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Acabamos com o assunto do inferno respiramos a plenos pulmões, voltando à luz depois de ter atravessado os antros da magia negra. Retira -te Satã! renunciamos a ti, às tuas pompas, às tuas obras, mas ainda mais às tuas baixezas, às tuas misérias, a teu nado, às tuas mentiras! O grande iniciador viu-te cair do céu como o raio. A lenda cristã converteu- te, fazendo -te pousar docemente a cabeça de dragão sob os pés da mãe de Deus. É para nós a imagem da ignorância e do mistério; tu és a irracionalidade e o fanatismo cego; tu és a inquisição e o seu inferno; tu ficaste, agora, como brinquedo das nossas crianças e teu último lugar é ao lado do Polichinelo; agora não és mais do que um personagem grotesco dos nossos teatros ambulantes e um motivo de ensino para algumas lojas que se dizem religiosas.
Depois da décima sexta chave do Tarô, que representa a ruína do templo de Satã, encontramos, na décima sétima página, um magnífico e gracioso emblema.
Uma mulher nua, uma jovem imortal, derrama na terra a seiva da vida universal que corre de dois vasos, um de ouro e outro de prata; junto a ela está um arbusto em flor, no qual vem pousar a borboleta de Psiquê; em cima dela está uma estrela brilhante de outros raios, ao redor da qual estão em ordem outras sete estrelas.
Creio na vida eterna! Tal é o último artigo do símbolo dos cristãos, e este artigo é, por isso só, uma inteira profissão de fé.
Os antigos, comparando a calma e tranqüila imensidade do céu, todo esmaltado de imóveis luzes, com as agitações e trevas deste mundo, julgaram achar nesse belo livro de letras de ouro a última palavra do enigma dos destinos; eles traçaram, pela imaginação, linhas de correspondência entre estes pontos brilhantes da escritura divina, e dizem que as primeiras constelações observadas pelos pastores da Caldéia foram também os primeiros caracteres da escritura cabalística.
Estes caracteres, expressos primeiramente por linhas, depois encerrados em figuras hieroglíficas, teriam, conforme o Sr. Moreau Dammartin, autor de um tratado muito curioso sobre a origem dos caracteres alfabéticos, determinado os antigos magos na escolha das figuras do Tarô, que este sábio reconhece como nós por um livro essencialmente hierático e primitivo.
Assim, na opinião deste sábio, o tseu chinês, o aleph dos hebreus e o alfa dos gregos, expressos hieroglificamente pela figura do pelotiqueiro, seriam tirados da constelação austral próxima do peixe austral da esfera oriental.
O tcheu chinês, o beth hebreu e o B latino, correspondentes à papiza ou a Juno, foram formados da cabeça do carneiro; o yn chinês, o ghimel hebreu e o G latino, figurados pela imperatriz, seriam tirados da constelação da grande Ursa, etc.
O cabalista Gaffarel, que já citamos mais de uma vez, fez um planisfério no qual todas as constelações formam letras hebraicas; mas confessemos que a sua configuração nos parece, muitas vezes, muito arbitrária e que não entendemos por que, sobre a indicação de uma única estrela, por exemplo, Gaffarel traça antes um resh do que um vav ou um zayn ; quatro estrelas dão igualmente um Tav , um He , um Het , tão bem como um a . É o que desviou da idéia de darmos aqui uma cópia do planisfério de Gaffarel, cujas obras, aliás, não são extremamente raras. Este planisfério foi reproduzido na obra de Padre Montfaucon sobre as religiões e superstições do mundo, e encontra – se igualmente uma cópia dele na obra sobre magia, publicada pelo místico Eckartshausen.
Aliás, os sábios não estão de acordo sobre a configuração das letras do alfabeto primitivo. O Tarô italiano, cujos tipos góticos merecem que desejemos a sua conservação, se refere, pela disposição das suas figuras, ao alfabeto hebreu que esteve em uso depois do cativeiro, e que chamamos alfabeto assírio; mas existem fragmentos de outros Tarôs anteriores àquele, nos quais a disposição não é mais a mesma. Como nada se deve tratar ao acaso, em meteria de erudição, esperamos, para fixar nosso juízo, novas e mais conclusivas descobertas.
Pelo que diz respeito ao alfabeto das estrelas, cremos que é facultativo, como a configuração das nuvens, que parecem tomar todas as formas que a nossa imaginação lhes dá. Com os grupos de estrelas dá- se o mesmo que com os pontos da geomancia e da reunião das castas na moderna cartomancia. É um pretexto para magnetizar a si próprio e um instrumento que pode fixar e determinar a intenção natural. Assim, um cabalista, habituado com os hieroglíficos místicos verá, nas estrelas, sinais que um simples pastor não descobrirá; mas o pastor, por sua vez, encontrará nela combinações que escapariam ao cabalista.
As pessoas da roça vêem um rato na cintura e na espada de Órion; um cabalista hebreu veria no mesmo Órion, considerado na sua totalidade, todos os mistérios de Ezequiel, as dez sephiroth dispostas em ternário, um triângulo central formado de quatro estrelas, depois uma linha de três formando o iod , e as duas figuras juntas exprimindo todos os mistérios de Bereschit, depois quatro estrelas formando as rodas de Mercavah e completando o carro divino. Olhando de um outro modo e dispondo outras linhas ideais, veria aí um ghimel , perfeitamente formado e colocado em cima de um iod , num grande daleth, voltado para baixo; figura que representa a luta do bem e do mal, com o triunfo definitivo do bem. Com efeito, o ghimel , fundado sobre o iod , é o ternário produzido pela unidade, é a manifestação divina do Verbo, ao passo que o daleth virado para baixo é o ternário composto de mau binário multiplicado por si mesmo. A figura de Órion, considerada assim, pois, idêntica à do anjo o Mikael lutando contra o dragão, e a aparição deste signo, apresentando – se sob esta forma, seria, para o cabalista, um presságio de vitória e de felicidade.
Uma longa contemplação do céu exalta a imaginação; as estrelas, então, respondem aos nossos pensamentos. As linhas traçadas mentalmente de uma a outra pelos primeiros contempladores deviam ter dado aos homens as primeiras idéias da geometria. Conforme a nossa alma está agitada ou tranqüila, as estrelas parecem rutilantes de ameaças ou cintilantes de esperanças. O céu é, assim, o espelho da alma humana, e quando julgamos ler nos astros é em nós mesmos que lemos.
Gaffarel, aplicando aos destinos dos impérios os presságios da Escritura celeste, diz que os antigos não figuraram inutilmente na parte setentrional do céu todos os sinais de mau agouro e que, assim, em todos os tempos, as calamidades foram consideradas como devendo vir do norte para se espalhar na terra, invadindo o sul.
“É por isso – diz ele – que os antigos figuraram nestas partes setentrionais do céu uma serpente ou um dragão bem perto das suas ursas, porque estes animais são os verdadeiros hieróglifos da tirania, da pilhagem e de toda espécie de opressão. E, de fato, percorrei os anais, e vereis que todas as grandes desolações que sempre têm acontecido são vindas das partes do setentrião. Os Assírios ou Caldeus, animados por Nabucodonosor ou Salmanassar, fizeram muito bem ver esta verdade pelo incêndio de um templo e de uma cidade, mais suntuosos e mais santos do universo, e pela ruína total de um povo de que o próprio Deus tinha tomado a singular proteção, e do qual particularmente se dizia pai. E a outra Jerusalém, a feliz Roma, não sofreu ela, diversas vezes, as fúrias desta malvada raça do setentrião, quando, pela crueldade de Alarico, Genserico, Átila e o resto dos príncipes godos, hunos, vândalos e alanos, viu seus altares derribados e os cimos dos seus soberbos edifícios igualados ao nível dos cardos… Muito bem, pois nos segredos desta escritura celeste lê – se do lado do setentrião as desgraças e os infortúnios, pois que a septentrione pandetur omne malum . Ora, o verbo He Tav Peh Heh , que traduzimos por pandetur , significa também depingetur ou scribetur , e a profecia significa igualmente: todos os males do mundo estão escritos no céu do lado do norte ”.
Transcrevemos por inteiro esta passagem de Gaffarel, porque é oportuna no nosso tempo, em que o norte parece ameaçar ainda toda a Europa: mas está também nos destinos dos nevoeiros serem vencidos pelo sol e as trevas devem dissipar- se por si mesmas, chegando à luz. Eis, para nós, a última palavra da profecia e o segredo do futuro.
Gaffarel acrescenta ainda alguns prognósticos tirados das estrelas, por exemplo, o do enfraquecimento progressivo do império otomano; mas, como já dissemos, as suas figuras das letras consteladas são muito arbitrárias. Ele declara, de resto, ter tirado estas predições de um cabalista hebreu chamado Rabi Chomer, que nem mesmo ele se lisonjeia de entender bem.
Damos, a seguir, o quadro dos caracteres mágicos que foram traçados pelos antigos astrólogos, conforme as constelações zodiacais; cada um destes caracteres representa o nome de um gênio, bom ou mau. Sabemos que os signos do Zodíaco se referem a diversas influências celestes, e, por conseguinte, exprimem uma alternativa de bem e de mal.
Os nomes dos gênios designados por estes caracteres são:
Para Áries, Sataaran e Sarahiel ;
Para Touro, Bagdal , e Araziel ;
Para Gêmeos, Sagras e Saraiel ;
Para Câncer, Rahdar e Phakiel ;
Para Leão, Sagham e Seratiel;
Para Virgem, Iadara e Schaltiel ;
Para Libra, Grasgarben e Hadakiel ;
Para Escorpião, Riehol e Saissaiel ;
Para Sagitário, Vhnori e Saritaiel ;
Para Capricórnio, Sagdalon e Samekiel ;
Para Aquário, Archer e Ssakmakiel ;
Para Peixes, Rasamasa e Vacabiel .
O sábio que quer ler no céu deve observar também os dias da lua, cuja influência é muito grande na astrologia. A lua atrai e repele sucessivamente o fluido magnético da terra, e é assim que produz o fluxo e o refluxo do mar: é preciso, pois, conhecer bem as suas fases e saber discernir os seus dias e as suas horas. A lua nova é favorável ao começo de todas as obras mágicas, desde o quarto crescente até a lua cheia, a sua influência é quente; da lua cheia até o quatro minguante, é seca; do quarto minguante até o fim, é fria.
Eis aqui, agora, os caracteres especiais de todos os dias da lua, marcados pelas vinte e duas chaves do Tarô e pelos signos dos sete planetas:
1. O PELOTIQUEIRO OU O MAGO
O primeiro dia da lua é o da criação da própria lua. Este dia é consagrado às iniciativas do espírito, e deve ser propício às inovações felizes.
2. A PAPIZA OU A CIÊNCIA OCULTA
O segundo dia, cujo gênio é Enediel, foi o quinto da criação, porque a lua foi criada no quarto dia. Os pássaros e peixes, que foram criados neste dia, são os hieróglifos vivos das analogias mágicas e do dogma universal de Hermes. A água e o ar, que foram então enchidos pelas formas do Verbo, são as figuras elementares do Mercúrio dos sábios, isto é, da inteligência e da palavra. Este dia é propício para as revelações, iniciações e grandes descobertas da ciência.
3. A MÃE CELESTE OU A IMPERATRIZ
O terceiro dia foi o da criação do homem. Por isso, a lua, em Cabala, é chamada Mãe , quando é representada seguida do número 3. Este dia é favorável Pa geração e geralmente a todas as produções, quer do corpo, quer do espírito.
4. O IMPERADOR OU O DOMINADOR
O quarto dia é funesto: foi o do nascimento de Caim; mas é favorável às empresas injustas e tirânicas.
5. O PAPA OU O HIEROFANTE
O quinto é feliz; foi o do nascimento de Abel.
6. O APAIXONADO OU O DOMINADOR
O sexto dia é um dia de orgulho: foi o do nascimento de Lameth, aquele que dizia às suas mulheres: “Matei um homem que me bateu e um moço que me feriu. Maldito seja quem pretender castigar-me! ”Este dia é próprio para as conspirações e revoltas.
7. O CARRO
No sétimo dia, nascimento de Hebron, aquele que deu seu nome à primeira cidade santa de Israel. Dia de religião, de preces e de sucesso.
8. A JUSTIÇA
Assassinato de Abel. Dia da expiação.
9. O VELHO OU O ERMITÃO
Nascimento de Matusalém. Dia de bênção para os filhos.
10. A RODA DA FORTUNA DE EZEQUIEL
Nascimento de Nabucodonosor. Reino da besta. Dia funesto.
11. A FORÇA
Nascimento de Noé. As visões deste dia são enganosas, mas é um dia de saúde e longevidade para os filhos que nascem.
12. O SACRIFICADO OU O SUSPENSO
Nascimento de Samuel. Dia profético e cabalístico, favorável à realização da grande obra.
13. A MORTE
Dia do nascimento de Chanaã, o filho maldito de Cham. Dia funesto e número fatal.
14. O ANJO DA TEMPERANÇA
Benção de Noé, no décimo quarto dia da lua. A este dia preside o anjo Cassiel, da hierarquia de Uriel.
15. TYPHON OU O DIABO
Nascimento de Ismael. Dia de reprovação e exílio.
16. A TORRE FULMINADA
Dia do nascimento de Jacó e Esaú e da predestinação de Jacó para a ruína de Esaú.
17. A ESTRELA RUTILANTE
O fogo do céu queima Sodoma e Gomorra. Dia de salvação para os bons e de ruína para os maus, perigoso se cair num sábado. Está sob a influência de Escorpião.
18. A LUA
Nascimento de Isaac, triunfo da esposa. Dia de afeição conjugal e de boa esperança.
19. O SOL
Nascimento de Faraó. Dia benéfico ou fatal para as grandezas do mundo, conforme os diferentes méritos dos grandes.
20. O JULGAMENTO
Nascimento de Jonas, órgão dos julgamentos de Deus. Dia propício às revelações divinas.
21. O MUNDO
Nascimento de Saul, realeza material. Perigo para o espírito e a razão.
22. INFLUÊNCIA DE SATURNO
Nascimento de Jó. Dia de prova e dores.
23. INFLUÊNCIA DE VÊNUS
Nascimento de Benjamim. Dia de amor e ternura.
24. INFLUÊNCIA DE JÚPITER
Nascimento de Jafet.
25. INFLUÊNCIA DE MERCÚRIO
Décima praga do Egito.
26. INFLUÊNCIA DE MARTE
Libertação dos Israelitas e passagem do mar Vermelho.
27. INFLUÊNCIA DE DIANA OU DE HECATE.
Vitória brilhante alcançada por Judas Macabeu.
28. INFLUÊNCIA DO SOL
Sansão carrega as portas de Gaza. Dia de força e libertação.
29. O LOUCO DO TARÔ
Dia de abortamento e insucesso em todas as coisas.
Por esta tábua rabínica, que João Belot e outros tiraram dos cabalistas hebreus, pode- se verificar que estes antigos mestres concluíam a posteriori fatos de influências presumíveis, o que está perfeitamente na lógica das ciências ocultas. Vêem – se também quantos significados diversos se acham contidos nessas vinte e duas chaves que formam o alfabeto universal do Tarô; é a verdade das nossas asserções, quando pretendemos que todos os segredos da Cabala e da magia, todos os mistérios do mundo antigo, toda a ciência dos patriarcas, todas as tradições históricas, dos tempos primitivos, estão contidos neste livro hieroglífico de Tot, Henoque ou Cadmo.
Um meio muito simples de achar horóscopos celestes por onomancia é o que vamos indicar; concilia Gaffarel conosco e pode dar resultados muito admiráveis de exatidão e profundeza.
Tomai de um papel preto no qual dividireis de dia o nome da pessoa para quem consultais; colocai esta carta na ponta de um tubo afinado do lado do olho do observador e mais largo do lado do papel; depois, olhareis para os quatro pontos cardeais alternativamente começando pelo oriente e acabando pelo norte. Tomareis nota de todas as estrelas que virdes através das letras, depois convertereis as letras em números, e, com a soma da adição escrita da mesma forma, renovareis a operação; contareis quantas estrelas tendes; depois, ajuntando este número ao nome, adicionareis de novo e escrevereis o total dos dois números em caracteres hebraicos. Renovareis, então, a operação e inscrevereis à parte as estrelas que tiverdes encontrado; depois procurareis no planisfério celeste os nomes de todas as estrelas; fareis a classificação delas conforme sua grandeza e seu brilho, escolhereis para estrela polar da vossa operação astrológica a maior e mais brilhante de todas; procurareis, depois, no planisfério egípcio (encontra – se um, muito completo e bem gravado, no Atlas da grande obra de Dupuis); procurais os nomes e a figura dos gênios a que as estrelas pertencem. Conhecereis, então, quais são os sinais felizes ou infelizes que entram no nome da pessoa e qual será a sua influência, quer na infância (é o nome traçado no oriente), quer na juventude (é o nome do sul), quer na idade madura (é o nome do ocidente), quer na velhice (é o nome do norte), quer, enfim, em toda a vida (são as estrelas que entram no número total formado pela adição das letras e estrelas). Esta operação astrológica é simples, fácil e necessita poucos cálculos; ela nos leva à mais alta antiguidade e pertence evidentemente, como podereis vos convencer lendo as obras de Gaffarel e as de seu mestre Rabi Chomer, à magia primitiva dos patriarcas.
Esta astrologia onomântica era a de todos os antigos cabalistas hebreus, como o provam as suas observações conservadas por Rabi Chomer, Rabi Kapol, Rabi Abjudam e outros mestres em Cabala. As ameaças dos profetas aos diversos impérios do mundo eram fundadas nos caracteres das estrelas que se achavam verticalmente em cima deles, na relação habitual da esfera celeste para a esfera terrestre. É assim que, escrevendo no próprio céu da Grécia o seu nome em hebraico Resh Vav Yod ou Nun Vav Yod e traduzindo – o em números, tinham encontrado a palavra Bet Resh Het, que significa destruído, desolado.
Bet Resh Het
2 2 8
CHARAB
Destruído, Desolado
Soma 12
Nun Vav Yod
5 6 1
JAVAN
Grécia
Soma 12
Concluíram disso que, depois de um ciclo de doze períodos, a Grécia seria desolada e destruída.
Um pouco antes do incêndio e da destruição do templo de Jerusalém por Nabuzardan, os cabalistas tinham notado verticalmente, em cima do templo, onze estrelas, assim dispostas:
* * * * * * * *
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* *
e que entram todas as palavras , escrita do setentrião ao ocidente: Hibschich , o que significa reprovação e abandono sem misericórdia. A soma do número das letras é 325, justamente o tempo da duração do templo.
Os impérios da Pérsia e da Assíria eram ameaçados de destruição por 4 estrelas verticais que entraram nestas 3 letras: ר ו ב , Rob, e o número fatal indicado pelas letras era 208 anos.
Quatro estrelas anunciaram também aos rabinos cabalistas daquele tempo a queda e divisão do império de Alexandre, entrando na palavra Bet Vav Peh para dividir, cujo número 284 indica a duração desse reino, quer desde sua origem, quer nos seus ramos.
Conforme Rab Chomer, os destinos da potência otomana em Constantinopla seriam fixados adiantadamente e anunciados por quatro estrelas que, arranjadas na palavra, Khaf Alef Heh, caah , significam ser fraco, doente, tirado do seu fim. As estrelas que na letra Alef , eram mais brilhantes indicam um grande Alef e dão a esta letra o valor de mil. As três letras reunidas fazem 1025, que é preciso contar da tomada de Constantinopla por Maomé II, cálculo que promete ainda vários séculos de existência ao império enfraquecido dos sultões, agora sustentado pela Europa reunida.
O Mane Thecel Phares , Baltazar, no seu arrebatamento, viu escrito na parede do seu palácio pela irradiação das luzes, era uma intuição onomântica do gênero da dos rabinos. Baltazar, iniciado, sem dúvida, pelos seus adivinhos hebreus à leitura das estrelas, operava maquinal e instintivamente sobre as lâmpadas da sua festa noturna, como poderia fazê – lo sobre as estrelas do céu. As três palavras que formara na sua imaginação tornaram – se logo inapagáveis aos seus olhos e fizeram empalidecer todas as luzes da sua festa. Não era difícil predizer a um rei que, numa cidade assaltada, se entregava às orgias, um fim semelhante ao de Sardanapalo.
Dissemos e repetimos, para concluir este capítulo, que só as intuições magnéticas dão valor e realidade a todos estes cálculos cabalísticos e astrológicos, pueris talvez e completamente arbitrários, se a pessoa os fizesse sem inspiração, por curiosidade fria e sem uma poderosa vontade.
Eliphas Levi – Dogma e Ritual da Alta Magia
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