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Luiz V:.
Um fato óbvio: a única maneira possível de um indivíduo analisar a verdade do segundo corpo e a existência dentro dele é pela experiência própria.
Logicamente, se isso fosse incumbência fácil, seria hoje lugar-comum. Desconfio que somente uma curiosidade inata permitirá às pessoas vencerem os obstáculos no caminho dessa conquista. Conquanto existam muitos casos de existência à parte do corpo físico, eles têm sido, em sua maioria, pelo menos no mundo ocidental, de natureza espontânea aparecendo apenas nos momentos de tensão ou incapacidade física.
Estamos falando de coisa inteiramente diferente, que pode ser investigada objetivamente.
O experimentador desejará proceder de maneira a produzir resultados consistentes; talvez não o tempo todo, mas com freqüência bastante para comprovar os indícios, para sua própria satisfação. Acredito que todo mundo pode sentir a existência num segundo corpo, se o desejo for grande ó bastante. Se todo mundo deveria fazê-lo está além da essência do meu julgamento.
As provas me têm levado a crer que a maior parte, senão todos, dos seres humanos abandona seus corpos físicos, de várias formas, durante o sono. Leitura subsequente confirma que essa concepção tem milhares de anos de idade na história do homem.
Se ela é uma premissa válida, então o estado em si não é antinatural. Por outro lado, parece que a prática consciente, voluntária, da separação do físico é contrária do padrão, em faceb dos limitados dados disponíveis.
Efeitos físicos maléficos derivados de tal atividade são indefinidos.
Não verifiquei (nem médico nenhum) quaisquer mudanças fisiológicas, boas ou ruins, que possam ser atribuídas diretamente à experiência fora-do-corpo.
Houve, sim, diversas transformações psicológicas que confirmo, e provavelmente muitas mais de que não fiquei a par. No entanto, mesmo meus amigos da profissão psiquiátrica não afirmaram que elas têm sido prejudiciais. Minha revisão gradativa dos conceitos e crenças básicos é visível, em certas atitudes, no decorrer desta obra. Se tais mudanças psicológicas e de personalidade são realmente nocivas, atualmente não há muito que se possa fazer a respeito.
Recomenda-se cautela àqueles interessados em experimentar pois, uma vez aberta, a porta para essa experiência não pode ser fechada. Ou mais exatamente: é o caso típico de “você não pode viver com isso, e você não pode viver sem isso”. A atividade e resultante conscientização mostram-se bastante incompatíveis com a ciência, religião e outros aspectos da sociedade em que vivemos. A História está semeada de mártires cujo crime único foi o não conformismo. Quando seus objetivo,’ e pesquisa.’. se tornam conhecidos por todos, você corre o risco de ser rotulado de louco, charlatão ou pior, e de cair no ostracismo. A ‘despeito disso, alguma coisa extremamente vital estaria faltando se não se continuasse a explorar e investigar. Nos incontáveis períodos de “baixa”, quando não consegue produzir os fenômenos, não importa quão cuidadosamente tente, você percebe isso profundamente.
Ter uma forte sensação de estar sendo abandonando o mundo com o encerramento de uma fonte de grande significado para a vida. Esta é a a melhor descrição escrita que posso oferecer da técnica da elaboração da experiência não física.
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