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PSICO

A Consciência Genética

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O sistema nervoso central, incluindo o cérebro, assim como todo o resto do corpo foi projetado pelo código interno da molécula de DNA após milhares e milhares de anos de evolução e seleção natural. Esta mesma molécula é a que hoje envia sinais através do RNA mensageiro para informar ao organismo o que este deve fazer: Cresça cabelos ruivos, tenha olhos azuis, fique de pé e comece a andar, comece a falar, encontre um companheiro, tenha um filho. A nossa vida inteira já esta determinada no interior desta nossa fita de acido desribonucleico

Esses arquivos de DNA sempre ficaram acessíveis á perscruta cerebral consciente, mesmo séculos e séculos antes de Darwin, Mendel, Crick e Watson. Enquanto estávamos despertos a consciência genética sempre esteve acessíveis na forma dos arquétipos do inconsciente coletivo em mitos e metáforas da cultura humana de diferentes povos. Enquanto estávamos dormimos esta mesma consciência buscava um contato mais pessoal conosco por meio de sinais interiores traduzidos dentro de nossos próprios sonhos. Desesperadamente os genes pareciam quere se comunicar.

Quando esta integração genética é feita consciente, mente o individuo atinge o que ouso chamar de consciência genética. Por milhares de anos este estado resultou em místicos,  poucos e sábios, mas recentemente isso parece estar se tornando algo cada vez mais organizado. Esta consciência que ultrapassada os limites do individuo, recebeu diversos nomes em diferentes períodos da história, mas quase todos que dela provaram se referiam a um estado de iluminação, da luz do mundo, de despertar ou de uma nova consciência.

Os primeiros a alcançarem a consciência genética, há alguns milhares de anos, interpretavam como podiam suas experiências, falavam de vidas passadas, anjos, duendes, reencarnações, deuses e  imortalidade, retorno dos mortos, etc. Que esses antigos adeptos genéticos estavam falando de algo real, na melhor das linguagens à disposição em suas épocas, é indicado pelo fato de que muitos deles, especialmente os Hindus e os Sufis, forneceram visões poéticas maravilhosamente corretas da evolução, milênios antes de Darwin e previram a busca da superação da condição humana muito antes das obras de Nietzsche.

Os Gregos chamaram a consciência genética de “a visão de Pã”. Os Chineses de o grande “Tao”, os Hindus de “Consciência de Atman”, traduções que ainda hoje geram no mínimo um silêncio respeitoso pelo mais convicto dos céticos. As figuras numinosas que inspiram  espanto e respeito, aquelas figuras de um “Deus Sublime” ou de “Deusas ou Demônios” que aparecem nos estágios iniciais dessa tomada de consciência, correspondem aos arquétipos de Jung do inconsciente coletivo, e são reconhecidos como os “visitantes do mundo dos sonhos”, pelos primitivos ou “os Sidde” pelas bruxas, assim como o “Povo Estranho” em centenas de tradições populares.

Jung mostrou que todos estes arquétipos não são oriundas de mundos exteriores, espirituais e metafísicos, mas sim frutos de uma redução mínima para a qual retorna todo o organismo incluindo o ser humano e sua mente racional e criativa. Os Deuses não eram  algo posterior ao mundo, mas algo anterior ao corpo e ainda presente nele. Conhece a ti mesmo e conhecerás o teu Senhor ensinou o Islamismo, enquanto a tradição cristã apregoava “O Reino dos Céus está dentro de Você”.. A consciência genética surge exatamente quando o sistema nervoso central torna-se consciente de sua ligação com os genes.

Gurdjieff denomina esta conexão entre o Sistema Nervoso Central e o DNA como Centro Emocional Superior, o inconsciente filogenético do Dr. Stanislaus Grof e a “Hipótese Gaia” dos biólogos Margulis e Lovelock são três metáforas modernas que juntamente com o Inconsciente coletivo de Jung buscam explicar esta maneira de pensar. As visões da evolução passada e futura, descritas  por aqueles que tiveram experiências transpessoais durante o trauma da morte clínica, das ditas experiências “próximas da morte” também descrevem de certa forma este paradigma genético.

No entanto exercícios especiais para desencadear o despertar do ser humano como um  aglomerado de genes não são encontrados no ensinamento iogue: geralmente tal experiência meramente acontece , quando acontece, depois de muitos anos de prática esmerada daqueles tipos avançados de raja ioga, que desenvolvem o êxtase somático. Estudos do Timoth Leary Phd demonstram que altas doses de LSD  também desencadeiam visões da consciência genéticas, ainda que temporárias.

De qualquer forma após milênios de tentativas de contato por parte dos genes somente com a ciência contemporânea esta realidade foi melhor compreendida, como sendo arquivos genéticos ativados pela excitação das proteínas anti-histonas – ou em termos forçosamente metafóricos, a “memória” do DNA se desvelando de volta até o início da vida, contendo também as plantas genéticas para possíveis evoluções futuras.

“Eu sou Ele, que foi, que é, e que será” uma sentença do Livro Egípcio dos mortos, tanto  na forma hieroglífica como na caligrafia ocidental foi encontrada na mesa onde de Beethoven compôs a Nona Sinfonia, e toda a música posterior “evolucionárias”, abrangendo períodos  de tempo da ordem de eras . Vale lembrar que Beethoven era um Maçon Livre adorava o único Arquiteto Cósmico e seu objetivo a imortalidade.  Pode-se julgar disto tudo e da sua própria música que Beethoven havia aberto sua consciência genética.

Aqui habitam os arquétipos primordiais, muito mais antigos que a própria linguagem e ainda assim, mais novos que o amanhã.  São todos personificações dos genes como a grande Mãe celta, o Baphomet dos templários, “O Grande Arquiteto Cósmico” da maçonaria ou o Bebê no Ovo azul no final do filem de Stanley Kubrick, 2001. Essas imagens não são delírios poéticos de povos ou de indivíduos. Elas reaparecem nos sonhos dos indivíduos ( o mito pessoal da noite) e nos mitos de todos os povos ( sonhos impessoais das espécies) e, uma vez e sempre nas estórias de anjos e Ufos. Jesus e Cristo, Sidarta e Budha, O Ser Humano e a Entidade Planetária; em outras palavras O Sistema Nervoso e o DNA.

Joyce em o Desperar de Fennegan explica a lógica do consciência genético assim: “Esses anos e terras nossos, nada mais são que poeira de tijolos. Somos humanos e humus da mesma massa e retorno. No limiar do pão nosso de cada dia jaz o cadáver da colheita de nosso pai fecundo que cairá se preciso mais inadvertidamente se reerguerá.”. Nosso pai fecundo, a semente o código genético, e o ovo, a sabedoria celular manda o sinal ao longo das épocas. Numa metáfora semelhante o geneticista ganhador do Prêmio Nobel, Herbert Muller diz: “Todos somos robôs gigantes manufaturados pelo DNA para produzir mais DNA.” Para o individuo as quebras da cadeia de vida/morte/vida/morte são extremamente reais e dolorosas: para a sabedoria do Pai Semente.  A unidade contínuo da vida/morte/vida morte… é uma realidade maior.

Este estado permite  ao cérebro individual “conversar” com o arquiteto  evolucionário que projetou o seu corpo e – com bilhões e bilhões de outras pessoas, desde o início da vida.  Esta “arquiteta” é a maior projetista sobre este planeta como Buck Fuller comentou repetidamente  nenhum projetista humano já se igualou a sua eficiência ou mesmo em sua estética em produtos rotineiros como rosas, ovos, colônias de insetos, peixes, etc…

De forma menos poética, seja ao humanizarmos este arquiteto numa Grande Mãe ou num Deus das Florestas. Ou animalizarmos num ser com cabeça de chacal, como um Louca deus Divino, como uma tribo africana. Ou ainda se o espiritualizarmos  em algo totalmente abstrato como os Hindus e os Cientistas Cristãos , estamos apresentando apenas uma visão  humanizada deste ser de três bilhões de anos  de idade. Quando o molecularizamos  como DNA, estamos ainda vendo apenas uma seção transversal do mesmo, mas fazemos isso simplesmente porque esta é até agora a sua versão mais útil em termos de análise científica.

Ele ou Ela pode ser personificado em termos modernos como Mãe DNA ou Pai Acido Nucléico. O Racionalista imediatamente repudia tais personificações humanizadas,  uma vez que Ele ou Ela é inconsciente do que faz é um fenômeno não inteligente. A resposta em todas as eras é a de que Ele ou Ela não está inconsciente mas sim intoxicado em si próprio, embriagado em sua própria imensidão.

Mas se julgarmos a inteligência pela capacidade de sobreviver, o pool genético é mais inteligente do que qualquer pessoa, por um fator de vários milhares, mesmo se considerarmos os gênios. Einstein não era tão inteligente quanto o povo judeu quando este é considerado de forma coletiva.  Ele formulou a lei da relatividade e foi esperto o suficiente para escapar dos Nazistas. Os Judeus historicamente criaram dezenas de idéias tão importantes quanto a relatividade e sobreviveram a centenas de “progons”.

A espécie  humana é ainda mais inteligente do que pool genético. Vive milhões de anos a mais do que qualquer individuo, muitos milhares de vezes mais do que qualquer pool genético e é autora de muito mais arte, ciência, filosofia e conquistas do que qualquer outro grupo especifico. A biosfera – Gaia – O código do DNA é ainda mais inteligente do que todos os indivíduos, pools genéticos e espécies. Sobreviveu a tudo que lhe foi atirado  contra ela por cerca de quatro bilhões de anos e está ficando cada vez mais esperta o tempo todo. Pela humanidade dispõe de um olho cada vez melhor com que ver e julgar sua trajetória, como nunca antes e está se preparando gradualmente para abandonar esse planeta e expandir-se pelo universo.

Beethoven , para cita-lo mais uma vez disse: “Qualquer pessoa que compreenda minha música não mais será infeliz.”, Isto acontece porque  a sua música é uma melodia da consciência genética da mesma forma que os Upanishads são uma poesia da consciência genética, representa o espírito da Vida tornando-se consciente de Si mesmo, dos Seus poderes, das suas próprias capacidades para progresso infinito.

Para aqueles que ainda não passaram pela experiência genética por meios pessoais e religiosos espera-se que com o decorrer dos anos uma compreensão maior da natureza nos forneça os subsídios para ligarmos essa consciência através da própria razão e da ciência. Quando isso acontecer a visão religiosa será esclarecida pelo que realmente é e todos os deuses e mitos da antiguidade retornaram como velhos amigos do tempo de infância revelando-se agora sob seus verdadeiros nomes.

Seja como for a maneira como isso aconterá, estaparece uma hipotese cada vez mais próxima com o passar dos anos. A religião cada vez mais se curva para a ciência e a ciência a cada instante parece se tornar tão fascinante quando qualquer misticismo. Qualquer que seja o nome dado a este movimento que trará a consciência genética para as grandes massas com ele virá à compreensão em grande escala do papel da humanidade como parte um todo muito maior.  A raça humana terá então abandonado sua infância e estará livre para expandir-se e crescer com seus genes para as fronteiras mias distantes do espaço infinito. Quando isso acontecer, então a aventura da vida terá finalmente começado e todo adulto será um Cristo e toda  criança será um messias.

EXERCICIOS

1 – Faça uma lista e pelo menos 15 semelhanças entre São Paulo (ou qualquer outra cidade grande)  e uma colônia de insetos, tal como uma colméia ou um formigueiro. Se você não puder pensar em quinze alternativas, procure ler o livro Sociobiologia de Edward Wilson. Contemple a informação do DNA, que criou estes enclaves de alta coerência e organização, seja na sociedade dos primatas ou dos insetos.

2 – Leia os Upashads e todas as vezes que ler a palavra “Atman” ou “Alma do Mundo” traduza como “Fita Mestre do DNA” Veja se isto lhe faz ler esta tradição antiga com maior sentido.

3 – Observe seus próprios sonhos, quanto se seu conteúdo poderia ser atribuído a mensagens de seu próprio código genético quanto a incongruências de seu próprio comportamento cotidiano em relação a vontade deste “Pai Fecundo”.

4 – Jung e vários dos seus discípulos  como Coleman, Steiger e Fideler, sugeriram que da mesma forma que as mitologias clássicas, os mitos modernos dos UFOS são mensagens deste circuito de DNA coletivo dirigidas ao cérebro.  O que significam tais mensagens? O que é que o filamento de DNA poderia estar querendo dizer a humanidade?

5 – Releia o encontro de Moisés com o “Eu Sou o que Sou” no deuteronômio. Tente ler com a interpretação de que Moises estava falando com seu própria consciência genética. Quais os interesses da sarsa ardente em relação ao povo hebreu?

6 – Dedique um tempo a prática da DNA-Vidência

Robert Anton Wilson

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