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Magia do Caos

Radiação: Magia Negra – Hiper-Sigilos

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O Iluminismo trouxe uma visão nova e fresca do universo, deixando a superstição religiosa e a fé ignorante para trás, cientistas como Issac Newton trouxeram a crença de que o universo era regido por leis simples, que poderiam ser descobertas e usadas pelo homem, foi o início do determinismo, que colocou o Homem no Trono de Deus, e definiu sua posição como sendo o centro do universo. E isso perdurou até que a radiação fosse descoberta, e com ela todas as certezas que o homem tinha morreram. Se por um lado a física quantica acabou com todas as certezas da física clássica por outro até 1945 a radioatividade era uma força da natureza, conhecida e estudada pelos cientístas. Depois das explosões de Hiroshima e Nagazaki, ela começou a evoluir para finalmente se tornar um Hiper Sigilo. Seu símbolo criado um ano depois foi imediatamente adotado internacionalmente, não porque as pessoas gostassem dele, mas porque tornou-se uma questão de vida ou morte aprender a temê-lo. Hoje a radiação remete tanto a morte lenta e dolorosa (como a que teve sua própria descobridora Madame Curie) como a morte  terrível instantânea (como as dos milhares de japoneses na segunda guerra).

Nos anos seguintes este temor ganhou força com a escalada armamentista da Guerra Fria entre EUA e URSS. Quando perguntaram a Hitler se ele não temia a possibilidade dos americanos terem uma bomba atômica em 1945, ele respondeu que a essa altura a guerra estaria ganha ou perdida, e que não faria diferença para os alemães terem ou não essa arma. Mas para os não alemães que sobreviveram e para o resto do mundo, pela primeira vez na história a humanidade adquiriu o poder de destruir a si mesma por completo. As gerações seguintes cresceram em uma cenário internacional dominado pela idéia de que a qualquer momento alguém apertaria os botões e os cogumelos nucleares apagariam todos nós da face da terra. Logo a radiação ganhou as telas dos cinemas revelando cenários apocalipticos e monstros antes impensáveis, não é equivocado dizer que a bomba matou Drácula e deu a luz a Godzilla.

O fim da união soviética levou a dispersão destas armas para o mercado negro, e estas tornaram-se acessiveis a grupos terroristas e independentes de todo tipo, tornando o futuro ainda mais incerto. De Chernobyl à Fukushima, cada novo desastre reforçou então a terrível imagem da Radioatividade. Pense nas milhares de crianças deformadas e sem cérebro que nascem após estes acidentes. E não apenas isso, quantos acidentes não ocorrem por vazamentos ou ainda de forma mais banal, com a incapacidade de se livrar corretamente de materiais radioativos? Pergunte para os moradores de Goiânia se eles se esqueceram do césio 137.

Nem quando a controlamos nós a controlamos. A radiação nos prometeu um futuro como reis do universo, mas revelou-se a a grande ceifera moderna. Ela apresentou ao mundo uma nova forma de morrer e uma nova forma de matar. Uma forma tão poderosa que tornou-se para muitos um símbolo do fim do mundo; e isso é algo que precisa ser compreendido, a radiação existe hoje, dentro do nosso planeta, dentro do nosso país. Você não pode barganhar com ela, não pode argumentar com ela. Ela não sente pena ou remorso ou medo. E ela não vai acabar nem deixar de ser, nunca, até depois que toda a raça humana esteja morta.

Some isso os efeitos nocivos ao meio ambiente das usinas nucleares e terá um perfeito Hiper Sigilo da destruição.

 

E o que a Radiação pode fazer por mim?

Hoje em dia a diversidade de tudo o que existe só é possível graças à morte. No caso de seres vivos graças à reprodução e morte. É a constante sexo-morte que permite que seres sexuais evoluam, mutem e criem arte. Na cabala existe um circuito formado por duas Sephiroth que tem exatamente a função de permitir formas novas e destruir formas novas, elas são vistas como Compaixão e Severidade. Assim este hiper-sigilo é usado como uma fonte de destruição. Para alguns a destruição de pessoas, outro de relacionamentos ou conquistas, próprias ou alheias – afinal, para muitos é melhor matar o amor que alguém ainda sente por si do que ser o crápula que termina um relacionamento.

Desta forma apesar de muitos já associarem este hiper-sigilo a rituais de destruição mais vulgares ele pode ser usados para propósitos um pouco mais interessantes. Se você sempre faz o que sempre fez, você sempre vai conseguir o que sempre conseguiu. Caso sua vida não esteja as mil maravilhas que você gostaria que estivesse você pode se aniquilar para conseguir começar de novo. Da mesma forma, caso tenha assuntos pendentes que não se resolvem, pode apelar para a destruição atômica para dar fim a isso.  Pense no poder transformador de uma bomba H na cabeça daquela vadia do escritório.

Agora seja para transformação pessoal, para ferrar aquela pessoa que revolveu ir comer sua melhor amiga ou para fazer os agiotas saírem do seu pé, não existe uma forma “leve” e “bonita” para se lidar com a morte, esteja preparado/a para as repercussões. E isso é o que torna esse hiper-sigilo tão adequado: muitas das pessoas que estiveram ligadas à fabricação de armas nucleares também morreram vítimas da radiação.

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