia quando disse: fiat lux! p 31

Quando o cérebro se congestiona ou se sobrecarrega de luz astral, produz-se um fenômeno particular. Os olhos, em vez de verem “para fora”, vêem para dentro; faz-se noite no exterior, no mundo real (mayavico), e a claridade fantástica irradia-se, somente no “mundo dos sonhos”. Então, a alma percebe imagens que são o reflexo de suas impressões e de seus pensamentos. …Eis aí a fonte de todas as aparições, de todas as visões extraordinárias e de todos os fenômenos intuitivos que são peculiares tanto ao êxtase quanto à loucura. …Saber empregar esta força e nunca se deixar invadir e sobrepujar por ela, pisar na cabeça da serpente — eis o que nos ensina a Magia da Luz. p 32-33

A luz astral á a alma viva da terra, alma material e fatal, …Esta luz que cerca e penetra todos os corpos pode anular a gravidade e produzir fenômenos giratórios ou de levitação. …Os mediuns, em geral, são seres doentes em que se faz o vácuo e que atraem então a luz astral como os abismos atraem as águas… Os mediuns são criaturas fenomenais em quem a morte luta visivelmente contra a vida. Da mesma forma se deve julgar os fascinadores, os lançadores de sorte, as pessoas que têm mau-olhado e os feiticeiros. São vampiros, quer voluntários, quer involuntários; eles atraem a vida que lhes falta e perturbam, assim, o equilíbrio da luz. Se o fazem voluntariamente são malfeitores que é preciso punir; se o fazem involuntariamente, são doentes perigosos, de cujo contato deve ser cuidadosamente evitado pelas pessoas delicadas e, sobretudo, nervosas. p 140

MAGOS E ANIMAIS

Não está de acordo com as leis da Natureza poder o homem ser devorado pelos animais selvagens. Deus o armou de poder para lhes resistir; ele pode fasciná-los com o olhar, refreá-los com a voz, detê-los com um sinal; e vemos, de fato, que os animais ferozes temem o olhar fixo do homem e parecem estremecer à sua voz. As projeções da luz astral os paralisa e os abate de medo. …Os animais atacam somente os que o temem ou aqueles que os agridem. Um homem intrépido e desarmado pode fazer recuar um tigre com o magnetismo do olhar. p 64

MAGIA NEGRA

Pode-se definir a Magia Negra como a arte de produzir nos outros a loucura artificial. É também a ciência dos envenenamentos. Mas o que nem todo mundo sabe …é que se pode matar por congestão ou por subtração súbita da luz astral quando alguém faz … do seu próprio aparelho nervoso uma espécie de pilha galvânica viva, capaz de condensar e projetar com força essa luz que embriaga e que fulmina.
p 72

LILITH & NAEMA

Há nos infernos, dizem os cabalistas, duas rainhas de estriges: uma é Lilith, a mãe dos abortos, e a outra é Naema, a beleza fatal e assassina. Quando um homem é infiel à esposa que lhe destinava o céu, quando ele se entrega aos caprichos de uma paixão estéril, Deus lhe toma sua esposa legítima para entregá-lo aos abraços de Naema. Esta rainha das estriges sabe apresentar-se com todos os encantos da virgindade e do amor: ela desvia o coração dos pais e os obriga ao abandono de seus deveres e de seus filhos; ela impele os homens casados à viuvez e força a um casamento sacrílego os homens consagrados a Deus. Quando ela usurpa o título de esposa, é fácil reconhecê-la: no dia de seu casamento é calva, porque senfdo a cabeleira da mulher o véu do pudor, neste dia lhe é interdita; visto como depois do casamento ela afeta o desespero e o desgosto da existência, prega o suicídio e abandona, enfim, com violência o que lhe assiste, deixando-o marcado com uma estrela infernal entre os dois olhos. Naema pode vir a ser mãe; mas não educa nunca seus filhos; ela os dá a devorar a Lilith, sua funesta irmã. p 328

IGUALDADE

Dar aos homens naturalmente desiguais uma liberdade absoluta é organizar a guerra social… p 327

PECADO

“Não se deve dar o nome de majestade levianamente; majestade vem de mago porque os magos, sendo pontífices e reis, foram as primeiras majestades. Pecar mortalmente é ofender a Deus em sua majestade, isto é, ferí-lo como Pai lançando a morte nas fontes da vida. A fonte do Pai é luz e vida, a fonte do Filho é sangue e água, a fonte do Espírito Santo é fogo e ouro. Peca-se contra o Pai pela mentira, contra o Filho, pelo ódio e contra o Espírito Santo, pela devassidão, que é obra de morte e destruição”. LEVI apud LAVATER – p 340

CÉU & INFERNO

Negar o inferno é negar o céu… O inferno é a razão equilibrante do céu porque a harmonia resulta da analogia dos contrários. Quod superius, sicut quod inferius: a superioridade existe em razão da inferioridade; é a profundidade que determina a altura e se encherdes os vales fareis desaparecer as montanhas; assim, se ofuscardes as sombras, aniquilareis a luz que só é visível pelo contraste graduado da sombra e da claridade e produzireis a obscuridade universal por um imenso deslumbramento… p 350


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