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Luiz V:.
A capacidade de descontrair-se é o requisito preliminar, talvez mesmo a própria fase primeira. Ela é deliberadamente gerada e é tanto física quanto mental. Incluído no estado de relaxamento deverá estar o alívio de qualquer senso de premência de tempo. Você não pode estar com hora marcada. Nenhum compromisso ou telefonema marcado, senão a atenção porá seus pensamentos em desordem. Impaciência de qualquer gênero poderá efetivamente refrear suas perspectivas de sucesso.
Há muitas técnicas disponíveis para a obtenção desse tipo de descontração, e certo número de bons livros abordam o assunto. Simplesmente selecione o método que funciona melhor para você. Existem três métodos gerais que parecem dar certo, dois dos quais inseridos nestes exercícios:
Auto-hipnose
A maior parte dos livros oferece esse método em diferentes versões. Novamente é assunto mais eficaz para você individualmente. O meio mais veloz e eficiente é aprender auto-hipnose por meio de treinamento com hipnotizador experiente. Ele saberá impor a sugestão pós-hipnótica que trará resultados imediatos. Contudo, selecione um professor com cuidado. São raros os praticantes de responsabilidade, mas numerosos os neófitos. Formas de meditação podem ser convertidas em relamento eficaz.
Estado de sono fronteiriço
Esse é talvez o método mais fácil e natural, e geralmente assegura descontração simultânea do corpo e da mente. A dificuldade está na preservação daquela delicada “fronteira” entre o sono e a vigília total. Com muita freqüência a pessoa simplesmente cai no sono e isso encerra o experimento, por enquanto.
Com a prática, a conscientização pode ser transportada para esse” estado fronteiriço, penetrar nele, e atravessá-lo, chegando, após, à sua destinação. Que eu saiba não existe outra maneira de alcançar isso a não ser pela prática. A técnica é a seguinte: deite-se, de preferência ‘ cansa e sonolento. Quando se descontrair e começar a cair no sono, mantenha a atenção em alguma coisa, qualquer coisa, com os olhos fechados. Uma vez conseguindo manter indefinidamente o estado fronteiriço sem cair no sono, é sinal que passou pelo primeiro estágio. Entretanto é padrão normal cair no sono muitas vezes durante esse processo de aprofundamento da consciência. Você não poderá ajudar a si mesmo, porém não deixe que isso o desanime. Não se aprende o processo da noite para o dia. Você perceberá que teve êxito quando sentir monotonia e desejar que aconteça mais alguma coisa!
Se as tentativas de permanecer no estado fronteiriço o tornarem nervoso, essa também é uma reação normal. A mente consciente parece não gostar de partilhar a autoridade de que dispõe quando em vigília. Se tal ocorrer, interrompa a relaxação, levante-se e caminhe um pouco, faça exercícios, e deite-se de novo. Se isso não aliviar o nervosismo, vá dormir e tente em outra ocasião. Você simplesmente não está disposto.
Quando seu “fixativo”, isto é, a imagem pensada na qual vinha se apoiando, fugir e você se vir pensando em alguma outra coisa, é porque está na iminência de completar o Estado A.
Uma vez lá chegando, a capacidade para manter-se calmamente no estado Fronteiriço indefinidamente, com a mente num pensamento exclusivo, você estará pronto para a fase seguinte. O Estado B é análogo, mas elimina-se a concentração. Não pense em coisa alguma, e I permaneça equilibrado entre vigília e sono. Apenas olhe através dos olhos fechados para a escuridão à sua frente. Não faça mais nada. Após certo número de exercícios você poderá: “inventar imagens mentais” ou padrões luminosos. Tais efeitos não têm grande e significado, e podem meramente formas de descarga nervosa. Lembro-me, por exemplo, de quanto tentei alcançar esse estado após assistir a um jogo de futebol na TV durante horas. Tudo que eu via eram imagens ‘~ mentais de jogadores de futebol americano se agarrando, correndo, passando a bola etc. Levou pelo menos meia hora para o padrão desvanecer-se. Essas imagens mentais são aparentemente relacionadas i sua concentração visual nas oito ou dez horas precedentes. Quanto, mais intensa a concentração, maior parece ser a demora para eliminar ‘ as impressões.
Você terá conquistado o Estado B quando conseguir ficar deitado indefinidamente após õ desaparecimento das impressões, sem nervosismo, e vendo tão-somente a escuridão.
O Estado C é o aprofundamento sistemático da consciência enquanto no Estado B. Isso é atingido quando se libera cuidadosamente a firme preservação da fase fronteiriça do sono e se aprofunda pouco a pouco durante cada exercício. Você aprenderá a estabelecer os graus desse aprofundamento da consciência “descendo” até determinado nível, e regressando voluntariamente. E reconhecerá tais graus pelo fechamento de várias entradas do mecanismo sensorial. O sentido . do tato aparentemente some primeiro. Você tem a impressão de não sentir nada em qualquer parte do corpo. Olfato e paladar vêm em seguida. Os sinais de audição somem, em seqüência, e o ultimo a desaparecer é a visão (às vezes os dois últimos são invertidos. Desconfio que o motivo pelo qual a visão vai por último é que o exercício requer o uso da rede visual, mesmo na escuridão).
O Estado D é a consecução do C quando se está inteiramente descansado e revigorado, ao invés de cansado e sonolento, no princípio do exercício. Isso é muito importante, e nem de perto tão fácil de atingir como de escrever a respeito. Entrar no estado de relaxação cheio de energia e consciência é forte garantia para manter controle consciente. A melhor abordagem nas primeiras tentativas dos exercícios no Estado D é começar imediatamente após acordar de uma soneca ou uma noite completa de sono. Principie o exercício antes de mexer-se fisicamente na cama, enquanto seu corpo ainda se acha entorpecido pelo sono, e a mente em alerta total. Não tome muitos líquidos antes de dormir para não sentir necessidade imediata de esvaziar a bexiga assim que acordar.
Indução por drogas
Nenhum dos remédios que produzem relaxamento e que são prontamente acessíveis parece ajudar. Os barbitúricos forçam a perda do controle consciente e somente provocam estado de confusão quando em consciência profunda. O mesmo ocorre em grau menor com tranqüilizantes. Atinge-se a relaxação, sim, mas a custo da percepção. O álcool sob qualquer aspecto provoca efeitos análogos. Compostos mais exóticos, tais como alcalóides e alucinógenos, podem ser mais produtivos. Não tenho tido bastante experiência ou contato com os últimos a ponto de poder fornecer uma opinião, ou mesmo adivinhação, com base em conhecimento. Parece-me que uma pesquisa a longo prazo é indicada para esse caso.
Já utilizei os três métodos e rejeitei a relaxação por meio de drogas bem no início, pois resultou tanto em muita perda do controle consciente quanto na deturpação da percepção. Na primeira técnica, fitas para indução hipnótica foram especialmente preparadas para o experimento. Mostraram-se bastante úteis e eficazes. As técnicas do estado de sono fronteiriço têm sido empregadas com muita freqüência. A despeito do procedimento aparentemente complicado, para mim é o método mais natural.
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